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AEGT - Teoria Geral PDF
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Setembro de 2008
1 Introdução 3
1.1 A Análise de Estruturas Geoté
ni
as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
estruturas geoté ni as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Impulsos de terras 33
3.1 Introdução aos impulsos de terras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
i
ii Índi
e de Matérias
3.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2.5 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2 Capa idade resistente às a ções verti ais em ondições não drenadas, para fun-
4.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.3 Capa idade resistente às a ções verti ais em ondições drenadas, para fundação
4.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.3.6 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.2.2 Apli ação do método do equilíbrio limite à análise não drenada da es-
de um talude verti al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
um talude verti al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
5.2.5 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
um talude innito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
talude innito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
iv Índi
e de Matérias
5.3.4 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4.1 Apli ação do método de equilíbrio limite à análise não drenada da esta-
de um talude innito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
um talude innito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.4.4 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.7.4 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
7.3.1 Veri ação da segurança om base em oe ientes par iais . . . . . . . . 109
simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
vi Índi
e de Matérias
Parte I
1
Capítulo 1
Introdução
apoio a uma dis iplina de Introdução às Fundações, entendida omo a segunda dis iplina de
Geote nia num urso lássi o universitário de Engenharia Civil. Foi, em espe ial, es rito para
apoio a uma dis iplina de um urso de Mestrado em Engenharia Civil (no espírito da Con-
Civil. Pretende dar uma formação bási a em Estruturas de Suporte, Fundações e Taludes,
Pressões de terras.
• Veri ação da segurança das estruturas geoté ni as aos estados limites últimos:
o Euro ódigo 7.
3
4 Capítulo 1. Introdução
O leitor deste texto deverá ter noções elementares de Me âni a dos Solos, onhe endo as
e deve estar familiarizado om as propriedades índi e mais omuns aos solos. Deve onhe er
o prin ípio das tensões efe tivas e os problemas de es oamentos em meios porosos. Deve estar
Na dis iplina bási a de Me âni a dos Solos que os utilizadores deste texto deverão ter
frequentado, tomaram onta to, ompreenderam e interpretaram a me âni a dos materiais
geoté ni os, tendo analisado esse omportamento sob o ponto de vista da sua resistên ia e da
sua deformabilidade, de forma integrada, re orrendo, por exemplo, à me âni a dos solos dos
mente num ponto para a me âni a da estrutura geoté ni a, que exige a ompreensão das
alterações dos estados de tensão e as suas onsequên ias: determinação de argas de olapso e
de deslo amentos. Tem igualmente omo obje tivo introduzir as noções de segurança e de ve-
ri ação de segurança, om parti ular destaque para a apli ação dos on eitos e metodologias
do Euro ódigo 7.
Para uma mais ompleta formação nesta área, deve seguir-se uma dis iplina mais ligada
ao proje to e dimensionamento e que aborde Fundações espe iais e Contenções, que o texto
Finalmente, para uma formação mais espe í a na área da Geote nia, os ursos de Enge-
nharia Civil têm, habitualmente, formação op ional mais espe í a, das áreas da Engenharia
Qualquer obra de Engenharia Civil tem uma omponente geoté ni a, dado que possui, pelo
menos, a fundação. É o aso das estruturas mais orrentes, os edifí ios, que possuem fundações
que podem ser super iais, se o terreno possuir super ialmente ara terísti as adequadas às
argas e às dimensões das fundações ou profundas, aso seja ne essário pro urar a maiores
profundidades as ara terísti as que não estão disponíveis à superfí ie. O tipo mais omum de
fundações super iais são as sapatas e as fundações profundas são habitualmente designadas
por esta as. No que respeita a estes tipos de estruturas, há que efe tuar o dimensionamento
dos próprios elementos estruturais e, do ponto de vista do solo, importa garantir, por um lado,
a segurança em relação à rotura e, por outro, que não o orram assentamentos ex essivos, que
possam provo ar danos na super-estrutura (estrutura da obra a ser exe utada a ima do nível
Um outro tipo de estrutura geoté ni a muito omum é o aso dos muros de suporte. Con-
forme o seu nome indi a, destinam-se a suportar os impulsos gerados pelo terreno suportado
e deverão ser estáveis, o que signi
a que não deverão, por exemplo, deslizar ou derrubar.
Capítulo 1. Introdução 5
Este tipo de estrutura designa-se habitualmente omo estrutura de suporte rígida, pelo
fa to de fun ionar omo orpo rígido, não sendo a sua deformabilidade muito signi ativa
nem tendo onsequên ias importantes no seu omportamento. Não é, no entanto, o aso das
hamadas estruturas de ontenção exíveis, omo as que são apresentadas na Figura 1.1. Com
este tipo de estrutura, onforme se pode veri ar através da observação da referida Figura, é
meios urbanos fortemente o upados e em que não é possível o re urso a outras soluções que
utilizem taludes in linados. Estes apresentam o in onveniente de envolverem uma área muito
mais signi ativa mas a vantagem de serem normalmente muito mais e onómi os. O estudo
da estabilidade e da estabilização de taludes é, assim, uma outra área tipi amente Geoté ni a.
ne essárias no aso representado para que seja veri ada a segurança da estabilidade da massa
de solo.
de aterro, ou seja, em obras de terra. Os asos mais frequentes são os aterros de estradas e de
resíduos sólidos. Note-se que nestes tipos de obra, o próprio solo é utilizado omo material de
onstrução, exigindo, assim, a sua ompa tação e o adequado ontrolo das suas ara terísti as.
servem obje tivos diferentes, as ara terísti as a exigir para um aterro de uma estrada são
onsideravelmente diferentes das que se exigem no aterro de uma barragem. A ompa tação
de solos é, assim, uma matéria de grande importân ia, mas que não é abordada neste texto.
em determinado lo al exigem solos om melhores ara terísti as do que as o orrem nesse lo al.
Um outro tipo de obra fundamentalmente geoté ni a é o aso dos túneis. Estes são re-
alizados quando por razões e onómi as, so iais e (ou) ambientais, se tornam vantajosos em
interessante foi o da exe ução do túnel sob a Man ha, a que se refere a Figura 1.3.
Figura 1.3: Túnel sob a Man
ha: planta,
orte longitudinal e
orte transversal.
Capítulo 1. Introdução 7
nia omo área da Engenharia Civil. No entanto, essa importân ia torna-se talvez ainda mais
evidente se tivermos em onsideração alguns asos em que ou os aspe tos geoté ni os não foram
Um dos asos mais uriosos e onhe idos é o da torre in linada de Pisa, que apresenta
ainda a parti ularidade adi ional de a sua história ter sofrido em tempos muito re entes,
importantes desenvolvimentos. Uma das publi ações mais interessantes sobre esta Torre é o
texto da XIV Lição Manuel Ro ha (Jamiolkowsky, 1999) e a maior parte da informação que
Contrariamente ao que se possa pensar, a torre de Pisa tornou-se in linada ainda durante
a própria onstrução. Esta de orreu em três fases, onforme ilustra a Figura 1.4 e em algumas
zonas nota-se mesmo as tentativas de orre ção da in linação que se terá ini iado durante a
2a fase.
As informações reunidas pela equipa responsável pelo estudo da Torre de Pisa sobre a sua
in linação estão reunidas na Figura 1.5, mostrando laramente a tendên ia para o aumento
Um estudo aprofundado do terreno, da torre e da sua fundação mostrou que seria espe -
tável que o fenómeno fosse progressivo, isto é, que a ex
entri
idade ini
ial da
arga motivada
8 Capítulo 1. Introdução
Figura 1.5: Dados históri os sobre a in linação da Torre de Pisa (Jamiolkowsky, 1999).
provavelmente por algum defeito geométri o durante a onstrução teria ini iado a in linação
bem laro que o fenómeno era asso iado ao terreno de fundação e ao seu iní io de rotura. Os
mesmos estudos apontavam para oe ientes de segurança da Torre bastante baixos, entre
1.1 e 1.2, deixando antever que a ruína o orreria provavelmente nos próximos 40 a 50 anos,
omo orpo rígido que perderia o equilíbrio, não onsiderando portanto a inuên ia que a
in linação teria nas tensões na própria estrutura da torre. Com efeito, o fa to de a torre estar
in linada provo a na própria alvenaria da sua estrutura tensões muito mais signi ativas do
que as que seriam de esperar se ela fosse perfeitamente verti al. Para além disso, a históri a
ruína o orrida em 1902 da Torre do Sino da Praça de S. Mar os em Veneza e, mais re ente-
mente, em 1989, a da Torre do Sino da Catedral de Pavia, pare em ter tido omo origem um
modo de rotura deste tipo. A agravar tudo isto está ainda o fa to de este modo de rotura
Investigações realizadas na Torre permitiram prever que, efe
tivamente, este modo de
Capítulo 1. Introdução 9
rotura seria o mais provável, e foi identi ada a zona ríti a da estrutura. O pro esso de
aço na estrutura da Torre por forma a minorar as hipóteses de o orrên ia de olapso estrutu-
ral. Entre Maio de 1993 e Janeiro de 1994, foram instalados pesos de humbo para ontrariar
a ex entri idade da arga e, pela primeira vez na história da Torre, esta inverteu o sentido
de variação da in linação. Em Fevereiro de 1999 ini iou-se uma outra intervenção, denomi-
nada de subes avação (underex avation), que onsiste na retirada de solo sob a fundação,
através de furos in linados realizados a partir da superfí ie do terreno. A Figura 1.6 mostra
esquemati amente estas ini iativas, assim omo uma solução de re urso, na eventualidade de
algum omportamento indesejável da torre, que onsiste na apli ação de ontrapesos através
Figura 1.6: Representação esquemáti
a da metodologia para
orrigir par
ialmente a in
linação
da Torre de Pisa.
O aso da Torre de Pisa é, portanto, bem elu idativo da importân ia da adequada onsi-
deração dos me anismos de rotura de fundações super iais. Tais me anismos serão obje to
uma barragem de betão armado, em França, ujo a idente, de grande gravidade, foi provo-
ado por de iente omportamento da fundação, tendo-se desta ado uma unha da margem
esquerda (Ro ha, 1981) no dia 2 de Dezembro de 1959. A barragem tinha sido terminada
da Barragem e das suas ruínas são apresentadas na Figura 1.7. Na sequên ia deste a idente,
Os sismos são das a ções que podem ausar maiores danos nas estruturas exe utadas pelo
Homem. A Figura 1.8 eviden ia os efeitos desta a ção sob a forma de liquefa ção do solo
aumento das pressões da água no solo em onsequên ia da a ção sísmi a e o orre sobretudo
em areias nas soltas e submersas. Trata-se de um efeito que pode já ser par ialmente ompre-
endido pelos on eitos de Me âni a dos Solos que o leitor deverá onhe er e que será também
Figura 1.8: Efeitos da liquefa ção do solo de fundação, no sismo de Niigata, em 1964.
Méxi o. Esta idade foi edi ada num antigo lago, através da su essiva deposição de material
de aterro sobre este e da onstrução sobre este meio pantanoso e altamente deformável. Como
onsequên ia, as estruturas sofrem assentamentos muito signi ativos, onforme se pode ob-
servar, por exemplo, na Figura 1.9(a), que mostra o Palá io das Belas Artes. A fotograa, por
si só, talvez não seja su ientemente elu idativa, mas faz-se notar que os degraus des endentes
da rua para o Palá io foram, em tempos, as endentes. O assentamento total foi, assim, da
ordem dos 3 m.
Estes assentamentos,
onforme referido, são devidos à existên
ia de uma
amada
ompres-
Capítulo 1. Introdução 11
(a)
(b)
Figura 1.9: a) Palá
io das Belas Artes, na Cidade do Méxi
o. Os degraus visíveis na foto-
graa para a
esso ao monumento foram, em tempos, as
endentes; b) Basíli
a e Convento dos
Capu
hinhos, na Cidade do Méxi
o, onde são visíveis importantes assentamentos diferen
iais.
sível na fundação. Sob o ponto de vista estrutural, se os assentamentos forem uniformes não
o orrem danos, se bem que outro tipo de in onvenientes possam existir, omo as ligações às
sentamentos diferen iais elevados, ou seja, assentamentos entre diferentes partes da estrutura.
Naturalmente que estes assentamentos diferen iais tenderão a ser maiores se houver variações
hinhos que lhe é adja ente, também na Cidade do Méxi o, que se en ontra representado na
A Figura 1.10 representa um aso de rotura de uma ortina de ontenção exível, o orrida
em Lisboa, em 1993, felizmente sem perda de vidas, que terá sido ausada por perda de
equilíbrio verti
al, isto é por perda de
apa
idade de
arga verti
al, fa
e às
omponentes
12 Capítulo 1. Introdução
Um outro tipo de a idente geoté ni o bastante orrente e de onsequên ias que podem ser
fenómeno o orrido está bem eviden iado na Figura 1.11. Apesar das aparên ias, não houve
Este aso permite ter uma ideia bem lara do tipo de problemas om que a Engenharia
Geoté ni a tem, por vezes, que lidar, assim omo das enormes massas de solo que pode ser
No entanto, o segundo aso que se apresenta é ainda mais impressionante, quer pelo volume
de terras envolvido quer pelas onsequên ias no que respeita a vítimas humanas. Com efeito,
albufeira da Barragem de Vajont. Esta barragem foi onstruída entre 1956 e 1960. No dia 9 de
Outubro de 1963 uma enorme massa de material ro hoso deslizou para o interior da albufeira.
A Figura 1.12 mostra a albufeira vista de montante, após o deslizamento. A Figura 1.13 é,
formou-se uma enorme onda, proveniente da água da albufeira, expulsa pelo material es or-
regado, que provo ou grandes prejuízos humanos e materiais. A vila de Casso foi destruída,
assim omo as de Longarone, Pirago, Villanova, Rivalta e Fae. A barragem resistiu e en ontra-
A ausa para este omportamento pare e estar na existên ia, entre o material ro hoso
qual se terá dado a instabilização, por insu iente resistên ia ao orte, diminuída devido ao
en himento da albufeira, por redução da tensão efe tiva. Este on eito de tensão efe tiva é já
sequên ias nas so iedades que delas bene iam, mas podem ser igualmente obras envolvendo
referidos (Malpasset e Vajont). Em nenhum destes asos, no entanto, se tratava de uma bar-
ragem de terra (ou de aterro, omo podem ser igualmente designadas). O aso que em seguida
É o aso da rotura da barragem de Teton. No aso das barragens de terra, é espe tável
que ao m de alguns anos se instale no próprio orpo da barragem um regime de per olação
(movimento da água nos solos) que, se a barragem tiver sido bem dimensionada e onstruída
tivamente pequeno pelo orpo da barragem. Uma questão espe ialmente importante quando
A barragem de Teton foi destruída por erosão interna. Tratava-se de uma barragem om
A rotura da barragem foi pre edida de um período de dois dias em que se veri ou um
gradual aumento da água per
olada. Na manhã do dia 5 de Junho
omeça a ser visível um
14 Capítulo 1. Introdução
Pou o antes das 12:00 horas formara-se uma bre ha (Figura 1.14( )) e a barragem estava
prati amente destruída (Figura 1.14(d)). Ao m da tarde do dia 5, o aspe to da barragem era
(a) (b)
( ) (d) (e)
A rotura da barragem, apesar de rápida, permitiu a eva uação das populações a jusante,
em relação aos modos de rotura que esses asos mostraram e em relação a outros modos de
geoté ni as e a determinação das argas de olapso dos asos mais simples dessas estruturas
geoté ni as. Com base no onhe imento dessas argas de olapso far-se-á, posteriormente, a
17
Capítulo 2
de olapso
No estudo lássi o da Me âni a dos Solos, a rotura do solo foi analisada ao nível pontual
ou elementar, isto é, o estado de tensão era sempre assumido onstante no elemento de solo
analisado, pelo que o estudo podia ser feito omo se se tratasse de um ponto. Mesmo quando
se pro urou abordar a questão sob um ponto de vista dos ensaios de laboratório e do ompor-
tamento de provetes nestas ir unstân ias, o estado de tensão era sempre onstante, dado que
as tensões apli adas ao provete eram bem onhe idas e a geometria e ondições de fronteira
relativamente simples.
