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Como cobrar por

projetos de interiores?

Roberta Vendramini

www.construir.arq.br
São Paulo, agosto de 2015.
Como cobrar por projetos de interiores?

Sumário

Agradecimentos ................................................................................. 03

Sobre a autora ................................................................................... 04

Prefácio ............................................................................................. 05

Introdução ......................................................................................... 06

1. O que dizem os profissionais? ........................................................... 08

2. A tabela de honorários da ABD – Associação Brasileira de Designers de


Interiores (2009) ................................................................................ 11

3. A tabela de honorários da AEAO – Associação dos Engenheiros e


Arquitetos de Osasco (2012) ................................................................ 18

4. A tabela do Guia de Orientação Profissional da AAI – Associação dos


Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011) ............................. 20

5. A polêmica RT – Reserva Técnica ...................................................... 24

6. Projetos de interiores on-line............................................................ 33

Considerações finais ........................................................................... 37

Referências consultadas ...................................................................... 38

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Agradecimentos

A Deus, por tudo que tem me proporcionado!!


À minha mãe, pelo sacrifício que permitiu minha formação como arquiteta.
Ao meu marido, Eduardo Vendramini, pelo amor e apoio incondicional.
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros.

Aos meus queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, meu trabalho
não teria sentido!! Obrigada, obrigada e obrigada!!

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Sobre a autora

A professora e arquiteta Roberta Vendramini está hoje à


frente da empresa Cursos Construir. Com sólida experiência
em coordenação e compatibilização de projetos, trabalhou
no renomado escritório de arquitetura Olegário de Sá, em
São Paulo. Durante anos, atuou também como docente de
AutoCAD, Desenho Arquitetônico, Legislação para Obras,
Projeto e outras disciplinas, em faculdades de Arquitetura e
também Construção de Edifícios. Atualmente, direciona todo
seu tempo e know-how para treinamentos em DVD,
videoaulas gratuitas, blogs e páginas no Facebook para
cadistas, projetistas e alunos de arquitetura, engenharia e
design. Seu primeiro blog, o AutoCAD para Construção de
Edifícios, já recebeu mais de 6 milhões de visitas e seu
canal no Youtube é um dos maiores da área, com mais de
34 mil seguidores e 5 milhões de visualizações de vídeos.

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Prefácio
Os designers de interiores ou arquitetos de interiores são profissionais que fazem o projeto
dos ambientes de uma residência, loja, escritórios, etc. Seu trabalho pode englobar desde a
definição de acabamentos com a escolha de pinturas e materiais até modelos e localização
dos móveis e pontos de iluminação.

Muitos profissionais, no entanto, têm dúvidas de como cobrar por seus serviços enquanto
muitos clientes tentam entender como os profissionais chegam até aquele valor.

Para auxiliar a fixação dos valores, bem como o entendimento por parte dos clientes, há
tabelas disponibilizadas pela ABD – Associação Brasileira de Designers de Interiores, que é
a principal referência na área, embora a nova tabela de honorários do CAU – Conselho de
Arquitetura e Urbanismo também inclua projetos de interiores.

Há profissionais que praticam preços abaixo ou acima destas tabelas, influenciados pelos
valores cobrados em sua região, seu prestígio no mercado, os custos fixos de seu escritório
e equipe, o tipo de projeto, o poder aquisitivo do cliente. Neste e-book, compilei um material
de ótima qualidade para auxiliar você que trabalha com design de interiores.

Atualmente é grande a discussão em torno dos serviços que podem ser executados pelos
arquitetos, designers de interiores e engenheiros, uma vez que a Resolução nº 51 do CAU-
BR define como atribuições privativas de arquitetos e urbanistas a arquitetura de interiores,
projeto de arquitetura e reformas. Essa discussão está longe de acabar e somente será
resolvida com a regulamentação da profissão de designer de interiores e um acordo entre o
CREA e o CAU sobre as atribuições comuns dos arquitetos e engenheiros.

Aqui neste e-book não entrarei no mérito dessas discussões; não foi considerei a parte legal
envolvida nas atividades dos designers de interiores, apenas tenho a intenção de auxiliar na
fixação dos honorários e na relação do profissional com o cliente.

Abraços,

rta

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Introdução
A série “Como cobrar?” é composta por 4 e-books:

E-book 1: Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica? (lançado em


junho/2015).
E-book 2: Como cobrar por projetos de interiores? (este que você está lendo).
E-book 3: Como cobrar por projetos de arquitetura? (será lançado em setembro/2015).
E-book 4: Como cobrar por projetos de engenharia? (será lançado em outubro/2015).

Criei este e-book com o objetivo de ajudar quem está iniciando na área e também para servir
de parâmetro para aqueles que têm dúvidas ou sentem insegurança no momento de
apresentar orçamentos de projetos de interiores.

No Capítulo 1, demonstrarei os depoimentos dos profissionais que já estão há algum tempo


no mercado (alguns de renome nacional), suas experiências e conselhos para os iniciantes.

No Capítulo 2, explanarei a tabela de honorários da ABD – Associação Brasileira de


Designers de Interiores, situando a experiências mencionadas no capítulo anterior dentro do
que dispõe tal órgão.

Prosseguindo com a análise de tabelas, no Capítulo 3, apresentarei a tabela de honorários


da AEAO – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco, trazendo um exemplo
prático de cálculo para a elaboração de um projeto de interiores de uma residência.

No Capítulo 4, fecharei o tema das tabelas, analisando as determinações do Guia de


Orientação Profissional da AAI – Associação dos Arquitetos de Interiores do Rio Grande do
Sul (tabela de 2011).

Nesse capítulo também compartilharei o método que considero mais coerente para a
precificação de projetos de interiores, que é como faz, na prática, a designer carioca
Eliana Todeschini, que possui um blog no qual dá dicas preciosas para quem está
começando na área.

No Capítulo 5, tratarei das polêmicas em torno da famosa Reserva Técnica (RT),


analisando o que dizem o CAU e a ABD, bem como as opiniões de profissionais das áreas
de arquitetura e design de interiores.

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Por fim, o Capítulo 6 traz novidades sobre projetos no campo on-line e as vantagens de se
aventurar nesse universo, com indicações de sites que promovem profissionais iniciantes e
também com dicas para quem deseja divulgar seu trabalho na Internet.

Espero que este e-book possa servir de referência ou colaborar de alguma forma toda que
você, querido aluno e/ou leitor, precisar fazer um orçamento de projetos de interiores.

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1. O que dizem os profissionais?


Não existe um consenso de como cobrar por um projeto de interiores, mas as dicas de
alguns profissionais com carreira já consolidada no mercado podem ajudar e muito aqueles
que estão começando agora!

João Armentano, designer consagrado de celebridades como Adriane Galisteu e Eliana, em


um bate-papo com os leitores da Revista Claudia, afirmou que, às vezes, o projeto de uma
casa menor fica mais caro que o de uma construção maior. E qual seria o motivo? Confira a
resposta do designer:


...depende do tamanho da obra. É claro que um projeto maior, o coeficiente é
menor e vice-versa. Costumo dizer que uma pequena casa tem do mesmo jeito
que uma grande casa a cozinha, os dormitórios, etc, etc... Só mudam as
dimensões. Resumindo, às vezes até as menores dão mais trabalho...” João Armentano,
designer.

Então, segundo João Armentano, o valor por metro quadrado de um projeto é inversamente
proporcional ao tamanho da construção, ou seja, quanto maior a área abrangida pelo projeto,
menor o custo do metro quadrado (do projeto). Então, essa é uma boa dica para você adotar
em seus projetos quando elaborar um orçamento. Para uma casa de 800 m², por exemplo, o
valor por metro quadrado seria menor em relação ao projeto de uma casa de 250 m².

Para Claudia Bergamasco, jornalista e designer de interiores, o valor do projeto está


vinculado tanto à área da construção quanto ao tipo de serviço oferecido e ainda é
influenciado pelas práticas profissionais de cada região, variando de cidade para cidade.
Veja o que disse a designer do EstúdioB2+ em maio de 2012:


O investimento depende da área a decorar. No Estado de São Paulo, o metro
quadrado, em um apartamento pequeno (de 100 m²) não sai por menos de 65
reais. Um profissional reputado pode chegar a cobrar 500 reais por metro – mas
esse preço cai à medida que aumenta a área da residência. O valor também varia de
acordo com o tipo de serviço oferecido – que pode ir de uma simples redistribuição
dos móveis na casa até um projeto completo, da iluminação à escolha dos móveis e
revestimentos.

Em Jundiaí, os preços variam. Há quem cobre 10 reais o metro quadrado, caso o

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trabalho a ser feito seja muito simples. Na média, eu diria que hoje está entre 50 e 80
reais o metro quadrado. Na verdade, tudo depende do projeto, de sua complexidade,
de seu tamanho. Se você quiser que o designer faça as compras e/ou gerencie a obra,
o custo será um pouco maior. Se o profissional não for da cidade onde você mora,
também há que se computar os custos de deslocamento.” Claudia Bergamasco, designer e
jornalista.

