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Fatos relevantes divulgados a partir do segundo semestre de 2014, publicados em periódicos,
internet, imprensa e mídia em geral. .................................................................................................... 1
Questões...................................................................................................................................... 56
Respostas .................................................................................................................................... 59

Candidatos ao Concurso Público,

O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas

relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom

desempenho na prova.

As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar

em contato, informe:

- Apostila (concurso e cargo);

- Disciplina (matéria);

- Número da página onde se encontra a dúvida; e

- Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O

professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.

Bons estudos!

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Fatos relevantes divulgados a partir do segundo semestre de 2014,
publicados em periódicos, internet, imprensa e mídia em geral.

Paulo Nakayama

Apresentação

Caro estudante: o material aqui apresentado é um compilado de fatos e notícias que recentemente
marcaram o país e mundo. Nosso trabalho foi fazer a seleção de notícias que tiveram destaque,
acrescentando informações úteis para facilitar a compreensão daquilo que foi mais comentado e tudo
que teve grande repercussão em nível nacional e mundial. Entretanto, para estar bem preparado para a
prova, é imprescindível a leitura de jornais diários e sites de notícia, além de acompanhar programas
informativos das emissoras de rádio e TV. Estar em dia com os fatos é a melhor maneira de responder
com desenvoltura às questões formuladas.
Segue abaixo uma relação de links de jornais e informativos com conteúdo de notícias que podem
auxiliar muito no processo de preparação para o concurso:
http://www.estadao.com.br/
http://www.uol.com.br/
http://agenciabrasil.ebc.com.br/
http://www.bbc.co.uk/portuguese/
http://g1.globo.com/
http://veja.abril.com.br/
http://www.istoe.com.br/
http://www.cartacapital.com.br/

Para recapitular 2014

Antes de dar início aos estudos, vamos fazer uma recapitulação sobre os fatos que marcaram o
Brasil e o mundo ao longo do ano passado. Para facilitar o estudo, eles foram listados de forma
resumida, mês a mês. Entre os principais fatos de repercussão nacional e internacional de 2014,
selecionados pela equipe do jornal Correio Braziliense, podemos citar:

JANEIRO

20 de janeiro - República Centro-Africana - O Parlamento de transição escolhe Catherine Samba-


Panza como Chefe de Estado em substituição a Michel Djotodia, forçado a renunciar. O país mergulhou
no caos após a queda em 2013 do regime de François Bozize.

FEVEREIRO

4 de fevereiro - Venezuela - Estudantes iniciam protestos contra a falta de segurança e a crise


econômica até maio, deixando 43 mortos. Em 5 de junho a justiça decide processar o líder da oposição
Leopoldo López (que se entrega em 18 de fevereiro) por suposta vinculação com atos violentos durante
as marchas em Caracas.
21 de fevereiro - Itália - Matteo Renzi se transforma, aos 39 anos, no Chefe de Governo mais jovem
da União Europeia. O novo presidente do Conselho anuncia um importante plano de reativação
econômica e uma reforma constitucional.
18 de fevereiro - Ucrânia - As forças de ordem enfrentam os manifestantes pró-europeus, que
ocupam a Praça da Independência (Maidan) de Kiev durante três meses. Os confrontos deixam mais de

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100 mortos em três dias. Após a fuga para Rússia do presidente ucraniano, o pró-russo Viktor
Yanukovich, os ucranianos elegem em 25 de maio como Chefe de Estado o milionário pró-ocidental
Petro Poroshenko.
22 de fevereiro - México - Joaquín "Chapo" Guzmán, líder do cartel de Sinaloa e narcotraficante
mais procurado do mundo, é capturado pela marinha em Mazatlán (noroeste).

MARÇO

8 de março - Malásia - Um Boeing 777 da Malaysia Airlines que voava entre Kuala Lumpur e
Pequim desaparece com 239 pessoas a bordo. Apesar das intensas buscas, não foi encontrado
nenhum destroço da aeronave.
16 de março - Ucrânia/Rússia - Crimeia, uma região autônoma que fala russo no sul da Ucrânia,
aprova por referendo sua integração à Rússia. Esta "anexação", denunciada por Kiev e pelos países
ocidentais, provoca a pior crise diplomática com Moscou desde a queda da URSS. Em abril, uma
insurreição separatista pró-russa começa no leste da Ucrânia. Kiev tenta desde então retomar o
controle das regiões separatistas, onde já morreram até agora mais de 4.600 pessoas (segundo a
ONU). Em 9 de dezembro começa uma nova trégua, mas as negociações de paz ainda não tiveram
sucesso.

ABRIL

14 de abril - Nigéria - Os islamitas nigerianos do grupo Boko Haram sequestram 276 alunas
adolescentes de uma escola em Chibok (nordeste), mas algumas conseguem fugir. O sequestro suscita
uma indignação internacional sem precedentes. No total, 219 meninas continuam desaparecidas.
16 de abril - Coreia do Sul - Um ferry sul-coreano naufraga próximo da costa sul da península com
476 pessoas a bordo. Mais de 300 pessoas morrem, entre elas 250 estudantes. O capitão, que
abandonou o barco enquanto centenas de pessoas foram orientadas a permanecer na embarcação, foi
condenado a 36 anos de prisão.
27 de abril - Vaticano - Primeira vez na história da Igreja Católica: o Papa Francisco canoniza dois
pontífices, João XXIII e João Paulo II, na presença de seu antecessor Bento XVI.

MAIO

25 de maio - Eleições europeias - Apesar do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita) se


manter como principal força do novo Parlamento, os partidos de extrema-direita e os eurocéticos
vencem no Reino Unido e na França. O candidato do PPE, Jean-Claude Juncker, é designado
presidente da Comissão Europeia em 15 de julho.
26-28 de maio - Egito - O ex-chefe do exército Abdel Fatah al-Sisi vence a eleição presidencial um
ano depois de ter derrubado e detido seu antecessor, o islamita Mohamed Mursi.

