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TRABALHO PARA AVALIAÇÃO FINAL DAS DISCIPLINAS TEÓRICAS DE HISTÓRIA DA

ARTE.
...
O tema do ensaio teórico é livre, EXCETO para alunos que ultrapassaram o limite de faltas
e alunos de artes visuais, cujo tema obrigatório segue enunciado abaixo.
(A avaliação tb considera a relevância do tema escolhido em relação ao todo dos conteúdos
programáticos. Ou seja, este tema pode ser escolhido tb por aqueles q nao têm
obrigatoriedade de seguí-lo.)
...
Partindo das premissas:

─ A ARTE COMO FORMA DE CONHECIMENTO (sacar texto de marco buti em que ele
critica o role academico)

─ EXPERIÊNCIA ≠ CONHECIMENTO (lembro de uma discussão sobre o conhecimento é


formado por especie de várias experiencias entendidas em um nivel global)

─ CRISE DO SUJEITO =>> CRISE DA SOCIEDADE =>> CRISE DA ARTE

─ HOMEM ENQUANTO "VIVENTE DOTADO DE PALAVRA" (Aristóteles) =>> e relacionar


esta definição com a noção de COLETIVO E SOCIEDADE.

─ Regionalismo X universalismo =>> o regionalismo pode ser legítimo e um valor em si,


mas ele nunca vai ter alcance universal, ENTÃO, qual a coerência de se reivindicar esta
abrangência universal?...

Discorrer sobre:

1) Em um mundo com excesso de opiniões, como fica o desenvolvimento do conhecimento


científico?

2) Em um mundo com excesso de opiniões, qual a possibilidade de estabelecer critérios


para a produção artística?

3) Quais os raciocínios que embasaram as noções de inferioridade e diferença entre


homens e mulheres ao longo da história e como isso se refletiu na produção artística?

4) Regionalismo X universalismo =>> "CONTRA O GLOBAL, o UNIVERSAL, não o


regional" =>> E qual a responsabilidade que os grupos que se apegam as suas
particularidades têm ao se fechar para o que tem alcance coletivo decorrente da afinidade
de valores universais? =>> LUTAR PELA DIFERENÇA ou PELA IGUALDADE?

Bibliografia Básica Auxiliar


(Todos disponíveis no TÊMPERA, este grupo aqui no facebook)

─ COCCHIARALE, Fernando. Quem tem medo da arte contemporânea? Recife: Ed.


Massangana, 2007.
─ LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Campinas:
Leituras SME, 2001. No 19. P. 20-28.
─ NOCHLIN, Linda. Por que nunca houve grandes mulheres artistas? São Paulo: Edições
Aurora, 2016.

[ensaio com até 2 laudas

nossa nao sei o que falar



tu pega em colocar as perguntas e sair respondendo 1 por 1?

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O presente ensaio foi a condensação dos consensos estabelecidos através de várias


discussões, em sala de aula ou não, com a participação exclusiva ou não dos dois alunos
que assinam sua autoria. As questões discutidas, bem como parte das informações que
alimentaram as conversas vieram das aulas e do material compartilhado e estudado nas
disciplinas de História das Artes e Crítica da da Arte Contemporânea no primeiro semestre
de 2019.

1) Em um mundo com excesso de opiniões, como fica o desenvolvimento do


conhecimento científico?

Antes de relacionar o contexto do mundo atual com o desenvolvimento do conhecimento


