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Índice

Capitulo 1 - Lidando com erros e dificuldades 02

Capítulo 2 - Unidade constituída por Deus 06

Capítulo 3 - Estabelecendo um modo de comunicação 10

Capítulo 4 - Sacerdócio Real 13

Capítulo 5 - Músico Ministro 18

Capítulo 6 - Ministério de louvor - serviço da música 21

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CAPÍTULO 1

Lidando com erros e dificuldades


Escolhi este assunto para compartilhar com vocês porque vejo muitos
músicos com o "talento enterrado", desviados do seu chamado em Deus
porque não souberam lidar com seu erros e dificuldades ao longo do ca-
minho. Espero que esta meditação edifique e ajude a você principalmen-
te que está passando por um tempo de desânimo e desvio de rota no
alvo estabelecido por Deus para sua vida.
Todo aquele que lida com a arte é por natureza mais sensível e tem ne-
cessidade de reconhecimento, essas duas características inerentes ao ar-
tista sem a atuação do Espírito Santo podem se tornar um grande inimigo
do mesmo. É muito comum encontrar músicos frustrados nas igrejas por-
que não tiveram elogios, ou porque sofreram alguma crítica no meio do
caminho, ou até mesmo porque cometeram algum erro e não se perdoam
por isso. O ser humano tem uma dificuldade muito grande de conviver
com seus erros e de entender primeiramente o perdão de Deus, e que a
perfeição (plenitude) está em Nele e é construída por Ele em cada um
continuamente. O apóstolo Paulo fala disso em sua carta aos Filipenses
no capítulo três, se referindo à um estado permanente de busca do cum-
primento do propósito de Deus. Precisamos entender que somos seres
humanos carentes da graça, amor e misericórdia do Senhor em todo o
tempo, e que é Ele quem nos capacita, unge e estabelece no Seu propósi-
to.
Porque temos tanta dificuldade de lidar com nossos erros e dificulda-
des e porque nos medimos sempre com um padrão tão rigoroso? Vejo
pessoas promissoras paralisadas pelo medo de errar novamente. Ao es-
crever este texto sinto em meu coração que o Senhor deseja curar e le-

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vantar pessoas que estão com suas vidas e histórias estagnadas por
questões insignificantes.
Veja alguns exemplos disto:
• Tenho dificuldade de guardar letra de música;
• Não consigo me igualar ao nível dos músicos do meu grupo;
• À vezes tenho um "branco" e me esqueço do arranjo ensaiado;
• Mostrei a canção que compus para meus amigos e eles não deram
importância;
• Fiz uma sugestão ao meu líder e ele não me deu ouvidos;
• A minha voz não tem potência é muito fraca;
Nós vivemos numa era onde buscamos sempre o caminho mais fácil.
Fugir, e não encarar as dificuldades e nos esconder na timidez, nos fazen-
do muitas vezes de vítimas é muito fácil também. Porém sabemos que
toda escolha e decisão gera um resultado e quando não enfrentamos os
nossos erros e não aprendemos com eles nos desviamos do propósito fi-
nal.
Lembrei-me agora de quando meus filhos eram pequenos e da forma
como eles aprenderam algumas lições valiosas que foram fundamentais
para o crescimento e amadurecimento através de seus erros. Muitas ve-
zes eu tentei alertá-los de algumas coisas por já ter vivido um pouco
mais e eles não deram ouvidos, mas quando enfrentaram dificuldades e
tiveram que lidar com erros aprenderam muito e seguiram em frente. Os
nossos erros e dificuldades não existem para nos paralisar, muito pelo
contrário, existem sim para nos levar para frente e nos fazer crescer.
Precisamos aprender a encarar e não fugir dos nossos erros. Se tenho
dificuldade em guardar letra de música, preciso desenvolver uma maneira
de me aprimorar nesta área. Se tenho dificuldade em cantar afinado, pos-
so ver também uma forma de melhorar nisto. Muitas vezes na busca de