No entanto, onforme se viu no Capítulo 1, a rotura das estruturas geoté ni as não se faz,
naturalmente, porque o estado de tensão num ponto atingiu o orrespondente à rotura mas sim
porque tal a onte eu ao longo de uma superfí ie ou ampla zona do ma iço. Na maior parte das
situações analisadas, a rotura o orreu de modo relativamente omplexo, em que diversos deta-
lhes do problema inuen iaram o o orrido. Veri a-se, no entanto, que, por um lado, na maior
parte das situações estiveram presentes pelo menos uma de três situações geoté ni as simples,
a que se fará referên ia em seguida e, por outro lado, o estudo destas situações geoté ni as
simples onstitui uma base fundamental para a ompreensão das situações omplexas.
Um dos obje tivos deste texto é, portanto, a determinação de argas de olapso de três
talude.
19
20 Capítulo 2. Introdução aos métodos de determinação de
argas de
olapso
São estes os asos bási os que serão obje to de análise no texto, partindo-se, em ada
aso, da situação mais simples que vai, su essivamente, sendo tornada mais omplexa e mais
• a análise limite;
• o equilíbrio limite.
Ambas as té ni as impli am a utilização de simpli ações que serão des ritas e analisadas
em seguida.
• o equilíbrio;
• a ompatibilidade;
O ideal seria que as soluções fossem ompletas, isto é, que respeitassem as três ondições.
No entanto, dada a omplexidade dos problemas, haverá que a eitar, em muitas situações, um
Assumir-se-á que as propriedades resistentes dos materiais geoté ni os podem ser es ritas,
τ = σ ′ tgφ′
τ = cu (2.1)
O solo exibe omportamento elásti o para deformações muito pequenas; a partir de deter-
A deformação total pode ser es rita através da soma da deformação elásti a om a defor-
Para determinar as deformações plásti as é ne essário denir um ritério de edên ia, uma
lei de uxo e uma lei de endure imento, o que permite onhe er, respe tivamente, quando
o orrem as deformações plásti as, qual a sua dire ção e o seu valor.
Para um material perfeitamente plásti o não o orre endure imento e os in rementos de tensão,
uma vez atingida a superfí ie de edên ia, têm que o orrer na própria superfí ie. Caso tal não
Com o obje tivo de simpli ar os ál ulos de estabilidade, é possível ignorar algumas das
olapso plásti o. A onte e que ignorando a ondição de equilíbrio pode ser determinado um
limite superior da arga de olapso de forma a que se uma estrutura for arregada até este nível
um limite inferior da arga de olapso de forma a que uma estrutura arregada até este valor
não olapsará. Naturalmente que a verdadeira arga de olapso está entre estes dois limites.
e om lei de uxo asso iada ter-se-á que, na rotura, o solo sofre deformações plásti as de
normal à envolvente, onforme sugere a Figura 2.2. No aso drenado, a envolvente de rotura
é do tipo da representada na mesma Figura e se a lei de uxo for asso iada o ângulo de
No aso de orpos rígidos, o prin ípio dos trabalhos virtuais estabele e que se um orpo
rígido está em equilíbrio então o trabalho das forças exteriores para um deslo amento virtual
′
σ′ φ
σ τ δεpn
τ = cu
δεpn =0 ψ
δγ p δγ p
τ, δγ p τ, δγ p −δεpn
δεp
τ = cu δγ p
φ′
σ, δεpn σ ′ , δεpn
Não drenado Drenado
Figura 2.2: In
rementos de deformação plásti
a de solo perfeitamente plásti
o
om lei de uxo
asso
iada.
Para o aso de orpos deformáveis, o mesmo prin ípio estabele e que o trabalho das forças
uxo asso iada. Na rotura, as forças e as tensões não se alteram, pelo que a omponente
O teorema da região superior (ou do limite superior ou teorema inemáti o) diz que se,
para um dado me anismo de olapso ompatível, o trabalho das forças exteriores for igual ao
trabalho das tensões internas, as forças exteriores apli adas ausam o olapso.
Para provar a vera
idade deste teorema,
onsidere-se um sistema de forças exteriores, Fu
om as
orrespondentes tensões internas σu′ e um me
anismo de
olapso asso
iado a deslo
a-
mentos na fronteira δωu e deformações internas δεu . Se a linha SS da Figura 2.3 representar
a superfí ie de edên ia, o in remento de deformação plásti a, δεu será normal à referida
superfí ie.
A apli ação do teorema superior onduz a que o sistema de forças Fu ausa olapso se
X Z
Fu δωu = σu′ δεu dV (2.5)
σ ′ , δε
δεu
σu′
PSfrag repla
ements
σc′
S
σ ′ , δε
X Z
Fc δωu = σc′ δεu dV (2.6)
Fu ≥ Fc (2.8)
Para determinar um limite superior é, assim, ne essário al ular o trabalho realizado pe-
las tensões internas e pelas forças exteriores para um in remento de deslo amento de um
in
remento de deslo
amento na dire
ção da força no seu ponto de apli
ação, pelo que, para
PSfrag repla
ements
forças
on
entradas, o
ál
ulo é normalmente simples de fazer.
O trabalho das tensões internas é o trabalho dissipado pela deformação plásti a no ma-
terial, nas superfí ies que formam o me anismo ompatível. Considere-se que na Figura 2.4
′
σ σ ′ φ δℓ
τ
τ = cu δw δn
ψ
y y
δγ δγ
L L
Não drenado Drenado
Note-se que, para um omportamento dilatante o trabalho das tensões normais é negativo
dado que σ′ e δn têm sentidos opostos. Dado que o volume da superfí
ie analisada é V = Ly ,
δεn = − δn
y e δγ = δℓ
y a equação (2.9) pode es
rever-se
omo
Sendo o material puramente atríti
o, tem-se que τ = σ tgφ′ . Atendendo a que tgψ = − δε
δγ
n
a equação anterior a
τ tgψ
δWi = V τ δγ − δγ tgψ ′ = V τ δγ 1 − (2.11)
tgφ′ tgφ′
Para um material om lei de uxo asso iada, tem-se que ψ = φ′ pelo que, sendo puramente
δWi = 0 (2.12)
O teorema da região inferior (ou do limite inferior ou teorema estáti o) diz que se um
onjunto de forças exteriores está em equilíbrio om as tensões internas que em nenhum ponto
violam o ritério de rotura, as forças exteriores apli adas não ausam o olapso.
σ ′ , δε
δεc
σl′
PSfrag repla
ements
σc′
S
σ ′ , δε
X Z
Fc δωc = σc′ δεc dV (2.14)
e, para as forças Fl e tensões σl′ o prin ípio dos trabalhos virtuais permite on luir que:
X Z
Fl δωc = σl′ δεc dV (2.15)
Dado que
Fl ≤ Fc (2.17)
onduz ao olapso. O solo é argiloso, tem peso volúmi o igual a 20 kN/m3 e resistên ia
F
O
PSfrag repla
ements
O trabalho das forças exteriores é o produto das forças exteriores pelos deslo amentos
que o orrem om a sua dire ção. As forças exteriores são a força F, uja estimativa
(limite superior) F
LS se pretende determinar e o peso do solo Ws .
O deslo
amento
om a dire
ção de F LS (verti
al) no seu ponto de apli
ação, para uma
rotação elementar δθ é:
B
δwF = δθ (2.18)
2
e o deslo
amento
om a dire
ção de Ws (também verti
al) é nulo. O trabalho das forças
exteriores é, portanto:
B
δWe = F LS δwF = F LS × δθ (2.19)
2
26 Capítulo 2. Introdução aos métodos de determinação de
argas de
olapso
F
O
δθ r=B
De a ordo om o TRS,
B
δWe = δWi ⇒ F LS δθ = πB 2 cu δθ ⇒ F LS = 2πBcu ≥ F EX (2.21)
2
força (impulso passivo, omo se verá) que produz uma situação de olapso. O me anismo
ℓ
B δw C
Ws
Ip ψ = φ′ h
ξ
A
Figura 2.8: Me
anismo de
olapso para apli
ação do teorema da região superior à determinação
da força Ip .
a dire ção indi ada por δw. Assim, apli ando o teorema da região superior, há que
δWe = Ip δx − Ws δy (2.23)
e y.
h
Dado que ℓ= tgξ = htg (90o − ξ) o peso do solo é
h tg (90o − ξ) × h 1
Ws = × γ = γh2 tg (90o − ξ) (2.24)
2 2
Tem-se, por outro lado que o trabalho realizado pelas tensões internas é nulo, se o
material for puramente atríti o (equação (2.12)). Sendo assim, apli ando o teorema,
a que
We = Wi = 0 (2.25)
1
Ip = γh2 tg (90o − ξ) tg ξ + φ′
(2.27)
2
ou seja
1
IpLS = KpLS γh2 (2.28)
2
om KpLS dado por
KpLS = tg (90o − ξ) tg ξ + φ′
(2.29)
onduz ao olapso do ma iço, em ondições não drenadas (Figura 2.9). O solo tem peso
σv = γz (2.31)
A tensão horizontal máxima que pode estar instalada no elemento em análise é tal que o
ritério de rotura seja veri
ado, ou seja,
onforme pode ser veri
ado através da Figura
28 Capítulo 2. Introdução aos métodos de determinação de
argas de
olapso
PSfrag repla
ements
z
Ip
h=2m
2.10,
τ
cu
σv σh = σv + 2cu σ
Tal signi a que a tensão que deve ser apli ada na superfí ie verti al é uma tensão que
equilibre aquela, ou seja, de igual valor. Assim, o valor da força será a resultante desta
tensão:
h h
1 2 1
Z
IpLI = (γz + 2cu ) dz = γz + 2cu z = γh2 + 2cu h (2.33)
0 2 0 2
De forma grá
a, pode
onstatar-se que o diagrama de tensões que equilibra as tensões
atrás determinadas é o que se apresenta na Figura 2.11, pelo que se pode assim também
2cu
σh
z
Ip
h
γh + 2cu
z
1
IpLI = × 20 × 22 + 2 × 60 × 2 = 280 kN/m (2.34)
2
Capítulo 2. Introdução aos métodos de determinação de
argas de
olapso 29
Os métodos que re orrem à análise limite são dos mais bem fundamentados, teori amente,
para a determinação de estimativas de argas de olapso. Permitem, num aso (TRS), deter-
minar argas que ausam ne essariamente o olapso e, no outro (TRI), determinar argas que
não o provo am. Sempre que seja possível determinar valores das argas iguais através de um
Faz-se igualmente notar que, em muitas situações, tal não será possível e determinar-
se-á argas de olapso por uma e outra via, obtendo-se resultados diferentes. Se as soluções
estiverem próximas poderá on luir-se que, para efeitos práti os, qualquer das soluções forne e
lapso que são orrentemente usadas são soluções aproximadas, mas om su iente grau de
Re orda-se ainda que se onsiderou que a lei de uxo do material era asso iada. Tal
não drenadas; no entanto, solos em ondições drenadas não exibem, normalmente, lei de uxo
asso iada. Para estes materiais, assim, não há uma orrespondên ia entre aquela hipótese da
Refere-se, a esse propósito que se pode demostrar, relativamente ao TRS, que um limite
entanto, não se pode demonstrar o equivalente relativamente ao TRI, isto é, não se pode
demonstrar que um limite inferior para um material om ψ = φ′ o seja também para ψ < φ′ .
Em qualquer aso, tanto boas soluções da região superior omo boas soluções da região
inferior têm visto os seus resultados onrmados por resultados experimentais, o que permite
limite
arbitrário, que no entanto deverá ser tão próximo quanto possível do me anismo real. Em
seguida, pro ede-se ao ál ulo do equilíbrio através da onsideração das forças e (ou) momentos
O método
ombina
ara
terísti
as da região superior
om
ara
terísti
as da região inferior.
30 Capítulo 2. Introdução aos métodos de determinação de
argas de
olapso
É onsiderado um me anismo, tal omo no TRS, mas não ne essita de ser ompletamente
ompatível. Por outro lado, o equilíbrio de forças (global) é satisfeito, mas o equilíbrio lo al
não é investigado.
a onte e om a análise limite) de um ou outro lado da solução exa ta, pelo que apenas per-
mitem obter um valor que, se o me anismo for bem es olhido, a experiên ia tem demonstrado
om φ′ = 33o e γ = 18 kN/m3 .
Ia Ws
h=4m
90o − ξ
φ′
R
ξ = 45o
As forças apli adas ao blo o denido pelo me anismo são: Ia , W s e R. O peso Ws pode
Rv
= tg(90 − ξ − φ′ ) (2.36)
Rh
ΣV = 0 ⇒ Ws = Rv = Rh tg(90 − ξ − φ′ ) (2.37)
ΣH = 0 ⇒ IaEL = Rh (2.38)
1 2 1 1 1
γh = IaEL tg(90 − ξ − φ′ ) ⇒ IaEL = γh2 (2.39)
2 tgξ 2 tgξtg(90 − ξ − φ′ )
Cargas de olapso
31
Capítulo 3
Impulsos de terras
2 omo um dos três problemas geoté ni os simples que é obje to de análise neste texto.
O problema em questão pode resumir-se ao que se apresentou na Figura 2.1(a) mas, numa
situação mais genéri a, pode ser apresentado da forma indi ada na Figura 3.1.
h
β
δ I
1. há um valor mínimo da arga I que deve estar apli ada ao terreno por forma a que este
esteja estável, pelo que, se valores inferiores a este forem apli ados, o orre o olapso;
2. há um valor máximo da arga I que pode ser apli ada ao terreno por forma a que
este permaneça estável, pelo que, se valores superiores a este forem apli ados, o orre o
olapso.
No primeiro aso, trata-se de um valor mínimo do impulso e este é designado por impulso
a tivo (Ia ) e o estado de tensão a que tal orresponde no solo por estado a tivo. No segundo,
trata-se de um valor máximo do impulso e este é designado por impulso passivo (Ip ), sendo
o estado de tensão a que orresponde esta situação designado por estado passivo.
A situação a que orresponde a Figura 3.1 é relativamente geral, podendo ainda generalizar-
se mais no aso de o terreno suportado ter superfí ie irregular ou suportar sobre argas apli-
adas. Nesta Figura, i, β e h têm o signi ado indi ado e δ é o ângulo de atrito entre o solo
33
34 Capítulo 3. Impulsos de terras
e a estrutura que o suporta. Este ângulo pode ter o sentido indi ado na Figura ou o oposto.
Come e-se, no entanto, por analisar o problema simples sugerido pela Figura 3.2, om terreno
τ = σ ′ tgφ′ (3.1)
I
PSfrag repla
ements
Figura 3.2: Impulso de terras:
aso de paramento verti
al, impulso horizontal, terreno supor-
tado horizontal.
paramento
3.2.1 Introdução
planar;
método de Coulomb.
Impulso a tivo
tensões efe tivas verti al e horizontal no elemento de solo são, assim prin ipais. A tensão
σv′ = γz (3.2)
PSfrag repla
ements
Ia
Figura 3.3: Geometria do problema: apli
ação do teorema da região inferior à determinação
do impulso a
tivo: teoria de Rankine
sendo γ o peso volúmi o do solo. É, assim, onhe ido um ponto do ír ulo de Mohr que
ara teriza o estado de tensão no elemento (Figura 3.4). Pode igualmente representar-se a
45o + φ′ /2 φ′
′
σha σv′ σ′
Figura 3.4: Apli
ação do teorema da região inferior à determinação do impulso a
tivo: teoria
de Rankine
Pretendendo-se onhe er o impulso a tivo, estão em ausa as menores tensões efe tivas
solo. Esta tensão é a outra tensão prin ipal e é determinável atendendo a que
′ ) /2
(σv′ − σha 1 − senφ′ ′ 1 − senφ′
senφ′ = ′
→ σ ′
ha = ′
σ v = γz (3.3)
1 + senφ′
σv′ + σha /2 1 + senφ
O equilíbrio no elemento obriga a que a estimativa da tensão efe tiva horizontal mínima que
1 − senφ′
′LI
σha = γz = KaLI γz (3.4)
1 + senφ′
om
1 − senφ′
KaLI = (3.5)
1 + senφ′
O
oe
iente KaLI é, portanto, a relação entre uma tensão efe
tiva horizontal e uma tensão
efe
tiva verti
al, designando-se por
oe
iente de impulso. Por ser a relação entre a tensão
36 Capítulo 3. Impulsos de terras
efe tiva horizontal a tiva e a tensão efe tiva verti al, é um oe iente de impulso a tivo.