JUNHO

19 de junho - Espanha - Felipe VI, de 46 anos, se transforma no novo rei da Espanha após a
abdicação de seu pai, Juan Carlos I, que deixa o trono após 38 anos de reinado.
29 de junho - Iraque/Síria - Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) proclamam um "califado"
nos territórios sob seu controle no Iraque, onde conquistaram cerca de 40% do território após uma
grande ofensiva, e na Síria. Uma coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, faz em agosto
uma série de bombardeios contra posições dos jihadistas, acusados de cometer atrocidades contra a
população local e responsáveis pela decapitação de cinco reféns ocidentais. A cidade síria de Kobane,
que faz fronteira com a Turquia, é cenário de intensos combates entre combatentes curdos e jihadistas.

JULHO

8 de julho Israel/Palestinos - Israel lança a operação "Barreira de Proteção" na Faixa de Gaza para
deter o lançamento de foguetes do Hamas. A operação, que dura 50 dias, deixa quase 2.200 palestinos
mortos, na maioria civis, e mais de 70 do lado israelense. Desde o verão, a violência aumenta em
Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

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13 de julho - Brasil - a Alemanha conquista a Copa do Mundo no Brasil após vencer a Argentina por
1x0 na prorrogação, conquistando seu quarto título. A Copa foi marcada pelo fracasso da seleção
anfitriã, sem os temidos protestos e outros problemas que ameaçavam o evento.
17 de julho - Malásia/Ucrânia - Um míssil derruba um Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298
pessoas a bordo, quando sobrevoava uma zona controlada pelos separatistas pró-russos no leste da
Ucrânia. Kiev e os rebeldes se acusam mutuamente de derrubar a aeronave, que fazia o trajeto de
Amsterdã para Kuala Lumpur.
30 de julho - Argentina - Vence o prazo para o pagamento de 539 milhões de dólares de bônus
reestruturados em 2005 e 2010 da Argentina, bloqueados em Nova York pelo juiz federal Thomas
Griesa. Agências de classificação de risco determinam que o país entre em moratória parcial, o que o
governo nega.

AGOSTO

8 de agosto - Ebola - A Organização Mundial da Saúde (OMS) decreta uma mobilização


internacional contra a epidemia de febre hemorrágica do vírus Ebola. Até 15 de dezembro a epidemia
matou mais de 6.800 pessoas, principalmente na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, segundo a OMS.
9 de agosto - EUA - A morte de um jovem negro desarmado com tiros de um policial branco em
Ferguson (Missouri) provoca grandes protestos raciais. No final de novembro começa uma nova onda
de violência após a decisão de que o policial não será indiciado. Em dezembro, milhares de
manifestantes protestam em Nova York contra uma decisão similar de um grande júri em relação a um
policial branco envolvido na morte de um pai de família negro.
29 de agosto - Nicarágua - Resgatados 20 mineiros presos dois dias antes em uma mina no
noroeste da Nicarágua. Sete continuam desaparecidos.

SETEMBRO

18 de setembro - Reino Unido - O "não" à independência vence com 55,3% dos votos no referendo
sobre a autodeterminação da Escócia. O governo britânico promete outorgar maiores poderes às quatro
nações que formam o Reino Unido.
26 de setembro - México - Desaparecem 43 estudantes depois de serem baleados por policiais e
milicianos em Iguala (Guerrero, sul). A investigação da promotoria aponta que a polícia local deteve e
entregou ao cartel Guerreros Unidos os alunos da escola rural de Ayotzinapa, ordenando que fossem
mortos, os corpos incinerados e os restos jogados em um rio. Um deles teve os restos mortais
identificados. O desaparecimento desencadeia protestos em todo o país e submete o presidente
Enrique Peña Nieto a sua pior crise dos dois primeiros anos de governo.
28 de setembro - Hong Kong - Milhares de manifestantes pró-democracia tomam as ruas de Hong
Kong pedindo a instauração de um verdadeiro sufrágio universal. Em 15 de dezembro, após mais de
dois meses de ocupação de vários bairros, a polícia desmantela o último acampamento e declara o fim
dos protestos.
29 de setembro - Afeganistão - Ashraf Ghani é o novo presidente após três meses de crise política,
iniciada na eleição presidencial denunciada pelo rival Abdula Abdula e marcada por suspeitas de fraude.
Abdula se transforma em Chefe de Governo da unidade nacional. As autoridades afegãs, que enfrentam
os ataques dos talibãs, assinam com os Estados Unidos e a Otan acordos para a continuidade no país
de 12.500 soldados estrangeiros em 2015, uma vez concluída a missão de combate em 31 de
dezembro.

OUTUBRO

10 de outubro - Nobel - A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Stayarthi


ganham o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra a exploração infantil.
21 de outubro - África do Sul - Um tribunal condena o campeão paralímpico Oscar Pistorius a cinco
anos de prisão por matar sua namorada Reeva Steenkamp em 2013 após oito meses de um julgamento
em meio ao circo da mídia. Sua condenação será revista em apelação e poderia aumentar.
22 de outubro - Canadá - Um homem armado próximo aos círculos islamitas mata um soldado e
provoca pânico no Parlamento de Ottawa antes de ser morto pela polícia. Em Quebec, um jihadista
atropelou voluntariamente um militar dois dias antes.
27 de outubro - Brasil - Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil com pequena margem contra
o social-democrata Aécio Neves na campanha mais agressiva da história recente do país.

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31 de outubro - Burkina Faso - Uma revolta popular obriga a renúncia do presidente Blaise
Compaoré, que pretendia reformar a Constituição para se manter no poder após 27 anos de
presidência. Compaoré se refugia na Costa do Marfim e depois em Marrocos.