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corrigir um erro descobrimos novos horizontes e conseguimos alçar voos
mais altos que os anteriores. Deus nos deu inteligência, saúde, capacida-
de e acima de tudo isso nos tornou Sua morada. Ele habita em nós, aque-
le que é perfeito nos aperfeiçoa continuamente.
O orgulho é a principal causa da paralisação pelo erro. Precisamos ser
humildes para aprendermos com os nossos erros, para recebermos uma
disciplina e continuarmos com mais força prosseguindo para o alvo. "Em
vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a
sabedoria." Provérbios 11: 2
Conclusão: Primeiramente o erro faz parte da vida, da história, pois
não nascemos perfeitos. Porém somos aperfeiçoados em Deus, Nele
está o perdão, a sabedoria, a capacidade e a força para acertarmos e
prosseguirmos para o alvo. Se vivermos na dependência de Deus, a difi-
culdade se torna solução, precisamos ser humildes o suficiente para en-
tendermos que somos completamente dependentes de Dele e Nele so-
mos aperfeiçoados.
Aplicação: Gostaria de sugerir a reflexão em grupo deste texto acima
citado, e um momento de apresentação de situações pessoais e coleti-
vas relacionadas aos erros vivenciados por cada um individualmente e
em grupo. Analisar os erros do grupo e buscar juntos soluções para
melhoria. 

Sugiro também um tempo para relatos e testemunhos de pessoas que
através de seus erros e da graça de Deus alcançaram crescimento e
aprendizado. 

Ao final sugiro a reflexão deste texto bíblico: "Irmãos, reparai, pois, na
vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a
carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar
os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as for-
tes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e

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aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que nin-
guém se vanglorie na presença de Deus." 1Coríntios 1: 26-29

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CAPÍTULO 2

Unidade constituída por Deus


Escolhi este tema para compartilhar com vocês hoje, porque creio que
este é um assunto de extrema importância dentro do contexto Ministério
de Louvor. Quando falamos de Ministério de Louvor, estamos nos referin-
do a um grupo de pessoas reunidas para cumprir um propósito. A respei-
to do propósito já compartilhamos nos artigos anteriores, e hoje iremos
tratar de alguns pontos referentes aos relacionamentos dentro das equi-
pes.
Um dos grandes desafios que enfrentamos na igreja de um modo ge-
ral, em relação ao cumprimento do propósito (a grande comissão) é a fal-
ta de unidade. No livro de João capítulo 17 em sua oração Jesus interce-
de ao Pai em relação à unidade com uma finalidade: "Minha oração não é
apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio
da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai como tu estás em
mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles se-
jam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles se-
jam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me envias-
te, e os amaste como igualmente me amaste." João 17: 20-24
Como igreja, corpo de Cristo nós temos uma missão a cumprir na ter-
ra. Fomos alcançados pela salvação, pelo amor de Deus e assim nos tor-
namos parte de um todo sobre o qual o cabeça é Cristo. A nossa conver-
são à Cristo significa renunciar o meu "eu" e me encher Dele. "Fui crucifi-
cado com Cristo. Assim, já não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive
em mim." Gálatas 2:20 A nossa missão será cumprida de fato, quando en-
tendermos que para alcançar o propósito precisamos nos esvaziar de
nós mesmos e nos render à vontade de Deus, assim como Jesus nos en-