A equação 3.4 mostra a dependên ia linear da tensão efe tiva horizontal a tiva om a
Zh h
1 LI 2 1
IaLI = KaLI γzdz = K γz = KaLI γh2 (3.6)
2 a 0 2
0
KaLI γh
A Figura 3.4 permite ainda on luir que os planos segundo os quais o orrem as tensões
tangen iais que igualam as tensões resistentes (ponto de tangên ia do ír ulo de Mohr à
Impulso passivo
passivo), há que estudar o valor da tensão efe tiva horizontal máxima que pode estar apli ada
45o + φ′ /2 φ′
PSfrag repla
ements
′
σha σv′ ′
σhp σ′
45o − φ′ /2
Figura 3.6: Apli
ação do teorema da região inferior à determinação do impulso passivo: teoria
de Rankine
Capítulo 3. Impulsos de terras 37
′ − σ ′ )/2
(σhp v 1 + senφ′ ′ 1 + senφ′
senφ′ = ′
→ σhp = σ = γz (3.7)
′ + σ ′ )/2
(σhp v 1 − senφ′ v 1 − senφ′
O equilíbrio no elemento obriga a que a estimativa da tensão efe tiva horizontal máxima que
1 + senφ′
′LI
σhp = γz = KpLI γz (3.8)
1 − senφ′
om
1 + senφ′
KpLI = (3.9)
1 − senφ′
O
oe
iente KpLI é, portanto, a relação entre a tensão efe
tiva horizontal passiva e a tensão
efe tiva verti al, pelo que é designado por oe iente de impulso passivo.
De forma análoga à que foi usada para a determinação da estimativa do limite inferior do
impulso a tivo, a estimativa do impulso passivo pode ser obtida através de:
h h
1 LI 2 1
Z
IpLI = KpLI γzdz = K γz = KpLI γh2 (3.10)
0 2 p 0 2
Para a determinação de uma estimativa do impulso a tivo (impulso mínimo que deve ser
apli ado por forma a evitar o olapso) através do teorema da região superior, propõe-se usar
Ws
IaLS ψ = φ′ h
δw
ξ
Figura 3.7: Apli ação do TRS om me anismo planar à determinação do impulso a tivo
seguinte forma:
δy
= tg ξ − φ′
(3.14)
δx
Sendo o peso do solo, Ws , dado por
h tg (90o − ξ) × h 1
Ws = × γ = γh2 tg (90o − ξ) (3.15)
2 2
1 1
IaLS = γh2 tg(90 − ξ)tg(ξ − φ′ ) = KaLS γh2 (3.16)
2 2
om
seja, do ângulo que o plano que dene o me anismo faz om a horizontal. Tratando-se de uma
solução da região superior, todos os me anismos denidos pelo ângulo ξ ausam o olapso.
Por exemplo, para o aso de φ′ = 30o e ξ = 50o , obtém-se, através da equação (3.17)
Tal signi a que o impulso a que orresponde o oe iente KaLS = 0.305 ausará o olapso,
Se todos os resultados dados pela equação (3.17) ausam o olapso, então a melhor solução
será a que orresponde ao máximo dos valores forne idos pela equação.
3.8. Desta Figura on lui-se que o máximo de ada urva, traçada para ada ângulo de
Impulso passivo
impulso passivo (Figura 3.9), este era dado pela equação (2.28), sendo KpLS obtido pela equa-
Capítulo 3. Impulsos de terras 39
0.5
φ’=25o
φ’=30o
φ’=35oo
0.4 φ’=40
φ’=45o
ξ=45o+φ’/2
0.3
KLS
a
0.2
0.1
0
20 30 40 50 60 70 80 90
o
ξ( )
PSfrag repla
ements
Figura 3.8: Variação de KaLS
om o ângulo ξ.
ção (2.29):
KpLS = tg (90o − ξ) tg ξ + φ′
(3.21)
δx
δw
Ws δy
IpLS ψ = φ′ h
Figura 3.9: Apli ação do TRS om me anismo planar à determinação do impulso passivo
A equação (2.29) está representada gra amente através da Figura 3.10. Dado que todas as
soluções dadas pela referida equação ausam o olapso, tal impli a que todas as estimativas dos
impulsos (e, portanto, todas as estimativas dos oe ientes de impulso passivo) orrespondem
a forças que ausam o olapso. Assim, a melhor solução orresponde ao menor valor, que se
o me
anismo é denido por uma superfí
ie planar (Figura 3.11), tal
omo a usada para a
40 Capítulo 3. Impulsos de terras
10
6
KLS
p
4
φ’=25oo
φ’=30o
2 φ’=35
φ’=40o
φ’=45o
ξ=45o−φ’/2
0
10 20 30 40 50 60
o
ξ( )
PSfrag repla
ements
Figura 3.10: Variação de KpLS
om o ângulo ξ.
Ws
90 − ξ
Ia h
φ′
ξ ξ − φ′
R
Como método de equilíbrio limite, impli a o estudo do equilíbrio de forças sobre a unha
de solo denida pelo me anismo. Coulomb props que tal equilíbrio fosse estudado através
do traçado do polígono de forças, onforme se sugere na Figura 3.11. Para haver equilíbrio, o
polígono tem que fe har, uma vez que a soma ve torial das forças apli adas à unha de solo
tem que ser nula. A determinação grá a do impulso de terras é, então, possível, através da
determinação do ve tor que representa esse impulso para vários valores do ângulo ξ que a
superfí ie que dene o me anismo faz om a horizontal e da es olha do maior valor do impulso
a tivo.
Atendendo a que
que
ℓ = htg(90 − ξ) (3.24)
Capítulo 3. Impulsos de terras 41
e que
1
Ws = γh2 tg(90 − ξ) (3.25)
2
tem-se que o equilíbrio de forças nas dire
ções verti
al e horizontal, denido pelas equações
ΣV = 0 → Ws = Rv (3.26)
onduz a
1 1
IaEL = γh2 tg(90 − ξ)tg(ξ − φ′ ) = KaEL γh2 (3.28)
2 2
sendo
Pode notar-se que a equação (3.29) é exa tamente a que se obteve a propósito da apli ação
do TRS om o mesmo me anismo, pelo que o máximo dos valores de KaEL é também dado
por
Impulso passivo
PSfrag
o
asorepla
ements
do impulso passivo. A
unha de solo assim formada tenderá a deslo
ar-se para a direita
e para ima, pelo que a força R tem a dire ção agora indi ada na Figura ( onfrontar om a
Figura 3.11).
Ws
Ip ξ + φ′ h
φ′
ξ R
ℓ = htg(90 − ξ) (3.32)
1
Ws = γh2 tg(90 − ξ) (3.33)
2
ΣV = 0 → Ws = Rv (3.34)
42 Capítulo 3. Impulsos de terras
de onde:
1 1
IpEL = γh2 tg(90 − ξ)tg(ξ + φ′ ) = KpEL γh2 (3.36)
2 2
om KpEL atingindo o valor mais baixo para ξ = 45 − φ′ /2, pelo que
3.2.5 Observações
das, om superfí ie horizontal em paramento verti al, sem atrito solo-paramento foi realizada
• equilíbrio limite.
Em todos os asos foi possível es rever o resultado do impulso de terras re orrendo a uma
expressão do tipo
1
I= Kγh2 (3.38)
2
sendo K um
oe
iente de impulso (a
tivo ou passivo) determinado através dos métodos atrás
A solução obtida por análise limite usando o teorema estáti o orresponde à de Rankine
e en ontra-se expressa nas equações (3.5), para o a tivo, e (3.9), para o passivo. A solução
obtida por análise limite usando o teorema inemáti o re orrendo a me anismo denido por
superfí ie planar está expressa nas equações (3.19), para o a tivo, e (3.22), para o passivo.
Dado que
1 − senφ′
= tg2 (45 − φ′ /2) (3.39)
1 + senφ′
e
1 + senφ′
= tg2 (45 + φ′ /2) (3.40)
1 − senφ′
tem-se que, para o
aso analisado,
(método de Coulomb) permitiu obter a solução exa ta. Veri a-se, na realidade, que a meto-
dologia de equilíbrio limite de Coulomb é equivalente à solução da região superior que re orre
a me anismo denido om base numa superfí ie de deslizamento planar, pelo que, omo se
de terras são determinadas apli ando o oe iente de impulso, Ka ou Kp à tensão efe tiva,
A Figura 3.13 mostra o ál ulo dos impulsos a tivos numa situação em que parte do solo
σa = Ka γh h1 (3.45)
uma vez que, a ima do nível freáti o, se está a onsiderar que não há pressões intersti iais e,
onsequentemente, as tensões efe tivas são iguais às tensões totais. A tensão σb é dada por
σb = Ka (γsat h2 − γw h2 ) = Ka γ ′ h2 (3.46)
σc = γw h2 (3.47)
h1
PSfrag repla
ements
h2
σa σb σc
de impulso a tivo, Ka , multipli ado pela tensão efe tiva verti al à profundidade indi ada, ou
seja:
A tensão total é,
onforme referido, esta tensão somada da par
ela da pressão intersti
ial,
44 Capítulo 3. Impulsos de terras
ou seja
onforme anteriormente apresentado, sendo γh1 o peso volúmi o total do solo 1 e Ka1 o seu
o solo é diferente, om oe iente de impulso a tivo Ka2 , pelo que se veri a que
sc
PSfrag repla
ements
σe Solo 1 h1
σa
h2
Solo 2
σb σc σf
σd
A Figura sugere que σb < σa , o que será possível se Ka2 < Ka1 , o que signi
a que φ′2 > φ′1 .
A tensão σc é dada por
e σd tem o valor
ou seja, o oe iente de impulso a tivo do solo 2 orrespondente à zona onde se pretende
determinar a pressão de terras multipli ado pela tensão efe tiva verti al.
quando, à superfí ie do terreno, são apli adas sobre argas de extensão innita. Com efeito,
uma sobre arga deste tipo provo a um in remento de tensão verti al igual ao valor da sobre-
arga transmitida, pelo que a pressão de terras a qualquer profundidade será somada de Ka sc,
pelo que as tensões σe e σf são dadas por
σe = Ka1 sc (3.54)
σf = Ka2 sc (3.55)
Capítulo 3. Impulsos de terras 45
Faz-se notar que apesar da apresentação de meios estrati ados, pressões da água e de-
vidas a sobre argas ter sido apresentada tendo em atenção o ál ulo de impulsos a tivos, a
são solo-paramento
3.3.1 Introdução
Tal
omo no
aso do problema anterior, o problema será estudado re
orrendo à solução de
Rankine, a uma solução do teorema inemáti o (TRS) usando um me anismo do tipo planar
horizontal que pode ser exer ida pelo solo respondendo em ondições não drenadas à produn-
didade z é
PSfrag repla
ements σha = σv − 2cu = γz − 2cu (3.56)
τ
z
A
h cu
σha σv σ
γh 2cu
Figura 3.15: Impulso a tivo de Rankine em solo respondendo em ondições não drenadas
tensão apli ada ser negativa, isto é, orresponder a tra ção apli ada à estrutura de suporte,
pode dizer-se que o impulso a tivo é o integral das tensões dadas pela equação anterior. Assim,
h h h
1 2 1 2
Z Z
Ia = σha dz = (γz − 2cu ) dz = γz − 2cu z = γh − 2cu h (3.57)
0 0 2 0 2
realista. Assim, se até à profundidade z0 a resultante da tensão horizontal é negativa (tra
ção),
46 Capítulo 3. Impulsos de terras
modo, o impulso será apenas o que resulta do diagrama triangular indi ado na Figura 3.16.
γ(h − z0 )
z0
z
A
h
γh 2cu
Figura 3.16: Impulso a
tivo de Rankine em solo respondendo em
ondições não drenadas:
fendas por tra
ção.
2cu
γz0 = 2cu ⇒ z0 = (3.58)
γ
Impulso passivo
Os diagramas de pressões têm, neste aso, o mesmo sentido, pelo que não há lugar a fendas
1
Ip = γh2 + 2cu h (3.63)
2
Capítulo 3. Impulsos de terras 47
Ws
IaLS h
δw
L
ξ
Figura 3.17: Apli ação do TRS om me anismo planar à determinação do impulso a tivo
ℓ = h/tg ξ (3.64)
L = h/sen ξ (3.65)
δy = δxtg ξ (3.66)
1 1
δWe = −Ia δx + Ws δy = −Ia δx + γh2 δxtg ξ (3.68)
2 tg ξ
A energia dissipada é
h δx
δWi = cu Lδw = cu (3.69)
sen ξ cos ξ
Do TRS resulta que
1 2 1
δWe = δWi ⇒ IaLS = γh − cu h (3.70)
2 sen ξ cos ξ
Todas as soluções de Ia dadas por esta equação (para qualquer ξ) são soluções da região
superior, o que signi a que forne em resultados inferiores ou iguais ao valor exa to do impulso.
1
IaLS = γh2 − 2cu h (3.71)
2
Impulso passivo
1
IpLS = γh2 + 2cu h (3.72)
2
48 Capítulo 3. Impulsos de terras
inemáti o de me anismo planar. A solução obtida é, tanto para o aso a tivo omo o passivo,
paramento
3.4.1 Introdução
h
δ β
I
• apli ação do teorema estáti o (TRI): solução publi ada em tabela de Caquot-Kérisel;
• apli ação do teorema inemáti o (TRS): pode mostrar-se, omo se referiu, que a solução
O problema do ál ulo das pressões orrespondentes aos estados limites a tivo e passivo,
nas situações em que existe atrito entre o solo e a estrutura, foi formulado ini ialmente por
A resolução do sistema de equações foi onseguida por Caquot e Kérisel, adoptando algu-
mas hipóteses adi ionais, e hegando assim a uma solução da região inferior. A partir desta
solução, Caquot e Kérisel elaboraram tabelas (Caquot e Kérisel, 1948; Caquot et al., 1972) de
Impulso a tivo
C i
A
ξ−i Ia
α+i 180o − β − δ
β + δ − ξ + φ′
W W
h R ξ − φ′
β −ξ
φ′
δ
α β R
Ia
ξ
B
Figura 3.19: Cunha de solo para avaliação dos impulsos a
tivos em solos respondendo em
ondições drenadas, pela teoria de Coulomb.
rea ção, apli ada à unha de solo, que se representa na Figura). Este impulso tem dire ção
solomuro.
Para um dado valor de ξ é onhe ido o valor de W. As outras duas forças a tuantes na
unha podem ser onhe idas através do método grá o sugerido na Figura 3.19. Destas duas
forças sabe-se as linhas de a ção mas des onhe e-se o seu valor. O referido método grá o
passa pelo desenho do hamado polígono de forças, da forma que se des reve:
4. o triângulo formado permite denir o polígono de forças e, logo, o valor de ada uma
Refere-se que a mar ação da linha de a ção das forças R e Ia , des rita nos pontos 2 e 3
pode naturalmente ser tro ada, isto é, a mar ação da linha de a ção da força R pode ser feita
da extremidade de W.
• a superfí ie de deslizamento é plana e passa pela base da estrutura de suporte; veri a-se
na realidade que as superfí ies são urvas, fa to que não tem onsequên ias importan-
tes no que respeita ao ál ulo de impulsos a tivos mas, omo se verá, assume espe ial
suporte; este ângulo é o ângulo de atrito entre o solo e a estrutura; o impulso a
tua na
h
estrutura de suporte à altura de
3 relativa à base;
• a unha de solo a tua omo orpo rígido e o valor do impulso de terras onsidera o
A determinação do impulso é realizada através do equilíbrio das forças apli adas à unha
deslizamento, que forma a unha, é des onhe ida. Para a determinação do impulso a tivo há,
pois, que efe tuar diversas tentativas de diferentes unhas, orrespondendo o impulso a tivo
terreno suportado é irregular, omo por exemplo no aso da existên ia de superfí ies do terreno
De forma semelhante, o método de Coulomb pode ser apli ado a asos de apli ação de
sobre argas no terreno suportado, impli ando tais sobre argas a onsideração no equilíbrio de
forças de uma força adi ional orrespondente à sua a ção na unha em análise.
A teoria de Coulomb pode igualmente ser estendida a asos om a presença de água (Figura
3.20).
C i
A T
Ia
S W1
W1 R
h
D F E W2′
Ia φ′ Iwa
δ W2
β hw
Iwa α R W2w
Iwr Iwr
ξ
B
Figura 3.20: Cunha de solo para avaliação dos impulsos a
tivos em solos respondendo em
ondições drenadas, par
ialmente submersos pela teoria de Coulomb.