Já a designer de interiores Jaqueline Ribeiro mantém um blog para ajudar quem está
começando na área e defende que cada profissional deve criar sua própria tabela de
honorários. Acompanhe as preciosas dicas da blogueira:


Muitas pessoas que estão no início de sua atuação na área de interiores ou estão
curiosos para saberem se entram ou não na área têm me pedido uma tabela de
valores, mas o que eu sempre digo a todos é que na verdade a tabela quem faz
é o profissional, de acordo com as características de seus clientes e da sua
região. Para fazer a minha me baseei na tabela da ABD – Associação Brasileira de
Designer de Interiores. Eu não disponibilizo a minha tabela de valores já que preços
cobrados são muito particulares de cada profissional. O que sugiro sempre, tanto
aqui pelo blog ou quando respondo as pessoas por e-mail é que procurem por esta
tabela da ABD, mas que, como eu, façam uma pesquisa em sua região para saber se o
que pretendem cobrar é muito ou pouco demais. Com o tempo você vai vendo a
aceitação dos orçamentos e já percebe se seus valores estão muito caros ou não.
Então, a todos que tiverem dúvidas sobre como cobrar, procurem por esta tabela
onde os valores já estão estipulados por região. Ficará muito mais fácil e já será uma
luz sobre quais são os valores cobrados. Claro que não há regras para a cobrança, os
valores são particulares de cada profissional, então é preciso entender bem as
características de com quem e onde irá atuar.” Jaqueline Ribeiro, designer e blogueira (grifo
nosso).

Por outro lado, há quem considere a tabela da ABD exorbitante, fora da realidade de muitos
profissionais que estão começando ou mesmo consolidados no mercado. No próximo capítulo,
explanaremos essa tabela com mais detalhes. O especialista em design de lighting, Paulo
Oliveira, dá sua opinião:


Bem, não há como querer seguir os valores colocados na tabela da ABD.
São surreais e só quem deve conseguir aplicá-los são as estrelinhas da
mídia. Os profissionais normais e mortais não conseguem. Outro problema é
que a tabela contempla o valor por m² e não considera a complexidade do projeto.

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Se por um lado temos este problema dos valores muito altos da tabela, por outro
temos os profissionais que não a respeitam e cobram valores bem abaixo do mínimo
desejável para manter a saúde do mercado.” Paulo Oliveira, especialista em lighting design (grifo
nosso).

Assim, por tais depoimentos, pode-se ter noção que o que mais implica em fixar um
orçamento, é a realidade de cada projeto, as condições financeiras do cliente e o
posicionamento do profissional no mercado. Um tanto subjetivo, mas sempre deve levar em
conta também o aspecto objetivo, ou seja, se há ou não obra envolvida no projeto, quando
então o profissional deverá adequar seu preço.


O quanto se gasta depende muito do que será feito, se haverá obra, se vai só
decorar ou não. Só pra decorar, depende do material... os valores variam muito
porque é possível chegar a soluções charmosas mais baratas, mas também usar
fartamente tecidos importados.” Claudia Bergamasco, resumindo as orientações da designer de
interiores Rosa May Sampaio.

Dessa forma, o que vai determinar o preço do projeto é, além de tudo isso, a negociação
entre o profissional e o cliente, quanto cada um entende justo pelo trabalho executado. O
profissional não deve, no entanto, nivelar seu trabalho abaixo do que vem sendo praticado no
mercado de sua região, para que não se desvalorize, nem desvalorize a classe. Uma boa
atitude é fixar um percentual por metro quadrado, entretanto, a negociação sempre ditará o
orçamento e o contrato:


Os honorários de um decorador não têm custo definido. Dependem de dados
como: 1) projeto com custo por metro quadrado; 2) percentual definido entre as
partes sobre os gastos gerais da obra e projeto executado; 3) negociação geral
entre as partes. Antonio Carlos Gouveia Junior, editor do Decor Year Book Brasil.

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2. A tabela de honorários da ABD – Associação


Brasileira de Designers de Interiores (2014)
(Link para se associar à ABD a fim de acessar a tabela atualizada: http://www.abd.org.br/novo/associe-se.asp)

A Associação Brasileira de Designers de Interiores - ABD, entidade que organiza o exercício


da profissão e conta com mais de 4 mil associados, é hoje a referência para consumidores
conhecerem melhor esse crescente mercado.

Na hora de contratar um designer de interiores, a ABD recomenda que o cliente fique atento
às seguintes orientações:

• o arquiteto ou designer de interiores pode criar apenas o projeto e a execução pode ser
feita por outro profissional de escolha do cliente;

• caso o cliente opte por um serviço personalizado, pode contratar o profissional para
desenvolver o projeto e cuidar de toda a fase pré-execução: como seleção e compra de
produtos, contratação de prestadores de serviço (pintores, gesseiros, eletricistas…),
bem como pode cuidar da efetiva execução do projeto, com ou sem reforma do
ambiente interno.

O valor dos honorários profissionais poderá diferir em cada caso: em geral o projeto é
cobrado em função do tamanho do espaço a ser decorado ou reformado, quantia que pode
ser aumentada em relação à complexidade da intervenção, como a quantidade de desenhos
e horas/homens trabalhadas.

Além disso, se o trabalho envolver a administração da obra como um todo, é comum o


designer ou arquiteto cobrar um percentual sobre todas as compras realizadas em
fornecedores e prestadores de serviço.

Para definir a sua remuneração, os arquitetos e designers de interiores têm como referência
a Tabela de Honorários da ABD. No mercado você encontrará situações de preço abaixo ou
acima desta tabela. Os valores dependem do currículo do profissional e da sua posição atual
no mercado. A remuneração do designer de interiores também varia em função da
abrangência do projeto e do tamanho da obra a ser realizada:

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Por fim, a remuneração do designer de interiores, de acordo com a ABD, pode ser feita de 4
formas distintas pelo seu trabalho ou de forma combinada:

1. Por projeto (metro quadrado)


2. Consulta
3. Hora técnica
4. Acompanhamento da Obra

Vejamos cada uma delas em rápidas pinceladas!!

1. Remuneração por projeto (metro quadrado)

O maior problema que vejo nesta modalidade de remuneração é que não se leva em conta a
complexidade do projeto ou dos serviços que serão desenvolvidos. O profissional, por
exemplo, pode entregar apenas o projeto de decoração ou o projeto de arquitetura de
interiores, incluindo, ou não, o projeto de móveis. Veja as diferenças:

• projeto de decoração: desenho e planta detalhada, com mobiliário, pisos, tecidos,


revestimentos, iluminação, entre outros. A concepção arquitetônica original é mantida,
pois não há reformas ou demolições como, por exemplo, intervenção em paredes,
estruturas ou instalações;

• projeto de arquitetura de interiores: “intervenção em ambientes internos ou externos


de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos,
mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo
ou não a concepção arquitetônica original –, para adequação às novas necessidades de
utilização. Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do
condicionamento térmico, acústico e lumínico; da comunicação visual; dos materiais,
texturas e cores; e do mobiliário.” (definição dada pela Resolução 51 do CAU/BR).

A ABD disponibilizou a Tabela 1 referente às fases do projeto de interiores, o qual pode ser
dividido em percentuais que, somados, totalizam o projeto (100%) a ser feito. O valor total
correspondente ao projeto terminado poderá ser dividido em percentuais nas diferentes
fases, de acordo com as necessidades profissionais.

Na prática, recebe-se cada parcela na entrega dos documentos gráficos referentes a cada
fase do projeto, mas há profissionais que não vinculam o pagamento às entregas, mas
simplesmente estipulam um dia do mês para recebimento de cada parcela.

No início de minha carreira, fiz muitos estudos sem cobrar nada e somente depois da ideia
inicial aprovada é que negociava o valor do projeto. Foi um erro que cometi durante anos por
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pura insegurança e, muitas vezes, trabalhei de graça, pois o cliente em potencial era apenas
um curioso que “estava pesquisando”. Depois, mais experiente e mais conhecida em minha
região, passei a exigir o pagamento de uma parcela inicial para começar a trabalhar. Então,
segue uma sugestão de como dividir o recebimento de seus honorários:

• na assinatura do contrato: 20%;


• na entrega do estudo preliminar: 20%;
• na entrega do anteprojeto: 20%;
• na entrega do projeto pré-executivo: 15%;
• na entrega do projeto executivo: 25%.

