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ARQUÉTIPOS DA UMBANDA

Desenvolvido e Ministrado por Rodrigo Queiroz

Aula Digitada 05 Parte 03


Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros
gramaticais mantendo a originalidade da origem.

“Papai me mande um balão com todas as crianças que tem lá no céu”, salve as crianças, os
erês na Umbanda, a força de Ibejada e tem muita confusão, Ibejada/ Ibejaba/ Ibeji. Aqui não
vamos nos apegar nessas influências Afro, êre já é uma influência, mas na Umbanda está se
consolidando cada vez mais falar: a linha das crianças, dos infantes. Agora quem são esses
espíritos? A Umbanda eu, em 98, em 98 eu lendo o livro do Rubens Saraceni na época chamava
Sete Linhas de Umbanda, hoje tem outro nome, é, tinha um texto lá do Vicente de Paula e que
ele fazia um alerta a comunidade Umbandista, aos filhos de Umbanda, era um – segue com o
material, está aí no material de vocês – esse texto, é, esse é um texto que pra mim já nessa
época quando eu li mexeu muito comigo, eu fiquei realmente envergonhado porque eu estava
inserido dentro de uma ideia dentro da Umbanda, dentro de uma cultura dentro da Umbanda que
criança não pode ir ao Terreiro. E nesse texto Vicente de Paula fala que o astral, a
espiritualidade, criou uma linha de trabalho dos infantis para os infantis, para as crianças
encarnadas, então é incrível isso é lindo pensar nisso. Que delicadeza do astral em criar uma linha
de trabalho específica, em fomentar dentro da religião, no campo da sua ação espiritual todo um
trabalho assentado nos Orixás, devotado, vocacionado a acolher as crianças encarnadas, os filhos
dos filhos e criar dessa forma uma realidade dentro da religião com o tempo mesmo, criar dentro
da religião uma cultura religiosa na língua infantil, no olhar infantil e dessa forma cativar as
crianças encarnadas pra depois irem assumindo a religião e postos dentro da religião, dar
continuidade a religião. Então, isso é mais do que uma sinalização, isso já é uma preocupação do
astral para que haja continuidade, eu entendo que dessa forma a Umbanda é uma religião que
perdurará por muitos e muitos séculos, realmente. E é fato que quando baixa um êre no Terreiro
se tiver uma criança lá no canto, no fundo do Terreiro, sabe entediada, ela se liga, ela se
desperta quer ficar junto com o êrezinho, é muito curioso isso, só que não tem nada de estranho.
Eles se identificam, um atrai o outro e eles vêm, o trabalho dos êres é voltado de fato para as
crianças, para as crianças. Eles conversam com um adulto, mas é muito cruel quando vai um
adulto e pergunta para o êre: “Como que você morreu? Da onde você vem?” e eles falam tudo
coisas que você quer ouvi, você já tem uma ideia formatada, nós vamos falar disso. Pior é,
quando o adulto vai lá e fala para um êre: “Olha, eu estou com um problema amoroso”, “Olha,
criancinha eu estou problema no meu emprego”, eu vou fazer um paralelo bem simples, você está
com problema amoroso converse com uma criança de cinco anos e vê o que ela tem a te dizer
sobre isso. Você está com um problema profissional, converse com uma criança e vê o que ela tem
pra te dizer sobe isso. Então, por favor, já fica aqui uma dica, quando tiver o êre no Terreiro
absorva a energia deles, fale de coisas gostosas, fale de coisas de crianças, deixem as crianças
interagir, evite você. Agora, se você está com uma dor, se você está com mal estar, uma coisa
física, energética, aí sim você vai lá e fala “Meu êrezinho, por favor, me dê uma benção, me dá
uma força”, se você está com problema na família, está com problema em casa de
relacionamentos, então, fala: “Êre, por favor, passe em casa leve a sua alegria, sensibilize os
corações lá, traz o encanto de novo para nós”, é isso. A magia deles, eles não são espíritos que
foram preparados para fazer mandinga, trabalhinho, é muito estranho isso - já vão entender
porquê, eu estou só aqui provocando e deixando você bravo com esse discurso todo – mas, eles
não tem escola de êres no astral, não tem formação dos espíritos infantis que vão vir na Terra
fazendo mandinga, ensinar ponto riscado, ensinar magia, não é esse o trabalho deles, mas deles
acontece porque eles transpiram um magnetismo puro, da onde eles vem é uma realidade pura e
quando eles entram em contato com nós, nós absorvemos esse magnetismo e é transformador, é
reorganizador, é profundamente, profundamente curador, ou seja, transmutador, muda mesmo,
muda nossa estrutura emocional, psicológica, energética, é só a presença deles faz isso. E se a
gente deixa ali e eles cuidam muito de questões, padrões nossos psíquicos, não porque eles vêm
pronto para isso, isso é natural, deu para entender? Eles não vêm assim “Vamos lá pegar aqueles