científico, é importante tentar delimitar e entender o que é conhecimento científico e o seu
respectivo desenvolvimento e um mundo com excesso de opiniões. O conhecimento
científico e seus métodos, como discute Marco Buti em seu texto A Arte na Universidade, A
Universidade na Arte, é baseado na pesquisa científica, formulação de hipóteses, coleta e
interpretação de dados, comprovação ou não e, por fim, produção de um resultado onde
tudo está conceitual e materialmente estruturado para tentar garantir o objetivo, e com o
máximo rigor. Rigor tal, que desde o seu surgimento enquanto método científico e de
pesquisa, vem se adaptando em relação às áreas de conhecimento e desenvolvimento da
sociedade, a fim de comprovar-se íntegro. E o fez. Tanto que fundamentou o crescimento
da sociedade ocidental como ela é hoje.
É notável o avanço da sociedade no que se diz respeito aos meios de comunicação, ao
acesso a estes meios, ao número de habitantes - principalmente em cidades, onde a
densidade habitacional é maior, as tecnologias, as áreas de conhecimento, etc. É possível
também, em uma rápida análise, observar que as pessoas estão mais conectadas entre si,
onde o fluxo de informação leva menos tempo para chegar ao receptor, onde um único
indivíduo com acesso à internet consegue saber em tempo real o que está acontecendo em
quase todo o mundo globalizado. Que o surgimento e avanço das plataformas de redes
sociais, lugares virtuais onde é possível prolongar o debate acerca de qualquer coisa e
assunto para além da realidade material, protagonizam atualmente um lugar de encontro
entre pessoas, onde cada vez mais, tomam maior tempo de suas vidas, tornando-as,
consequentemente, dependentes.
É notável também que, com o aumento desses fatores, mais pessoas conseguem ter um
ambiente propício à expressão de suas ideias, acarretando um acúmulo maior de opiniões
acerca de um tema ou objeto, o que pode causar espanto ou crise ao excesso, visto que o
surgimento desse volume de registro é de certo modo recente. Porém ao analisar mais
perto, pode-se perceber que a “opinião” e a possibilidade de poder expressá-la livremente é
a matéria essencial de um regime democrático, na medida que, a participação de mais
pessoas, e consequentemente suas opiniões, teoricamente tendem a tornar o debate mais
representativo através de diversos modos de se enxergar o tema/objeto em questão. Ao
entender esse ponto, podemos afirmar que não há - ou não deveria existir - um excesso de
opiniões, visto que a palavra “excesso” pressupõe um limite, e um limite de opiniões pode
causar um cerceamento à livre expressão, o que fere o princípio democrático. Porém, não
podemos deixar de considerar que esse choque de diversas opiniões, pode causar uma
visão de polaridades, de afastamento, etc. Talvez isso aconteça porque é recente. E nós,
enquanto sociedade e seres humanos, não sabemos como lidar com tal volume de registro
e seus efeitos. Ao que cabe ao desenvolvimento do conhecimento científico, portanto, frente
à essas questões, é fazer o que já faz em sua essência: adaptar-se, abrindo as
possibilidades para novas formas de comprovação de veracidade de amostras, novas
formas de se debruçar frente às hipóteses, o que inevitavelmente, influenciará em como as
metodologias são postas, visto que há mais onde se procurar e há mais a quem convencer.

2) Em um mundo com excesso de opiniões, qual a possibilidade de estabelecer


critérios para a produção artística?

Os critérios para comprovação de produção artística, se é arte ou não é arte, ou o que é


arte, sempre existiram e naturalmente são reflexos da sociedade que se utilizam dela. É
possível perceber essa transformação ao revisitar a história da arte. Variam em decorrência
do tempo, das técnicas e tecnologias, da conjuntura, dos meios de comunicação, e até
mesmo das diversas sociedades que coabitam a mesma época. Variam e se estabilizam, se
estabilizam e variam, sucessivamente. Pois estes critérios são tão naturais e espelho do
seu tempo quanto a própria obra de arte. Nossa natureza enquanto seres humanos é de Commented [1]: não entendir
uma vida comunitária, e a arte não escapa disso. É necessário o contato e envolvimento de Commented [2]: a obra de arte é um reflexo do tempo
outras pessoas com a obra de arte para que ela de fato exista, e assim então seja uma obra do individuo assim como os criterios que a definem
de arte. E a necessidade desse contato faz com que a obra e consequentemente seus enquanto obra de arte

critérios para validação, estejam à mercê das interpretações e experiências acumuladas