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sinou. "Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que embora
sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo que devia
apegar-se; mas esvaziou a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se se-
melhante aos homens." Filipenses 2: 5-7
Caminhar em unidade, renunciar o "eu", tomar a nossa cruz, só se tor-
na possível pela obra e graça de Deus em nós em resposta à nossa deci-
são pessoal de nos render ao senhorio Dele. Uma das grandes dificulda-
des que enfrentamos no grupo de louvor é referente aos relacionamentos
de um modo geral. Toda equipe é formada indivíduos diversos, que tra-
zem consigo uma bagagem (emocional e espiritual) distinta e pessoal. No
caso do ministério de louvor, a equipe é formada por músicos que têm no
seu DNA natural mais sensibilidade, necessidade de reconhecimento den-
tre outras características. Estas características sem a cruz de Cristo, elas
se tornam grandes problemas e até mesmo um impedimento para o cum-
primento do propósito que é servir à Deus e as pessoas. Um grupo de
músicos cheios de si mesmo não chega a lugar nenhum, pode aprender
a executar com beleza e arte a música, mas não passa disto.
Fomos chamados por Deus para vivermos o sobrenatural e irmos além
de uma boa música. Temos um chamado para proclamarmos uma mensa-
gem viva que transmite vida às pessoas. Só alcançaremos este propósito
se decidirmos renunciar a nós mesmos e buscar de fato viver em unidade
em Cristo Jesus.
Eu poderia enumerar vários problemas que acontecem comumente em
nossas equipes em detrimento da falta de unidade, mas eu não teria
como te apontar soluções humanas estratégicas que poderiam de fato so-
lucionar os mesmos. A verdadeira solução não virá através de estratégias
humanas, reuniões de unidade, ou qualquer outra atividade que não esti-
ver respaldada e alicerçada nos princípios de Deus. Vejo em muitos luga-
res líderes cansados e desanimados pela falta de unidade dentro de suas
equipes, tenho encontrado também pastores frustrados e desencoraja-
dos com a equipe de louvor, por outro lado existem queixas das equipes
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em relação ao relacionamento com os pastores e líderes. Enfim, onde há
pessoas, há problemas, e onde há Deus há soluções. Eu gostaria de en-
cerrar esta reflexão citando um texto maravilhoso que traz resposta para
esta questão:
"Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por
nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chama circuncisão,
feito no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam
sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quan-
to às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas
agora em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproxima-
dos mediante o sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, o qual de am-
bos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu
corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele
era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e re-
conciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele
destruir a inimizade. Nele vocês também estão sendo edificados juntos,
para se tornarem morada de Deus por seu Espírito." Efésios 2: 11-16, 22
Conclusão: Só cumpriremos de fato o propósito se caminharmos em
unidade, se compreendermos este caminho de renúncia, esvaziamento
do "eu" e enchimento de Deus. A verdadeira unidade é constituída por
Deus e não por homens.
Aplicação: Gostaria de sugerir um encontro com o seu grupo para a re-
flexão deste tema e a partir daí definir um tempo de oração, jejum, e con-
sagração em busca da unidade que é gerada por Deus.

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CAPÍTULO 3

Estabelecendo um modo de
comunicação
Estabelecendo um modo de comunicação
Deus é perfeito e tem um plano maravilhoso para cada um de nós nes-
ta jornada, e com certeza vale a pena buscar viver no centro da vontade
do Senhor. Ele cuida de cada detalhe e tem um propósito muito definido
para cada vivência e circunstância que Ele mesmo prepara para nós.
Estou no ministério itinerante há aproximadamente dezoito anos, e ao
longo destes anos tenho vivido diferentes estações. Em alguns anos via-
jei basicamente todos os fins de semana ministrando, em outros momen-
tos parei com as viagens por período de seis meses, um ano, enfim, nes-
tes últimos anos tenho viajado pouco e por isso tenho tido a alegria e hon-
ra de estar mais presente nas reuniões da minha igreja. Como já citei ante-
riormente, em toda situação Deus tem um propósito muito claro e defini-
do, e neste tempo tenho aprendido muito observando diferentes minis-
tros da minha igreja em sua condução do louvor e adoração com a igreja.
Essa experiência tem me proporcionado um grande aprendizado e me
acrescentado muito como ministro de louvor.
Nos artigos anteriores, procurei tratar de alguns assuntos que conside-
ro fundamentais em relação ao Ministério de Louvor, tais como: Ministério
(serviço), o Ministro (servo), a identidade do Ministro (sacerdote da nova
aliança). Hoje eu gostaria de compartilhar a respeito de algumas ques-
tões bem práticas, para que possamos pensar juntos e avaliar se esta-
mos de fato servindo à Deus e às pessoas adequadamente através da
música.