adultos, tudo “ogrão” e vamos usar desse nosso conhecimento avançado de como desarmar eles
no psiquismo, não. Eles são infantis, são naturalmente infantis. E naquela brincadeira, naquela
vontade deles interagir com nós, chega lá aquele adulto, todo adulto, aquele adulto todo adulto
que acha muito estranho aqueles adultos se passando por criança ali. Então, começa com todo
esse preconceito, com toda essa barreira e aí a criança está lá brinca, brinca, brinca, dá a
chupeta com açúcar “Pra benzer tio”, “Ah bom, já que é pra benzer eu vou me sujeitar a isso,
pronto”, e vai aquela energia, aí ele chupa a chupeta do êre, aí o êre joga a bolinha, joga um
brinquedo, ai ele vai, ele senta, na hora que esse adulto foi se permitindo, sentou para brincar
com êre, aí esse adulto cheio de problema, cheio de preocupação, cheio de marra, quando ele já
sentou no chão e está brincando, acredite isso é terapêutico. Ele já esqueceu um monte de
problema, já não está pensando em nada, ele só está ali agora, deixando também aquela criança
interior que todos nós temos se manifestar, ele se desbloqueia.
E quando nós nos colocamos em situações estranhas pra nós e que a gente tem, é, alguns
bloqueios e deixamos se desbloquear, sabe aquela pessoa que é muito tímida, não consegue
dançar em nenhum lugar, não gosta de dançar porque tem muita vontade, mas tem vergonha de
fazer feio, hora que por algum motivo ela conseguiu se soltar e está dançando no ambiente, ela se
desbloqueou e isso também é terapêutico, então, é o que os êres também fazem ali no trabalho,
na manifestação deles. É uma terapia, uma Gira de Êres é uma terapia para os adultos, para o
médium que incorpora é inigualável a experiência. Tem muito médium que não incorpora êre
porque acha, diz, infelizmente diz que é, sente constrangido de ficar ali como uma criança,
estranho pra caramba isso não é? Deve ser o mesmo adulto, homem, por exemplo, que não
incorpora Pombagira porque acha que vai mudar sua orientação sexual. Então, o médium ele tem
que estar aberto a todas as manifestações, mas quando ele incorpora um êre, o magnetismo dele
se altera completamente e atua profundamente na raiz das emoções e do psiquismo, quanto mais
permissivo ele se torna, mais profundamente atua esse magnetismo. Normalmente os Terreiros
não tem uma rotina com êre, a gente incorpora muito êre lá no mês de setembro, nas festividades
de Come e Damião e esporadicamente quando vem Preto Velho e abre e permite. Se criou uma
ideia de que sempre tem que ter Preto Velho para cuidar dos êres, é uma besteira isso. Eu
respeito, eu entendo porquê, porque a presença do mais velho ou mais, mais velho com o mais,
mais infantil. É, é uma cultura, mas não é uma realidade espiritual que tem que ser assim, não é
fato. O êre ele vai obedecer as orientações dos espíritos regente da casa, então, ele não tem, ele:
“Ah não é porque não tem Preto Velho é porque ele vai fazer bagunça ou menos bagunça ou coisa
parecida”, não se pode também incorporar êre e perder o bom senso. Eu já vi êre dando
orientação nutricional para consulente, já vi êre jogando bolo na cara das pessoas, querendo dizer
que é o pestinha, já vi êre e fazer birra pra todo mundo ouvir. Então, assim muito cuidado com o
que está mal resolvido dentro de você, uma necessidade de chamar atenção, uma necessidade de
se impor, uma necessidade de supostamente de provar que você está mais incorporado do que os
outros porque faz mais coisa absurda do que outro. Então, os êres são espíritos muito prontos pra
fazer o que vem fazer aqui, de virem com naturalidade atuar, de interagir com nós e acima de
tudo votado as crianças que estão no Terreiro. Como a maioria é adulto, então, está na hora da
gente pensar por que eu não levo as minhas crianças para o Terreiro? Qual é o medo? O que te
trava de levar as crianças ao Terreiro? Principalmente quando vai ter Gira de criança tem que ter
as crianças encarnadas, eles vão lá para cuidar, falam que as crianças tem magnetismo curador,
não é que eles são médicos. Médico espiritual é Preto Velho, entende? Eles sabem fazer dinâmicas
energéticas para cura. O êre ele é puro energeticamente, então, quando ele toca algo doente,
aquela pureza magnética dele transforma algo e é por isso que às vezes cura. E eles estão muito
voltado para curas e apoio e acolhimento de crianças que estão também, são seres encarnados
com magnetismo mais puro ainda, mais preservado. Então, eles interagem com os adultos
normalmente, mas a vocação deles, a inclinação deles é para cuidar das crianças encarnadas,
então, pensemos sobre isso. Vamos pensando sobre isso e eu volto no próximo bloco, é, falando
agora quem são eles de fato. Vamos lá.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD

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