pelos indivíduos e sociedade que entram em contato com a obra. Experiências que variam
individualmente e coletivamente de sociedade para sociedade, em tempos e tempos.
E não seria diferente hoje.
Mesmo sem o afastamento histórico necessário para afirmações desse nível, é possível
afirmar, do ponto de vista imersivo em tempo e espaço, que nós estamos frente à uma crise
identitária do que é ou não é arte. Os critérios que por hora valiam há décadas atrás já não
valem em mesma medida. Isso acontece devido a diversos fatores, ordens e escala. A
revolução tecnológica dos meios de comunicação que nós vivemos atualmente, onde a
surpreendente quantidade de signos (entendendo signo como uma unidade mínima de um
significado) que um ser humano médio, com acesso à internet, tem que interpretar
diariamente é surpreendentemente maior que há poucas décadas atrás; onde o ritmo de
vida é notoriamente mais acelerado; onde não se tem mais definido vários parâmetros
norteadores da vida humana, como “trabalhar de dia, dormir de noite”; onde as notícias são
consumidas com uma velocidade estonteante e consequentemente passam a demandar
uma produção maior de informação e naturalmente mais superficiais; onde temos mais
pessoas que se auto-declaram artistas; onde mais pessoas consomem arte, tende romper a
validade de vários conceitos que herdamos da vida moderna, inclusive a arte.
Mais pessoas entram em contato com peças artísticas, mais difícil é o consenso sobre o
que é o que não é arte. Nesse momento não sabemos quando vão se consensuar os
critérios - ou se vão. As possibilidades tornam-se voláteis e frágeis, portanto, ao observar do
ponto de vista imerso na atualidade. Os critérios que de certa forma se apresentam como
íntegros hoje, no senso comum, ainda estão em processo de transformação frente à nossa
época e não tem como afirmar com certeza se se sustentarão. Ao artista, por fim, cabe
despertar o olhar sensível a estas questões, pois o tempo que estamos vivendo é de ruptura
aos parâmetros e por isso a produção artística contemporânea também é influenciada e
influenciadora.

3) Quais os raciocínios que embasaram as noções de inferioridade e diferença entre


homens e mulheres ao longo da história e como isso se refletiu na produção
artística?

As estruturas sociais postas desde muitos séculos atrás sempre elegeu para a mulher um
lugar e uma trajetória muito delimitados. Afastar as mulheres (e demais minorias) dos
espaços de socialização, produção e disseminação do conhecimento, poder e etc.
consequentemente leva à quase impossibilidade de acesso aos meios necessários para o
exercício não somente da arte, como de diversos ofícios não associados à manutenção das
mulheres no lugar determinado para as mesmas.
A produção feminina portanto, foi afetada muito mais por fatores conjunturais e pelas
barreiras institucionalmente impostas à sua simples presença em lugares de aprendizado e
prática de profissões não necessariamente ligadas ao que se deliberadamente definiu
enquanto responsabilidade ou aptidão feminina do que por distância da capacidade ou das
qualidades da produção masculina.

4) Regionalismo X universalismo =>> "CONTRA O GLOBAL, o UNIVERSAL, não o


regional" =>> E qual a responsabilidade que os grupos que se apegam as suas
particularidades têm ao se fechar para o que tem alcance coletivo decorrente da
afinidade de valores universais? =>> LUTAR PELA DIFERENÇA ou PELA
IGUALDADE?

Entendendo que as afinidades globais são uma série de predefinições de várias ordens
impostas por meio sistêmico e de dominação é possível enxergar a imposição dessas
predefinições como sendo de valor universal e partindo de uma lógica de oposição, é
possível sinalizar a origem do erro da tentativa de afastar-se do global (regionalismo) e não
de superá-lo (universalismo). As dimensões regional e universal de uma obra de arte
coexistem com tranquilidade em uma obra com relativo equilíbrio dessas afinidades, porém
concentrar esforços na oposição ao global leva o trabalho e/ou o artista a uma postura
tacanha de negação de conhecimento ou informação produzido ou acumulado por alguém
que se afasta demais de uma postura ideológica sua.
Superar o global significa atingir uma camada acima dele, onde todo ser humano comunga
de iguais possibilidade de apreensão e não o aprofundamento unicamente de estéticas e
linguagens restritas a alguns grupos. embora esse tipo de atenção contemple o
fortalecimento de identidades, a partir do qual indivíduos vão se reconhecendo cada vez
mais como parte de um grupo e consequentemente alinhando discursos e esforços que
ficam cada vez mais consistentes, falar sobre os seus e apenas para os seus algumas
vezes é ineficaz enquanto transmissão de informação acerca de alguém ou de alguma
questão.

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