Veja na Tabela 1 os serviços que serão desenvolvidos e entregues em cada fase do projeto:

TABELA 1 - FASES DO PROJETO


ESTUDO ANTEPROJETO PRÉ-EXECUTIVO EXECUTIVO
PRELIMINAR
FASE Fase de concepção Fase de Fase de Fase de
do Projeto concretização das justaposição detalhamento
ideias
O QUE ENGLOBA Representação Definição do Coordenação de Definições dos
gráfica do conjunto partido e ajustes projetos detalhes
das necessidades do complementares e construtivos;
cliente e do espaço definições técnicas Acabamentos,
Croquis e esboços (projetos de revestimentos,
da concepção hidráulica, mobiliário,
Proposta de elétrica, objetos etc.
prestação de serviço iluminação,
acústica etc., com
profissionais
especializados).
DOCUMENTAÇÃO Estimativa de custos Documentação Documentação Conclusão do
(orçamento gráfica em escala e gráfica com projeto com
estimado); tecnologias definições finais. documentação
Estimativa de prazos construtivas; gráfica para o
do projeto Aprovação/aceite início da obra;
(cronograma do cliente. Orçamentos
estimado do finais e
projeto). Memoriais
Descritivos.
100%
Fonte: Associação Brasileira de Designers de Interiores (2014, apud CARDOSO, 2015)

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A Tabela 2 apresenta os honorários que serão aplicados à elaboração de projetos de


interiores em função do metro quadrado e varia de acordo com a região. Perceba que a
diferença do valor é grande entre algumas regiões e chega a ser exorbitante em alguns
casos: um projeto de interiores com mais de 1000m² custaria R$ 116,00 o m² no Estado do
Rio de Janeiro e menos da metade no Espírito Santo e em Minas Gerais (R$ 56,00 o m²).

Observe também que quanto maior a área de intervenção do projeto, menor o preço por
metro quadrado. Esta tabela é referente ao mês de março de 2014. A versão mais atualizada
da tabela de honorários está disponível apenas aos associados da ABD.

TABELA 2 - HONORÁRIOS POR PROJETO DE INTERIORES (COMPLETO)


VALOR MÉDIO COBRADO POR METRO QUADRADO (REF.: MARÇO DE 2014)
DE 10 a De 60 a De 100 a De 301 a De 501 a De 701 a Acima de
ESTADOS
59m² 99m² 300m² 500m² 700m² 999m² 1000m²
SP R$ 133,00 R$ 124,00 R$ 114,00 R$ 107,00 R$ 103,00 R$ 96,00 R$ 91,00
RJ R$ 151,00 R$ 140,00 R$ 131,00 R$ 126,00 R$ 123,00 R$ 123,00 R$ 116,00
ES, MG R$ 119,00 R$ 103,00 R$ 86,00 R$ 74,00 R$ 65,00 R$ 61,00 R$ 56,00
DF, GO,
R$ 109,00 R$ 105,00 R$ 98,00 R$ 91,00 R$ 89,00 R$ 86,00 R$ 86,00
MT, MS

AL, AM,
BA, CE, PB,
PE, PI, RN,
R$ 123,00 R$ 119,00 R$ 103,00 R$ 89,00 R$ 79,00 R$ 72,00 R$ 65,00
RO, SE, PA,
TO, AP, AC,
MA, RR

PR, RS, SC R$ 133,00 R$ 130,00 R$ 121,00 R$ 109,00 R$ 105,00 R$ 103,00 R$ 98,00

Fonte: Associação Brasileira de Designers de Interiores (2014, apud CARDOSO, 2015)

Muitos profissionais cobram por metro quadrado conforme a Tabela 2 da Associação


Brasileira de Designers de Interiores. Mas há quem prefira cobrar por porcentagem dos
gastos da decoração, ou que cobre o valor do metro quadrado de acordo com o CUB (Custo
Básico Unitário). O CUB é uma tabela que padroniza os valores dos custos unitários da
construção, avaliação da obra e execução. Cada Estado possui seu CUB e deve ser
consultado.

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A metragem pode ser cobrada de acordo com o ambiente em que o designer ou arquiteto de
interiores irá trabalhar ou com o metro quadrado da casa, caso se faça um projeto para ela.
O valor do projeto pode diferenciar também de acordo com alguns itens: caso o profissional
lide também com projeto de iluminação, será acrescido um valor ao projeto, e outro valor
pode ser cobrado caso tenha que lidar com mobiliário e não apenas acabamento.

2. Consulta

É uma orientação sem a contratação efetiva para o desenvolvimento do projeto. Por


exemplo, quando o cliente solicita uma orientação profissional para a escolha das cores e
papéis de parede de um ambiente. Ou, ainda, orientação profissional sobre algum assunto
técnico. Pode-se cobrar de R$ 500,00 a R$ 600,00 por uma consulta de até 3 horas (ref.:
março/2014).

3. Hora Técnica

O designer de interiores pode estipular o valor de sua hora técnica para serviços específicos
e não contemplados inicialmente no projeto. Por exemplo, quando o cliente contrata apenas
o projeto e depois solicita uma visita à obra para resolver um determinado assunto. Neste
caso, lembre-se que sua hora técnica inicia no momento em que você sai do escritório. Se a
obra for em outra cidade, o tempo de trajeto (ida e volta) é considerado como hora técnica, a
não ser que seja negociado de outra forma com o cliente. A ABD sugere que se cobre entre
R$ 270,00 e R$ 380,00 por hora técnica (ref.: março/2014).

4. Acompanhamento da obra

Neste caso, o projeto é cobrado à parte e o profissional fixa um percentual sobre os custos
da obra para administrá-la, geralmente de 10% a 15% do custo estimado, com negociação
em função da complexidade da obra. Envolve o valor de todos os produtos e serviços
necessários para a realização do projeto de interiores.

Quanto à influência do perfil do cliente nos honorários do designer ou arquiteto, em maio de


2004, a ABD publicou um artigo com o título “Como cobrar honorários. Quem tem a saída?”.
O interessante é que, apesar da ABD ter uma tabela com preços mínimos, o artigo
alertou sobre a importância de se considerar o perfil do cliente na composição do

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valor do projeto e não se prender apenas aos custos diretos e indiretos. Veja este
trecho:


Se você ainda estabelece honorários tomando como base apenas os seus custos,
desconsiderando o perfil de cada cliente, cuidado. Na nova ordem, é
recomendável que o preço seja decorrência da total personalização do serviço e
da oferta. Ou seja, a cada cliente você deve ser capaz de gerar uma condição única
que permita que ele (cliente) acesse o seu produto.

Isso quer dizer que você pode ter preços diferentes para serviços idênticos? Não
exatamente.

A sua habilidade está em compreender o processo pelo qual aquele cliente vai tomar
a sua decisão de compra. Avaliar quais alternativas à sua proposta ele está
considerando. Quais aspectos da sua oferta estão mais próximos ou mais distantes
das expectativas do cliente.

Uma boa alternativa é sempre agregar na sua oferta àquilo que o cliente espera como
benefício do seu produto (serviço). Por exemplo: o cliente tem a experiência de que
uma reforma causa enormes desconfortos em função de um planejamento
inadequado. Inclua na sua oferta uma condição que garanta o transcorrer da obra
dentro da expectativa do cliente. Defina pontos de controle e certifique o cliente do
seu preparo para lidar com essa condição de trabalho. Quem sabe não dá pra cobrar
mais caro por isso?

O importante, na hora de apresentar seu projeto, é aliar os conhecimentos adquiridos aos


diferenciais que podem agradar o cliente e que imprimem a característica única do
profissional.


Creio que cada profissional tem o seu preço, seu valor, como também o cliente.
Pois, existem clientes que têm condição de pagar um valor de ‘tabela’, outros
com um poder aquisitivo menor. Para todos mais, vale o bom senso, a ética, o
combinado, um valor justo para ambas as partes. Não deixando de desmerecer a
capacidade do profissional, habilidades e talentos e tão pouco deixar de atender o
cliente... Para tudo, certo é que quando combinado deve-se fazer com dedicação,
respeito e valor ao cliente... Cristiano Sanluigi Pontone, decorador na empresa Designer de Interiores.

Busque fortalecer o seu valor no mercado de trabalho a fim de gerar um diferencial em meio
à concorrência de diferentes áreas – arquitetos, designers e autodidatas. É esse diferencial
que estabelecerá credibilidade na sua relação com o cliente.

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Como cobrar por projetos de interiores?

Segundo a ABD, em 2008, havia 50 mil designers de interiores atuando no Brasil. Contudo,
esse parâmetro envolvia somente profissionais registrados. O número efetivo atualmente é
bem maior, com certeza. E também, como se sabe, a qualidade/qualificação dos
profissionais varia muito.

E fique tranquilo se você é iniciante na área, pois a questão dos valores a cobrar também é
um tabu para muitos professionais experientes, como se pode ver no depoimento abaixo:


...mas sempre fico muito apreensivo... será que o cliente achou caro?
rsrs...trabalho com design de interiores... e sempre fico apreensivo nessa hora, e
na maioria das vezes o cliente contrata o profissional sem ter nem uma base de
quanto esse tipo de trabalho é cobrado... Afonso Neto, General Manager na empresa Cariri Design.

E, infelizmente, o cenário brasileiro atual é de desvalorização profissional. Salvo os poucos


profissionais renomados, a realidade é que os diferenciais de um designer de interiores nem
sempre são valorizados pelo cliente, que na maioria das vezes quer preço em detrimento da
qualidade do trabalho.