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O nosso papel como Ministros de Louvor é inspirar a congregação a
amar, adorar, venerar e buscar o conhecimento de Deus. Precisamos en-
contrar a melhor maneira de comunicarmos essa mensagem à nossa con-
gregação, e portanto é necessário falarmos a mesma língua. Por isso, é
necessário identificarmos alguns pontos cruciais relacionados à identida-
de e direcionamento que Deus tem dado à nossa congregação. Vou dei-
xar aqui algumas questões básicas que podem nos ajudar a estabelecer
uma maneira mais adequada de nos comunicarmos com a congregação.
1. O ministro precisa ser parte integrante da comunidade. Uma situa-
ção muito comum nas igreja é o afastamento do grupo de louvor do res-
tante da congregação, o que chamamos de "panelinha". Este afastamen-
to traz um prejuízo muito grande para todos. O Ministério de louvor deve
estar integrado com toda a congregação, para que quando se referir à ela
seja de fato uma voz para a mesma.
2. O Ministério deve caminhar em unidade com a visão da liderança da
igreja. Essa é uma outra situação muito comum que tem provocado mui-
tos problemas nas igrejas, quando o ministério de louvor se torna um
competidor da liderança da igreja. Precisamos nos lembrar sempre, de
que somos servos do Senhor e nos submetemos a uma liderança estabe-
lecida por Deus. E que o nosso papel é servi-los cooperando para que a
mensagem que o Senhor tem comunicado à mesma, seja reforçada atra-
vés das canções ministradas no momento do louvor e adoração. Somos
um só corpo.
3. Liderar é influenciar, e por isso, não nos esqueçamos de que a nos-
sa vida deve ser uma carta viva escrita pelo Espírito Santo, e que o nosso
testemunho seja o respaldo do nosso discurso.
4. Precisamos compreender a linguagem musical da nossa igreja. É ne-
cessário identificarmos qual é o estilo musical que inspira a igreja a se
unir ao grupo de louvor em uma só voz ao Senhor. Em nossas igrejas te-
mos crianças, jovens, adultos e idosos que se reúnem com o propósito

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de cultuar a Deus. Vivemos em um país diversificado em estilos musicais,
cada região tem uma linguagem peculiar. Como ministros (servos) o nos-
so objetivo não é o de tocar o estilo que mais nos agrada e sim o que ins-
pira a igreja. Muitos ministros tentam implementar seu estilo pessoal e
por isso "perdem o povo", ficam frustrados e julgam a igreja como se ela
não fosse uma igreja adoradora. Deixo essa observação aqui para se pen-
sar.
5. Precisamos também identificar as estações espirituais e momentos
pelos quais a igreja está passando. E utilizar as canções para reforçar
isso, sempre pensando em somar e agregar.
6. No momento específico da ministração do louvor, evitar a famosa
"colcha de retalhos", isto é, traga uma mensagem clara através do reper-
tório escolhido. Associe textos bíblicos que reforcem a mensagem e que,
se necessário, sejam utilizados para uma melhor comunicação com a con-
gregação. Porém precisamos estar cientes de que não somos o pregador
da reunião, portanto, sejamos conscienciosos com a quantidade de falas
entre as canções. É importante buscar um ponto de equilíbrio nisto. Exis-
tem alguns ministros que falam tanto entre as canções que impedem o
fluir de Deus.
7. Relacionamento com Deus é um ponto imprescindível ao exercício
com excelência do ministério. Estamos ali em nome de Deus, falando das
coisas de Deus e inspirando as pessoas a buscar e cultuar à Deus. Por-
tanto, é importantíssimo termos uma vida de intimidade e dependência
com Deus. Prepare-se previamente para montar a lista de canções a se-
rem utilizadas nas reuniões. Pare para ouvir a voz de Deus, e siga as ins-
truções do Senhor. 8. Durante a ministração, é necessário discernir e es-
tar sensível ao Espírito Santo e à resposta da congregação também, nun-
ca nos esqueçamos que somos humanos e estamos sujeitos a errar. Algu-
mas vezes é necessário mudar o rumo da ministração por um direciona-
mento de Deus, estejamos abertos a isso.