NOVEMBRO

4 de novembro - EUA - Derrota histórica para os democratas no Congresso nas eleições de meio de
mandato. Em 20 de novembro o presidente Barack Obama anuncia a adoção por decreto de uma série
de medidas para regularizar cerca de 5 milhões de imigrantes em situação ilegal.
9 de novembro - Espanha - Cerca de 1,8 milhão de pessoas votam a favor da independência da
Catalunha em uma eleição simbólica e suspensa pelo Tribunal Constitucional. O governo espanhol
considerou "antidemocrática e inútil" a votação que teve participação de 2,3 milhões de cidadãos desta
região de 7,5 milhões de habitantes.
12 de novembro - Espaço - A Agência Espacial Europeia consegue pousar um pequeno robô sobre
o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko situado a mais de 500 milhões de quilômetros da Terra. Três
dias depois do pouso, celebrado pela mídia, Philae, que viajou durante 10 anos com a sonda Rosetta,
entra em "modo inativo" após transmitir vários dados científicos.
16 de novembro - Colômbia - A guerrilha comunista das Farc captura o general Rubén Darío Alzate
no departamento de Chocó (oeste) e o governo suspende as negociações de paz que aconteciam em
Havana. Alzate é libertado em 30 de novembro e em 3 de dezembro é anunciada oficialmente a
retomada do diálogo.
23 de novembro - Tunísia - Primeira eleição presidencial livre no país, quase quatro anos depois da
revolução de 2011, que poderia ser considerada o início da denominada Primavera Árabe. O segundo
turno vai opor em 21 de dezembro o líder do partido anti-islamita Nidá Tunis (vencedor das legislativas
de outubro), Beji Caid Essebsi, e o presidente atual Moncef Marzuki.

DEZEMBRO

1 de dezembro - Clima- Em Lima, os 196 países representados na 20ª conferência da ONU sobre o
Clima concluem um acordo mínimo sobre o marco geral de seus futuros compromissos de redução das
emissões de gases de efeito estufa, esperado antes da grande reunião de Paris prevista para dezembro
de 2015.
15 de dezembro - Austrália - Um islamita radical de origem iraniana faz 17 pessoas de reféns em
uma cafeteria de Sidney. Depois de 16 horas de angústia, as forças de ordem invadem o local e o saldo
é de três mortos, incluindo o agressor.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

Política

No campo da política, as eleições para presidente foram o principal fato a ser destacado a partir do
segundo semestre de 2014. O pleito, marcado pela agressividade de ambos os candidatos que foram
ao segundo turno, Aécio Neves e Dilma Rousseff, teve desdobramentos mesmo após a confirm ação da
vitória de Dilma. Por todo o país, eleitores tucanos inconformados com o resultado realizaram uma série
de protestos, utilizando principalmente a internet e as redes sociais, tentando reverter a eleição ou
simplesmente pedindo a separação de alguns estados brasileiros, já que, para alguns destes
inconformados, a região Nordeste teria sido a principal responsável pela reeleição da petista. Além da
disputa eleitoral, o escândalo envolvendo altos diretores da Petrobras também ganhou destaque.
Acompanhe abaixo um apanhado de notícias que marcaram o país neste período:

Dilma assume segundo mandato e anuncia nova equipe ministerial

A presidente Dilma Rousseff tomou posse para seu segundo mandato em 1º de janeiro de 2015, em
cerimônia que aconteceu no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, mesmo local onde também
assinaram o termo de posse os 39 ministros que passam a fazer parte de sua equipe de governo.
Entre 39 indicados, 15 já ocupavam o posto e quatro trocaram de pasta. Os 20 ministros restantes
passam a integrar a equipe pela primeira vez. Veja a lista completa:
Advocacia-Geral da União - Luís Inácio Adams
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Kátia Abreu

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Banco Central - Alexandre Tombini
Casa Civil - Aloizio Mercadante
Cidades - Gilberto Kassab
Ciência, Tecnologia e Inovação - Aldo Rebelo
Comunicações - Ricardo Berzoini
Controladoria-Geral da União - Valdir Simão
Cultura - Juca Ferreira
Defesa - Jaques Wagner
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Armando Monteiro
Desenvolvimento Agrário - Patrus Ananias
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Tereza Campello
Educação - Cid Gomes
Esporte - George Hilton
Fazenda - Joaquim Levy
Gabinete de Segurança Institucional - José Elito Carvalho Siqueira
Integração Nacional - Gilberto Occhi
Justiça - José Eduardo Cardozo
Meio Ambiente - Izabella Teixeira
Minas e Energia - Eduardo Braga
Pesca e Aquicultura - Helder Barbalho
Planejamento, Orçamento e Gestão - Nelson Barbosa
Previdência Social - Carlos Gabas
Relações Exteriores - Mauro Vieira
Saúde - Arthur Chioro
Secretaria da Micro e Pequena Empresa - Guilherme Afif Domingos
Secretaria de Assuntos Estratégicos - Marcelo Neri
Secretaria de Aviação Civil - Eliseu Padilha
Secretaria de Comunicação Social - Thomas Traumann
Secretaria de Direitos Humanos - Ideli Salvatti
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - Nilma Lino Gomes
Secretaria de Políticas para as Mulheres - Eleonora Menicucci
Secretaria dos Portos - Edinho Araújo
Secretaria de Relações Institucionais - Pepe Vargas
Secretaria-Geral da Presidência - Miguel Rossetto
Trabalho e Emprego - Manoel Dias
Transportes - Antonio Carlos Rodrigues
Turismo - Vinicius Lages

Bolsonaro na berlinda

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados instaurou hoje (16) processo
de cassação de Jair Bolsonaro (PP-RJ). O presidente do colegiado, Ricardo Izar (PSD-SP), informou
que até amanhã (17) definirá o relator do caso. O escolhido será sorteado entre os deputados Ronaldo
Benedet (PMDB-SC), Marcos Rogério (PDT-RO) e Rosane Ferreira (PV-PR).
A representação foi apresentada quarta-feira (10) passada pelo PT, PCdoB, PSB e PSOL, que
acusaram Bolsonaro de quebrar o decoro ao ofender a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Em
pronunciamento no plenário da Câmara, o deputado disse que não estupraria Maria do Rosário "porque
ela não merece‖. A agressão ocorreu após a deputada comentar o relatório final da Comissão Nacional
da Verdade.
Em breve defesa prévia, Bolsonaro afirmou que também ficou ofendido com as ―acusações‖ contra
os militares. ―Sou capitão do Exército‖, justificou. Segundo ele, não houve um fato novo no episódio da
última semana. Ele afirmou que, após ouvir as ―ofensas‖ da deputada gaúcha, apenas lembrou, na
tribuna, de um fato ocorrido em 2003, quando, ao conceder entrevista para defender seu ponto de vista
sobre a redução da maioridade penal, Maria do Rosário o acusou de estuprador.
―Apesar de o homem ser mais insensível às provocações, ela me chamou de estuprador. Mostrei as
fitas. Ela estava defendendo o Champinha, que havia estuprado e assassinado uma menina de 16 anos
em São Paulo. Não tenho culpa se ela não gostou dos argumentos que usei com a Rede TV. Ela
interferiu numa entrevista e acabou se vitimizando‖, lembrou.

