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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MONTES CLAROS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I / 4º PERÍODO

Gustavo Vieira, Higor Leal, Isabel Alves, Pedro H. Alves

PRÁTICA 4:
Viscosidade e Temperatura
Montes Claros/MG
14 de novembro de 2018

1 INTRODUÇÃO

A viscosidade é a propriedade que indica a maior ou menor dificuldade de o fluido escoar


(escorrer). Pode-se dizer que a viscosidade dos fluidos é originada por uma coesão entre as
moléculas e pelos choques entre elas, (BRUNETTI, 2008).
Com base nessa idéia, pode-se explicar a diferença entre as viscosidades de determinados
líquidos como, por exemplo, a da água e a do benzeno. Na água, as ligações intermoleculares são
as ligações de hidrogênio, já o benzeno, possui interação molecular do tipo London. As ligações
na água são mais fortes tornando- a mais viscosa, já as do benzeno são mais fracas, podendo,
desta forma, fluir mais facilmente.
Outro fator que interfere na viscosidade é a temperatura, pois, o seu aumento faz com que
a viscosidade diminua. Isso ocorre devido o aumento da energia entre as moléculas, permitindo
vencer as barreiras energéticas de interações intermoleculares com mais facilidade.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
O conceito de viscosidade é encontrado primeiramente em problemas de escoamento de
fluidos, tratado pela hidrodinâmica e pela aerodinâmica, como uma medida da resistência de
atrito que um fluido em movimento oferece a uma força tangencial aplicada. Quanto maior a
viscosidade de um liquido mais lento será o escoamento. (físico química; supervisão: Ivo Jordan,
São Paulo 1976)

Se um fluido escoar sobre uma superfície plana fixa, a camada de fluido adjacente à
superfície plana limite se mantém imóvel e as camadas sucessivas têm velocidades cada vez
maiores. A força de atrito é proporcional a área de interface entre duas camadas adjacentes
quaisquer. Esta é a lei de escoamento viscoso de Newton. (físico química; supervisão: Ivo
Jordan, São Paulo 1976)

F= n.S.dv/dr
Equação 1 – Lei do escoamento viscoso de Newton
O coeficiente de viscosidade é a força necessária para manter uma diferença de
velocidade entre dois planos paralelos do líquido. A unidade de viscosidade no sistema CGS é o
‘Poise’ e a viscosidade de um liquido pode ser determinada pela medida de sua velocidade de
fluxo através de um tubo capilar. (Daniels,F. e outros, Experimental Physical Chemistry 1962).

O volume (V) de um liquido que escoa por um capilar de raio r, num tempo t, sob pressão
p é dado pela equação de Poiseuille (2 e 3) :

V= π P t r^4/ 8 L η
Equação 2 – Equação de Poiseuille

na qual L é o comprimento do capilar. Se caso as dimensões do aparelho sejam fixadas a equação


reduz-se a:

η=Kρt
Equação 3 – Equação de Poiseuille com dimensões do aparelho fixadas

Em geral para determinação da relação de dois líquidos, utiliza- se o viscosímetro para


que obtenha uma maior facilidade, na qual há uma diferença de cotas entre dois meniscos no
instrumento, mesmo variando essa diferença a pressão será proporcional a densidade. (Práticas
de físico-química; Renato N. Rangel São Paulo 1978)

A variação da viscosidade de um liquido com a temperatura pode ser expressa também


pela equação de Arrhenius:

Ln η = E/RT + ln A
Equação 4 – Equação de Arrhenius
Onde:

A= constante

E= energia necessária para deslocar o volume que fica acumulado entre os meniscos, através do
capilar

T= temperatura
R= constante dos gases.

Figura 1: Viscosímetro de Ostwald

As viscosidades podem ser medidas de muitas maneiras. No viscosímetro de Ostwald


(Figura 1) mede-se o tempo de escoamento do fluido através do capilar e compara-se esse tempo
ao do escoamento de um padrão. O método é conveniente para a medida de (η), pois a razão
entre a viscosidade da solução e do solvente puro é proporcional á razão entre os tempos de
escoamento. (Práticas de físico-química; Renato N. Rangel São Paulo 1978)

3 OBJETIVOS
Determinar o coeficiente de viscosidade de líquidos empregando o viscosímetro de
Ostwald e relacionar a viscosidade do álcool com a temperatura.

4 REAGENTES E EQUIPAMENTOS

-Viscosímetro de Ostwald;
-Banho termostático;
-Suporte;
-Termômetro;
-Cronometro;
-Pipeta graduada de 10 ml;
-2 béqueres de 50 ml;
-Pêra de borracha;
-Etanol (P. A);
-Acetona.