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9. Objetivar sempre a glória de Deus, a presença de Deus. Não esta-
mos ali para dar um "show"ou para atrair a atenção das pessoas à nossa
arte ou a nós mesmos. Estamos num momento santo, cultuando a um
Deus que é santo e digno de toda a honra, glória de louvor.
10. Ao término do período de louvor, continuar conectado à congrega-
ção e cultuando a Deus. Muitos músicos só se ligam no momento do lou-
vor e depois que descem da plataforma se desligam completamente de
tudo. Alguns saem para fora da igreja, outros ficam ligados em outras coi-
sas como se não estivessem ali dentro. Não podemos nos esquecer de
que o nosso papel é o de honrar a Deus primeiramente com a nossa vida,
e depois com a música. Deus não está à procura de bons músicos e sim
de verdadeiros adoradores.
Conclusão: Enfim, estes são alguns detalhes que nos ajudam a exer-
cer o ministério em honra a Deus e a nossos irmãos. Somos parte de um
todo, exercendo uma função específica que deve ser direcionada pelo es-
pírito e assim alcançar o máximo de pessoas. A música é uma ferramenta
poderosa criada por Deus para abençoar vidas.
Aplicação: Tente identificar com seu grupo alguns pontos importantes
relacionado a sua comunidade, tais como: Qual é a visão de sua lideran-
ça? Estamos alinhados à esta visão, caminhando para a mesma direção?
De que maneira podemos servir a nossa liderança reforçando ou coope-
rando com o que Deus tem comunicado a eles? Qual é a identidade musi-
cal da nossa congregação? Estamos falando a mesma língua?
Gostaria de incentivá-los a abrir uma discussão dentro deste assunto
e juntos buscar como equipe a melhor solução para o cumprimento do
chamado de Deus no Ministério.

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CAPÍTULO 4

Sacerdócio Real
Escolhi este tema, para dar continuidade ao nosso último estudo da sé-
rie Ministério de Louvor intitulado: Músico ministro. Creio que é de extre-
ma importância entendermos de fato princípios espirituais, que nos orien-
tam ao exercício da nossa função no Ministério.
Este texto não se aplica somente àqueles que foram chamados para o
Ministério de Louvor e sim a todos os cristãos nascidos de novo, concida-
dãos do Reino de Deus. Antes de sermos músicos, cantores, servos, so-
mos filhos de Deus, um povo escolhido para oferecer sacrifícios espiri-
tuais aceitáveis à Deus e anunciar a Sua grandeza.
Quem somos nós? 

"Ministros de uma Nova Aliança, a qual é fundamentada no amor, graça e
justiça de Deus. Como ministros da Nova Aliança exercemos o sacerdó-
cio de todos os cristãos, nos tornando aptos a nos apresentar diante
Dele, adentrar em Sua presença e ministrar diretamente a Deus através
de Jesus. Desta maneira cumprimos o serviço na casa do Senhor, inspi-
rando e edificando a vida dos nossos irmãos através da nossa conduta,
palavra e canções." Christie Tristão
Texto base 1 Pe 2:4,5...9 

 "À medida que se aproximam dele, a pedra viva - rejeitada pelos ho-
mens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele - vocês também estão
sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual
para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis
a Deus, por meio de Jesus Cristo...Vocês, porém, são geração eleita, sa-
cerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as
grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

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Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não
haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam."
Considerações gerais: 
· No A.T., Deus ordenou um sacerdócio que representasse seu povo di-
ante de Deus. Este ministério envolvia uma série de rituais e cerimônias,
que eram símbolos de realidades espirituais futuras. Hb 10:1

· O ministério sacerdotal de Cristo preencheu todos os tipos ou símbolos
implícitos do sacerdócio do A.T. Ele é o cumprimento de todos os protóti-
pos simbólicos. Hb 7:20-28

· Os sacerdócio levítico e araônico foram suplantados por um novo
sacerdócio. Hb 7:11-18 

· A palavra "sacerdote" sig. "aproximar-se." Nos termos da Lei, é usada
com relação a alguém que pode apresentar-se da Presença Divina. Ex
19:22; 30:20.

· Atribuições do Sacerdócio no A.T. : Nm 16:5
1. Separados para Jeová.