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Bolsonaro disse que não se arrepende, mas que ―faria diferente muitas coisas. Muitas vezes,
começamos a namorar uma pessoa e depois nos arrependemos. É natural‖. Ao se defender, ele
reconheceu que a Câmara merece respeito, mas alfinetou: ―isto aqui também está longe de ser um
convento‖.
Ele evitou fazer previsões sobre o parecer do Conselho de Ética, mas se mostrou otimista quanto à
decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), que, nesta semana, recebeu denúncia da Procuradoria-
Geral da República (PGR) por incitação ao crime de estupro.
―O Artigo 53 da Constituição diz que os parlamentares são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer palavras, opinião e voz. A PGR não julga, denuncia. Essas imagens, caso o ministro Fux, do
STF, leve adiante, tenho quase certeza de que ele optará pelo arquivamento‖, afirmou.
Na sala do conselho, o deputado recebeu apoio de algumas pessoas que acompanhavam a
instauração do processo. Entretanto, do lado de fora do Congresso, um grupo protestava contra a
conduta dele. Na carta encaminhada ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
os manifestantes se declaram representantes da sociedade civil e de movimentos sociais e pedem a
punição de Jair Bolsonaro.
―Não é admissível que um representante político assuma, mais de uma vez, postura criminosa diante
dos demais parlamentares, do país e continue sem qualquer punição. Não é admissível que a
imunidade sirva à impunidade. Há anos, o Brasil e o mundo assistem a seus discursos preconceituosos,
que, claramente, incitam o ódio e a violência contra as mulheres e, de maneira semelhante, contra
grupos sociais historicamente marginalizados‖, destacaram os manifestantes.
Jair Bolsonaro foi reeleito em outubro deste ano para o sétimo mandato no Congresso Nacional.
Com 464.418 votos, foi o deputado federal mais votado no Rio de Janeiro.
16/12/2014
Agência Brasil

CPMI da Petrobras

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, deputado Marco Maia
(PT-RS), reformou hoje (17) seu parecer, apresentado na semana passada, para incluir o pedido de
indiciamento de 52 pessoas, o aprofundamento das investigações sobre oito e admitir que houve
prejuízo de US$ 561,5 milhões na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Na semana passada, quando apresentou o relatório, Maia não pedia diretamente nenhum
indiciamento, apenas reiterava os indiciamentos já feitos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público
no âmbito da Operação Lava Jato. ―Não cabem indiciamentos quando já foi feita a denúncia e alguns
atores já até viraram réus. Mas, para que não pairem dúvidas, pedimos os indiciamentos‖, esclareceu
hoje o relator, lendo, em seguida, os 52 nomes que incluem os ex-diretores Paulo Roberto Costa,
Renato Duque e Nestor Cerveró. Os indiciamentos diversos foram feitos pelos crimes de participação
em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa ou passiva.
Ele também pede o aprofundamento das investigações por crimes como pagamento de propina,
fraude em licitações, formação de cartel e lavagem de dinheiro envolvendo as empresas Andrade
Gutierrez Construções, Caide União, Consórcio Renest, Construções e Comércio Camargo Correia,
construtoras OAS e Queiroz Galvão, Engevix Engenharia, Galvão Engenharia, Grupo Odebrecht, Iesa
Projetos Equipamentos e Montagem, Daguá Equipamentos, Mendes Júnior, Metasa, Murano Brasil,
OAS Engenharia e Participações, Toyo Setal e UTC Egenharia.
No relatório original, Marco Maia pedia que o Tribunal de Contas da União (TCU) reavaliasse a
decisão que considerou que a compra da Refinaria de Pasadena tinha causado prejuízo de US$ 792
milhões. Agora, no entanto, o relator disse ter recebido novas informações da Controladoria-Geral da
União (CGU) e admite que a compra da refinaria gerou prejuízos. ―Nós estamos, portanto, admitindo no
relatório desta CPMI que há prejuízo potencial de US$ 561,5 milhões no negócio de Pasadena‖, disse
Maia ao apresentar a retificação.
Logo após as correções apresentadas pelo relator, a oposição iniciou a leitura de seu voto em
separado, que pede o indiciamento de 59 pessoas e instauração de inquérito contra 36 citados nas
investigações da Operação Lava Jato, além de responsabilizar a presidenta Dilma Rousseff por
improbidade administrativa na compra da refinaria norte-americana. Esse voto poderá ser incorporado
por Marco Maia ao seu relatório principal, ou ser votado como alternativa ao dele.