Contudo, mesmo em meio a um mercado tão competitivo, deve-se ter em mente que atuar
com transparência, profissionalismo e muita ética é o primeiro passo para se estabelecer no
mercado e, com o tempo, se destacar na profissão.

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3. A tabela de honorários da AEAO – Associação dos


Engenheiros e Arquitetos de Osasco (2012)
(Link para acessar a tabela completa: http://www.aeaosasco.org.br/?pg=noticias&id=100)

A tabela de honorários mínimos profissionais do município de Osasco, na Grande São Paulo,


abrange praticamente todos os tipos de projetos, incluindo arquitetura, engenharia,
paisagismo e design de interiores. Este último é o qual nos interessa.

Cada tipo de projeto resultará em uma remuneração correspondente ao percentual do custo


de construção da obra, disposto em uma tabela pré-estabelecida.

Para se calcular o custo estimado da obra a ser planejada, multiplica-se a área do projeto
pelo valor do índice PINI ou pelo valor do CUB – custo unitário básico SINDUSCON, que
varia de acordo com o tipo e região da obra.

Caso a condição socioeconômica da região seja muito diversificada, estabelece-se um fator


redutor de 50% a ser aplicado nos valores obtidos com a aplicação da Tabela de Honorários
Mínimos para os Serviços Técnicos.

Assim, utilizaremos a seguinte fórmula:

VO = AP X PINI ou CUB

VPI = VO X PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m²

AP: Área prevista para edificação a ser planejada


CUB: Valor vigente do Custo Unitário Básico para o m² da construção
VPI: Valor do projeto de interiores

Como exemplo, calcularemos o projeto de interiores para uma residência na cidade de


Osasco com área de 190 m², padrão R1-N (construção residencial unifamiliar padrão
normal).

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Como cobrar por projetos de interiores?

1. Calcular o valor da obra:

Área prevista – 190 m² (Padrão normal)


CUB ou PINI estimado da obra a ser projetada (Jul/2015): R$ 1.491,25 m²
(Consultar valor atualizado e adequado à obra em questão)

VO = AP X CUB ou PINI

VO = 190 m² x R$ 1.491,25

VO = R$ 283.337,50

2. Com o valor estimado da obra, calcularemos o valor do projeto de interiores


segundo a tabela abaixo:

TABELA 3 - HONORÁRIOS PARA ARQUITETURA DE INTERIORES


ÁREA PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m²
Até 50m² 20%
50 a 100m² 15%
100 a 200m² 10%
Acima de 200m² 7%
Fonte: Associação dos Arquitetos e Engenheiros de Osasco (2012)

VPI = VO x PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m²

VPI = R$ 283.337,50 x 10%

VPI = R$ 28.333,75

Esse valor de projeto não inclui o acompanhamento da obra. Para esse serviço, a tabela de
honorários da AEAO – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco recomenda que
o profissional cobre 10% do valor da obra.

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Como cobrar por projetos de interiores?

4. A tabela do Guia de Orientação Profissional da


Associação dos Arquitetos de Interiores do Rio
Grande do Sul (2011)
(Link para adquirir o material completo atualizado: http://www.aairs.com.br/gop.htm)

O GOP - Guia de Orientação Profissional AAI-RS (Associação dos Arquitetos de Interiores


do Rio Grande do Sul) é um manual indicativo de procedimentos uniformes para uma melhor
e mais segura atuação dos profissionais da arquitetura. É uma publicação com atualização
bianual dirigida aos arquitetos e atualmente está na 8ª edição.

Essa orientação traz diversas publicações que, dentre outras possibilidades, auxiliam na
estimativa do valor dos honorários dos profissionais de interiores:

• método de cálculo de honorários profissionais pelo valor hora;


• modelos de contratos de trabalho para projeto;
• execução e fiscalização de arquitetura de interiores;
• honorários para desenho de produto;
• modelo e pesquisa para avaliação pós-ocupação (com um estudo de caso em
arquitetura comercial) e pesquisa de satisfação do cliente.

Apesar de ser uma prática aconselhada pelos órgãos regulamentadores da profissão, Eliana
Todeschini, que atua como designer de interiores no Rio de Janeiro, tem ressalvas quanto à
prática de cobrar projetos de interiores por metro quadrado:


Podemos cobrar de várias formas, inclusive pelo m². O que vi no mercado de
trabalho é que isso facilita o modo de compreensão das pessoas quanto aos
nossos serviços, mas eu não faço dessa forma, uma vez que a complexidade do
serviço nunca entra nessa conta.

A forma que uso para fazer o orçamento requer o uso de duas tabelas e geralmente o
cliente não entende como foi feito, contudo foi o melhor jeito que encontrei de fazer
um orçamento justo porque leva em consideração ‘quanto’ trabalho teremos para
executá-los. Por exemplo, o valor cobrado para projetar uma cozinha ou banheiro é
diferente do cobrado por quem vai fazer um quarto ou sala, pois o nível de
complexidade de cada projeto é considerado nessa conta” Eliana Todeschini, designer.

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Como cobrar por projetos de interiores?

A designer carioca usa uma combinação bem interessante entre a tabela do Guia de
Orientação Profissional que é produzido pela Associação de Arquitetos de Interiores do Rio
Grande do Sul e a tabela do CUB que pode ser baixada no site do Sinduscon. Eu analisei o
exemplo que ela postou em seu blog e acho que vale a pena conferir o passo a passo do
método acessando o artigo “Como o profissional de design de interiores pode cobrar por
seus projetos?”.(http://innteriores.wordpress.com/2011/11/14/como-o-profissional-do-design-
de-interiores-pode-cobrar-por-seus-servicos/)

Como exemplo, calcularemos o valor do projeto de interiores para a mesma residência de


190m² do item anterior, lembrando que, hipoteticamente, ela está localizada na cidade de
Osasco, região metropolitana de São Paulo.

1. Primeiramente, é necessário verificar na Tabela 4 a qual grupo pertence o projeto.


Consideraremos que o projeto será completo, ou seja, pertencente ao GRUPO I.

TABELA 4 - SERVIÇOS ENTREGUES EM CADA GRUPO


GRUPO I GRUPO II GRUPO III
Projeto de arquitetura de Projeto de arquitetura de Layout de distribuição de
interiores interiores móveis
Escolha de acabamentos
Distribuição e localização de
pontos elétricos e hidráulicos
Detalhamento de banheiros e
cozinhas
Detalhamento de mobiliário Detalhamento de mobiliário Detalhamento de 1 ou 2
móveis
Escolha de tecidos, móveis, Escolha de tecidos, móveis, Escolha de tecidos, móveis,
revestimentos e luminárias revestimentos e luminárias revestimentos e luminárias
Detalhamento de forro
Fonte: Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011, apud TODESCHINI, 2011)

Então, o cliente receberá os seguintes itens para todos os ambientes da residência: salas,
cozinha, dormitórios, banheiros e lavabo:

• projeto de arquitetura de interiores;


• escolha de acabamentos;
• distribuição e localização de pontos elétricos e hidráulicos;
• detalhamento de banheiros e cozinhas;
• detalhamento de mobiliário;
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Como cobrar por projetos de interiores?

• escolha de tecidos, móveis, revestimentos e luminárias;


• detalhamento de forro.

Se você for calcular os honorários para elaborar o projeto de interiores para um ou mais
ambientes, verifique a qual grupo pertencerá. A designer Eliana Todeschini dá as seguintes
dicas para encontrar na tabela a qual grupo cada ambiente pertence:


Cozinha e banheiro: GI.
Sala de estar: poderá estar no GII ou GIII. Nesse caso, pode-se definir pela
complexidade do projeto. Caso tenha quebras e construções, ele é do GII,
contudo, mesmo que não tenha quebras e construções, se possuir 2 detalhamentos de
móveis unidos com detalhamento de forro e elétrica, ele passa para o GI.” Eliana
Todeschini, designer.

Portanto, mesmo que um ambiente não possua pontos de hidráulica e esgoto, como é o caso
de salas e dormitórios, poderá se enquadrar no Grupo I em função da complexidade do
projeto. Esta análise deverá ser feita cuidadosamente pelo autor do projeto após receber o
briefing do cliente.

2. Checar no site do Sinduscon o CUB atualizado para o tipo de construção e região onde o
projeto será desenvolvido:

CUB São Paulo Jul/2015 – Residência Padrão Normal R1 = R$ 1.491,25 o m²

3. Encontrar o fator de multiplicação na Tabela 5 de acordo com a área do projeto:

TABELA 5 - GRUPOS DE ACORDO COM A ÁREA DO PROJETO


ÁREA GRUPO I GRUPO II GRUPO III
0 a 6m² 0,33 0,22 0,165
7 a 15m² 0,30 0,20 0,15
16 a 30m² 0,256 0,17 0,128
31 a 60m² 0,226 0,15 0,113
61 a 100m² 0,18 0,12 0,09
101 a 200m² 0,15 0,10 0,075
Mais de 200m² 0,12 0,08 0,06
Fonte: Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011, apud TODESCHINI, 2011)

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Como cobrar por projetos de interiores?