2. Santos.

3. Ordenados a se aproximarem de Deus.

· Nos termos da Nova Aliança Jr 31:31-33, todo crente é ordenado para
ser um sacerdote a Deus. Não oferecemos sacrifícios de animais, como
os sacerdotes da Antiga Aliança ofereciam. Somos chamados para ser-
mos "um sacerdócio santo e para oferecermos sacrifícios espirituais agra-
dáveis a Deus por meio de Jesus Cristo." 1 Pe 2:5.
· O sacerdócio no Novo Testamento:
1. Através da morte de Jesus o véu do templo foi rasgado. Mt 27:51

2. Era chegada a hora do sacrifício definitivo. O caminho do Santo dos
Santos foi aberto através do sangue de Jesus. Jesus é o nosso Sumo
sacerdote. Hb 9:12, 24-25 ; Hb 10:19-22.


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3. Jesus o único mediador entre Deus e os homens. 1 Tm 2:5-6

4. Todos os cristãos tem acesso direto à Deus através de Cristo.
· Através do sangue do cordeiro de Deus, nós podemos entrar em Sua
presença; Hb 4:14-16; 9:24-28; 10:19-22;

· Jesus o único mediador entre Deus e os homens. 1 Tm 2:5-6;

· O caminho para a presença de Deus está aberto.
5. Todos os cristãos são semelhantes em Cristo. Não há hierarquia 

mencionada na bíblia. Somos um reino de "sacerdotes cristãos" com 

responsabilidades diante de Deus e das pessoas, tais como:
1. Adoração:
· Oferecer a nossa própria vida. Rm 12:1;

· Louvor. Hb 13:15;

· Oferecer os nossos bens. 1 Co16:1

· Oração.

· Serviço.

2. Testemunho:
· Proclamação das "Boas novas do Evangelho";

· Viver as "Boas novas".
Conclusão: 

Deus tem nos chamado para estarmos ministrando diante Dele em todo
o tempo, seja através de nossas atitudes, do nosso falar, do nosso cami-
nhar, das nossas canções, enfim, o exercício do Ministério parte deste
princípio: "Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas, a Ele seja
a glória para sempre ! Amém." Rim 11:36
E agora? O que você está esperando? Ofereça o seu excelente dentro
do seu contexto de vida, independente de qual seja o seu dom ou o seu
chamado ministerial. É tempo de ouvirmos claramente as ordens do cabe-
ça e oferecermos à Ele o que o agrada em obediência e amor.

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Aplicação: 

A palavra de Deus nos é muito clara sobre quem e de que maneira minis-
tramos com excelência diante de Deus e dos homens, agora eu deixo al-
gumas perguntas para vocês conversarem a respeito com sua equipe.
 1. O que você pensa de si mesmo? (O que nós pensamos terá um
grande impacto no que fazemos).
2. Quem você é em seu caminhar com Deus? 

3. "Santos"... "em Cristo"... "sacerdotes"? 

4. Você tem funcionado com um sacerdote?

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CAPÍTULO 5

Músico Ministro
No nosso primeiro texto desta série de estudos, compartilhamos a res-
peito do significado e propósito da palavra Ministério. Ao final deixamos
um incentivo a todos os nossos leitores que estão envolvidos com o mi-
nistério de louvor a prosseguirem em busca do verdadeiro significado e
compreensão desta função na casa do Senhor.
Em continuação ao texto anterior, hoje iremos compartilhar a respeito
da pessoa que exerce o ministério, a qual denominamos Ministro. Vamos
partir de algumas definições da palavra de Deus:
Ministro- A.T.- sharath - ministrar, servir, estar a serviço de; shareth -
ministração, serviço religioso, serviço no tabernáculo.
N.T.- diakonos - alguém que executa os pedidos de outros, especial-
mente de um mestre, servo, atendente, ministro.
De acordo com estas definições entendemos que ministro é um servo
que exerce o ministério. No nosso contexto de ministério de louvor, nor-
malmente denominamos "Ministro de Louvor" a pessoa que está a frente
do grupo para conduzir um momento de louvor com a congregação. Gos-
taríamos de trabalhar o conceito de "Ministro de Louvor" como todo aque-
le que exerce este serviço através da música, sendo ele, líder cantor,
backing vocal, instrumentista e até mesmo o engenheiro de som que par-
ticipa do momento da ministração. Um grupo de ministros funciona como
uma engrenagem, na qual, cada um tem um papel fundamental (função)
para que tudo flua adequadamente e se cumpra de fato o propósito final,
que é: servir a igreja através da música. Se cada componente se consci-
entizar de sua responsabilidade e se associar ao grupo com o mesmo co-