Capítulo 3. Impulsos de terras 51
1 hw 1 1
Iwr = × γw hw × = γw h2w (3.73)
2 senξ 2 senξ
e
1 hw 1 1
Iar = × γw hw × = γw h2w (3.74)
2 senα 2 senα
pelo que as
omponentes horizontais de Iwr e Iwa são
1
IwrH = Iwr senξ = γw h2w (3.75)
2
e
1
IwaH = Iwa senα = γw h2w (3.76)
2
ou seja,
omo seria de esperar,
1 cosξ
IwrV = Iwr cosξ = γw h2w (3.78)
2 senξ
e
1 cosα
IwaV = Iwa cosα = γw h2w (3.79)
2 senα
pelo que a força verti
al total apli
ada pelos impulsos da água é
1 1 1
IwV = IwrV + IwaV = γw h2w + (3.80)
2 tgα tgξ
1 1 1 hw hw 1 1 1
ABDE = DEhw = (DF + F E) hw = + hw = h2w + (3.81)
2 2 2 tgα tgξ 2 tgα tgξ
pelo que o peso da referida área (volume por unidade de omprimento) se estivesse ompleta-
o que signi a que o peso W2w é igual à resultante das forças verti ais devidas à água, dadas
pela equação (3.80), onforme seria de esperar e onforme sugerido pelo polígono de forças da
Figura 3.20.
Note-se ainda que na estrutura de suporte há que onsiderar que, para além dos impulsos
do terreno, estão apli ados impulsos devidos à água no tardoz da estrutura de suporte.
que o impulso a tivo é determinado por traçado de um polígono de forças. Por este motivo,
alguns autores dedi
aram-se à apresentação de metodologias grá
as para a obtenção mais ou
52 Capítulo 3. Impulsos de terras
menos expedita do referido impulso. Citam-se os métodos de Pon elet (de 1840), de Culman
No entanto, a metodologia da denição do polígono de forças pode ser onseguida por via
analíti a. Com efeito, da lei dos senos pode on luir-se, da Figura 3.19, que
Ia W
′
= (3.83)
sen (ξ − φ ) sen (β + δ − ξ + φ′ )
o que
onduz a
W sen (ξ − φ′ )
Ia = (3.84)
sen (β + δ − ξ + φ′ )
A expressão 3.84 pode ser, assim, usada para, em função de vários valores de ξ, determinar o
A mesma expressão ou uma expressão equivalente poderia ser obtida através da es rita de
duas equações, uma orrespondente ao equilíbrio das forças na horizontal e outra ao equilíbrio
de forças na verti al. Estas duas equações formam um sistema a duas in ógnitas, Ia e R, do
A resolução deste sistema (ou a apli ação da equação referida) é dependente de ξ, ou seja,
orresponde à solução para uma dada unha. O impulso a tivo é, onforme referido, o máximo
W sen (ξ − φ′ )
dIa d
= =0 (3.85)
dξ dξ sen (β + δ − ξ + φ′ )
1
Ia = Ka γh2 (3.86)
2
2
cosecβ sen (β − φ′ )
KaLS;EL = p q (3.87)
sen(φ′ +δ) sen(φ′ −i)
sen (β + δ) + sen(β−i)
1
IaH = KaH γh2 (3.88)
2
om
1
IaV = KaV γh2 (3.90)
2
om
O ponto de apli ação do impulso a tivo total não é dado dire tamente pela teoria de
Coulomb mas pode ser determinada através da distribuição de tensões no tardoz da estrutura
for onhe ido relativamente a duas unhas de solo até às profundidades z e z + dz então o
dIa = σa dz (3.92)
em que σa é o valor médio das pressões a tivas em função da profundidade dz , pelo que
dIa
σa = (3.93)
dz
A distribuição de pressões a tivas pode, assim, ser avaliada através da equação (3.93) para
Este pro edimento, no entanto, é apenas usado raramente, dado que se a in linação do ter-
reno suportado é onstante e não tem apli ada qualquer sobre arga a distribuição de pressões
é triangular.
Impulso passivo
No aso de avaliação do impulso passivo, o método de Coulomb onsidera prin ípios se-
pode ser grá a, por um pro esso de tentativas, de unhas om diversas in linações, onforme
Através do método grá o bus a-se, agora, o valor mínimo do impulso. A solução analíti a
1
Ip = Kp γh2 (3.94)
2
2
cosecβ sen (β + φ′ )
Kp = p q (3.95)
sen(φ′ +δ) sen(φ′ +i)
sen (β − δ) − sen(β−i)
54 Capítulo 3. Impulsos de terras
C i
A ξ−i
α+i
Ip 180o − β + δ
W
β − δ − ξ − φ′
h Ip R W
β−ξ R
φ′
δ ξ + φ′
α β
ξ
B
Figura 3.21: Cunha de solo para avaliação dos impulsos passivos pela teoria de Coulomb.
Kérisel
oe iente de impulso a tivo através da teoria de Coulomb. Consultando as tabelas de Caquot
Kérisel (Caquot et al., 1972) e sobrepondo os resultados pode obter-se a Figura 3.22, ando
0.6
Coulomb φ’=20º
Coulomb φ’=30º
Coulomb φ’=40º
0.5 Caquot−Kérisel φ’=20º
Caquot−Kérisel φ’=30º
Caquot−Kérisel φ’=40º
0.4
Ka
0.3
0.2
0.1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
δ (º)
Figura 3.22: Coe
ientes de impulso a
tivo determinados pela teoria de Coulomb (equação
(3.87)) para β = 90o e i=0 fa
e aos valores obtidos por Caquot e Kérisel (1948).
Capítulo 3. Impulsos de terras 55
• os resultados da teoria de Caquot e Kérisel oin idem, para efeitos práti os, om os da
teoria de Coulomb; por este motivo e pelo fa to de a teoria de Coulomb ser de utilização
mais práti a do que a teoria de Caquot e Kérisel (uso de expressão relativamente simples
fa e a onsulta de tabelas) é habitual que o impulso a tivo seja determinado para efeitos
Kérisel (veja-se, para maior
lareza, o
aso de φ′ = 20o ); as ex
epções a esta regra deverão
ser apenas aparentes e devidas à diferença de pre
isão adoptada na representação dos
De forma análoga pro edeu-se ao traçado da Figura 3.23, referente à omparação, para o
100
Coulomb φ’=20º
Coulomb φ’=30º
Coulomb φ’=40º
Caquot−Kérisel φ’=20º
Caquot−Kérisel φ’=30º
Caquot−Kérisel φ’=40º
Kp
10
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40
δ (º)
Figura 3.23: Coe
ientes de impulso passivo determinados pela teoria de Coulomb (equação
(3.95)) para β = 90o e i=0 fa
e aos valores obtidos por Caquot e Kérisel (1948).
Desta Figura pode onrmar-se que os resultados da teoria de Coulomb estão substan i-
almente a ima dos da teoria de CaquotKérisel. Sabe-se igualmente que a teoria de Coulomb
pode sobrestimar onsideravelmente os impulsos passivos, em parti ular para valores elevados
de δ. É frequente armar-se que os resultados da teoria de Coulomb podem ser usados para
φ′ φ′
valores de δ inferiores ou iguais a
3 ou, para outros autores, a 2 . As razões para tais ar-
mações são
laras a partir da Figura, em espe
ial tendo em atenção o fa
to de a teoria de
• a teoria de Coulomb onstitui uma aproximação do tipo da região superior, sendo por-
tanto espe tável que sobrestime o impulso passivo e subestime o impulso a tivo;
• os resultados de Caquot e Kérisel são, para efeitos práti os, na avaliação de impulsos
do tipo da região inferior resulta que a solução exa ta é, prati amente, onhe ida;
se, om base em resultados práti os, que a teoria de CaquotKérisel forne e resultados
mais próximos dos reais, tem-se que a teoria de Coulomb se afasta onsideravelmente
daqueles.
ular quando é sabido que tal afastamento não o orre no aso do impulso a tivo?
de solo. Diversos autores abordaram esta questão, desde os próprios Caquot e Kérisel (uma
das hipóteses que assumiram para a resolução das equações diferen iais foi a existên ia de
urvatura na referida superfí ie) passando por Janbu (1957), Shields e Tolunay (1973) (através
de ál ulos usando o método das fatias) até Sokolovski (1960) usando a resolução numéri a
das equações diferen iais através do método das diferenças nitas ou ainda Rosenfarb e Chen
(1972), que onsideram superfí ies ompostas por planos e espirais logarítmi as.
Por uma questão de fa ilidade de realização dos ál ulos usou-se a metodologia proposta
por Rosenfarb e Chen (1972) para determinação dos impulsos passivos para o aso anterior-
tipo da região superior, o que é onsistente om a Figura, na qual estes resultados são siste-
mati amente superiores (ou iguais) aos de Caquot e Kérisel. Apesar de, para valores elevados
de δ, haver diferenças signi ativas entre as duas metodologias, veri a-se que o intervalo está
agora muito mais estreito, on luindo-se então que os valores de Rosenfarb e Chen (1972)
são substan ialmente melhores do que os de Coulomb. Volte-se, então, à questão ini ialmente
siderada: em duas soluções da região superior, uma forne e bons resultados (a de Rosenfarb
e Chen (1972)) e a outra maus resultados (a de Coulomb), pelo fa to de na primeira ser as-
sumida uma superfí ie de deslizamento urva plana e na segunda tal superfí ie ser onsiderada
plana.
Veja-se, em primeiro lugar, em que onsiste a solução de Rosenfarb e Chen (1972), apenas
nos seus prin
ípios bási
os (Bowles, 1996). Na Figura 3.25 indi
a-se o me
anismo de
olapso
Capítulo 3. Impulsos de terras 57
1000
Rosenfarb e Chen φ’=20º
Rosenfarb e Chen φ’=30º
Rosenfarb e Chen φ’=40º
Rosenfarb e Chen φ’=50º
Caquot−Kérisel φ’=20º
Caquot−Kérisel φ’=30º
100 Caquot−Kérisel φ’=40º
Caquot−Kérisel φ’=50º
Kp
10
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
δ (º)
Figura 3.24: Coe
ientes de impulso passivo determinados pela teoria de Caquot e Kérisel
(1948) e por Rosenfarb e Chen (1972) para β = 90o e i = 0.
adoptado, omposto de duas superfí ies planas entre as quais existe uma espiral logarítmi a.
Este me
anismo é, assim,
ontrolado pelos valores dos ângulos ρ e ψ , podendo os
oe
ientes de
impulso a
tivo e passivo ser es
ritos em função destes ângulos e pro
edendo-se à minimização
(no aso passivo) ou maximização (no aso a tivo) em relação a estas duas variáveis.
ρ espiral logarítmi a
δ β
Figura 3.25: Me
anismo de
olapso
onsiderado por Rosenfarb e Chen (1972) para o
aso
passivo.
ál ulo dos oe ientes de impulso a tivo e passivo: um om ângulo de resistên ia ao orte de
30o e ângulo de atrito soloestrutura de 20o e outro
om ângulo de resistên
ia ao
orte de 40o
e ângulo de atrito soloestrutura de 26.67o . Os
oe
ientes de impulso foram já determinados
mente
oin
identes no
aso do
oe
iente de impulso a
tivo e diferenças signi
ativas para o
58 Capítulo 3. Impulsos de terras
Quadro 3.1: Coe
ientes de impulso a
tivo e passivo determinados pelos métodos de Coulomb
e de Rosenfarb e Chen
φ′ (o) 30 40
δ (o) 20 26.67
Coulomb
Ka 0.297 0.200
Para analisar estes resultados traçaram-se as superfí ies de rotura obtidas dos dois métodos,
para as duas situações analisadas, para uma altura genéri a da estrutura de suporte h. Os
h h
δ δ
Ia Ia
Rosenfarb e Chen Rosenfarb e Chen
Coulomb Coulomb
Figura 3.26: Superfí
ies de deslizamento
orrespondentes ao impulso a
tivo obtidas pelos
métodos de Coulomb e de Rosenfarb e Chen.
Os resultados mostram superfí ies prati amente oin identes entre os métodos de Coulomb
e de Rosenfarb e Chen para os dois asos analisados. Os me anismos são, assim, prati amente
os mesmos, pelo que a solução é, naturalmente, prati amente a mesma, justi ando os resul-
tados referidos no Quadro, que podem ser generalizados a uma adequabilidade geral da teoria
Veja-se, agora, o que se passa relativamente aos impulsos passivos (Figura 3.27). Pode
• as superfí ies determinadas pelos dois métodos apresentam diferenças substan iais, or-
• as diferenças entre os me anismos são maiores para o maior valor do ângulo de resistên ia
ao orte.
Estas observações justi am, por um lado, as diferenças signi ativas entre os oe ientes
ser maior no
aso do maior ângulo de resistên
ia ao
orte. Estas
on
lusões podem ser gene-
Capítulo 3. Impulsos de terras 59
h Ip
δ
Rosenfarb e Chen
Coulomb
h Ip
δ
Rosenfarb e Chen
Coulomb
Figura 3.27: Superfí
ies de deslizamento
orrespondentes ao impulso passivo obtidas pelos
métodos de Coulomb e de Rosenfarb e Chen.
4.1 Introdução
O problema da determinação de argas verti ais de olapso (ou da apa idade resistente
às a ções verti ais) foi já apresentado brevemente no Capítulo 2 omo um dos três problemas
geoté ni os que onstituem o obje to de análise neste texto. Foi resumido, de forma simpli-
ada, no problema indi ado na Figura 2.1(b) mas, num aso genéri o, pode ser apresentado
omo o problema que se indi a na Figura 4.1(a) e que orresponde à situação representada na
Figura 4.1(b).
B×L B×L
e
F
PSfrag repla
ements F PSfrag repla
ements
q
D
(a) (b)
Figura 4.1: Capa
idade resistente às a
ções verti
ais. Como se verá, a in
linação da
arga, a
sua ex
entri
idade e a geometria da fundação
ondi
ionam a
apa
idade resistente às a
ções
verti
ais.
O aso apresentado na Figura 4.1 é relativamente geral, salientando-se, desde já, que:
• a base da fundação pode ser enterrada a uma profundidade tal que a tensão verti al
(total ou efe tiva, onsoante o ál ulo seja não drenado ou drenado) seja q ou q′;
61
62 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
O aso que se irá analisar em primeiro lugar é, no entanto, bastante mais simples. Considera-
4.2.1 Introdução
Conforme se fez no
apítulo anterior, este problema será analisado através dos métodos de
superior, TRS); teorema estáti o (ou da região inferior, TRI); método de equilíbrio limite.
γ
cu
Figura 4.2: Capa
idade resistente às a
ções verti
ais: fundação de
omprimento innito,
arregamento verti
al e
entrado, em solo argiloso respondendo em
ondições não drenadas.
e a energia dissipada é
F
PSfrag repla
ements
q
γ
r = B cu
Figura 4.3: Determinação da
apa
idade resistente verti
al;
ondições não drenadas e me
a-
nismo
ir
ular.
Usando o me anismo sugerido pela Figura 4.4 e o diagrama de deslo amentos indi ado na
√
δwaF = δwF ; δwba = 2δwF ; δwa = δwb = 2δwF (4.4)
F
q
δwb
δwa δwb
a b
δwba
δwF
45o 45o
δwaF δwa
Figura 4.4: Determinação da
apa
idade resistente verti
al através do teorema
inemáti
o;
ondições não drenadas e me
anismo
omposto por dois blo
os.
Atendendo a que ambos os resultados forne idos pelas equações 4.3 e 4.7 são da região
superior, ambos provo am o olapso, pelo que o menor deles (equação 4.7) é o mais próximo
táti o. Admita-se, assim, onforme indi ado na Figura 4.5, a existên ia de dois planos de
des ontinuidade de tensões verti ais, om a lo alização indi ada e analise-se metade do pro-
A existên
ia do plano de des
ontinuidade de tensões indi
ado impli
a que, por um lado,
64 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
σv1 σv2
σh1 σh2
1 2
Figura 4.5: Determinação da
apa
idade resistente verti
al através do teorema estáti
o em
ondições não drenadas e admitindo um plano de des
ontinuidade de tensões.
o ampo de tensões é ontínuo em ada uma das duas zonas 1 e 2 e que, apesar de haver
Admite-se ainda que, sendo a arga qrLI transmitida à fundação uma estimativa da arga
de olapso, ambas as zonas 1 e 2 têm estados de tensão limites, ou seja, os ír ulos de Mohr
que os representam são tangentes às envolventes de rotura (neste aso em tensões totais).
