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INSTITUTO LATINO AMERICANO DE

TECNOLOGIA INFRAESTRUTURA E
TERRITÓRIO (ILATIT)
Curso: Engenharia Química (Bacharelado)
Disciplina: Química Geral Experimental (EQI0058)

RELATÓRIO DAS PRÁTICAS 5 E 6


“ PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES”

Foz do Iguaçu, 10 de maio de 2018


1 INTRODUÇÃO

Uma solução é composta por duas ou mais substâncias, em que a presente em maior
quantidade é denominada solvente e a em menor quantidade é denominada soluto.
Quando essas diferentes substâncias interagem entre si, há formação de uma mistura
homogênea. O resultado dessa mistura é expressado pela unidade de “mol L-1”, que é uma
unidade de concentração de um mol de soluto contido em um litro de solvente.

Solubilidade é a quantidade máxima de um soluto que pode ser dissolvida em um


determinado volume de solvente. De acordo com a quantidade de substância que é
adicionada ao solvente, pode-se obter três tipos de soluções em virtude do coeficiente de
solubilidade: solução saturada, solução insaturada e solução supersaturada (CÉSAR,
2017). Uma solução saturada é quando a quantidade de soluto é igual à solubilidade,
insaturada é a que contém uma quantidade de soluto inferior à de solvente e uma solução
supersaturada ocorre quando a quantidade de soluto é superior à solubilidade, sendo todas
as condições a uma dada temperatura.

Nas duas práticas, foram realizadas e utilizadas soluções de ácido-base. Uma solução
de ácido base é formada através de uma reação química entre uma base e um ácido que
tem como produto sal e água.

Uma solução pode ser considerada ácida ou básica de acordo com seu potencial de
hidrogênio (pH) que determina o teor de acidez na solução e seu teor de alcalinidade
(pOH), ou seja, a quantidade de íons H+ e OH- presentes, respectivamente, na solução.
Para uma melhor observação do pH da solução, os indicadores ácido-base são substâncias
naturais ou sintéticas que têm a propriedade de mudarem de cor em função do pH do meio
(FOGAÇA, 201?). A presença das soluções indicadoras é muito importante nas práticas
de padronização de soluções, pois como elas apresentam comportamentos diferentes em
soluções ácidas e soluções básicas, a visualização e identificação de cada uma fica
diferente, além da facilidade de determinar o volume necessário do titulante para reagir
com o titulado em função da mudança de cor apresentada com a presença da solução
indicadora.

Padronização é um procedimento que permite determinar a concentração exata de


uma solução, geralmente para usá-la em uma análise volumétrica (quantitativa)
(SILVA,2016). A reação de titulação ocorre com a mistura do titulante (solução presente
na bureta) ao titulado (solução presente no erlenmeyer com a presença de gotas da solução
indicadora). A padronização é realizada em função de uma solução de padrão primária ou
secundária e na realização das práticas, foram utilizados os dois tipos de padrão. A
solução de biftalato de potássio, utilizada na prática é considerada uma solução de padrão
primário, pois apresenta alta pureza, ausência de água de hidratação, não é higroscópico,
a composição não varia com a umidade e é obtido facilmente na natureza. O HCl é
utilizado em solução aquosa, assim, sua concentração é determinada através da
padronização da solução e o NaOH é higroscópio, ou seja, absorve humidade, dessa forma
é difícil saber realmente a quantidade de água presente nesse sólido, com essas
características, o NaOH e o HCl são considerados padrões secundários.

Para obter os melhores resultados na prática são necessários os conhecimentos de


manuseio dos reagentes utilizados e o uso adequado dos equipamentos de proteção
individual (EPI´s), pois a soda cáustica (hidróxido de sódio) no preparo de soluções deve
ser adicionada em água, pois é uma diluição de processo exotérmico (libera muito calor)
assim, é necessário aguardar a solução esfriar para continuar a realização da prática (o
mesmo serve para o HCl). E no manuseio do ácido clorídrico, deve haver o cuidado com
a exposição da pele, dos olhos e também evitar a inalação.
2 OBJETIVOS

Aprender a preparar soluções no laboratório e realizar a padronização de


soluções no laboratório.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Os materiais e vidrarias utilizadas no procedimento experimental foram


as seguintes:

• Balança analítica;
• Balança semi- analítica;
• Balão volumétrico de 50 mL;
• 3 Balões volumétricos 100 mL;
• 2 Balões volumétricos 250 mL;
• Bastão de vidro;
• 8 Béqueres 100 mL;
• 5 Béqueres de 250 mL;
• Bureta 50 mL;
• 2 Erlenmeyers 250 mL;
• 2 Espátulas de porcelana;
• Funil;
• Pesa filtro;
• 3 Pipetas graduadas 10 mL;
• 2 Pipetas volumétricas 20 mL;
• Pipeta volumétrica de 25 mL;
• Pissete com água destilada;
• 3 Provetas 100 mL;
• Suporte universal de ferro e garra para bureta.