17/12/2014
Agência Brasil

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Reforma ministerial

O senador Armando de Queiroz Monteiro Neto será o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. O nome do parlamentar do PTB de Pernambuco foi anunciado no Palácio do
Planalto. Ele assumirá o lugar ocupado hoje por Mauro Borges.
O novo ministro nasceu, em 1952, no Recife e é de uma tradicional família de políticos
pernambucanos. Seu pai, Armando Monteiro Filho, foi ministro da Agricultura de João Goulart. O avô,
Agamenon Magalhães, foi governador de Pernambuco. Antes de entrar na política, exerceu atividades
como administrador de empresas, industrial e advogado.
Armando Monteiro iniciou a vida política em 1990, como filiado ao PSDB. Em 1997, deixou a legenda
tucana e filiou-se ao PMDB, partido pelo qual conquistou, em 1998, o primeiro mandato de deputado
federal. Em 2003, deixou o PMDB e vinculou-se ao PTB, reelegendo-se deputado federal em 2002 e em
2006. Em 2010, foi eleito senador pelo estado de Pernambuco, na chapa liderada pelo então candidato
a governador Eduardo Campos. Neste ano, disputou o governo do estado, mas foi derrotado em
primeiro turno pelo candidato do PSB, Paulo Câmara.
Entre 2002 e 2010, o senador presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mesmo
período acumulou a presidência do Sesi e do Senai. Antes, chegou a dirigir o Conselho de
Administração do Sebrae. Monteiro também foi presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco
e do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Pernambuco.
Como deputado e senador, Armando Monteiro atuou em defesa de temas como a geração de
empregos, desenvolvimento econômico, inovação tecnológica e fortalecimento das micro e pequenas
empresas. No Senado, ele integra as comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Assuntos
Econômicos (CAE) e Educação, Cultura e Esporte (CE).
A presidenta Dilma Rousseff anunciou em 27 de novembro outros três nomes para a equipe
econômica de seu governo. O ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy será o novo ministro da
Fazenda. Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa vai assumir o Ministério do
Planejamento. Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, permanece no cargo. Ainda não
há data para a posse dos ministros.
Os dois novos indicados para a Fazenda e o Planejamento trabalharão no Palácio do Planalto até
assumirem efetivamente os cargos, ocupados atualmente por Guido Mantega e Miriam Belchior,
respectivamente. Mantega e Miriam permanecem na chefia das duas pastas até que a nova equipe seja
formada pelos seus sucessores.
Por meio de nota oficial, a presidenta Dilma agradeceu a dedicação de Guido Mantega e de Miriam
Belchior. ―Em seus 12 anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise
econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria da renda da população‖,
disse Dilma sobre Mantega. Ainda segundo a presidenta, Miriam Belchior conduziu ―com competência o
andamento das obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e a gestão do Orçamento
federal‖.
Levy e Barbosa foram os primeiros novos nomes indicados para compor a equipe ministerial da
presidenta Dilma Rousseff, que tomará posse para o segundo mandato no dia 1° de janeiro. Joaquim
Levy tem experiência tanto no mercado financeiro quanto no setor público. Barbosa, por sua vez,
participou da equipe econômica do governo nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agência Brasil

Oposição faz críticas à nova equipe econômica

O anúncio definitivo da nova equipe econômica para o próximo mandato da presidenta Dilma
Rousseff provocou repercussões diversas no Congresso Nacional. Para a oposição, a escolha de
Joaquim Levy para a Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e a manutenção de Alexandre
Tombini no Banco Central representa um ―estelionato eleitoral‖ por parte da presidenta. Já os
governistas elogiaram as indicações e rebateram as críticas.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato derrotado à Presidência da República,
considerou a escolha uma tentativa de acalmar o mercado financeiro. No entanto, Aécio, destacou que
outras manobras fiscais da presidenta acabam levando o país ao descrédito, como a tentativa de rever
a meta de superávit para este ano.
―A presidenta escolheu novos nomes para a área econômica do governo tentando acalmar o
mercado e recuperar a credibilidade perdida. Mas, ao mesmo tempo, protagoniza no Congresso mais

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um violento ataque à credibilidade do país, ao afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal, alterando as
metas de superávit e usando como moeda de troca os cargos públicos de sempre‖, afirmou.
O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), ressaltou que as escolhas de
Dilma representam o oposto do que ela prometeu ao longo da campanha eleitoral. A ortodoxia
econômica associada aos novos ministros, na opinião de Mendonça, era o que Dilma criticava em seu
principal adversário, o senador Aécio Neves.
―Cada atitude da presidente nesse pós-período eleitoral mostra que ela iludiu os brasileiros. Os juros
subiram, a inflação bate o teto da meta, corroendo o poder de compra do povo, e agora empossará um
ministro da Fazenda ortodoxo para administrar o rombo nas contas do governo. Dilma age totalmente
diferente do seu discurso de campanha‖, declarou o líder democrata.
Os governistas, no entanto, elogiaram as escolhas e rebateram as críticas da oposição. A senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi ministra da Casa Civil de Dilma, lembrou que os três ministros já
fazem parte dos governos petistas desde os mandatos do ex-presidente Lula. Segundo ela, isso
significa que não há contradição, uma vez que Dilma não está trazendo pessoas estranhas ao seu
projeto de governo.
―Essas três pessoas, com certeza, vão dar à presidenta Dilma grande estabilidade – eu diria que são
os três mosqueteiros da presidenta. Vão dar grandes condições de desenvolvimento e vão dar,
sobretudo, condições de continuidade aos nossos programas sociais. Portanto, não tem uma
contradição em relação ao discurso de campanha da presidenta Dilma, porque ela vai continuar
exatamente com aqueles programas que estão dando esses índices e esse resultado para o Brasil‖,
completou Gleisi.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também defendeu a escolha e disse que os
nomes geram ―credibilidade‖ e ―expectativa positiva‖ no mercado financeiro. ―Joaquim Levy é alguém
que tem experiência na área e credibilidade. Convivi com o agora ministro Nelson Barbosa, portanto
acho que a presidenta fez a escolha adequada, e espero que isso gere a confiança no mercado para
que possamos viver momento de expectativa positiva e de esperança‖, disse.
Agência Brasil

Galvão Engenharia entrega à PF provas de pagamento de propina

A defesa do diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca, preso na sétima fase da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), entregou à polícia comprovantes do pagamento R$ 8,8
milhões de propina a uma pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da
Petrobras.
O advogado José Luis Oliveira Lima, representante do diretor, disse que a empresa foi obrigada a
pagar propina por meio da LSFN Consultoria Engenharia, entre 2010 e 2014. Segundo ele, os
pagamentos foram ordenados por Shinki Nakandari, com conhecimento do ex-gerente de Serviços da
Petrobras, Pedro Barusco.
O advogado disse que havia ameaça de retaliação nos contratos que a Galvão Engenharia tinha com
a Petrobras, caso não houvesse o pagamento dos valores estipulados de "maneira arbitrária,
ameaçadora e ilegal". A defesa garantiu que Erton Fonseca aceita fazer acareação com o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, principais articuladores do esquema.
De acordo com a planilha apresentada, foram feitos 23 pagamentos entre 2010 e 2014 a Luís
Fernando Sendai Nakandakari e a Juliana Sendai Nakandakari.
A confissão de pagamento de propina é uma das estratégias das defesas dos executivos de
empreiteiras. Na semana passada, Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da empreiteira Mendes
Júnior, confirmou em depoimento à Polícia Federal o pagamento de propina ao doleiro Alberto Youssef.
Segundo Marcelo Leonardo, advogado do diretor, Sérgio Mendes relatou aos delegados que foi
obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões. Na confissão, ele disse que Youssef exigiu o pagamento
para que a empreiteira Mendes Júnior recebesse o dinheiro a que tinha direito em contratos de serviços
prestados, e para continuar participando das licitações da Petrobras.
Agência Brasil