No caso de nosso exemplo, para um projeto com 190 m² e pertencente ao Grupo I, o fator de
multiplicação é igual a 0,15.

4. Calcular o valor do projeto de interiores de acordo com a fórmula a seguir:

VPI = ÁREA X CUB X FATOR TABELA AAI-RS

VPI = 190 x 1.491,25 x 0,15

VPI = R$ 42.500,62

Eliana Todeschini ressalta que essa foi a melhor forma que encontrou para fazer o
orçamento de seus projetos, pois pode considerar a complexidade de cada trabalho,
flexibilidade que não encontramos em outros métodos estudados.

Ainda segundo a designer, esse valor incluiria o acompanhamento da obra e visitas a


lojas junto com o cliente para escolha de mobiliário, luminárias e outros itens de
decoração. E, se não incluir o valor para visitas à obra, podem ser descontados 40% do
valor do projeto e entregar ao cliente o projeto executivo e memorial descritivo dos itens
contratados.

Perceba que, se descontarmos 40% dos honorários como sugerido pela designer, o valor do
projeto usado como exemplo cairia de R$ 42.500,62 para R$ 25.500,37. Se compararmos
com o valor de R$ 28.333,75 que calculamos com base na tabela de honorários da AEAO –
Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco, seria uma diferença de quase R$
3.000,00 entre os valores de uma tabela e outra, ou seja, apenas 10%.

Assim, concluímos que não há uma diferença exorbitante entre um método e outro, pelo
menos para uma residência de 190m². De qualquer forma, sugiro que faça outras simulações
e tire suas próprias conclusões.

Enfim, de todos os métodos pesquisados, considero o proposto pela designer o mais


coerente, considerando a complexidade do projeto.

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Como cobrar por projetos de interiores?

5. A polêmica RT – Reserva Técnica

A famosa RT – Reserva Técnica é uma comissão que um profissional recebe por indicar os
produtos de uma determinada empresa parceira. Ela existe entre arquitetos, engenheiros,
designers de interiores e também em outras categorias profissionais. As lojas de móveis são
as empresas campeãs na distribuição de RTs entre arquitetos e designers de interiores
sendo que, algumas, dão a comissão também em produtos ou premiam com viagens.

O grande problema da RT é se ela é legal ou não, se é ético ou não recebê-la. Mas temos
também outros problemas paralelos:

• muitos profissionais indicam produtos ou serviços apenas por causa da RT: o


fornecedor que pagar a comissão mais alta, ganha a “concorrência”;
• muitos clientes desconfiam dos arquitetos e designers por causa dessa prática, o que
acaba comprometendo o bom andamento do projeto;
• formação de cartéis em licitações de obras públicas;
• desvalorização da arte de projetar, pois alguns profissionais jogam o valor do projeto “lá
embaixo” contando com o recebimento de RT.

Para os arquitetos e urbanistas, o recebimento de RT foi expressamente proibido pela


Resolução n° 52, de 6 de setembro de 2013, que aprovou o Código de Ética e Disciplina do
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Veja o que diz os itens 3.2.16,
3.2.17 e 3.2.18 do capítulo 3 - Obrigações para com o contratante. Atenção especial para
o item 3.2.16, pois é o que trata diretamente da RT, embora com outras definições:

3.2.16. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber, sob qualquer pretexto,


qualquer honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem,
retribuição ou presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto,
mercadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus
contratantes, conforme o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010.

3.2.17. O arquiteto e urbanista proprietário ou representante de qualquer marca ou


empresa de material de construção, componente, equipamento ou patente que venha a
ter aplicação em determinada obra, não poderá prestar, em virtude desta qualidade,
serviços de Arquitetura e Urbanismo a título gratuito ou manifestamente sub-
remunerados.

3.2.18. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber honorários, pagamentos, ou


vantagens de duas partes de um mesmo contrato vigente.

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Como cobrar por projetos de interiores?

A Associação Brasileira de Designers de Interiores - ABD, por outro lado, defende a Reserva
Técnica como uma forma de valorização do profissional especificador e possui até uma
carta de intenções sobre o assunto para seus associados:

Empresários e profissionais ligados à ABD estabelecem um compromisso


consubstanciado nesta Carta de Intenções, com a finalidade de aperfeiçoar o
comissionamento destinado única e exclusivamente aos profissionais com efetiva
atuação no mercado da Decoração.

A Reserva Técnica deve ser vista como uma justa remuneração quando da prestação de
um serviço (especificação), não devendo ser paga apenas pela “intermediação” da
compra. A ABD como promotora do compromisso assume a responsabilidade de zelar
pela sua efetivação e aplicação segundo os princípios aqui estabelecidos:

- transformar a Reserva Técnica em uma prática ética e justa, que valorize a relação de
parceria entre Empresários e Profissionais;

- regulamentar o pagamento da Reserva Técnica garantindo seu acesso aos


profissionais que atual de forma regular no mercado de Design de Interior;

- eliminar as dificuldades e o constrangimento dos estabelecimentos comerciais no


sentido de pagarem a Reserva Técnica às pessoas que não exerçam a atividade de
Designer de Interiores.

A RT entre designers de interiores e arquitetos está tão disseminada no mercado, que várias
lojas de móveis têm regulamentos para cadastro e recebimento das comissões em espécie
ou em produtos. A loja Tok&Stok, por exemplo, só aceita cadastro de profissionais
associados a entidades de classes como o CAU, CREA e ABD. E, para receber em dinheiro,
o profissional deverá fornecer nota fiscal de serviços, pois especificou os produtos da loja e
essa atividade é reconhecida pelo fornecedor como uma prestação de serviço. O
fundamental no caso da Tok&Stok é que se o cliente comprar sem o acompanhamento de um
profissional, o valor da RT não é descontado do total a ser pago pelos produtos adquiridos.
Então, não há ônus para o cliente, uma vez que pagará o mesmo valor com ou sem a
indicação de um arquiteto ou designer de interiores.

Veja na tabela 6 os percentuais de RT oferecidos pela loja Tok&Stok aos profissionais


especificadores cadastrados em seu site. A indicação só vale se for feita nas lojas físicas,
pois é necessário que o profissional se identifique no momento da confecção do pedido de
venda na loja. Compras feitas pela internet não geram RT.

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Como cobrar por projetos de interiores?

TABELA 6 - PERCENTUAIS DE RT OFERECIDA PELA LOJA TOK&STOK


PONTOS RESERVA TÉCNICA
Valor em R$ das vendas especificadas no últimos
em R$ em produtos
12 meses + bônus
2.500 a 10.000 5% 8%
10.000,01 a 20.000 6% 10%
20.000,01 a 40.000 7% 12%
40.000,01 a 60.000 8% 14%
60.000,01 a 80.000 9% 16%
80.000,01 a 100.000 10% 18%
Acima de 100.000,01 12% 20%
Fonte: Tok&Stok (2014)

A ABD recomenda aos fornecedores que ofereçam RT apenas a profissionais que


comprovem atuação na área bem como seja um associado do conselho de classe. Porém,
algumas lojas pelo Brasil não exigem qualquer tipo prévio de cadastro e não importa se o
estudante ou profissional é cadastrado na ABD. Indicou um produto ao cliente, recebe a
comissão. Veja o depoimento de um aluno de uma faculdade de arquitetura em Salvador:


Estou no quarto ano de arquitetura e trabalho com marcenaria e projetos de
interiores e gostaria de dar minha humilde opinião. Como cristão, não obrigo e
nem acho justo cobrar comissão de 10% para indicar um marceneiro, pedreiro
ou pintor como acontece muito aqui em Salvador. Concordo menos ainda em alterar
o valor do serviço que recebo de um fornecedor antes de passar ao cliente. Porém, as
lojas me dão uma comissão que varia entre 5 e 15% por indicar determinado
produto. Daí eu aceito e não vejo problemas, pois se a loja quer dar bonificação, o
problema é dela. Não obrigo o cliente a comprar nas lojas parceiras, ele é livre para
comprar onde quiser, contanto que seja o material especificado. Não vejo como RT,
independente disso, vejo como uma comissão que a loja me oferece.” Alan Oliveira,
estudante de arquitetura em Salvador/BA.

Mas, se o CAU proíbe e a ABD recomenda, devo cobrar ou não RT de meus clientes??

Eu diria que depende... como arquiteta, eu não cobraria, pois vai contra o código de ética de
meu conselho de classe (CAU). Se eu fosse designer de interiores associada à ABD,
cobraria, pois não estaria ferindo nenhuma regra, muito pelo contrário.

Ah, como seria bom se a resposta fosse tão simples assim! A RT envolve muito mais que

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Como cobrar por projetos de interiores?

uma simples comissão. Precisamos entender bem a diferença entre comissão pela simples
indicação de um fornecedor e honorários pela prestação de serviço pelo estudo,
especificação e acompanhamento do cliente à loja.