5 PROCEDIMENTOS

Figura 2 – Montagens para medidas de viscosidade

a) Montou-se o equipamento ilustrado na figura 2;

b) Foi introduzida no viscosímetro, uma quantidade medida de água suficiente


preencher a metade do bulbo A.

c) Regulou-se o banho termostático para a temperatura ambiente até que atingisse o equilíbrio.

d) Com auxílio de uma pêra de borracha, fez-se com que a água alcançasse a metade do
bulbo B. Feito isso, deixou-se a água escorrer livremente e mediu-se o tempo gasto no
percurso da marca A até a marca B.

e) Substituiu-se a água pelo etanol e repetiu-se o item anterior (d), depois de atingir o equilíbrio.
f) Os itens (d) e (e) foram repetidos nas temperaturas de 30 oC , 40 oC e 50 oC , tanto
para a água quanto para o etanol.

g) Limpou-se escrupulosamente o viscosímetro enxaguando-o com água destilada,


secando-o com acetona.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização dos procedimentos experimentais, montou-se a tabela 1 na qual estão
inseridos os tempos de escoamentos da água e do etanol pelo viscosímetro de Ostwald para
determinadas temperaturas.

Temperatura (ºC) Tempos de escoamento (s)


Água Etanol
30 2,75 3,72
40 2,59 3,4
50 2,44 3,34
Tabela 1 – Tempos de escoamento da água e do etanol para determinadas temperaturas

Foi perceptível que havia diminuição do tempo de escoamento (diminuição da


viscosidade) conforme o aumento da temperatura. Esse fenômeno é justificado pela diminuição
da coesão entre as moléculas do fluido, resultando na diminuição da viscosidade.

Utilizando a equação 3 e conhecendo os valores tabelados de densidade e viscosidade da


água, determinou-se o valor da constante do viscosímetro para as determinadas temperaturas.

Para 30 ºC:
Ƞ=k×ρ×t

0,798 × 10-3 = k × 995,6 × 2,75

k30ºC = 2,915 × 10-7 m2s-2

Para 40 ºC:

Ƞ=k×ρ×t

0,653 × 10-3 = k × 992,2 × 2,59

k40ºC = 2,541 × 10-7 m2s-2

Para 50 ºC:

Ƞ=k×ρ×t

0,547 × 10-7 = k × 988,02 × 2,44

k50ºC = 2,267 × 10-7 m2 × s-2

Com o valor já conhecido da constante do viscosímetro de Ostwald utilizado em


determinadas temperaturas e conhecendo os valores de densidades do etanol para as temperaturas
utilizadas, pode-se determinar a viscosidade do etanol para cada temperatura utilizando a
equação 3:

Para 30 ºC:

Ƞ=k×ρ×t

Ƞ = 2,915 × 10-7 × 778,914 × 3,72

Ƞ = 8,446 × 10-4 Pa × s

Para 40 ºC
Ƞ=k×ρ×t

Ƞ = 2,541 × 10-7 × 768,739 × 3,4

Ƞ = 6,641 × 10-4 Pa × s

Para 50ºC:

Ƞ=k×ρ×t

Ƞ = 2,267 × 10-7 × 758,344 × 3,34

Ƞ = 5,742 × 10-4 Pa × s

Concluídos os procedimentos, pode-se observar e comprovar a relação inversamente


proporcional entre viscosidade e temperatura, fato que tinha sido estudado e necessitava de
comprovações experimentais para maior esclarecimento.

7 CONCLUSÃO
A viscosidade dos fluidos utilizados neste experimento foi determinada através da
resistência de líquidos ao escoamento, ou seja, tempo de vazão de um líquido em um
viscosímetro de Ostwald.

A partir do experimento, foi possível mensurar e comparar a viscosidade de líquidos


utilizando o viscosímetro de Ostwald, além de verificar a constante do próprio viscosímetro
utilizando a Equação de Poiseuille, baseada na densidade do fluido e tempo de escoamento pelo
capilar.

A viscosidade é associada a capacidade de escoamento de um fluido. Podemos concluir


através dos resultados ddemonstrados nas tabelas que, quanto maior a temperatura menor a
viscosidade e quanto maior a deensidade maior a viscosidade. Os resultados experimentais
condizem com o esperado.

8 REFERENCIAS
BRUNETTI, Franco. Mecanica dos Fluidos. 2 ed. Pearson Prentice Hall: São Paulo,2008.
E. L. Silva Vaz, H. A. Acciari, A. Assis, E. N. Codaro. Uma experiência didática sobre
viscosidade e densidade. Química Nova na Escola. Vol 34. 2012.
P.W. Atkins sexta edição volume 2 Physical Chemistry. Rio de janeiro 1997.
Fisico química Walter j Moore; 4. ed. americana: Helena li Chun e outros supervisão:
Ivo Jordan. São Paulo, Edgard Blucher, 1976.
Daniels,F. e outros, Experimental Physical Chemistry, international student edition, 1962.

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