PSDB entra com representação contra presidente da Petrobras

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), apresentou, em 20 de


novembro, duas representações contra a presidente da Petrobras, Graça Foster.
Em uma delas, dirigida ao Ministério Público junto ao Tribunal da Contas da União (TCU), Imbassahy
solicita o afastamento imediato de Graça Foster, alegando que ela mentiu quando prestou depoimento

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na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. ―Ela perdeu a autoridade moral e
mentiu durante depoimento nesta CPMI.‖
Na outra representação, protocolada na Procuradoria da República do Distrito Federal, o deputado
baiano pede que seja analisada a possibilidade de instauração de inquérito criminal para investigar a
prática dos crimes de falso testemunho e prevaricação por Graça Foster. Segundo Imbassahy, os
crimes seriam por Graça ter mentido à CPMI e não ter dado o encaminhamento exigido às denúncias,
que depois confirmou ter recebido.
De acordo com Imbassahy, a presidente da Petrobras caiu em contradição recentemente,
desmentindo seu próprio depoimento ao admitir, em entrevista nesta semana, que teve conhecimento
da denúncia de que a SBM Offshore subornou servidores e ex-empregados da estatal e que, por isso, a
empresa holandesa estava proibida de firmar novos contratos. O parlamentar tucano disse que a
declaração de Graça Foster vai de encontro à resposta que ela deu na CPMI da Petrobras, em junho.
Nas representações, o líder do PSDB diz que a executiva pode ter deixado de apurar os fatos para
atender a sentimento pessoal e, ―portanto, prevaricou‖. Para ele, fica claro que Graça Foster mentiu ou
ocultou informações à CPMI; usou seu cargo para dificultar a investigação e transferiu imóveis a
parentes após saber das denúncias. Por isso, Imbassahy pede o afastamento imediato dela do cargo e
a instauração de inquérito criminal por falso testemunho e prevaricação.
Agência Brasil

Ministro da Justiça garante que Operação Lava Jato prossegue

Um dia após a deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, o ministro da Justiça José
Eduardo Cardozo disse, hoje (15), em entrevista na sede da Presidência da República em São Paulo,
que a Petrobras ―não pode e não vai parar‖, apesar do escândalo de corrupção que envolve a empresa.
―Se por um lado as investigações tem que prosseguir, de outro lado, a Petrobras não pode parar‖, disse
o ministro.
Ele ressaltou que conversará com a presidenta da empresa, Graça Foster, para que "se tenha
clareza" sobre a forma como o governo atuará com relação aos contratos firmados entre a Petrobras e
as demais empresas envolvidas na investigação de corrupção. ―A Petrobras não parará, continuará
atuando e a lei será respeitada. A melhor defesa que precisamos fazer da Petrobras, que é uma
empresa vital para o país, é investigar os fatos, apurar as ocorrências e punir pessoas‖.
Sobre os contratos investigados na Petrobras, Cardozo disse que eles ―serão analisados caso a caso
para ver que medidas serão tomadas‖. Acrescentou, ainda, que ―a Petrobras não pode parar mesmo
que alguma irregularidade seja constatada em qualquer contrato‖. Segundo o ministro ―tudo será
analisado cuidadosamente‖, acrescentou o ministro.
Eduardo Cardozo disse que informou a presidenta Dilma Rousseff, que está na Austrália, sobre a
operação. ―Passei os dados à presidenta Dilma. Ela está ciente das investigações. No momento em que
pude ter acesso, por força do sigilo, aos dados, eu repassei a ela e ela transmitiu o que estou dizendo:
peça à Polícia Federal que prossiga com firmeza na apuração das irregularidades e que proceda com
lisura e imparcialidade nas investigações e zele para que tudo seja esclarecido'‖, esclareceu.
Cardozo ressaltou que a Polícia Federal está cumprindo o seu papel e que o governo não aceitará,
em qualquer momento, ―insinuações de que se criaram obstáculos‖ para a investigação. Ele frisou que o
governo federal quer que todos os atos ilícitos sejam apurados e o responsáveis punidos. Sem citar
nomes, o ministro criticou parlamentares e partidos que fazem uso político da operação. ―Há aqueles
que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral, mas, talvez, não tenham percebido que o
resultado das urnas já foi dado e que há vencedores‖.
―Repilo veementemente a tentativa de se politizar essa operação‖, reagiu o titular do Ministério da
Justiça. Indagado se estava se referindo a algum político em particular, o ministro respondeu que se
referia ―a qualquer pessoa que esteja tentando transformar isso em palanque, tentando manter o clima
eleitoral‖. ―Talvez Freud [criador da psicanálise] explique‖, acrescentou.
Cardozo disse que a investigação atinge, também, políticos de partidos de oposição ao governo e
que, independentemente do partido, todos serão investigados. ―Essa acusação contra políticos sejam
da base aliada ou da oposição tem que ser apurada. Se as pessoas estão envolvidas, precisam ser
punidas‖.
De acordo com ele, as investigações da Lava Jato ―vão continuar doa a quem doer‖, sendo o político
do governo ou da oposição. ―Tudo precisa ser investigado pouco importando cor político- partidária‖,
acrescentou.
Durante a entrevista, o ministro atualizou as informações sobre a Operação Lava Jato. Segundo ele,
49 mandados de busca e apreensão, determinados pela Justiça, foram executados sem nenhum