A questão é polêmica. Lembro-me que fiz um curso, em 2010, chamado “Projetos de


Interiores para Residências” e o professor era um arquiteto de interiores. Ele cobrava e
defendia veementemente a cobrança de RT, desde que o cliente tivesse ciência das regras e
estivesse prevista em contrato. Para ele, funcionava assim: o cliente pagaria o projeto + 20%
de RT sobre toda compra de produtos e contratação de serviços para execução do projeto. E
dava duas opções ao cliente: pagar 10% de RT e comprar apenas nos fornecedores
indicados por ele ou 20% se comprasse em lojas de sua livre escolha. A ideia era que o
cliente pagasse 10% de RT e o fornecedor parceiro os outros 10%. Caso o cliente
escolhesse o próprio fornecedor, arcaria com o valor total da comissão.

O problema é que muitos profissionais recebem a RT por “baixo dos panos”, como se
estivesse recebendo propina ou fazendo algo ilícito. Quando praticada dentro de normas
estabelecidas pela ABD, a comissão é defendida abertamente por profissionais de renome
no mercado. Veja o que disse Roberto Duailib em uma palestra durante a CONAD 2008 -
Congresso Nacional de Design de Interiores:


O profissional tem todo direito de receber comissão por um produto que indica.
Afinal, vocês são responsáveis por tudo que colocam dentro da casa de seus
clientes, se algo der errado, o cliente vai ligar para você. Então, nada mais justo
que vocês sejam remunerados por essa responsabilidade. No entanto, é preciso
estabelecer regras, porcentagens fixas e sem dúvida, obedecer a normas de uma
associação, como a ABD, por exemplo, que crie parâmetros para a prática da RT.”
Roberto Duailib, sócio-diretor da agência de publicidade DPZ

A designer Claudia Bergamasco concorda com Duailib e ainda afirma que o cliente não pode
ter prejuízo em hipótese alguma na cobrança de RT:


Alguns designers de interiores adotam como prática o recebimento de
fornecedores uma remuneração denominada Reserva Técnica (RT) pela
especificação de seus produtos e serviços. Essa prática é aprovada pela ABD,
mas deve acontecer sob rígidas condições éticas e não implicar em qualquer prejuízo
de ordem técnica ou econômica para o cliente.” Claudia Bergamasco, designer e jornalista.

Quando o profissional recebe RT fora das normas da ABD, indicando produtos e serviços
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Como cobrar por projetos de interiores?

apenas pela comissão, sem se preocupar com a qualidade e experiência do fornecedor, o


resultado pode ser desastroso, pois o cliente perde a confiança e se sente enganado. E as
consequências serão maiores se, além do profissional, o cliente também é famoso. Foi
exatamente o que aconteceu com Walcyr Carrasco, jornalista e conhecido autor de novelas
da Rede Globo, que contratou um profissional de renome no mercado, não ficou satisfeito
com o serviço prestado e escreveu uma matéria intitulada “Arquiteto, designer & propina”,
publicada pela Revista Época, edição 8 de outubro de 2012. Confira um trecho da matéria
que “queimou” a imagem de nossa categoria por causa da atitude de um mau profissional:

A remuneração dos arquitetos e designers costuma ser na base de uma percentagem


do que é gasto, entre 10% e 20%. Ou seja: quanto mais faz o cliente gastar, mais ele
ganha. Vejo aí um conflito de interesses. Outros profissionais cobram percentagens,
como os advogados. Mas é justo, porque ganham em cima do que conseguem para um
cliente numa causa, ou sobre aquilo que o cliente deixa de pagar em outra. Muitos
designers e arquitetos tornam-se vendedores de luxo. Querem que a gente jogue tudo
fora e bote novo. Quanto mais, melhor.

Há coisa bem pior. A famigerada RT – Reserva Técnica. É a percentagem que a loja dá


diretamente ao designer ou arquiteto sobre quanto o cliente gastou. Em algumas,
começa com 10%. Noutras, o céu é o limite. Há uma romaria às lojas mais caras, onde
a RT costuma ser maior.

Só para dar uma ideia: pedi a três empresas respeitadas que orçassem armários e
cozinha. Depois, negociei pessoalmente:
– Não há arquiteto, nem vocês terão de pagar RT. Quero desconto.

Todas começaram oferecendo 40%! Suponho que era a margem da RT. Soube de
casos, à boca pequena, entre os mais estrelados, em que a RT é de 100%.
Sinceramente, acho o nome RT pouco apropriado. Melhor seria propina. Do que se trata
a tal RT, senão de uma propina paga pelo fornecedor ao profissional?

Nem todos os profissionais agem assim. Mas a prática tornou-se comum. Pior: admitida.
De fornecedores de vasos sanitários a galerias de arte, todo mundo dá propina. Está na
hora de moralizar a relação entre cliente, designer e arquiteto. Seria preciso proibir a RT,
com penalidades. E acabar com a cobrança por percentagem. Na obra e na decoração,
o preço deveria ser por metro quadrado, como ao fazer a planta.

É claro que a matéria do novelista repercutiu nacionalmente e a ABD viu-se obrigada a se


pronunciar sobre o assunto, posicionando-se oficialmente a favor da RT, desde que o
repasse seja feito de forma justa e ética:

Sobre a Reserva Técnica, a ABD repudia qualquer outra denominação para o repasse,
bem como o livre comércio de serviços e produtos desapegado da ética de mercado,
opondo-se a quem favorece somente o lucro acima de tudo e de todos renegando

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Como cobrar por projetos de interiores?

aqueles que dedicaram tempo e intelecto em prol do desenvolvimento e evolução do


designer ou arquiteto de interiores.

A associação entende que a RT é uma ferramenta que visa difundir a importância do


papel do profissional de design de interiores no contexto da economia nacional, dando o
reconhecimento que lhe é de direito, correspondente a sua formação, especialização e
trabalho, e também da sua dedicação a esta profissão que escolheu para sua carreira.
Além disso, defende o repasse de uma RT de forma justa e ética, em que o receptor
deste valor seja capacitado (merecedor) para tanto, através de uma formação técnico-
científica, devidamente reconhecida por algum documento que corrobore essa
graduação e que o reconheça como um verdadeiro profissional, considerando sua
experiência prática. Como em todas as áreas, há regras de mercado a serem
cumpridas. Não são os profissionais que assim determinam e sim o mercado. É dever
tanto do profissional quanto do cliente esclarecer todos os pontos que envolvem as
responsabilidades, leia-se direitos e deveres, de cada uma das partes e deixarem
estabelecidas suas opiniões e flexibilidades, ou não, sobre cada uma delas.
Transparência é algo defendido e empregado pela ABD, que repassa tais valores a seus
associados.

Alguns profissionais dão ao cliente duas opções:

• valor do projeto com desconto + RT;


• valor do projeto sem desconto e sem RT.

Se o cliente resolve pagar RT, então se estuda um desconto para os honorários referentes ao
projeto. Mas até aqui existe polêmica. O arquiteto André Lenza, em entrevista ao site
CasaPRÓ, ressaltou que diminuir o valor do projeto em função de recebimento de RT é se
desvalorizar como profissional. Veja sua resposta quando indagado se é a favor da RT:


Sim, mas com ressalvas. A partir do momento em que se diminui o valor
cobrado do projeto, porque está se levando em conta a RT que será ganha no
projeto, é errado. Você se diminui como profissional. Também sou contra
indicar um material de qualidade inferior somente porque irá ganhar mais RT. Isto é
um absurdo!” André Lenza, arquiteto e urbanista, Goiânia/GO

Por outro lado, o designer Paulo Oliveira, especialista em lighting design, dá 10% de
desconto no valor do projeto para o cliente que concordou com a RT e se comprometeu a
comprar apenas nos locais indicados por ele. Quando o cliente prefere pagar o preço total do
projeto, então o designer “obriga”, em suas próprias palavras, o lojista a dar o desconto da
RT para o cliente. Veja as dicas que o designer deu em um artigo de seu blog:

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Como cobrar por projetos de interiores?


Não posso deixar de citar a existência das RTs nessa negociação. Sempre deixo
isso bem claro para meus clientes e explico direitinho como elas funcionam. Se
o cliente não quer com RTs e resolveu pagar o preço total, fazer o quê? Obrigo
os lojistas a darem os 10% de desconto extra para os clientes após o fechamento do
preço. Mas se ele quer o valor com as RTs, dou um desconto de 10% no valor total e
ele se compromete a fazer as compras apenas onde eu indicar.

Isso tem que ser muito bem negociado e você tem de ser mais esperto que os lojistas.
Jamais fale do desconto das RTs antes do vendedor apresentar o valor final do
orçamento. Afinal, dentro deste valor ele já embutiu os 10% das RTs que vai te
pagar. Fechado o valor e negociados os descontos do cliente, dai você entra e pede o
abatimento dos 10% de suas RTs. A grande maioria das lojas não gosta disso, torce o
nariz, te chama no canto pra ‘conversar’, porém quem não gosta não trabalha
eticamente com seus clientes logo, não merece vender. Pule para o próximo
fornecedor então.” Paulo Oliveira, especialista em lighting design.

