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TEXTO I
A FALA HUMANA E O CANTO DOS
PÁSSAROS
Texto II
DROGAS E ROCK’N’ ROLL
“Não é de hoje que essa
combinação está presente na vida de
muitos jovens. Pensando nisso, o
psiquiatra Jorge Jaber e o professor
adjunto de neurologia da UFRJ, Charles
André, aproveitaram o Rock in Rio 3 para
realizar uma pesquisa sobre o uso de
entorpecentes entre a juventude.
Segundo André, a principal constatação
foi que, entre o público do festival,
formado basicamente por classes média
e média alta, a maconha figura em
terceiro lugar entre as drogas já
experimentadas, com 43%.
__De uns tempos para cá, as
pessoas estão tratando o assunto da
maconha como algo inócuo, sem
conseqüências. Muitos esquecem, no
entanto, que ela é uma porta de entrada
no mundo das drogas ilícitas.
Durante os sete dias do festival,
cem voluntários da Associação de Pais e
Amigos dos Dependentes Químicos
entrevistaram 1.900 pessoas. O trabalho
incluiu ainda a distribuição de adesivos e
folhetos explicativos sobre a questão.
A pesquisa revela que o álcool
ainda é a droga mais popular: 88,2% das
pessoas já experimentaram. Em segundo
lugar, está o tabaco, com 57,7%.
Completam a lista, além da maconha,
com 43%, a cocaína com 15,7% e os
anabolizantes, com 4,1%.
Outra constatação importante é a
idade em que as pessoas
experimentaram a primeira droga. No
caso das lícitas, 71% tiveram o primeiro
contato até os 15 anos. Com as ilícitas,
89% consumiram pela primeira vez até
os 18 anos, o que mostra que a droga
está presente no período escolar.
Para o neurologista Charles André,
os resultados da pesquisa no Rock in Rio
3 servem de alerta para uma questão
ainda vista como preconceito entre as
classes de maior poder aquisitivo:
__ Tanto as escolas particulares
quanto as famílias agem com hipocrisia
em relação ao tema. Como nos colégios
é difícil fazer um levantamento, uma
pesquisa como esta nos dá dados para
que o problema seja visto com atenção.
O Globo
TEXTO III
O DESAFIO DO PRIMEIRO AMOR
Dos tempos do romantismo,
serenata, bailes de gala e muita emoção
no primeiro encontro, pouca coisa restou,
e assim mesmo, só na memória dos pais
e avós. Aos jovens e adolescentes de
hoje, o mundo apresenta-lhes com outra
velocidade e constituído por critérios que
passam mais pelo crivo da aparência e
do consumismo do que pelos valores
morais e sentimentos puros.
Se o amor transformou-se e muitas vezes
é visto como coisa do passado, como é
que ficou o primeiro namoro do
adolescente? Existe, ainda hoje?
Sobrevive na sua antiga fórmula do
parzinho romântico, que caminha passo a
passo, descobrindo a vida e novas
emoções? Ou tornou obsoleto,
substituído pela “transa”
descompromissada, despida de emoção
e pouco importante na preparação do
futuro, descartável?
“O primeiro namoro, o namoro do
adolescente, existe sim, embora de forma
diferente daquela a que nos
acostumamos a ver em épocas
passadas, nas quais o romantismo era a
tônica dominante e o sentimento pesava
muito e revestia-se de um significado
mais amplo. Não que o jovem, o
adolescente atual não sinta, não vivencie,
não se deixe tocar pelo sentimento. O
que acontece é que a cultura e a própria
civilização mudaram, relegando o
sentimento a um segundo plano dentro
da aceitação grupal. Assim, o
adolescente tem até um certo medo de
gostar, de admitir que ama, de valorizar
seus sentimentos. Diria, de forma geral,
que ele não admite que a Lua esteja
bonita, mas sente, intimamente, que a
Lua brilha e está ali.”
Quem afirma isso é a psicóloga
Maria Ângela Pazelli, que coloca também
a questão da dificuldade do adolescente,
primeiro, em verbalizar de forma
adequada suas emoções e vivências, e
segundo, em aceitar de forma tranqüila e
pacífica seus sentimentos, por medo de
parecer excessivamente “careta” perante
os amigos. Hoje, dentro do contexto
grupal, a própria palavra “namoro” já
parece fora da realidade e, mesmo para
os jovens que mantêm um tipo de
relacionamento nestes termos, a palavra
deixou de ser usada, sendo substituída
por expressões equivalentes, mas não
tão adequadas: “transas”, por exemplo.
Conforme relata Maria Ângela
Pazelli, basicamente o sentimento
continua o mesmo, embora a forma de
manifestá-lo seja diferente. Também as
necessidades não mudaram. “Na
verdade, o que mudou foi o conceito, a
idéia básica do sentimento. A premissa
do que é o amor. Este foi e continua
sendo algo maior, assim como é muito
importante o primeiro namoro, o namoro
adolescente. O que noto, às vezes, é a
juventude meio perdida, confusa,
interpretando erroneamente os conceitos
de amor e existência.”