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incidente. Das nove conduções coercitivas determinadas pela Justiça, seis foram cumpridas e outras
três estão pendentes de cumprimento.
O balanço apresentando informa, ainda, que dos seis mandados de prisão preventiva, quatro foram
cumpridos e, dos 19 mandados de prisão temporária, 15 foram executados, ou seja, 19 pessoas ao
foram presas durante a operação. ―Os que ainda não foram localizados para a execução dos mandados
de prisão são foragidos‖, disse o ministro. Durante a operação foram bloqueados R$ 720 milhões,
proporcional ao valor dos contratos firmados pelas empresas. ―Salvo situação de excepcionalidade em
três empresas em que, por suas características, tudo foi bloqueado‖.
15/11/2014
Agência Brasil

Entenda a Operação Lava Jato

O que é - Deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal (PF), a operação Lava Jato desmontou
um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais,
movimentou cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo
brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.
A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal
envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com
a petroleira.
Entre os delitos cometidos por supostos "clientes" do esquema de movimentação ilegal de dinheiro
estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de
divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.
Onde - A Lava Jato expediu mandados de prisão e de busca e apreensão em Curitiba (PR) e outras
16 cidades paranaenses, só na primeira fase da operação, em março. Os agentes federais também
cumpriram ordens judiciais em outras seis unidades da federação: São Paulo, Distrito Federal, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Na etapa de novembro da operação,
houve mandados de prisão, busca e apreensão e ações coercitivas no Paraná, em São Paulo, no Rio
de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal.
Presos - A operação Lava Jato já levou à prisão do doleiro Alberto Youssef, que foi apontado como
chefe do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Também foi preso, na etapa inicial da
operação, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele é investigado
devido à compra, pela estatal, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), sob suspeita de
superfaturamento.
Em novembro, quase oito meses a pós a deflagração da operação, mais de 20 pessoas foram
presas, incluindo o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. A maior parte dos presos nesta
etapa da Lava Jato são executivos de empreiteiras que possuem contratos firmados com a Petrobras.
Na lista dos que já foram presos em outras etapas da operação também estão, por exemplo,
pessoas que seriam subordinadas a Alberto Youssef, responsáveis por gerenciar o dinheiro do doleiro.
Petrobras - As investigações da PF revelaram uma suposta ligação entre o ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa com o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Yousseff.
Costa admitiu à polícia que recebeu um carro de luxo avaliado em R$ 250 mil do doleiro, mas alegou
que o veículo foi dado em pagamento por um serviço de consultoria. Costa disse que já estava
aposentado da Petrobras à época do recebimento do carro. No entanto, ele reconheceu que conhecia
Youssef do período em que ainda estava na estatal brasileira. Costa foi preso em 20 de março
enquanto destruía documentos que podem servir como provas no inquérito.
Em outubro, ao prestar depoimentos à Justiça Federal, Costa revelou o esquema de pagamento de
propina na Petrobras que, segundo ele, era cobrada de fornecedores da estatal e direcionada para
atender a PT, PMDB e PP. Os recursos teriam sido usados na campanha eleitoral de 2010. Os partidos
negam. Segundo Costa, as diretorias comandadas pelos três partidos recolhiam propinas de 3% de
todos os contratos.
Segundo o ex-diretor, a operação teve início em 2006, quando, segundo ele, se formou um cartel
entre grandes empreiteiras para prestação de serviços à Petrobras e para obras de infraestrutura, como
a construção de hidrelétricas e aeroportos. Em outubro, Costa teve acordo de delação premiada
homologado pela Justiça, o que pode contribuir para a redução de sua pena em caso de condenação.
O mesmo tipo de acordo está sendo negociado por Aberto Youssef, que tem prestado depoimentos à
Justiça federal e dado informações sobre quem participava do esquema dentro de partidos.
Costa Global - Documentos obtidos pela PF apontam que Costa pode ter recebido depósitos
milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um dos papéis, uma planilha

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de valores, seria uma contabilidade manual da empresa do ex-dirigente da estatal do petróleo. A
planilha detalha valores em reais, dólares e euros recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013.
Reportagem veiculada no programa Fantástico, em 13 de abril, mostrou o conteúdo de uma das
planilhas da Costa Global apreendidas pela PF. Os documentos mostram que o ex-diretor mantinha um
controle detalhado de todas operações que ele intermediava entre a Petrobras, empreiteiras e
fornecedores. Numa das planilhas obtidas pelo Fantástico, aparece ao lado do nome das empresas a
porcentagem que o ex-diretor da Petrobras receberia caso conseguisse contratos para elas. Em muitos
casos, a comissão é de 50%.
Deputados envolvidos com Youssef - A apuração da PF também trouxe à tona indícios de ligação
entre Alberto Youssef e o deputado federal André Vargas (sem partido-PR). Conforme investigações da
PF, os dois atuaram juntos para fechar um contrato milionário entre uma empresa de fachada e o
Ministério da Saúde. Além disso, o parlamentar do Paraná reconheceu que, em janeiro, viajou para
João Pessoa (PB) em um jatinho emprestado pelo doleiro.
Vargas alegou que conhece Youssef há mais de duas décadas e que não há irregularidades na sua
relação com o doleiro preso pela operação Lava Jato. Pressionado pelo próprio partido em razão das
denúncias, Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT. Ele também
se tornou alvo de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara, que aprovou
parecer que pede sua cassação. A perda do mandato de Vargas ainda precisa ser analisada pelo
plenário da Câmara.
O deputado Luiz Argôlo (SD-BA) também se tornou alvo das investigações da PF devido à relação
com Alberto Youssef. Foram analisadas 1.411 mensagens de celular entre os dois, de setembro do ano
passado a março deste ano. Segundo a PF, a linha usada pertence à Câmara dos Deputados.
No relatório, a PF conclui: "os indícios apontam que o deputado tratava-se de um cliente dos serviços
prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando
contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais
financiadas pelo doleiro".
Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer que pede a cassação do mandato de
Argôlo por considerar ter havido ―tráfico de influência, prática de negócios e pagamentos ilícitos‖. O
parlamentar nega as acuações. O relatório ainda precisa ser votado pelo plenário da Câmara.
Quem é quem na Lava Jato - A Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em março
deste ano, revelou um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado ilegalmente cerca
de R$ 10 bilhões. Ao todo, 20 pessoas foram presas, a partir das provas das investigações levantadas
pelos policiais.
O volume de denúncias apontadas pela PF atesta a existência de crimes de evasão de divisas e
lavagem de dinheiro há vários anos. Por serem investigações extensas, com vários desdobramentos, o
Ministério Público Federal (MPF) decidiu dividir as denúncias que apresentou à Justiça Federal. O
objetivo da procuradoria é agilizar o andamento dos processos contra os acusados.
Dezenas de pessoas já foram denunciadas pelo MPF. O nome do doleiro Alberto Youssef é comum
na maior parte dos processos, já que ele é apontado como chefe da quadrilha que pode ter
movimentado ilegalmente mais de R$ 10 bilhões.
Ainda conforme o MPF, mais denúncias referentes ao caso devem ser entregues à Justiça Federal
nos próximos dias.
Entenda abaixo os processos que já foram abertos contra os acusados:
1 – Lavagem de dinheiro e prática de crimes financeiros.
Acusados: Alberto Youssef, Carlos Alberto Pereira da Costa, Esdra de Arantes Ferreira, Leandro
Meirelles, Leonardo Meirelles, Pedro Argese Júnior e Raphael Flores Rodrigues. Conforme a denúncia
do MPF, os réus são acusados de lavar mais de US$ 400 milhões em operações fraudulentas de
câmbio, com o uso de empresas de fachada. Youssef é tido como o chefe da quadrilha. Carlos Alberto
aparece como o segundo nome dentro da organização, com envolvimento direto nas operações
fraudulentas. Os demais eram gestores das empresas de fachada e autorizaram o uso delas para as
práticas ilegais.
2 – Prática de crimes financeiros.
Acusado: Carlos Alexandre de Souza Rocha. O réu é acusado de manter uma instituição financeira
irregular. Segundo o MPF, ele operava valores ilegalmente no mercado de câmbio negro, tal como o
doleiro Alberto Youssef.
3 – Prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Acusados: Maria Josilene Costa, Maria Lucia Ramires Cardena, Raul Henrique Srour, Rodrigo de
Oliveira Srour e Valmir José de França. De acordo com o MPF, Raul Henrique Srour era líder do grupo
acusado de atuar no mercado negro fraudando identidades para realizar operações de câmbio. O MPF