Já para Cris Polli, arquiteta carioca, não existe situação correta ou errada. Ela acredita que a
remuneração deve ser compatível com o trabalho executado, qualquer que seja:


Esse assunto rende muitas opiniões e situações diferentes... mas, como
arquiteta, digo que nosso trabalho merece sim ser valorizado, desde uma ‘dica’
a um amigo até um grandioso projeto. A ética está em cobrar preço justo... e
sabemos que muitos que não aceitam a Reserva Técnica cobram valores
astronômicos por um laudo ou uma visita técnica. Não acho que exista situação
certa... ou errada! Mas a situação tem que ser justa pelo trabalho executado... seja
acompanhando o cliente a uma loja ou desenvolvendo um grande projeto.” Cris Polli,
arquiteta, Rio de Janeiro/RJ.

Deixando as polêmicas de lado, voltemos à questão: cobrar ou não cobrar RT? Coloquei
esta pergunta em meu perfil no facebook e posso dizer que concordo com os comentários de
meus amigos e alunos virtuais: devemos cobrar pelo projeto e também para acompanhar os
clientes em visitas à loja, pois acompanhamento e especificação é prestação de
serviços!!

A reflexão do arquiteto Rogério Romeiro responde, em minha opinião, a essa polêmica:

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Como cobrar por projetos de interiores?


Como diz o grande Maguila: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Arquiteto que recebe reserva técnica, sem conhecimento do cliente, por
comissão de venda de qualquer produto não é arquiteto, é vendedor... além de
majorar o valor para seu cliente, pode ser considerado como propina, o que é ilegal.
Pode até ficar rico, mas ai se esquece da arquitetura e induz mais gastos ao cliente.
Pela moralidade da profissão, o arquiteto deve ser remunerado pelo projeto que
idealiza e produz, por sua capacidade e competência.

Profissional competente respeita seu cliente! A loja oferece produtos pela mídia e faz
promoções, isto é mercado. O profissional orienta o cliente sobre suas características,
qualidades, aplicação, preço, etc. A decisão é do cliente. Relação de confiança e
respeito mútuo. RT com pagamento posterior é comissão pela venda, às vezes caixa
2, propina... e não honorários profissionais. Agora, acompanhar o cliente em visitas
às lojas e orientar escolha de compra é prestação de serviço profissional. Cobre por
isso como profissional competente.” Rogério Romeiro, arquiteto e urbanista, Taubaté/SP.

Complementando a discussão, confira a opinião de outras profissionais.


A questão da RT ou dos programas de relacionamento é controversa por dois
motivos. Primeiro, o que vemos no mercado são profissionais cobrando valores
baixíssimos pelos projetos já contando com o recebimento de RTs para
compensar, o que acaba desvalorizando o trabalho dos profissionais de uma forma
geral e gerando uma concorrência desleal, além de "forçar" os clientes a comprar em
determinadas lojas. Segundo, muitas lojas ajustam os preços dos produtos
dependendo do cliente. Quer dizer, se ele está acompanhado de um profissional
especificador aí o preço é mais caro, pois adiciona o valor da RT. Este panorama do
mercado realmente é antiético, injusto e desleal. Acredito que programas de
relacionamento, pontuações e RTs podem existir desde que não onere a compra do
cliente. Que esta reserva técnica saia realmente dos lucros dos fornecedores como
forma de fidelizar clientes. Mesmo porque especificar produtos demanda tempo,
pesquisa, estudo dos materiais, esforço, deslocamento. E quando se tem parceiros
fornecedores, as informações podem ser facilitadas com relação a dimensões,
especificidades, logística, formas de pagamento. Enfim, a forma de lidar com o
assunto é que se desvirtuou e tomou proporções indesejadas para ambos os lados,
profissionais e clientes.” Fernanda Garcia, designer de interiores, Franca/SP.

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Como cobrar por projetos de interiores?


O profissional, seja ele designer de interiores ou arquiteto, precisa cobrar pelo
seu trabalho, que inclui o valor do projeto e, se o cliente quiser ou precisar, o
acompanhamento durante visitas às lojas. Então, no meu caso, eu cobro pelos
dois: projeto e porcentagem sobre os produtos que especifiquei e indiquei durante as
visitas.” Stella Pupo, designer de interiores, Apucarana/PR.


Sou a favor de cobrar, além do projeto, também RT. Dependendo do local onde
você acompanha o cliente, gasta-se muito tempo e gasolina e, às vezes, quando
o cliente escolhe um produto, a porcentagem da comissão não paga nem a
gasolina e nem a conta do celular.” Neia Mackjevicz, designer de interiores, Apucarana/PR.

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Como cobrar por projetos de interiores?

6. Projetos de interiores on-line


Uma prática que tem se tornado bastante popular nos últimos anos é o projeto de interiores
desenvolvido à distância, ou seja, todo contato entre cliente e profissional acontece on-line.
Há escritórios, inclusive, que trabalham somente de forma virtual.

A consultoria ou projeto de interiores on-line é uma modalidade com custo mais acessível
para o cliente e está disponível para qualquer local do Brasil ou exterior. Para o cliente, a
principal vantagem é um projeto mais rápido e menos oneroso e, para o profissional, vale a
flexibilidade de trabalhar em qualquer local ou horário, pois os atendimentos geralmente são
feitos via Skype.

A forma de pagamento também é facilitada por plataformas específicas como PagSeguro,


por exemplo, que permite parcelamento no cartão de crédito ou gerar um boleto bancário no
valor do projeto.

Para iniciar os trabalhos, o cliente envia todas as informações disponíveis para o profissional:
plantas, dimensões, fotos do ambiente, referências de decoração, preferências, enfim, tudo
que o designer precisa saber para começar a trabalhar.

Alguns escritórios entregam o layout preliminar entre 3 e 5 dias úteis e, após os comentários
do cliente, faz as revisões e desenvolve o restante do projeto com plantas, vistas pertinentes
para o entendimento do projeto, 3D com sugestões de acabamentos, cores, mobiliário, etc. O
projeto de gesso e iluminação pode ser incluído ou não.

Um site muito interessante que trabalha dessa forma é o “Decora.do”. Nele, o cliente pode
encontrar o projeto de decoração que mais lhe agrade, pagando um preço acessível. .
Porém, já alerto aos profissionais interessados que, consequente, o valor oferecido
pelo site para a elaboração de projetos também é muito baixo.

Funciona assim: o profissional de design de interiores acessa o site, escolhe o idioma


(português ou inglês) e faz o cadastro à direita, então carrega seu portfólio. A equipe do site
irá analisar o perfil do profissional e, caso tenham interesses em comum, podem começar a
trabalhar juntos.

São vários profissionais que atuam em um tipo de “concorrência” para poder entregar o
melhor projeto para o cliente que enviou previamente um ambiente para ser decorado.

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Como cobrar por projetos de interiores?

O cliente receberá diversos projetos durante 30 dias, com dicas e sugestões para se chegar
ao projeto perfeito para ele. O autor do projeto vencedor envia ao cliente o projeto executivo,
com tudo que o cliente preciso para decorar ou reformar o ambiente.

Descreve seu ambiente Recebe projetos e Recebe seu projeto


e compra o projeto escolhe um vencedor executivo completo

A ideia do site é promover profissionais que possuem talento, mas não têm meios de atingir a
visibilidade que profissionais de renome possuem. O Decora.do se intitula a ponte entre os
clientes e profissionais de qualidade espalhados por todo o país.

Essa plataforma é muito interessante para quem está iniciando no ramo, pois possibilita
divulgar seu trabalho nacionalmente, podendo trabalhar com a diversidade de cultura
regional que existe no Brasil. Porém, como o valor dos honorários para o ganhador da
concorrência é baixo, acho que vale a pena apenas para os novatos na área ou para
quem estiver desempregado. E, mesmo assim, apenas por um período para ganhar
experiência ou ocupar o tempo livre.

Com a intenção de fazer a diferença na vida das pessoas, o site procurou quebrar o tabu que
envolve a decoração de interiores, de que é um serviço caro, inacessível para a maioria da
população. A ideia é bacana desse ponto de vista, mas já vi vários comentários no facebook
de profissionais revoltados porque acreditam que o valor dos projetos desvaloriza a
profissão. E, de certa forma, desvaloriza mesmo.

Bem, há vários designers e arquitetos inscritos no site e que participam ativamente da


“concorrência” profissional em todos os Estados brasileiros. Inclusive, eu me inscrevi em
dezembro de 2014 para testar e escrever este capítulo do e-book e, mesmo sem enviar

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Como cobrar por projetos de interiores?

portfólio, meu cadastro foi aprovado. Recebi alguns convites desde então para participar de
concorrências de projetos, mas não aceitei nenhum porque não é meu foco.