Sendo o peso volúmi o do solo igual a γ, tem-se que o estado de tensão verti al na zona
1, num ponto qualquer à profundidade z (por exemplo, num ponto próximo do plano de
σv1 = γz + q (4.8)
e, sendo o terreno horizontal e não havendo apli ação de tensões tangen iais à superfí ie do
terreno (a tensão q é verti al), é uma tensão prin ipal. É, portanto, onhe ido um ponto do
τ
4cu
cu
PSfrag repla
ements
90o
P
σv1 = γz + q σh1 = σh2 σv2 = qrLI + γz σ
Figura 4.6: Determinação da
apa
idade resistente verti
al através do teorema estáti
o em
ondições não drenadas e admitindo um plano de des
ontinuidade de tensões:
ír
ulos de
Mohr.
Conforme se disse, o ír ulo de Mohr deverá ser tangente à envolvente de rotura, pelo que
σh1 é também onhe ido e o ír ulo de Mohr orrespondente à zona 1 pode ser representado.
Atendendo a que tem que haver equilíbrio no plano de des ontinuidade de tensões, a tensão
σh2 deverá ser igual a σh1 , pelo que este ponto é também um ponto do
ír
ulo de Mohr
Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais 65
orrespondente ao estado de tensão na zona 2. Dado que este ír ulo de Mohr deve, também,
Convida-se o leitor a, usando o me anismo sugerido pela Figura 4.2, pro urar o resultado
e determinando o valor da
arga qrEL que a veri
a. Para o referido me
anismo o resultado
EL
será qr = 2πcu + q .
ou seja:
ír
ulo de Mohr (Figura 4.6) permite
on
luir que, da zona 1 para a zona 2 se veri
a uma
o
rotação de 90 nas tensões prin
ipais. Com efeito, na zona 1 a maior tensão prin
ipal é a
tensão horizontal, ao passo que na zona 2 a maior tensão prin
ipal é a verti
al. A análise
dos ír ulos de Mohr re orrendo ao pólo permite on luir que as linhas indi adas a traço-
ponto
orrespondem às das fa
etas em que as tensões prin
ipais o
orrem (verti
al na zona 1
e horizontal na 2).
Tal rotação das tensões prin ipais é possível devido à existên ia do plano de des ontinui-
dade de tensões anteriormente referido. Pode ompreender-se, no entanto, que é possível que
uma melhor solução possa ser obtida usando mais do que um plano de des ontinuidade de
tensões e fazendo, om isso, om que a rotação das tensões prin ipais se faça de forma mais
progressiva.
66 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
Analise-se, assim, o aso de se onsiderarem dois planos de des ontinuidade, que fazem
ângulos β1 e β2PSfrag
om a repla
ements
horizontal,
onforme sugerido pela Figura 4.7.
qr
q
β2
β1
1 3
2
A
Sfrag repla
ements B
Figura 4.7: Determinação da
apa
idade resistente verti
al através do teorema estáti
o em
ondições não drenadas e admitindo dois planos de des
ontinuidade de tensões.
Come
e-se por admitir que β1 = 60o e, posteriormente, que β2 toma o valor ne
essário
o
para que a rotação das tensões prin
ipais seja, no total, igual a 90 . O estado de tensão na
zona 1 é onhe ido, pelo que o ír ulo de Mohr pode ser representado (Figura 4.8):
o
o
cu
1 P2 3
2
45o
P1
120o θA = 30o
β1 = 60o 75o
Figura 4.8: Determinação da
apa
idade resistente verti
al através do teorema estáti
o em
ondições não drenadas e admitindo dois planos de des
ontinuidade de tensões:
ír
ulos de
Mohr.
O pólo do ír ulo de Mohr 1 é P1 , pelo que o estado de tensão no plano A pode ser
onhe ido gra amente rodando a fa eta horizontal do ângulo β1 = 60o . O ponto assim
ír ulo de Mohr da zona 2. Este pode ser en ontrado fa ilmente, bus ando o ír ulo om raio
En ontrados os dois ír ulos de Mohr 1 e 2, pode veri ar-se que a fa eta em que o orre
a maior tensão prin ipal da zona 1 é uma fa eta verti al ( om a dire ção da linha a traço-
ponto que passa por P1 ). Por outro lado, atendendo a que o pólo do
ír
ulo de Mohr 2 é P2 ,
onstata-se que a fa
eta em que o
orre a maior tensão prin
ipal da zona 2 é a linha a traço
Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais 67
ponto que passa por P2 . Esta linha faz um ângulo de 30o om a fa eta verti al (em que o orre
a maior tensão prin
ipal na zona 1), pelo que se
on
lui que o
orreu uma rotação de tensões
o
de 30 , de 1 para 2.
Como en
ontrar, então, o
ír
ulo de Mohr da zona 3? β2 fosse
onhe
ido, o pro
edimento
Se
seria análogo ao anterior. No entanto, β2 não é onhe ido e deverá ser tal que, de 2 para 3,
ause uma rotação da tensão prin ipal de 60o . O leitor poderá veri ar que isso obriga a que o
pólo do ír ulo de Mohr da zona 3 seja um ponto P3 lo alizado sobre o eixo das ab issas (para
que a dire ção da fa eta onde o orre a máxima tensão prin ipal da zona 3 seja horizontal).
Desta forma, tem-se que o ír ulo da zona 3 terá que ser o representado e o plano B o que se
indi a, pelo que a en ontrada, gra amente, a tensão verti al na zona 3, igual a γz + qrLI .
Considerações geométri as que não estão no âmbito do presente texto permitem on luir
que as distân ias entre os entros dos ír ulos de Mohr estão rela ionadas om o ângulo de
rotação das tensões prin ipais da forma indi ada na Figura 4.8. Tem-se, assim, que
pelo que
F LI
qrLI = = (1 + 2sen 30o + 2sen 60o + 1) cu + q = 4.73cu + q
B
Note-se, no entanto, que a es olha da lo alização dos planos A e B poderia ser tal que
ausasse, ada um deles, uma rotação das tensões prin ipais idênti a, isto é de 45o . Note-se,
igualmente, que tal omo se onsiderou dois planos se poderia ter onsiderado três ou mais.
No
aso de se pretender que esses planos provoquem uma rotação idênti
a (isto é, de 45o se
o
forem dois planos, de 30 se forem três, et
.) pode
hegar-se aos resultados que se apresenta
no Quadro 4.1.
Quadro 4.1: Estimativas da região inferior das
argas de
olapso de fundações super
iais em
ondições não drenadas em função do número de des
ontinuidades.
F LI /B = (2 + π)cu + q (4.15)
da arga de olapso, o leitor deverá obter qrLS = 6cu + q . Pro ure-se, então melhorar este
F
q
45o
45o 45o 45o
(a) Me
anismo A
PSfrag repla
ements
B
PSfrag repla
ements
F
q
45o 45o
45o 45o
o ℓ
ℓ
(b) Me anismo B
B
δb
F δaδθ
δθ
45o 45o
45o 45o δf
R
δa
R
( ) Me anismo C
Figura 4.9: Me
anismos para determinação da
apa
idade resistente às a
ções verti
ais através
do teorema
inemáti
o.
se obtém do me anismo A, pode tentar-se melhorar ainda este me anismo através de nova
divisão dos dois blo os entrais. Tal divisão tem omo limite o me anismo C, representado na
Figura 4.9( ). Neste me anismo, a zona entral é dividida num número innito de blo os e,
portanto, num número innito de superfí ies. Atendendo ao diagrama de deslo amentos que
F LS /B = (2 + π)cu + q (4.19)
(teorema inemáti o), expresso na equação (4.19), mostra que a solução exa ta foi obtida,
pelo que
F EX /B = (2 + π)cu + q (4.20)
4.3.1 Introdução
O problema da determinação da
apa
idade resistente às a
ções verti
ais em
ondições
onais da
apa
idade resistente para o
aso de um solo
om ângulo de resistên
ia ao
orte φ′
pro
uram não uma solução, mas duas: uma solução, qr;q′ =0;γ6=0 , para a situação
om q′ = 0 e
B
F
PSfrag repla
ements
q′
h
45o + φ′ /2 45o − φ′ /2
Figura 4.10: Me
anismo para determinação da
apa
idade resistente às a
ções verti
ais através
de equilíbrio limite, em
ondições drenadas.
om
1 1
Ka γh2 + Ka qrEL h = Kp γh2 (4.24)
2 2
1
qrEL = γBNγEL (4.25)
2
om
1
NγEL Kp2 − 1
p
= Kp (4.26)
2
De a
ordo
om esta solução,
a, então:
1
qrEL = γBNγEL + q ′ NqEL (4.27)
2
sendo NγEL e NqEL dados pelas equações (4.23) e (4.26), respe tivamente.
Considere-se o mesmo me anismo apresentado na Figura 4.10 para apli ação do teorema
Usando, tal omo anteriormente, ξa = 45o +φ′ /2 e ξb = 45o −φ′ /2, obtém-se, para φ′ < 30o :
tg 45o + 23 φ′
NqLS = (4.28)
tg 3 45o − φ2
′
e
1 tg 45o + 32 φ′
φ′
NγLS = − cotg 45o − (4.29)
2 tg 4 45o − φ′ 2
2
o
Capítulo 4. Capa
idade
o resistente às a
ções verti
ais 71
B
F δb
ξb − φ′
q′
δq′
a b
h φ′
δf
ξa ξb δa
ξa − φ′
Figura 4.11: Me
anismo para determinação da
apa
idade resistente às a
ções verti
ais através
do teorema
inemáti
o, em
ondições drenadas.
apresentado na Figura 4.5 e onsiderando o aso γ=0 e q ′ 6= 0, tem-se que (Figura 4.12):
′
σv1 = q′
′ ′
σh1 = σh2 = Kp q ′
′
σv2 ′
= σh2 ′
/Ka = Kp σh2 = Kp2 q ′ (4.30)
Figura 4.12: Apli
ação do teorema estáti
o à determinação da
apa
idade resistente às a
ções
verti
ais, em
ondições drenadas.
om
Faz-se notar que não é possível obter uma solução do mesmo tipo para o
aso γ 6= 0 e
72 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
q ′ = 0.
π ′
rb = ra e 2 tg φ (4.33)
B ℓ
F δb
q′
δq
a b
ra rb
r δf
δa
Figura 4.13: Me
anismo para determinação da
apa
idade resistente às a
ções verti
ais através
do teorema
inemáti
o, em
ondições drenadas.
De forma análoga, os deslo amentos dos blo os a e b podem ser rela ionados através de:
π ′
δb = δa e 2 tg φ (4.34)
Atendendo a que
B/2
cos(45 + φ/2) = (4.35)
ra
vem que:
B 1
ra = (4.36)
2 cos(45 + φ/2)
pelo que
B 1 π ′
rb = e 2 tg φ (4.37)
2 cos(45 + φ′ /2)
Tem-se, também, que
ℓ/2
sen (45 + φ′ /2) = (4.38)
rb
o que
onduz a
ℓ 1
rb = (4.39)
2 sen (45 + φ′ /2)
sendo
π ′
ℓ = Btg (45 + φ′ /2)e 2 tg φ (4.40)
Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais 73
δf
δa =
cos(45 + φ′ /2)
δf π
tg φ′
δb = e 2
cos(45 + φ′ /2)
π ′
δq = δb sen (45 + φ′ /2) = δf tg (45 + φ′ /2)e 2 tg φ (4.41)
F LS δf = q ′ ℓδq (4.43)
F LS /B = q ′ NqLS (4.44)
om
′
NqLS = tg 2 (45 + φ′ /2)eπtg φ (4.45)
De uma forma mais omplexa poderia deduzir-se igualmente o valor de Nγ usando o mesmo
me anismo. Tal dedução é, no entanto, substan iamente mais omplexa e onsidera-se que
4.3.6 Observações
Se se pro urasse melhorar a solução obtida para Nq através do teorema estáti o, hegar-
se-ia à on lusão de que este fa tor de apa idade de arga (admitindo um número innito de
planos de des ontinuidade, tal omo se fez para o aso não drenado) tomaria um valor dado
pela mesma expressão (4.45) agora obtida para o teorema inemáti o. Tal signi a que seria,
′
NqEX = tg 2 (45 + φ′ /2)eπtg φ (4.46)
Para o fa tor de apa idade de arga Nγ não é onhe ida ainda solução exa ta.
A solução proposta pela formulação de apa idade resistente às a ções verti ais proposta
A Figura 4.15 apresenta os resultados dos valores de Nγ anteriormente referidos, assim omo
da solução obtida por usando resultados da região superior e da região inferior e que deverá
50
LI (1 plano); EL (mec. planar)
LS (mec. planar)
LS (mec. espiral)
40
30
Nq
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
o
φ’ ( )
50
EL (mec. planar)
LS (mec. planar)
EC7
40 Hjiaj et al. (2005)
30
Nγ
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
φ’ (o)
Veri a-se da análise da gura que os valores de Nγ forne idos pelo Euro ódigo 7 são
entrado
A expressão de apa idade resistente às a ções verti ais, admitindo-se a simpli ação an-
teriormente referida implí ita na equação (4.21), a, para o aso analisado de arregamento
qr = (2 + π)cu + q (4.49)
em ondições não drenadas, sendo q a tensão total transmitida pelo solo à profundidade do
plano de fundação.
Faz-se notar que os fa tores de apa idade resistente às a ções verti ais (fa tores de a-
resistên ia ao orte.
Refere-se ainda que há uma outra simpli ação implí ita na equação 4.48. Com efeito,
omo se viu, o solo a ima do plano da fundação apenas é ontabilizado pelo efeito do seu peso
na apa idade resistente; não é onsiderada qualquer resistên ia deste solo. Há, no entanto,
variantes da expressão assim denida que, dire tamente ou através de orre ções, pro uram
ontabilizar esse efeito. Tais formulações não serão abordadas neste texto.
A equação (4.49) admite que o solo está saturado e que responde em ondições não drena-
das, sem que se analise separadamente as tensões efe tivas e as pressões intersti iais, devido
A equação (4.48) admite que o solo apresenta o nível freáti o a grande profundidade, não
afe tando a zona envolvida pelas superfí ies de deslizamento. Para o nível freáti o lo ali-
zado a profundidade oin idente om o plano denido pela base da fundação (Figura 4.16), a
expressão vem:
1
qr = γ ′ BNγ + q ′ Nq (4.50)
2
em que γ′ é o peso volúmi
o submerso. Para
asos em que o nível freáti
o esteja um pou
o
mais abaixo deste plano mas numa zona abrangida pelas eventuais superfí ies de deslizamento
que se formarão em aso de rotura, o ál ulo pode ser feito, simpli adamente e do lado da
Para nível freáti o a ima do plano da base da fundação o ál ulo da tensão q′ deve, na-
turalmente, ter isso em atenção. Por outro lado,
omo se verá, as a
ções devem
onsiderar a
76 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
F
q′
PSfrag repla
ements
Figura 4.16: Capa
idade resistente às a
ções verti
ais: nível freáti
o
oin
idente
om o plano
da base da fundação.
B′ = B − 2 e (4.51)
B
e
PSfrag repla
ements
F
q
B′
Figura 4.17: Capa idade resistente às a ções verti ais: ex entri idade do arregamento.
L nito, a ex
entri
idade pode também existir segundo L. Se F tiver a ex
entri
idade eL na
′
dire
ção de L, então
onsidera-se um
omprimento L tal que:
L′ = L − 2 eL (4.52)
A forma e a in linação da arga são tidas em onsideração através de fa tores orre tivos
apli
ados às par
elas da expressão de
apa
idade resistente em relação às a
ções verti
ais.
Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais 77
qr = (2 + π)cu sc ic + q (4.53)
e
1
qr = γBNγ sγ iγ + q ′ Nq sq iq (4.54)
2
Nestas expressões os fa tores s são os fa tores de forma, que orrigem a expressão para o
de arregamento in linado.