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ração e objetivo, imagine você o que experimentaremos nos nossos mo-
mentos de louvor e adoração a Deus, juntamente com a congregação.
Vamos analisar este texto bíblico e compartilhar alguns princípios de
Deus em relação ao ministro de um modo geral.
"Quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo e vi que
o Senhor me havia aberto uma porta, ainda assim, não tive sossego em
meu espírito, porque não encontrei ali meu irmão Tito. Por isso, despedi-
me deles e fui para Macedônia. Mas graças a Deus, que sempre nos con-
duz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala em todo lugar
a fragrância do seu conhecimento, porque para Deus somos o aroma de
Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para
estes somos cheiro de morte, mas para aqueles fragrância de vida. Ao
contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; an-
tes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade como homens en-
viados por Deus. Tal é a confiança que temos diante de Deus, por meio
de Cristo. Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em
nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos
capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas
do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Coríntios 2:12-17;
3:3:4-6
1. Conforme compartilhamos anteriormente, a música é uma ferramen-
ta criada por Deus, para a proclamação da verdade (pregar o Evangelho)
que liberta e inspira pessoas a seguirem a Cristo.
2. O Senhor nos abre oportunidades para cumprirmos este papel de
fato, para exercer o ministério precisamos identificar as portas que Deus
abre. A palavra de Deus nos diz que a porta que Deus abre ninguém fe-
cha (Apocalipse 3:8).
3. Somos conduzidos e recomendados por Deus que nos conduz vitori-
osamente.

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4. Através de seus ministros, o Senhor exala a fragrância do seu conhe-
cimento. Lideramos e servimos pessoas exalando o bom perfume de Cris-
to, sendo instrumentos de Deus para que Ele mesmo os atraia para si. Li-
derar é influenciar.
5. O ministro deve caminhar em sinceridade e honestidade não se
apropriando indevidamente do que não que lhe é devido. Cumprimos um
papel diante de Deus e dos homens.
6. O próprio Deus é aquele que capacita, habilita e estabelece Seus
ministros.
7. Ministros de uma Nova Aliança, a qual é fundamentada no amor, gra-
ça e justiça de Deus. Como ministros da Nova Aliança exercemos o sacer-
dócio de todos os cristãos, nos tornando aptos a nos apresentar diante
Dele, adentrar em Sua presença e ministrar diretamente a Deus através
de Jesus. Desta maneira cumprimos o serviço na casa do Senhor, inspi-
rando e edificando a vida dos nossos irmãos através da nossa conduta,
palavra e canções.
"À medida que se aproximam dele, a pedra viva - rejeitada pelos ho-
mens mas escolhida por Deus e preciosa para ele - vocês também estão
sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual
para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis
a Deus, por meio de Jesus Cristo." 1Pedro 2:4,5
Conclusão: O ministro da casa do Senhor é um servo, instrumento nas
mãos de Deus para a proclamação do Evangelho, sendo conduzido, esta-
belecido e capacitado pelo próprio Deus para o exercício do Ministério na
casa do Senhor. Ele inspira as pessoas exalando a fragrância de Cristo,
ou seja, se tornando parecido com Jesus e assim liderando neste cami-
nho. Somos um grupo de servos estabelecidos por Deus para o exercício
do Ministério na casa do Senhor através da música.

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Aplicação: Vemos acontecer na maioria dos grupos de louvor, uma co-
brança de espiritualidade e capacitação centralizada no líder do grupo,
como se somente ele fosse um ministro e os outros apenas músicos. Gos-
taríamos de incentivá-los a se reunirem e separarem um tempo para uma
auto-análise individual e em grupo dentro deste assunto, a fim de gerar
um entendimento maior da responsabilidade de cada um e da força de
um grupo de verdadeiros MINISTROS.