Faça seu Crie o melhor Vença a Envie o projeto Ganhe


cadastro no site projeto que concorrência executivo dinheiro
conseguir

Se você deseja oferecer seus serviços de forma on-line, mas não quer participar de
concorrências e sim ter seu próprio site, conheça alguns profissionais que possuem
experiência em projetar on-line. Todas as informações são da jornalista Cecília Arbolave e
foram publicadas em 2012 no site da revista Casa Claudia:

CRISTIANE DILLY
A arquiteta gaúcha trabalha em São Paulo e oferece projetos online. O cliente envia um
e-mail com fotos do ambiente a ser decorado, suas dimensões, a descrição do que
existe no espaço e informações sobre aquilo que gostaria de mudar. A equipe do
escritório faz o orçamento e, depois da aprovação, manda em até sete dias a planta
baixa, as vistas e o croqui em 3D (uma maquete feita no computador), além da
indicação de fabricantes. O valor de um projeto on-line fica cerca de 40% mais barato
que um projeto padrão. O m² sai em torno de R$ 60,00.

NATÁLIA SHINAGAWA
A arquiteta oferece atendimento online e gratuito no site do escritório Arquitetura +
Interiores, em que o internauta pode tirar dúvidas sobre diferentes questões. Após a
consulta, a pessoa pode fazer uma doação ao escritório no valor que achar justo. O
internauta também pode agendar uma consultoria virtual de até 60 minutos (R$  125) ou
encomendar um projeto online, que costuma ser 40% mais barato que o convencional.
Em alguns casos, a arquiteta pode fazer uma visita na casa do cliente. Em São Paulo, o
valor seria de R$ 200 a R$ 250, e para outras regiões, o escritório conta com
profissionais parceiros que podem fazer a visita.

RENATA ROCHA
A designer de interiores começou neste ano (2012) a oferecer projetos exclusivamente
pela internet. No site, o projeto luminotécnico para uma sala de 15 a 30 m² custa

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Como cobrar por projetos de interiores?

R$  800. Caso o cliente deseje acrescentar detalhamento de marcenaria, paga mais


R$  500. E o cliente ganha um cupom de desconto de 5% em lojas parceiras.

ANA MARIA VEROL


A designer de interiores trabalha com projetos on-line. Para ambientes até 35 m², o valor
é de R$ 500 e, se o cliente encomendar projetos de outros ambientes, recebe um
desconto que vai de 5% a 20%. Depois da entrega do projeto em 3D, há 30 dias para
pedir alterações.

GABRIELA CLAUSA
A designer de interiores realiza projetos à distância que começam com um questionário
ilustrado para poder entender os gostos e necessidades do cliente. Os valores giram em
torno de R$ 400 a R$ 600 por ambiente. O serviço inclui o estudo prévio, projeto de
planta baixa decorada e memorial descritivo completo (com detalhamento de pisos,
revestimentos, projeto de móveis, gesso e iluminação e objetos decorativos etc.) e uma
estimativa de orçamento.

Penso que o universo da Internet é ilimitado para quem tem criatividade e prioriza a relação
custo x benefício na profissão, pois possibilita o atendimento aos clientes de modo flexível,
com horários previamente agendados, além de atingir uma parcela crescente de
interessados. A visibilidade que o profissional atinge com trabalhos online é infinitamente
maior, além de mais enriquecedora, pois possibilita a diversidade de conhecimentos e troca
de experiências.

Com essas dicas, espero que você designer de interiores ou arquiteto (a) possa se situar
melhor e mais adequadamente frente aos profissionais que já estão sedimentados no
mercado, sendo capazes de prestar um serviço de qualidade por um preço justo para o
cliente e para seus projetos.

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Como cobrar por projetos de interiores?

Considerações finais
Bem, vimos que existem diferentes formas de cobrarmos por um projeto de interiores. A
região de atuação do professional, o tipo de projeto, o perfil do cliente e até mesmo o
curriculum do profissional influenciam no valor final do projeto.

Eu, pessoalmente, já deixei bem clara minha opinião: o melhor método de precificação para
projetos de interiores é aquele apresentado pela designer carioca Eliana Todeschini que usa
uma combinação bem interessante entre a tabela do Guia de Orientação Profissional que
é produzido pela Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul e a tabela do
CUB que pode ser baixada no site do Sinduscon. Considero o método mais coerente por
considerar o tamanho da área de intervenção bem como a complexidade do projeto e
trabalhos a serem desenvovidos.

Também já me posicionei a respeito da cobrança ou não da famosa e polêmica RT –


Reserva Técnica. Como arquiteta, não devo cobrar porque o código de ética do CAU proíbe.
Porém, como designer de interiores, poderia cobrar porque a RT é defendida pela ABD.

Agora cabe a você, querido leitor, analisar os métodos que apresentei neste e-book,
pesquisar os preços praticados em sua região, considerar sua experiência professional e
expertise e, então, desenvolver seu próprio método para elaboração de projetos de
interiores.

Finalmente, se você puder colaborar com sua experiência em orçamentos de desenhos (2D
e 3D) e projetos de arquitetura, de interiores e de engenharia, terei imenso prazer em incluir
seu depoimento e dicas em meus e-books. Basta que envie um e-mail para
mkt@cursosconstruir.com.br com seu nome completo, profissão e cidade em que atua. Pode
discordar dos valores divulgados neste e-book, corrigir qualquer informação, desde que
justifique e “abra o jogo” sobre os valores e forma com que elabora seus orçamentos! Tenha
certeza que ajudará estudantes e profissionais do Brasil inteiro!!

Sucesso e que Deus lhe abençoe com muitos e muitos projetos!! ☺

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Como cobrar por projetos de interiores?

Referências consultadas
ARBOLAVE, Cecilia. Conheça profissionais que trabalham de forma mais acessível.
Disponível em: <http://casa.abril.com.br/materia/conheca-profissionais-que-trabalham-de-
forma-mais-acessivel>. Acesso em: 8 jul. 2014.

__________. Eu posso pagar por um decorador? Sim (e nós explicamos como!)


Disponível em: <http://casa.abril.com.br/materia/eu-posso-pagar-por-um-decorador-sim-e-
nos-explicamos-como>. Acesso em: 8 jul. 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES. Consulta geral à


homepage. Disponível em: <http://www.abd.org.br/abd/>. Acesso em: 08 nov. 2014.

_________. Pronunciamento da ABD sobre artigo de Walcyr Carrasco. Disponível em:


<http://www.abd.org.br/abd/pronunciamento.aspx>. Acesso em: 08 nov. 2014.

_________. Código de ética e disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do


Brasil. 2010. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2012/07/RES-
52CODIGO-ETICARPO22-20134.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2014.

ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS DE INTERIORES DO RIO GRANDE DO SUL. GOP - Guia


de Orientação Profissional AAI-RS. 8 ed. Porto Alegre: Editora UniRitter. Disponível em:
<http://www.aairs.com.br/gop.htm>. Acesso em: 10 nov. 2014.

ASSOCIAÇÃO DOS ARQUITETOS E ENGENHEIROS DE OSASCO. Tabela de honorários


mínimos: profissionais de Osasco. Osasco, 2012. Disponível em:
<http://www.aeaosasco.org.br/?pg=noticias&id=100>. Acesso em: 10 nov. 2014.

BERGAMASCO, Claudia. Quanto custa contratar um designer de interiores? Disponível


em: <http://claudiabergamasco.blogspot.com.br/2012/05/quanto-custa-contratar-um-
designer-de_09.html>. Acesso em: 05 ago. 2014.

CARDOSO, Priscila Domingues. ABD Tabela de Honorários 2014. Disponível em:


<https://pt.scribd.com/doc/232223359/abd-org-br-tabela-honorarios-2014-pdf#download>.
Acesso em: 02 set. 2015.

CARRASCO, Walcir. Arquiteto, designer & propina. Revista Época. 8 de outubro de 2012.
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/vida/walcyr-carrasco/noticia/2012/10/arquiteto-

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Como cobrar por projetos de interiores?

designer-propina.html>. Acesso em: 05 ago. 2014.

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO. CAU/BR esclarece dúvidas sobre


atividades que só podem ser realizadas por arquitetos e urbanistas. Disponível em:
<http://www.caubr.gov.br/?p=13248>. Acesso em: 30 ago. 2015.

CLIQUE ARQUITETURA. Reserva Técnica: sim ou não? Disponível em:


<http://www.cliquearquitetura.com.br/portal/dicas/view/reserva-tecnica-sim-ou-nao/233>.
Acesso em: 8 jul. 2014.

DECORA.DO. Consulta geral à homepage. Disponível em: <http://www.decora.do/>.


Acesso em: 8 nov. 2014.

OLIVEIRA, Paulo. Precificando o projeto. Disponível em:


<http://paulooliveira.wordpress.com/2011/10/27/precificando-o-projeto/>. Acesso em: 10 nov.
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RIBEIRO, Bárbara. Gestão no design de interiores: o designer, métodos e práticas


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<http://tc.batepapo.uol.com.br/convidados/arquivo/arquitetura/joao-armentano-arquiteto-e-
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Como cobrar por projetos de interiores?

UOL UNIVERSO ON-LINE. Bate papo com João Armentano. Disponível em:
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VERRUMO, Marcel. Profissional do CasaPRO moderniza suíte presidencial de hotel em


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