Estes fa tores, dos quais há diversas propostas, foram obtidos de diversas formas, omo
ensaios em modelo reduzido, ál ulos numéri os, et . A se ção seguinte apresenta as expressões
Refere-se ainda que os valores de qr determinados pelas expressões (4.53) e (4.54) orres-
pondem a tensões de rotura normais à base da fundação, pelo que, quando multipli ados por
Apresenta-se nesta se ção a formulação proposta no Euro ódigo 7. Esta formulação, na sua
versão em ondições drenadas apresenta, omo é o aso de outras formulações, uma ter eira
par ela que tem em onsideração a eventual existên ia de oesão efe tiva c′ (ou seja, se se
A formulação onsidera ainda outra orre ção (a orrespondente à in linação da base, que
qr = (2 + π)cu sc ic + q (4.55)
B′
sc = 1 + 0.2 (4.56)
L′
em que sc é o fa
tor de forma, sendo B′ e L′ as largura e
omprimento efe
tivos da fundação
(B
′ < L′ ),
om
B ′ = B − 2eB (4.57)
L′ = L − 2eL (4.58)
78 Capítulo 4. Capa
idade resistente às a
ções verti
ais
1 ′ ′
qr = γ B Nγ sγ iγ + c′ Nc sc ic + q ′ Nq sq iq (4.60)
2
′
Nq = eπtg φ tg 2 45 + φ′ /2
(4.61)
Nγ = 2 (Nq − 1) tg φ′ (4.63)
em que Nq , Nc e Nγ são os fa tores de apa idade de arga (ou fa tores de apa idade resistente
B′
sγ = 1 − 0.3 (4.64)
L′
B′
sq = 1 + sen φ′ (4.65)
L′
s q Nq − 1
sc = (4.66)
Nq − 1
em que sγ , sc e sq são os fa tores de forma, que orrigem a expressão para o aso de fundação
m+1
H
iγ = 1− (4.67)
V + A′ c′ cotg φ′
m
H
iq = 1− (4.68)
V + A′ c′ cotg φ′
1 − iq
ic = iq − (4.69)
Nc tg φ′
5.1 Introdução
O ter eiro e último problema de olapso que será abordado neste texto é o de ma iços
em talude (ver Figura 2.1( )). Tal omo a propósito da determinação de outras argas de
5.2.1 Introdução
Considere-se, em primeiro lugar, o problema a que se refere a Figura 5.1, de um solo
argiloso, respondendo em ondições não drenadas formando um talude verti al, ara terizado
h γ
PSfrag repla
ements cu
79
80 Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude
O problema pode ser olo ado omo a determinação da altura h que ausa o olapso do
talude. Este problema será resolvido re orrendo aos três métodos que têm vindo a ser referidos:
equilíbrio das forças que a tuam sobre o blo o ou blo os que o me anismo forma. Considere-
se, assim, o me anismo sugerido pela Figura 5.2, orrespondente a um blo o formado por uma
Ws
T γ N
h Ws ξ
cu
T
ξ
N L ξ
Figura 5.2: Análise por equilíbrio limite da estabilidade de solo argiloso respondendo em
ondições não drenadas formando um talude verti
al.
As forças a a tuar no blo o são o peso, Ws , a força T, resultante das tensões de orte ao
cos2 ξ
Ws = T sen ξ + T = T /sen ξ (5.3)
sen ξ
vem
1 1
Ws = γhℓ = γh2 /tg ξ (5.5)
2 2
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 81
h
cu L = cu (5.6)
sen ξ
1 2 h 1
γh /tg ξ = cu (5.7)
2 sen ξ sen ξ
resultando:
cu 2 cu
hEL = = NsEL (5.8)
γ sen ξ cos ξ γ
sendo
2
NsEL = (5.9)
sen ξ cos ξ
Veri
a-se que o valor mínimo de NsEL é obtido para ξ = 45o e toma o valor de 4 (Figura 5.3)
16
14
12
10
NEL
s
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
ξ
tado um me anismo análogo ao da se ção anterior na análise por equilíbrio limite) e igualar o
Assim, atendendo ao me anismo que se apresenta na Figura 5.4, tem-se que o peso do
1
Ws = γh2 /tg ξ
2
e o deslo
amento virtual na dire
ção verti
al δy rela
iona-se
om o deslo
amento do blo
o δw
82 Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude
δy = δwsen ξ (5.10)
Ws
γ
h δw cu
δy δw
ξ
ξ
L
Figura 5.4: Análise através do teorema
inemáti
o da estabilidade de solo argiloso respondendo
em
ondições não drenadas formando um talude verti
al.
1 2 1 1
δWe = Ws δy = Ws δw sen ξ = γh δw sen ξ = γh2 cos ξδw (5.11)
2 tgξ 2
e a energia dissipada é:
h
δWi = cu Lδw = cu δw (5.12)
sen ξ
Igualando o trabalho das forças exteriores à energia dissipada obtém-se:
cu 2 cu
δWi = δWe ⇒ hLS = = NsLS (5.13)
γ sen ξ cos ξ γ
ou seja,
cu 2 cu
hLS = = NsLS (5.14)
γ sen ξ cos ξ γ
om
2
NsLS = (5.15)
sen ξ cos ξ
Atendendo a que se trata de resultados do teorema
inemáti
o, esta expressão forne
e, para
qualquer valor de ξ, resultados de NsLS que onduzem a hLS para os quais o orre olapso.
Assim, a melhor solução será a que orresponde ao seu menor valor. Atendendo a que a
expressão (5.15) oin ide om a que se obteve na se ção anterior (equação 5.9), a Figura 5.3
mostra também os resultados da equação (5.15), pelo que o melhor resultado obtido através
que o
ritério de rotura não é violado. Desta forma, analisando o estado de tensão no elemento
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 83
σv = γh (5.16)
σh = 0 (5.17)
PSfrag repla
ements
h cu
σv
σh
σh σv σ
Figura 5.5: Análise através do teorema estáti
o da estabilidade de solo argiloso respondendo
em
ondições não drenadas formando um talude verti
al.
NsLI = 2 (5.19)
5.2.5 Observações
Nas se ções anteriores veri ou-se que, através do teorema inemáti o, foi possível obter
uma solução para a profundidade a que se estima que o orre o olapso, dada por:
4cu
hLS = (5.20)
γ
2cu
hLI = (5.21)
γ
2cu 4cu
= hLI ≤ hEX ≤ hLS = (5.22)
γ γ
o que mostra, por um lado, resultados onsistentes (a estimativa obtida pelo teorema estáti o
é inferior à estimativa obtida pelo teorema inemáti o) e, por outro, que as duas soluções
estão bastante afastadas uma da outra (uma orresponde, na realidade, ao dobro da outra).
Diga-se, a este propósito, que para o problema em questão não se onhe e solução exa ta.
A melhor solução obtida através do teorema da região superior om uma superfí ie ir ular é
xO
O
R
PSfrag repla
ements
yO
h
Os melhores resultados onhe idos (da região inferior e da região superior) são devidos a
Figura 5.7. Trata-se, assim, de um problema práti o de grande interesse e apli ação.
forças de intera ção de uma fatia qualquer de largura B anulam-se, pelo que o peso é a
es orregamento do talude.
B
L
h
F1
Ws δw
F2 i
δy i
δw i − φ′
Figura 5.7: Apli ação do teorema inemáti o à análise drenada de um talude innito.
δy = δwsen (i − φ′ ) (5.25)
O trabalho das forças exteriores é igual à energia dissipada que, por sua vez, é nula. Fi
a,
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 85
assim:
do que resulta
δy = 0 (5.27)
o que onduz a
sen (i − φ′ ) = 0 (5.28)
e a
iLS = φ′ (5.29)
Analise-se, agora, o mesmo problema através do teorema estáti
o. Considere-se, para isso,
PSfrag repla
ements
uma fatia do talude
om largura B (Figura 5.8). O peso da fatia é
B
τ
L
h
F1
Ws
F2 i σ′
T
N
Figura 5.8: Apli ação do teorema estáti o à análise drenada de um talude innito.
pelo que
τn /σn′ = tg i (5.35)
e, por outro lado, a veri ação do ritério de rotura exige que, no máximo,
τn /σn′ = tg φ′ (5.36)
pelo que:
iLI = φ′ (5.37)
Apli ando o método de equilíbrio limite (Figura 5.9), tem-se que o equilíbrio de forças
exige que:
B
L T
h
F1 Ws
i
Ws
F2 i N
T
N
Figura 5.9: Apli ação do método de equilíbrio limite à análise drenada de um talude innito.
N = Ws cos i (5.38)
T = Ws sen i (5.39)
pelo que
tg i = tg φ′ (5.43)
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 87
ou seja,
iEL = φ′ (5.44)
5.3.4 Observações
Os resultados obtidos apli
ando o teorema
inemáti
o e o teorema estáti
o
oin
idem entre
si (e também om o resultado obtido pelo método de equilíbrio limite). A oin idên ia das
soluções obtidas por análise limite signi a que foi en ontrada a solução exa ta, pelo que o
iEX = φ′ (5.45)
É interessante veri ar que este resultado depende apenas do ângulo de resistên ia ao orte e
Poderia igualmente onstatar-se que análises semelhantes que onsiderassem o talude to-
Apli ando o método de equilíbrio limite (Figura 5.10), tem-se que, sendo a força T dada
pela expressão
B
L T
h
F1 Ws
i
Ws
F2 i N
T
N
Figura 5.10: Apli
ação do método de equilíbrio limite à análise não drenada de um talude
innito.
T = cu L (5.47)
88 Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude
o que onduz a
e a
1 2cu
iEL = arcsen
2 γh
que
orresponde à in
linação do talude, obtida por equilíbrio limite, que impli
a o es
orrega-
mento deste.
B
L
h
F1
Ws
F2 i δw
δy i
δw
Figura 5.11: Apli ação do teorema inemáti o à análise não drenada de um talude innito.
δy = δwsen i (5.50)
e o peso do solo é
ou seja,
2cu
2 cos isen i = (5.55)
γh
e
1 2cu
iLS = arcsen (5.56)
2 γh
PSfrag repla
ements
B τ
cu
L
F1 i
Ws
h F2 σ
T
N
σn
Figura 5.12: Apli ação do teorema estáti o à análise não drenada de um talude innito.
σn = γh cos2 i (5.57)
Apli ando o ritério de rotura, tem-se que, no máximo, τn é igual a cu , pelo que:
Dado quue
τn /σn = tg i
a
cu
τn /σn = = tg i (5.60)
γh cos2 i
o que
onduz a:
1 2cu
iLI = arcsen (5.61)
2 γh
5.4.4 Observações
Viu-se que as estimativas da in
linação do talude innito em
ondições não drenadas
são idênti as usando os dois teoremas da análise limite (e, igualmente, usando o método de
equilíbrio limite).
90 Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude
1 2cu
iEX = arcsen (5.62)
2 γh
(saturado) γ ′
e ângulo de resistên
ia ao
orte φ está sujeito a um regime de per
olação per-
manente, paralela ao talude, de in linação i (Figura 5.13). Qual a in linação i que o onduz
ao olapso?
B
L
T
uP /γw Ws φ′
N′
h Ws
P h co
T si i N = N′ + U
zP
z=0 N = N′ + U i U
Figura 5.13: Apli
ação do método de equilíbrio limite à análise drenada de um talude innito
om per
olação paralela ao talude.
largura B:
N = γhL cos2 i (5.63)
U = uL = γw h cos2 i × L (5.64)
T = N tg i = N ′ tg φ′ (5.65)
pelo que
N tg i = (N − U )tg φ′ (5.66)
e
′ U
tg i = tg φ 1− (5.67)
N
ou seja
tg i = tg φ′ (1 − γw /γ) (5.68)
para per olação paralela ao talude é er a de metade da que se obteve para talude se o ou
totalmente submerso.
(EL)
ir ular aí representada.
O
r
A
Ws
τ B
σ
Figura 5.14: Apli
ação do método de equilíbrio limite à análise não drenada de um talude
om geometria genéri
a
om superfí
ie de es
orregamento
ir
ular.
Pode veri ar-se que, sendo o peso do solo Ws e o seu ponto de apli ação onhe ido ( om
MS = Ws xW s (5.69)
(5.70)
Há es orregamento se
MS = MR ⇒ Ws xW s = cu ABr (5.71)
Naturalmente que esta análise foi feita onsiderando uma dada superfí ie de es orrega-
mento. Conforme é habitual nos métodos de equilíbrio limite, deve pro urar-se o me anismo
(ou seja, a superfí ie) que onduz à menor relação entre os momentos resistentes e os a tuantes.
Há programas de ál ulo automáti o que permitem testar sistemati amente diversas su-
perfí
ies
om
entros numa área denida pelo utilizador e
om raios variáveis.
92 Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude
Taylor (1948) apresentou ába os baseados no método do ír ulo de atrito, que não é
abordado neste texto, que resolve o problema atrás referido, em ondições não drenadas.
A Figura apresenta, do lado esquerdo, um ába o para solos saturados em ondições não
drenadas e, do lado direiro, um ába o que onsidera esta situação mas igualmente os asos
leitor deve ignorar esta situação, que sai do âmbito do texto e deve onsiderar apenas, neste
segundo ába o, o aso de ângulo nulo (ou seja, os materiais om envolvente de rotura dada
D×H . O número de estabilidade Ns é cu /γH . A utilização deste ába o permite, por exemplo,
cu . Outros tipos de utilização podem fazer-se deste ába o. Note-se que para i > 54o deve
usar-se o ába o da direita. Note-se também que o método de Taylor forne e já resultados para
o
ír
ulo
ríti
o, podendo dele retirar-se ainda informações relativas à sua lo
alização.
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 93
O problema orrespondente a este em ondições não drenadas foi analisado de forma re-
lativamente simples na se ção 5.6.1. A simpli idade dessa análise foi possível pelo fa to de as
tensões tangen iais serem onhe idas (e iguais a cu ). Em situação drenada, no entanto, o pro-
blema é substan ialmente mais ompli ado, pelo fa to de as tensões tangen iais dependerem
agora do valor da tensão normal transmitida em ada ponto da superfí ie ir ular, através da
equação
τ = σ ′ tg φ′ = (σ − u)tg φ′ (5.72)
métodos em que a massa poten
ialmente instável é dividida em fatias, da forma indi
ada na
PSfrag repla
ements
Figura 5.16. Pro
ede-se, então ao estudo do equilíbrio das fatias e
onsidera-se, nalmente, o
O
r
A
F
θ Ws
Ws
yF
T
φ′
B N′ α
T
N U
ℓ ℓ
Veri a-se, assim, que as forças a tuantes em ada fatia são: Ws ; N ; U ; T ; F1 ; F2 , tendo
Ws , N e T o signi ado indi ado na Figura, sendo U a resultante na base da fatia das pressões
altura yF .
As forças Ws e U têm valor, dire
ção e ponto de apli
ação
onhe
idos; as forças T e N
têm apenas dire
ção e ponto de apli
ação
onhe
idos; há, portanto, 5 in
ógnitas: T , N , F , yF
e θ.
T = (N − U )tg φ′ (5.73)
pelo que é ne essário fazer pelo menos uma simpli ação: as diferentes simpli ações dão
Tal omo se fez para o aso do talude om superfí ie ir ular em ondições não drenadas,
que se pro edeu à divisão em fatias, estes momentos têm agora a forma de somatórios.
o que, no fundo, se trata de uma forma de ál ulo do momento dado pela equação (5.69)
O momento resistente é:
• o Método de Fellenius;
simpli ativa
F =0 (5.76)
N = Ws cos α (5.77)
A apli ação do método de Fellenius impli a, portanto, a utilização da equação (5.74) para
determinação do momento a tuante (que é uma expressão genéri a) e da equação (5.78) para
o ál ulo do momento resistente. Estima-se que o orrerá olapso se o segundo for superior ao
primeiro. A apli ação destas equações pode fazer-se om fa ilidade através de uma tabela,
omo a que se apresenta no Quadro 5.1, que pode ser adaptada a uma folha de ál ulo para
Refere-se, nalmente, que apesar de o método de Fellenius ser espe ialmente adaptado
para a sua utilização em
ondições drenadas, nada impede a sua utilização em
ondições não
Capítulo 5. Colapso de ma
iços em talude 95
drenadas. O que a onte e, simplesmente, é que a sua divisão em fatias não é ne essária,
omo no aso de ondições drenadas, a não ser omo uma forma expedita de determinação do
Fv = 0 (θ = 0) (5.79)
o que onduz a
Tal omo no aso do método de Fellenius, esta equação pode ser apli ada em ondições
5.7.4 Observações
Faz-se ainda notar que os métodos de fatias, sendo métodos de equilíbrio limite, devem
ser usados pro urando o ír ulo de deslizamento que onduz à menor relação entre os momen-
primeiros.
testar diversos ír ulos, om posições de entros e valores de raios que podem ser ontrolados
pelo utilizador.
Parte IV
97
Capítulo 6
6.1 Introdução
resistên ias.
