Você está na página 1de 3

Bus Compressor: Devo usar?

Publicado em 20/08/2012

por Diego Moreno

Há diferentes escolas de pensamento quando se trata do uso de compressão em um


bus stereo. Parece se transformar em um debate quente cada vez que vejo
engenheiros discutindo o assunto.

Alguns consideram que é necessário para “dar uniformidade a mix”, enquanto outros
preferem evitar totalmente isso. Então, há engenheiros de masterização, que
normalmente aconselham você deixar o seu L/R final “solto” para dar espaço para eles
fazerem o trabalho deles.

No nosso caso, vamos dizer que nós escolhemos usar o mix bus compressor. A maioria
dos engenheiros que conheci normalmente inserem o compressor desde o início da
mixagem ou pelo menos suficientemente cedo uma vez que os níveis básicos, pan etc
estão definidos. A razão pela qual eles evitam um compressor no final da mixagem é
simplesmente porque é mais fácil trabalhar nos ajustes de balanço da mixagem enquanto
você a desenvolve, do que colocar o bus compressor no fim da mix e perceber que está
mal “misturada”.

Diferentes tipos de compressores podem ser usados. Uma descrição sobre os diferentes
tipos de compressores especialmente tipos analógicos como FET, Optical, VCA e
Variable Mu, está além do escopo desta discussão. Muitos engenheiros que mixam “in-
the-box ‘ fazem uso de plug-ins que emulam algumas das unidades de hardware mais
populares, como o bus compressor SSL, o API 2500 ou a Fairchild 670, etc…
SSL Bus Compressor Plugin

API 2500 Bus Compressor plugin


Configurando o Bus Compressor

Ao configurar o mix bus comrpessor, é importante ter em mente o groove da música e


marcar no ataque e release configurações que correspondem ao andamento geral da
música.

Configurações erradas podem causar alguns efeitos indesejáveis, tais como acúmulo de
graves e/ou perda de informação transitória importante, resultando em um som escuro e
sem vida.

1. Determine quais ou qual elemento é a parte pulsante da música. Pode ser a caixa
da bateria ou um riff de guitarra. Basta encontrar algo que tem um forte papel
na acentuação rítmica.
2. Com atáque rápido e Ratio alto, comece a descer o threshold até ver alguma
redução de ganho.
3. Ajuste o release de forma que a agulha do gain reduction “pulse” de acordo com
a música. Alguns compressores possuem o recurso de auto-release, fazendo esse
trabalho pra você.
4. Volte a ajustar o attack para liberar os transientes desejados.
5. Ajuste o ratio pra um valor baixo assim como um novo ajuste no threshold.

Geralmente você deverá estar a procura de uma redução de 2 ou 3 dB, não mais que
isso.

(lembrando que esta é uma sugestão de como iniciar os ajustes, não é regra geral nem
fórmula de preset)

Considerações Finais

Usar ou não é só uma questão do seu estilo de trabalho e necessidade. Pessoalmente,


acho que o bus compression tem seu tempo e lugar. O uso excessivo, assim como
qualquer outra coisa, pode produzir resultados negativos.

Enfim, se você decidir usá-lo, faça a experiência de usar desde o início, em vez de
inseri-lo após a mixagem concluída. Uma vez que todas as configurações estão no lugar,
evite a mudança e / ou alteração de parâmetros enquanto você mixa. Use o controle de
ganho de saída para compensar a redução de ganho; iguale o nível para o mesmo do
som não comprimido, para que você possa comparar com precisão os dois sinais e saber
se está ajudando ou prejudicando a mixagem.

Por último, mas não menos importante, se você está pensando em enviar a sua mix para
um engenheiro de masterização, tenha em mente que eles preferem um ambiente limpo,
sem compressão, para que possam usar seus equipamentos altamente sofisticados e
técnicas para conseguir um som final polido. Compressão só irá limitar o seu
engenheiro de masterização e pode atrapalhar o seu trabalho.

Você também pode gostar