3.2. Os reagentes (e amostras) utilizados no procedimento experimental


foram os seguintes:
• HCl PA 36,5% m/m;
• NaOH 99% m/m;
• Álcool etílico comercial (95% v/v);
• Água destilada;
• Biftalato de potássio (C8H5KO4, 204,22 g mol-1);
• Solução de NaOH 0,1 mol L-1;
• Solução de HCl 0,1 mol L-1;
• Indicador Fenolftaleína.

3.3. Descrição da prática

Equipados com os equipamentos de proteção individual adequados para a prática,


o procedimento consistiu em duas partes denominadas atividade 1 (prática 5) e
atividade 2 (prática 6).
A atividade 1 se subdivide em quatro partes: parte A, B, C e D. A parte A consiste
no preparo de solução de 50 mL de HCl 0,1 mol L-1. Inicialmente, um béquer de 25
mL foi preenchido com 10 mL de água destilada e transferido para uma capela que
continha a solução necessária de HCl. Com o pipetador devidamente posicionado à
extremidade da pipeta graduada de 10 mL, uma quantidade maior que a desejada foi
transferida para um béquer dentro da capela e posicionando a ponta da pipeta sem
encostar no fundo do béquer e usando as paredes da vidraria como apoio. Foi pipetado
0,4 mL de HCl e logo após, a solução foi transferida gota a gota para o béquer que
continha água. De volta à bancada, um funil foi devidamente posicionado na entrada
de um balão volumétrico de 50 mL, e com o auxílio de um bastão de vidro todo o
conteúdo contido no béquer é transferido para o balão e é adicionado água destilada
até o menisco do líquido atingir a marcação do balão. Após o menisco atingir a
marcação da vidraria, o balão é fechado e agitado para uma melhor homogeneização
da solução.
A partir da solução preparada na parte A, a parte B consiste no preparo de uma
solução de 100 mL de ácido clorídrico 0,01 mol L-1 por meio de diluição. Metade da
solução da parte A que estava no balão volumétrico é transferida para um béquer de
100 mL e logo depois, com o pipetador devidamente posicionado em outra pipeta
volumétrica, 10 mL de solução é transferido para um outro béquer de 100 mL. Em
um balão volumétrico de 100 mL, um funil é devidamente posicionado na entrada da
vidraria e a solução contida no béquer é transferido com o auxílio de um bastão de
vidro, e com o pissete é adicionado água destilada e com o conta gotas, a água é
adicionada até o menisco do líquido atingir a marcação do balão. Após o menisco
atingir a marcação da vidraria, o balão é fechado e agitado para uma melhor
homogeneização da solução.
Na parte C, um vidro de relógio foi transferido até uma balança semi - analítica e
seu peso tarado. Com o auxílio de uma espátula, 1g de soda cáustica (NaOH) é pesado
e transferido para um béquer de 50 mL já contendo aproximadamente 20 mL de água
destilada. Com um bastão de vidro, a massa sólida de NaOH é completamente
dissolvida na água e logo após transferida para um balão volumétrico de 250 mL com
um funil posicionado em sua entrada e preenchido com água destilada através do
pissete e conta gotas até o menisco do líquido alcançar a marcação da vidraria. Após
o menisco atingir a marcação da vidraria, o balão é fechado e agitado para uma melhor
homogeneização da solução.
Um béquer de 250 mL foi levado até uma bancada e foi adicionado um pouco
menos de 80 mL de álcool etílico 95% (v/v). De volta a bancada, o líquido contido no
béquer foi transferido para uma proveta de 100 mL até o menisco alcançar a medida
de 73,7 mL. Em outra proveta foi adicionado 26,3 mL de água com o auxílio de um
pissete. Em uma terceira proveta de 100 mL, foram misturadas as duas soluções
(etanol e água destilada) e o volume foi observado. As provetas que continham álcool
etílico foram lavadas uma vez com água corrente e três vezes com água destilada e
assim foi dada continuidade a parte D. Com o exterior das três provetas seco, em uma
fora adicionado 73,7 mL de água e em outra foi adicionado 26,3 mL também de água.
A água contida nas provetas foi transferida para uma terceira proveta e o volume
observado.
Ao final da prática, todas as vidrarias foram lavadas com água corrente, detergente
e água destilada.
A atividade 2 se subdivide em duas partes denominadas parte A e parte B. A parte
A é a padronização de da solução de NaOH 0,1 mol L-1 preparada na atividade anterior.
Primeiramente é preparada uma solução de biftalato de potássio (padrão primário), então
um pesa filtro é levado até uma ban
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na solução de HCl 0,1 mol.L-1 foi calculado que deveria ser adicionado 0,4 mL
de HCl 36,5%. Essa é uma reação exotérmica, já que o reagente possui mais energia que
o produto, fazendo o excesso ser liberado em forma de calor. Essa mesma situação
acontece também no preparo da solução de NaOH 0,1 mol.L-1.
A solução de HCl 0,01 mol.L-1 foi feita a partir da solução de HCl 0,1 mol.L-1 por
meio de diluição da segunda, os cálculos feitos mostraram que seria necessário 0,01 L ou
10 mL da segunda solução para produzir-se 100 mL de HCl 0,01 mol.L-1.
A solução de etanol 70% (v/v) foi feita também a partir da diluição de 73,7 de
etanol 95%(v/v) em 26,3 mL de água e foi misturado em uma proveta, e o volume final
foi mostrado na proveta como 96 mL. Isso acontece porque para ser feita a diluição de
um álcool é necessário usar a alcoometria, que é a determinação do grau alcoólico de
misturas alcoólicas. O titulo alcoométrico volumétrico de uma mistura de água e álcool é
expresso pelo número de volume de etanol, à temperatura de 20ºC, contido em 100
volumes desta mistura à mesma temperatura. É expresso em % (V/V) (SOUZA, Ana
Paula M.; PATRICIO, Daniela da C.R. ; SOUZA, Patrícia M.; FERRARINI, Marcio ;
OLIVEIRA, Andrea C.; FARIA, Luciane G. Comparativo de determinação do grau
alcoólico entre densímetro de gay-lussac e título alcoométrico, 2014). Quando
adicionamos o álcool à água, estabelecem-se ligações de hidrogênio entre as moléculas
de ambas as substancias, sendo que essa forte interação faz com que a distancia entre elas
diminua. Isso quer dizer que as ligações de hidrogênio entre as moléculas de água foram
rompidas para que fossem estabelecidas novas ligações com etanol, sendo assim, os
espaços vazios entre as moléculas de água foram ocupados pelo álcool, diminuindo então
o volume total (FOGAÇA, 2016).