O Desafio do Primeiro Amor, reportagem de
Maria Eliza Cerazetti – Revista Família Critã –
junho de 1989.
Vocabulário:
Critérios que passam mais pelo crivo
da aparência: julgamento.
Obsoleto: Velho, antigo, em desuso.
Tônica dominante: coisa principal.
Relegando: abandonando.
Segundo plano da aceitação grupal:
aquilo, que para o grupo não é tão
importante assim.
Verbalizar de forma adequada:
transformar o pensamento em palavras
corretas e compreensíveis.
Premissa: aquilo que serve de base para
uma conclusão.
TEXTO IV
“Morreu Peri, incomparável dum
homem natural como sonhava Rousseau,
protótipo de tantas perfeições humanas
que no romance, ombro a ombro com
altos tipos civilizados, a todos sobreleva
em beleza de alma e de corpo.(...) O
indianismo está de novo a deitar copa, de
nome mudado. Crismou-se de
‘caboclismo’. ”
(Monteiro Lobato)
TEXTO V
SERMÃO DO BOM LADRÃO
“Não são só ladrões, diz o Santo,
os que cortam bolsas ou espreitam os
que vão se banhar para lhes colher a
roupa; os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os
exércitos, ou o governo das províncias,
ou a administração das cidades, os quais
já com manha, já com força, roubam e
despojam os povos. Os outros ladrões
roubam um homem, estes roubam
cidades e reinos; os outros furtam
debaixo do seu risco, estes sem temor
nem perigo; os outros, se furtam são
enforcados, estes furtam e enforcam.”
Padre Antônio Vieira
TEXTO VI
A GALERA ILUSTRADA
Foi-se o tempo em que a tatuagem
era símbolo de rebeldia. De tão comum,
virou um acessório do corpo. Depois da
fase dos desenhos tradicionais dos
marinheiros, do abstracionismo dos
símbolos tribais e dos nativos orientais,
com dragões e ideogramas, a moda são
os grafismos e a releitura de motivos
clássicos como corações partidos e
personagens de história em quadrinhos.
Discretas, as tatuagens conquistaram a
pele de modelos, das patricinhas e dos
adolescentes em geral. É claro que o
preconceito ainda existe e que o exagero
talvez se torne uma dor de cabeça na
vida adulta.
Em carreiras conservadoras, como
mediana e direito, a tatuagem pode ser
encarada como desvario ou um perigoso
sinal de desleixo, o que não quer dizer
que médicos e advogados não possam
ter uma. Na hora de escolher lugar, é só
dar preferência a locais do corpo fáceis
de esconder com roupa.
A panturrilha, a parte interna do
antebraço e o ombro são as regiões
preferidas dos garotos. Já as meninas
tatuam mais o tornozelo, a nuca, a virilha
e a base da coluna vertebral. Em alguns
lugares, como o Estado de São Paulo, é
proibida a tatuagem em menores de
idade. Ignorar a lei tem seus riscos.
TEXTO VII
CONSUMISMO
Os homens, através da tecnologia,
inventam a cada dia novas formas de
conforto e lazer. E objetos que possam
atender à demanda do consumo.
Uma das formas de convencer o
consumidor a compra os novos produtos é a
publicidade. A publicidade é feita das formas
mais variadas. Vai de um simples folheto
distribuído nas ruas, ou pelos correios, até
sofisticados filmes, que contam muito caro e
que os anunciantes passam nas principais
emissoras de televisão ou nos cinemas.
Nós falamos em televisão, mas é bom
lembrar que outros veículos de comunicação
– rádios e jornais – também vivem do que
cobram pelos anúncios.
Toda essa carga é jogada em cima
das pessoas e fica difícil resistir à vontade de
comprar. E comprar cada vez mais, mesmo
que não se necessite deste ou daquele
brinquedo, ou eletrodoméstico.
Isto é consumismo. Ele atinge mais
diretamente as crianças, que acabam sempre
desejando tudo o que é anunciado. Até por
que não têm a noção real do valor do
dinheiro e a dificuldade que seus pais
enfrentam para consegui-los.
O consumismo é um tal que deve ser
combatido em todas as idades. Mas é difícil
acabar com ele, porque as crianças vêem,
nas ruas e em suas escolas, os colegas com
um tênis da moda ou uma mochila nova e
logo querem ter essas novidades.
Esse espírito de competição também
leva os adultos à compra de objetos que são
absolutamente desnecessários. Se nosso
vizinho compra um carro novo, logo
queremos trocar o nosso.
A necessidade da conscientização do
que é consumismo é uma busca constante
das famílias hoje em dia. Também de uma
grande parte da sociedade. E todos
reconhecem que é preciso resistir ao
consumismo.
André Carvalho e Alencar Abujamra,
Consumidor e consumismo, Coleção “Pegante ao
José”, Lê, 1993.
Questão G – Segundo o texto, o que é
consumismo:
a) É o espírito de competição.
b) É um mal que deve ser combatido.
(correto)c) É comprar cada vez mais, mesmo que
não necessite.
d) É uma necessidade de
conscientização.