Naturalmente que a veri ação da segurança impli a que as a ções sejam inferiores à resis-
tên ia om uma margem adequada. A adopção da margem adequada faz-se, tradi ionalmente,
ro ódigo 7 no Proje to Geoté ni o, através da metodologia que re orre aos oe ientes de
A noção de oe iente de segurança global é a forma omo, tradi ionalmente, a veri ação
bastante simples: é determinada uma resistên ia, R e dene-se a ção admissível, Aadm omo
R
Aadm = (6.1)
FS
em que FS é o oe iente de segurança global om um valor que depende do tipo de obra e
da veri ação da segurança em ausa mas que pode variar entre 1.5 e er a de 3. É, portanto,
veri ada a segurança garantindo que a a ção efe tivamente a tuante, A, é inferior ou igual a
Aadm .
Este pro edimento, apesar de ainda em práti a em alguns meios, está em substituição pela
adopção dos oe ientes de segurança par iais, que é a metodologia proposta pelo Euro ódigo
7.
99
100 Capítulo 6. Veri
ação da segurança em relação aos estados limites últimos. O EC7
De a ordo om esta metodologia, om base em oe ientes par iais que afe tam (reduzem)
resistên ia de ál ulo, Rd . De forma análoga, om base em oe ientes de segurança par iais
que afe tam (majoram) as a ções, é determinada uma a ção de ál ulo, Ad . A segurança a
veri ada se
Ad ≤ Rd (6.2)
É em relação a este último pro edimento, que re orre aos oe ientes de segurança par iais,
que se fará referên ia neste texto. Muito do que se refere é, no entanto, apli ável a uma losoa
Conforme, se referiu, a segurança é introduzida através de oe ientes par iais de segu-
rança:
Para ada um dos estados limites apresentados o Euro ódigo 7 prevê valores (ou ombi-
Os estados STR e GEO (em espe ial o GEO) são os mais habitualmente usados no proje to
geoté
ni
o. O Euro
ódigo 7 prevê para estes estados limites 3 abordagens de
ál
ulo, que são
Capítulo 6. Veri
ação da segurança em relação aos estados limites últimos. O EC7 101
3 formas de veri ar a segurança, ombinando diferentes valores dos oe ientes de segurança
par iais.
Para as estruturas que são abordadas neste texto (taludes, estruturas de suporte e funda-
• AC1:
Combinação 1: A1 + M1 + R1
Combinação 2: A2 + M2 + R1
• AC2: A1 + M1 + R2
em que + tem o signi ado de ombinado om e em que A1, A2, M1, et , são onjuntos
diferentes de oe ientes de segurança para as a ções (A), para as propriedades dos materiais
Cada país pode denir uma destas abordagens de ál ulo para usar internamente; Portugal
irá, em prin ípio, adoptar a abordagem de ál ulo 1 (AC1). No entanto, todas as abordagens
de ál ulo têm interesse, pelo que neste texto se opta por uma abordagem geral.
o que está em ausa é a veri ação geoté ni a (que impli a a denição da geometria) e a
Apresenta-se no Quadro 6.1 os valores dos oe ientes de segurança par iais apli áveis às
a ções para os estados limites STR e GEO e, no Quadro 6.2, os valores dos oe ientes de
Quadro 6.1: Valores dos
oe
ientes de segurança par
iais apli
áveis às a
ções, nos estados
limites GEO e STR.
Os oe ientes de segurança apli áveis às resistên ias dependem do tipo de estrutura e da
veri ação em ausa. Os valores destes oe ientes de segurança apresentam-se no Quadro
6.3.
102 Capítulo 6. Veri
ação da segurança em relação aos estados limites últimos. O EC7
Quadro 6.2: Valores dos
oe
ientes de segurança par
iais apli
áveis às propriedades dos
materiais, nos estados limites GEO e STR.
Coe
iente M1 M2
γφ′ 1.00 1.25
γc′ 1.00 1.25
γcu 1.00 1.40
Quadro 6.3: Valores dos
oe
ientes de segurança par
iais apli
áveis às resistên
ias nos estados
limites GEO e STR.
Ad = γG AG + γQ AQ (6.3)
tgφ′
φ′d = arctg (6.4)
γφ′
c′
c′d = (6.5)
γc′
cu
cud = (6.6)
γcu
e as resistên
ias são minoradas
om os
oe
ientes γR :
Rd = R/γR (6.7)
Conforme referido, no estado EQU a resistên ia do terreno e da estrutura não são relevan-
tes. Trata-se, simplesmente, de uma veri ação de equilíbrio da estrutura em que há a ções
que tendem a ausar a desestabilização (ou instabilização) e outras que tendem a ausar a
estabilização.
Os oe ientes de segurança par iais são os indi ados no Quadro 6.4 e os oe ientes
Quadro 6.4: Valores dos
oe
ientes de segurança par
iais apli
áveis às a
ções, no estado
limite EQU.
Quadro 6.5: Valores dos
oe
ientes de segurança par
iais apli
áveis às propriedades dos
materiais, no estado limite EQU.
em que Adst;d é o valor de ál ulo da a ção instabilizante e Astb;d é o valor de ál ulo da a ção
estabilizante.
Os estados UPL e HYD não são abordados neste texto. A onsulta do Euro ódigo 7
permitirá onhe er os valores dos oe ientes de segurança e apli á-los aos asos em que estes
estados possam ser relevantes, não apresentando di
uldade signi
ativa.
104 Capítulo 6. Veri
ação da segurança em relação aos estados limites últimos. O EC7
Capítulo 7
Os taludes, sejam eles naturais, de es avação ou de aterro, quando são sujeitos a alterações
das ondições de serviço (por exemplo a alteração da sua geometria, das soli itações apli a-
das, do nível de água no solo, et .) podem instabilizar. Esta instabilização traduz-se pelo
movimento de uma massa do ma iço, no sentido des endente, no qual a gravidade desenpenha
o papel de prin ipal motor. Este fenómeno pode envolver pequenos ou grandes volumes do
• desmoronamento:
• es orregamento:
• uimento:
105
106 Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes
Os desmoronamentos estão em geral asso iados à queda de blo os ro hosos, motivada pela
orientação desfavorável das des ontinuidades existentes no ma iço nas quais se veri a uma
Outra situação que pode levar ao desmoronamento é aquela em que a falésia de material
ro hoso repousa sobre um meio mais deformável (Figura 7.1(b)) ou ainda por erosão diferen ial
numa falésia. Neste aso, a erosão de estratos inferiores pode deixar os estratos superiores em
bem denidas quando ao seu volume, uja duração é, na maioria dos asos, urta. O movi-
mento o orre em geral em solos ou ao longo de des ontinuidades de ma iços ro hosos, podendo
ser do tipo rota ional (asso iado a superfí ie de deslizamento urva (Figura 7.2(a)) ou planar
Os es orregamentos rota ionais o orrem em taludes onde não existam anisotropias mar-
o orrem em terrenos om anisotropias mar adas, nos quais as superfí ies de instabilização
são ondi ionadas pela existên ia de planos de menor resistên ia que a do material sobreja-
ente. Este tipo de movimento pode o orrer em taludes de in linação relativamente suave e é
Para além do tipo de movimento, os es orregamentos podem também ser lassi ados de
ser super iais (profundidade < 1.5 m), pou o profundos (1.5 a 5 m), profundos (5 a 20 m) e
Os uimentos são movimentos lentos e ontínuos que o orrem prin ipalmente em taludes
naturais de solo. Podem envolver grandes massas de solo sem que, ontudo, seja possível
A instabilização de um talude pode ser determinada por ausas externas (isto é, asso iada
a a ções a tuando exteriormente ao talude), a ausas internas (asso iada a a ções a tuando no
interior do próprio talude) ou a ausas intermédias (asso iadas a a ções exteriores ao ma iço
• aumento da in linação dos taludes, por es avação ou por erosão provo ada pela água ou
pelo vento;
• apli ação de sobre argas no talude, em parti ular na sua parte superior;
super iais de retra ção no solo, que favore em a inltração de água nos terrenos;
• efeito da vegetação no talude que onstitui uma sobre arga e ausa uma perda de resis-
prin ípios de veri ação da segurança baseados no Euro ódigo 7, que se viram no Capítulo 6,
re orrendo a oe ientes de segurança par iais, podem apli ar-se a quaisquer dos métodos e
Exempli a-se esta apli ação om o aso ilustrado pela Figura 7.4. Trata-se de um talude
xQ
xW s
O
q r
PSfrag repla
ements
C
A
Ws
Exempli
ando a apli
ação dos prin
ípios referidos, o momento a
tuante de
ál
ulo, MSd
é
al
ulado através de:
através de:
em que o oe iente par ial γcu é obtido a partir do Quadro 6.2.
sendo γR;e o
oe
iente de segurança par
ial obtido do Quadro 6.3.
110 Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes
A veri ação da segurança om base na noção de oe iente de segurança global passaria
MR
Madm = (7.4)
FS
MR = cu AB r (7.5)
MS ≤ Madm (7.6)
Equivalente a este pro edimento seria o ál ulo do valor do oe iente de segurança do
MR
FS = ≤ F Smin (7.7)
MS
A denição de oe iente de segurança subja ente às equações anteriores tem, no aso do
′
ΣMR Σ (Ws /1+tg
cos α−uℓ)tg φ
α tg φ′ ×r
FS = = (7.9)
ΣMS ΣWs sen α × r
A onte e, no entanto, que no aso dos taludes, era práti a orrente a denição do oe i-
ente de segurança global não propriamente omo a relação entre a a ção resistente e a a ção
a tuante mas sim omo um fa tor de redução das propriedades resistentes. Os programas
que, na realidade, é equivalente à expressa pela equação (7.8), que lhe é matemati amente
equivalente.
Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes 111
No aso do método de Bishop simpli ado, no entanto, tal denição impli a que:
′
Σ (Ws /1+tg
cos α−uℓ)tg φ /F S
α tg φ′ /F S ×r
1= (7.11)
ΣWs sen α × r
que, omo se pode ver, não é matemati amente equivalente à equação (7.9).
A onsequên ia práti a mais relevante desta diferença (para além de os valores dos oe-
(habitualmente asso iado ao método de Bishop), ao passo que a partir da equação (7.9) a sua
Uma vez dete tada uma poten ial situação de instabilização num talude e quanti ado o
oe iente de segurança a ela asso iado é ne essário on eber e dimensionar uma solução de
estabilização que permita evitar o seu es orregamento ou travar o movimento, aumento o nível
é, em muitos asos, a forma mais e az de aumentar a estabilidade, em parti ular nos asos
substituição por outro om melhores ara terísti as me âni as. Nos asos em que tal não é
removendo material do topo da zona instável e olo ando-o no pé do talude (ver Figura 7.5).
7.4.2 Drenagem
A a
ção da água sobre um talude
onstitui normalmente um fa
tor instabilizador, quer pe-
los efeitos erosivos quer pela diminuição na resistên ia ao orte quando aumentam as pressões
A água super ial deve ser interse tada e desviada por forma a diminuir os efeitos da
erosão super ial e reduzir o volume de água inltrada no talude. A interse ção do es oa-
mento é onseguida om sistemas de retenção e aptação de água onstituídos por valetas, que
poerão ser simplesmente abertas no terreno natural, preen hidas por materiais granulares ou
revestidas por betão, por vezes om elementos pré-fabri ados (Figura 7.6).
As valas (Figura 7.7) e os ontrafortes drenantes (Figura 7.8) são apli áveis em taludes
referida superfí ie freáti a. Os ontrafortes drenantes, podendo ser levados a profundidades re-
lativamente elevadas, poderão interse tar poten iais superfí ies de deslizamento, aumentando
As más aras drenantes são dispositivos de drenagem apli áveis quando a água emerge à
superfí ie do terreno, sendo onstituídas por uma obertura de material drenante, olo ada
sobre o talude, om espessura res ente do topo para a base e om interposição de um elemento
ltrante sempre que julgado onveniente (Figura 7.9). As águas emergentes aptadas pelo
sistema são re olhidas em ole tor olo ado no pé e são onduzidas a um exutor natural. Para
além do efeito drenante, a más ara onstitui um sobre arga no pé do talude, fun ionando omo
um elemento estabilizador e omo uma prote ção do terreno natural ontra o ravinamento.
Os drenos sub-horizontais (Figura 7.10) são utilizados em taludes
om o obje
tivo de re-
Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes 113
baixarem a superfí ie freáti a quando esta se en ontra a uma profundidade não a essível por
importantes, apesar do raio de a ção de ada dreno ser limitado quando apli ado em terrenos
mento gravíti o das águas. Para evitar o seu olapso são olo ados no interior dos furos tubos
investimento bastante elevado, estando por isso a sua apli ação limitada a obras importantes
ou de grande porte. Normalmente não são utilizadas em obras re entes mas sim omo medida
A estabilização de taludes pode ser onseguida re orrendo ao reforço dos solos pela in-
solo-in lusões. O efeito é, assim, essen ialmente estrutural, podendo ser realizado om pre-
gagens (Figura 7.11), an oragens (Figuras 7.12 e 7.13), esta as (Figura 7.14) e mi ro-esta as
(Figura 7.15).
114 Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes
resistente no pé do talude através da olo ação de uma estrutura de suporte (Figuras 7.16
e 7.17). Esta estrutura deverá estar fundada abaixo das superfí ies ríti as e num estrado
om boas ara terísti as de resistên ia, que permita a mobilização de uma rea ção e az às
soli itações. É indispensável que nestas estruturas seja instalado um e iente sistema de
drenagem, uma vez que a água através da diminuição da resistên ia ao orte que provo a (por
aumento das pressões intersti
iais) e pelo signi
ativo aumento dos impulsos por a
umulação
Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes 115
uma prote ção super ial ontra a erosão. No entanto, os seus efeitos bené os podem ser
bastante mais alargados. As folhas das plantas, inter eptando a água das huvas, reduzem por
absorção e evaporação a quantidade de água que atinge o talude. Por outro lado, as raízes,
fazendo diminuir o teor em água no solo, aumentam a sua resistên
ia ao
orte. As plantas
116 Capítulo 7. Veri
ação da segurança de taludes. Estabilização de taludes
de grande porte podem ainda ter uma ontribuição me âni a para a estabilidade, através das
A presença de vegetação pode, no entanto, ter efeitos negativos, devido à se agem super-
ial do terreno, dando origem à abertura de fendas que aumenta a apa idade de inltração
da áhua. Por outro lado, fun iona omo sobre arga, podendo o seu efeito não ser desprezável,
fundação, sendo os vários tipos de fundação determinados pelas diferenças da sua geometria.
A ara terização de uma fundação pode ser realizada, num aso simples, através da menor
ELEMENTO DE
FUNDAÇÃO
Neste apítulo tratar-se-á de fundações super iais. O aso mais orrente de fundação super-
ial é o aso de uma sapata isolada, de dimensão B × L, sendo B , onforme referido, a menor
Se onsiderarmos o aso de um edifí io, uma situação omum será a de fundar em elementos
separados ada um dos pilares do edifí io. Se, no entanto, se veri ar a proximidade dos
pilares num determinado alinhamento, poderá onsiderar-se a hipótese de realizar uma sapata
119
120 Capítulo 8. Veri
ação da segurança de fundações super
iais
Corte
Planta
orrida, isto é, uma sapata em que L >> B (na práti a, em que L > 10B ), tal omo se
mostra na Figura 8.3. Este será o tipo de fundação que, naturalmente, será utilizado numa
Corte
Planta
Voltando ao aso dos edifí ios, uma outra hipótese de fundação é a de ensoleiramento
geral, isto é, a situação em que todos os pilares são fundados numa úni a laje de fundação,
onforme se exempli a na Figura 8.4. Mesmo sem atender a onsiderações geoté ni as, esta
solução é habitualmente adoptada quando a área em planta o upada pela solução de sapatas
A veri ação da segurança de uma fundação super ial deverá passar pela onsideração
• rotura global
• arregamento verti al
• deslizamento
• assentamentos ex
essivos
Capítulo 8. Veri
ação da segurança de fundações super
iais 121
Corte
Planta
O problema da veri ação da segurança em relação à rotura global (Figura 8.5) é analisado
omo a veri ação da segurança de um talude. Deve ser analisada esta possibilidade sempre
que seja onsiderada relevante. Trata-se de uma veri ação que envolve a zona da obra e a
sua vizinhança e tem em atenção o efeito que a obra tem nesta mas igualmente o efeito do
fundação tem mostrado que a o orrên ia de rotura por orte do solo de fundação pode dar-se
• por punçoamento.