Figura 1: Ligações de hidrogênio entre álcool e água


Na solução de NaOH 0,1 mol.L-1 foi utilizado 0,41g de biftalato de potássio para
a respectiva titulação, já que ele é um composto de padrão primário, pois possui elevado
teor de pureza e é estável, tanto que não reage com as substâncias do ar nem à luz. Em
contato com a fenolftaleína a solução fica rosa claro em meio básico. Essa é a reação que
acontece dentro do erlenmeyer:
KHC8 H4O4 + NaOH → KNaC8H4O4 + H2O
Na solução de HCl 0,1 mol.L-1 foi utilizado mL de NaOH 0,1 mol.L-1 para a titulação da
primeira solução. Quando a solução muda de cor para rosa claro já está em meio básico.
Essa é a reação que acontece dentro do erlenmeyer:
HCl + NaOH → NaCl + H2O
A tabela 1 mostra as medidas que se pode adquirir com os valores obtidos na
padronização das duas soluções.
Tabela 1: Relação das medidas adquiridas na titulação da solução NaOH e HCl
Solução Triplicatas Concentração Média das Desvio Coeficiente
(mol.L-1) concentrações Padrão (%) de
(mol.L-1) variância
(%)

NaOH 0,1 1 0,098 0,102 2,406x10-3 2,358


mol.L-1 2 0,103
3 0,105
HCl 0,1 1 8,4x10-4 8,933x10-4 5,501x10-5 6,165
mol.L-1 2 9,5x10-4
3 8,9x10-4

Analisando a tabela 1 pode-se notar que o coeficiente de variância da titulação da


segunda solução foi maior que 5%, ou seja maior que os erros randômicos, pois surgiu
uma disparidade nas anotações do valor utilizado para a padronização da terceira
triplicata, então foi feita a média entre os dois valores encontrados.

/http://www.saocamilo-sp.br/novo/eventos-noticias/saf/resumo-16.pdf
https://m.alunosonline.uol.com.br/quimica/por-que-na-mistura-agua-alcool-
volume-diminui.html

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