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CAPÍTULO 6

Ministério de Louvor
Serviço da Música
Neste ano iniciaremos uma série de estudos a respeito deste assunto,
com o objetivo de trazer esclarecimento e um despertar ao exercício des-
te serviço na casa do Senhor com excelência e entendimento.
Uma das áreas mais visadas no serviço da igreja é a área da música.
Dificilmente as pessoas se voluntariam para outras áreas de serviço na
mesma proporção com que se dispõem a servir na área da música. É im-
portante entendermos que a música é apenas mais uma ferramenta cria-
da por Deus para o exercício do ministério na igreja, e não a mais impor-
tante. A questão é: a música é atrativa e gera exposição. Então porque
será que a fila cresce de voluntários para esta área? Será que de fato o
serviço da música na igreja está alinhado ao seu propósito essencial?
Neste texto de hoje, vamos tratar de alguns conceitos básicos no que
diz respeito a este termo: "Ministério de louvor". Primeiramente vamos en-
tender biblicamente o significado destas palavras.
Ministério - 

A.T. - `abodah ou `abowdah - 1) Trabalho, serviço 1a) obra, trabalho 1b)
trabalho ( de servo ou escravo) 1c) trabalho, serviço ( de cativos ou súdi-
tos) 1d) serviço ( de Deus). `abad- 1) trabalhar, servir 1a) labutar, trabalhar,
fazer trabalhos 1a2) trabalhar para outro, servir a outro com trabalho 1a3)
servir como subordinado 1a4) servir (Deus) 1a5) servir (como tarefa levíti-
ca); 

N.T. - diakonia - 1) serviço, ministério, especialidade daqueles que execu-
tam os pedidos de outros 2) daqueles que pelo pedido de Deus procla-
mam e promovem religião entre os homens 2a) ofício de Moisés 2b) ofício
dos apóstolos e sua administração 2c) ofício dos profetas, evangelistas,
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anciãos, etc. 3) serviço daqueles que brindam aos outros os ofícios da
afeição cristã esp. aqueles que ajudam a atender necessidades, seja pelo
recolhimento ou pela distribuição de caridades 4) ofício do diácono na
igreja 5) serviço daqueles que preparam e ofertam alimento.
Louvor - 

A.T. - t@hillah - 1) louvor, cântico ou hino de louvor 1a) louvor, adoração,
ação de graças (rendida a Deus) 1b) ato de louvor em geral ou público 1c)
cântico de louvor ( com título) 1d) louvor (exigido pelas qualidades ou
atos ou atributos de Deus) 1e) renome, fama, glória de Deus: 

N.T. - ainesis - louvor, uma oferta de gratidão. Aineo - 1) louvar, exaltar,
cantar louvores em honra a Deus 2) permitir, recomendar 3) prometer ou
jurar.
De acordo com as definições acima citadas, entendemos que "Ministé-
rio de Louvor" é: o serviço a outros em nome de Deus com vistas ao enal-
tecimento e exaltação a Deus através da música. O papel do Ministério
de louvor da igreja é o de servir as pessoas, trazendo inspiração às mes-
mas a centralizarem o seu louvor e adoração a Deus no momento do cul-
to. Quando a igreja se reúne para o ato de cultuar a Deus, o foco e o alvo
principal se torna o próprio Deus (Ele é a platéia principal), mas infelizmen-
te o que vemos acontecer é que ao invés do Ministério de Louvor cumprir
o seu papel genuíno que é o SERVIÇO, ele está objetivando SER VISTO.
Daí procede as distorções e referências erradas no serviço da música
Cristã. Conclusão: O "Ministério de Louvor e Adoração" só cumprirá o
seu papel de fato se utilizar a música como uma ferramenta de proclama-
ção da essência de Deus aos homens e enaltecimento ao próprio Deus.
Aplicação: Gostaria de incentivar a você líder do "Ministério de louvor"
a se reunir com seu grupo para o estudo e busca do sentido essencial do
Serviço da música, trazendo assim um direcionamento e esclarecimento,
objetivando um desempenho de sua função de acordo com o propósito
de sua existência.

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