A existên ia destes três modos de rotura está asso iada à ompressibilidade do terreno e à
geometria da fundação. A rotura global ara teriza-se pela existên ia de uma gura de rotura
bem denida, onstituída por uma superfí ie ontínua entre o anto da fundação e a superfí ie
abaixo da fundação om plasti ação e om tendên ia para se prolongar até à superfí ie sem,
no entanto, a atingir; a rotura por punçoamento é ara terizada pela zona muito limitada de
om desenvolvimento de superfí ies de rotura verti ais. Neste último tipo de rotura não
o orrem indí ios de plasti ação à superfí ie do terreno, ao ontrário do que se passa om as
de avaliação da apa idade de arga de fundações super iais mais orrentemente utilizado
Vd ≤ R d (8.1)
resistên ia.
V
PSfrag repla
ements
Figura 8.6: Veri
ação da segurança em relação ao
arregamento verti
al. Caso de
arrega-
mento verti
al e
entrado.
F
PSfrag repla
ements
O valor de
ál
ulo da a
ção, Vd , é determinado através das
omponentes verti
ais das a
ções
permanentes e variáveis VG e VQ , adequadamente majorados pelos
oe
ientes de segurança
Vd = γG VG + γQ VQ (8.2)
O valor de ál ulo da resistên ia é al ulado om base nos valores minorados dos parâmetros
resistentes (através dos oe ientes par iais obtidos do Quadro 6.2) e reduzido do oe iente
A resistên ia pode ser determinada através de formulações de apa idade resistente omo
em ondições não drenadas seria al ulado, para fundação orrida e arregamento verti al e
Para outras situações, as adaptações ao referido podem ser fa ilmente ompreendidas pelo
leitor.
8.5 Deslizamento
Hd ≤ Rd + Rpd (8.5)
em que Hd é o valor de ál ulo da omponente horizontal da a ção (que, para este efeito,
desenvolvida na base da fundação e Rpd é o valor de ál ulo da resistên ia passiva, que pode
ser desprezada.
Nestas expressões os oe ientes γR;h devem ser obtidos do Quadro 6.3, δd é o valor de
tgδ
δd = arctg (8.8)
γφ′
9.1 Introdução
Os muros de suporte rígidos são, nos asos mais omuns, muros de alvenaria, muros de
betão não armado, muros de betão armado e muros de gabiões (Figura 9.1). Poderá estranhar-
se tiver em atenção que aqueles muros sofrem, em serviço, deformações muito signi ativas.
No entanto, omo se verá, a expressão estrutura de suporte exível está asso iada a um
outro tipo de estruturas, veri ando-se adi ionalmente que os mesmos prin ípios apli áveis a
É igualmente omum a designação de muros gravidade para os asos dos muros de alve-
naria, de betão não armado e de gabiões, não se in luindo nesta designação, habitualmente,
os muros de betão armado. Faz-se notar que em todos os asos, no entanto, as forças graví-
ti as assumem um importante papel na estabilidade das estruturas. Veri a-se, ontudo, que
no aso das estruturas de betão armado o próprio terreno é, de alguma forma, envolvido na
estabilidade da estrutura, ao passo que nas restantes (muros gravidade) as forças gravíti as
invertido, dada a sua forma. Uma variante destes muros é a dos muros de ontrafortes ou de
gigantes, usados para muros bastante altos (habitualmente a partir dos 8 a 10 m de altura),
125
126 Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte
1111
0000
0000
1111
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1111 1111
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(a) Muro de alvenaria
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(b) Muro de betão não armado
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000000
111111
(
) Muro de betão armado (d) Muro de gabiões
tão sujeitas são, sobretudo, movimentos de orpo rígido e as pressões de terras que neles se
por exão sus eptíveis de ondi ionar a grandeza e a distribuição das pressões de terras que
a tuam sobre elas e, logo, dos esforços para que são dimensionadas (Terzaghi, 1943). Assim,
Refere-se ainda que a grandeza e distribuição das pressões de terras dependem, para além
ser de diversos tipos: esta as-pran has, paredes moldadas, paredes de esta as, paredes tipo
Berlim, et . No que respeita à forma omo é assegurada a estabilidade (e, portanto, no que
Em qualquer aso, uma ortina exível é normalmente uma estrutura esbelta e, por isso,
As veri ações de segurança fundamentais são, nas estruturas de suporte, às veri ações:
• à rotura global;
• a movimentos ex essivos;
ao deslizamento;
ao derrubamento
9.2.1 Introdução
O pro
esso de dimensionamento de uma estrutura de suporte rígida traduz-se, na maioria
dos asos, numa série de veri ações de segurança em que a sua geometria é su essivamente
Os impulsos de terras são normalmente determinados om base nas teorias que se apre-
sentaram no Capítulo 3.
Conforme se viu, a estabilidade de muros de suporte deve ser veri ada atendendo aos
• rotura global;
128 Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte
• deslizamento;
• derrubamento;
Nos três primeiros o muro de suporte é analisado omo uma fundação pelo que, omo se
Tratando-se de veri ações da segurança em que os aspe tos geoté ni os são os relevantes,
o dimensionamento destas estruturas deverá ser ondi ionado pela ombinação 2, se se adoptar
a abordagem de ál ulo 1.
A veri ação da segurança em relação à rotura global (Figura 9.3) faz-se da mesma forma
anteriormente apresentada para a rotura global de fundações e para os taludes. Não se fará,
apresentada na se ção 8.5. Apresenta-se neste ponto a adaptação do que então se viu ao aso
9.4.
análoga, há que determinar o valor de ál ulo do ângulo de atrito entre o solo e a estrutura,
δd .
Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte 129
Ia
δ
PSfrag repla
ements
Ip
Fa
Figura 9.4: Veri ação da segurança ao deslizamento de uma estrutura de suporte rígida.
Com base nestes parâmetros de resistên ia, são avaliados os impulsos a tivos de ál ulo,
impulsos passivos são onsiderados resistên ias, na veri ação da segurança ao deslizamento.
Deve, assim, veri ar-se que a a ção de ál ulo na dire ção da base da estrutura de suporte
(horizontal, na Figura) seja inferior à resistên ia de ál ulo no onta to solo estrutura a res ida
Hd ≤ Rd + Rpd (9.1)
em que Hd é a resultante dos impulsos a tivos na dire ção da base da estrutura de suporte,
em que Vd é o valor de ál ulo da arga efe tiva normal à base da fundação. Em ondições
em que A′ é o produto A′ = B ′ × L′ .
na se ção 8.4. O que se apresenta neste ponto é, apenas a adaptação do que se referiu para o
dos
oe
ientes de segurança par
iais, há que determinar as a
ções de
ál
ulo, ou seja, Vd ,
Hd e Md , respe
tivamente as
argas verti
al, horizontal e momento de
ál
ulo (
al
ulado no
entro da fundação).
130 Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte
No aso da Figura 9.5 estas argas podem ser determinadas a partir de:
Vd = Wd + IaV d (9.4)
H B h
Md = IaHd × − IaV d × − Ipd × − W × b (9.6)
3 2 3
Ia
b
H
δ
Wb
H/3
h
h/3 Ip
B ′ 2e
B
Figura 9.5: Veri
ação da segurança ao
arregamento verti
al de uma estrutura de suporte
rígida.
apa
idade de
arga de fundações (ver se
ção 4.8) estima-se a tensão resistente de
ál
ulo,
′ .
qrd
Sendo B′ a largura efe tiva da fundação (igual a B − 2ed ), a veri ação da segurança exige
Vd ≤ Rd = B ′ qrd (9.7)
H
Mdst,d = IaHd × − IaV d × B (9.9)
3
Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte 131
Ia
H
a δ
Wb
H/3
h Fa
h/3 Ip
O B
Figura 9.6: Veri ação da segurança ao derrubamento de uma estrutura de suporte rígida.
h
Mstb,d = Wb × a + Ipd × (9.10)
3
indi ados no Quadro 6.5. As a ções estabilizantes devem onsiderar os oe ientes indi ados
no Quadro 6.4.
Faz-se notar que não há, aqui, resistên ia; apenas a ções favoráveis e desfavoráveis.
L (Figura 9.7), em que haverá, por exemplo, que determinar o momento a tuante na base
Naturalmente que, neste aso, os impulsos que são relevantes são os que a tuam dire ta-
pro edimento de dimensionamento externo (o abordado nas se ções anteriores) sugerido pela
Figura 9.8.
Refere-se ainda que será natural que seja, para esta veri
ação, a
ombinação 1 a
ondi
i-
132 Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte
9.2.7 Drenagem
A existên ia de uma toalha freáti a no ma iço suportado é altamente desfavorável, uma vez
que agrava substan ialmente o impulso total. Muitos a identes envolvendo muros de suporte
Em solos muito permeáveis, é su iente a onstrução de boeiros, se não houver in onveni-
ente em que a água seja drenada para a frente do muro, e um dreno longitudinal (Figuras 9.9(a)
e (b)). A es olha do diâmetro e do afastamento dos boeiros deve ter em atenção a ne essidade
de es oar o audal que aui à estrutura. O dreno longitudinal é onstituído por tubo furado
na zona superior e fun iona omo aleira na zona inferior, onduzindo a água por gravidade.
Deverão ser envolvidos por material de ltro onstituído por material granular ou geotêxtil,
No aso de solos menos permeáveis, para além dos dispositivos já indi ados, devem ser
olo adas faixas drenantes verti ais (Figuras 9.9( ) e (d)), havendo, nos solos nos que instalar
9.3.1 Introdução
As estruturas de suporte analisadas nas se ções anteriores são estruturas rígidas. Com
efeito, os movimentos a que estão sujeitos são, sobretudo, movimentos de orpo rígido e as
pressões de terras que neles se desenvolvem puderam ser determinadas por diversas teorias de
ál
ulos de impulsos.
Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte 133
suporte, uma vez que o aspe to que ondi iona a determinação desses impulsos é a o orrên ia
Há, no entanto, estruturas de suporte que não podem ser onsideradas rígidas. Estas
estruturas, habitualmente designadas generi amente por estruturas de suporte exíveis têm
• em primeiro lugar porque os diagramas de pressões a que estão sujeitos, devido à exi-
bilidade da ortina, não são, em alguns asos, os provenientes das teorias de ál ulo de
impulsos estudadas;
• em segundo lugar porque, omo se viu na se ção 9.1, as veri ações da segurança são
diferentes.
Em relação ao primeiro destes aspe tos, faz-se notar que para as estruturas que serão ana-
que serão abordadas, ele não será onsiderado. Isto é, as pressões de terras são determinadas
que o ter em atenção e será a veri ação em relação à rotação e (ou) translação da estrutura
que ditará a veri ação da segurança (não se aborda neste texto a questão da veri ação em
Faz-se ainda uma outra observação em relação à abordagem que tem sido seguida. Colo ou-
se, até aqui, os diferentes problemas de veri ação da segurança na perspe tiva de denição de
uma geometria e de, posteriormente, veri ação da segurança nos seus vários aspe tos. Será
fá il de ompreender, no entanto, que na maioria das situações o trabalho que é exigido aos
Noutros asos, no entanto, é possível pro eder-se à determinação das dimensões que fazem
om que a segurança que veri ada. Por ser o aso das ortinas exíveis que se apresentam
neste texto e por ser útil o leitor ar om essa perspe tiva do problema, será assim que estas
tada na Figura 9.10. Para o dimensionamento deste tipo de estrutura, admite-se que do
f0
PSfrag repla
ements
f = 1.2f0
R
O
X
MO = 0 (9.11)
que tem f0 omo in ógnita. O oe iente de segurança pode ser onsiderado, tradi ionalmente,
apli ado ao impulso passivo ou, de a ordo om o Euro ódigo 7, o ál ulo pode ser realizado
através de oe ientes de segurança par iais. O valor de f0 assim obtido é, portanto, o valor
de ál ulo.
Uma vez onhe ido f0 , a equação de equilíbrio de forças horizontais onduz a um valor de
R om a dire ção indi ada na Figura 9.10 à direita e que é designada omo ontra-impulso
passivo.
Capítulo 9. Veri
ação da segurança de estruturas de suporte 135
habitualmente igual a 1.2f0 . Note-se que este oe iente de 1.2 não é um oe iente de
segurança. A sua apli ação tem implí ita a ne essidade de mobilização no pé da ortina
do referido ontra-impulso passivo, pelo que não está rela ionado om qualquer noção de
sentada na Figura 9.10. Com base neste diagrama pode, assim, pro eder-se ao dimensiona-
mento da ortina.
Apesar de, na maior parte das situações, se re orrer à teoria de Rankine para o ál ulo
atrito soloestrutura, pelo que outras teorias de ál ulo de impulsos, omo a de Coulomb ou
Tratando-se de uma estrutura de suporte uja segurança está muito dependente do impulso
passivo e, portanto, da altura enterrada, o Euro ódigo 7 prevê que a profundidade de es avação
hd = h + ∆h (9.12)
Exemplo de ál ulo
tada na Figura 9.11. O solo é uma areia om φ′ = 30o , γh = 18kN/m3 e γsat = 20kN/m3 .
H2 = 2m
x Ia2d
Ipd Ia3d
f0
f
sendo os impulsos (admitindo que são tomadas medidas espe ialmente uidadosas para on-
1 1
Ia1d = γG Kad γh H12 = 1.0 × × 0.409 × 18 × 42 = 58.9kN/m (9.15)
2 2
Ia2d = γG Kad γh H1 (H2 + f0 ) = 1.0 × 0.409 × 18 × 4 × (2 + f0 ) = 29.448 (2 + f0 )(9.16)
1 1
Ia3d = γG Kad γ ′ (H2 + f0 )2 = 1.0 × × 0.409 × 10 × (2 + f0 )2 = 2.045 (2 + f0 )(9.17)
2
2 2
1 1
Ipd = Kpd γ ′ f02 /γR;e = × 2.445 × 10 × f02 /1.0 = 12.225f02 (9.18)
2 2
4 2 + f0 2 + f0
+ 2.045 (2 + f0 )2
X
M0 = 0 ⇒ 58.9 × 2 + + f0 + 29.448 (2 + f0 )
3 2 3
f0
− 12.225f02 = 0 ⇒ f0 = 10.02m (9.19)
3
Sento frequentemente este tipo de estrutura asso iada à utilização de esta as-pran has
do diagrama de momentos que seria preferível obter se se tratasse de uma estrutura de betão
armado. A determinação do ponto em que o momento e tor é máximo pode ser feita através
da pro ura do ponto em que o esforço transverso é nulo. Este ponto lo aliza-se à distân ia
Figura 9.11.
e o momento máximo é:
max 4 2+x 2+x x
MSd = 58.9 + 2 + x +29.448(2+x) +2.045(2+x)2 −12.225x2 = 962kNm/m
3 2 3 3
(9.22)
de ál ulo.
A veri ação da segurança obriga a que MRd ≥ MSd pelo que haverá que es olher uma
tipos de métodos: métodos de apoio simples, que onsideram a existên ia, no pé da ortina,
de um apoio simples (ou móvel) e métodos de apoio xo, que onsideram a existên ia, no pé
um apoio simples (ver Figura 9.12), o que signi a que não existe a mobilização de uma
força horizontal do tipo ontra-impulso passivo que se des reveu a propósito das ortinas
F A
f0
Tal omo para o ál ulo das ortinas simplesmente en astradas, admite-se que, no aso da
Figura, se mobilizam impulsos a tivos do lado direito da ortina e impulsos passivos do lado
esquerdo.
Tal omo para as ortinas auto-portantes, o Euro ódigo 7 onsidera um valor de ál ulo
A equação de equilíbrio de forças horizontais permite determinar a força no apoio (es ora
ou an oragem) que, habitualmente, para efeitos de dimensionamento, deverá ser multipli ada
Exemplo de ál ulo
H3 = 2m
F A
H1 = 4m
Ia1d
x
H2 = 2m
Ia2d
Ipd Ia3d
f0
Usando a AC1 ( omb, 2) do Euro ódigo 7 e a teoria de Rankine para o ál ulo de impulsos,
tem-se que:
sendo os impulsos (admitindo que são tomadas medidas espe ialmente uidadosas para on-
onduz a:
f0 = 4.16m (9.30)
que onduz a a:
Fd = 106.3kN/m (9.32)
ortina em que o esforço transverso é nulo. Considerando este ponto à distân ia x do nível de
x = 1.46m (9.34)
max 4 x x
MSd = 58.9 x + + 29.448x + 2.045x2 − 106.3(x + 2) = −169.8kNm/m (9.35)
3 2 3
Com base neste momento (ou no que se obteria da ombinação 1, ujos ál ulos se onvida
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