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fala em 900 operações de câmbio fraudulentas, feitas com identidades de terceiros, entre janeiro de
2013 e março de 2014. Segundo a denúncia, a empresa Districash Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários era utilizada como fachada para os crimes. A acusação afirma que Rodrigo Henrique Gomes
de Oliveira Srour era o responsável pela parte administrativa-burocrática da empresa, que Rafael
Henrique Srour executava operações e câmbio fraudulentas, que Valmir José de França fazia o
recolhimento, transporte e saque de valores em espécie para os crimes, que Maria Lúcia Ramires
Cardena estava envolvida na remessa de informações falsas ao Banco Central, e que Maria Josilene da
Costa, e o próprio Raul Srour lavaram dinheiro na compra de um automóvel de luxo.
4 – Lavagem de dinheiro e crimes de pertinência a grupo criminoso.
Réus: Alberto Youssef, Antônio Almeida Silva, Esdra de Arantes Ferreira, Márcio Andrade Bonilh o,
Murilo Tena Barros, Leandro Meirelles, Leonardo Meirelles, Paulo Roberto Costa, Pedro Argese Júnior
e Waldomiro Oliveira. Essa denúncia trata de um crime de lavagem de dinheiro envolvendo uma obra
da Petrobras com suspeita de superfaturamento. Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e
Youssef são apontados como os chefes da quadrilha, que pode ter movimentado mais de R$ 400
milhões. Segundo a denúncia, os demais acusados teriam emprestado os nomes e assinado
documentos para facilitar a execução dos crimes, que beneficiariam principalmente Youssef e Costa.
5 – Tráfico internacional de drogas, Associação para o tráfico internacional de drogas, lavagem de
dinheiro do tráfico e evasão de divisas.
Acusados: Alberto Youssef, André Catão de Miranda, Carlos Habib Chater, Maria de Fátima da Silva,
René Luiz Pereira e Sleiman Nassim El Kobrossy. Neste caso, o único acusado por tráfico de drogas é
Rene Luiz Pereira. Os demais envolvidos são apontados como facilitadores do transporte de cocaína e
de lavar o dinheiro proveniente da venda da droga. O juiz suspendeu temporariamente esse processo,
para que a defesa de Rene possa se manifestar.
6 - Lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
Acusados: Nelma Mitsue Penasso Kodama, Iara Galdino da Silva, Luccas Pace Júnior, João Huang,
Cleverson Coelho de Oliveira, Juliana Cordeiro de Moura, Maria Dirce Penasso, Faiçal Mohamed
Nacirdine e Rinaldo Gonçalves de Carvalho. Nelma Kodama é acusada neste caso de comandar um
esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado ilegalmente mais de US$ 5 milhões. Os
demais nomes, segundo o MPF, são de pessoas que operavam o esquema, usando contas de
empresas fantasmas. Já Rinaldo de Carvalho é gerente do Banco do Brasil. Conforme a denúncia, ele
gerenciava as contas no banco encobria as atividades do grupo.
7 - Crimes financeiros e formação de quadrilha.
Acusados: Andre Luis Paula dos Santos, Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva, Vinicius Viana
da Silva, Francisco Angelo da Silva, Julio Luis Urnau, Katia Chater Nasr, Ricardo Emilio Esposito e
Tiago Roberto Pacheco Moreira. Nesta denúncia, o nome do doleiro Carlos Habib Chater aparece como
o mandante dos crimes. Entre eles, está o envolvimento de Chater com Youssef para lavar dinheiro. Os
demais acusados são tidos como facilitadores para os crimes, fosse no transporte dos valores ou
empréstimo de nome para uso em atividades ilegais.
8 - Ocultação de provas
Acusados: Arianna Azevedo Costa Bachmann, Humberto Sampaio de Mesquita, Marcio Lewkowicz,
Paulo Roberto Costa, Shanni Azevedo Costa Bachmann. Segundo o MPF, quando a Polícia Federal
esteve na casa do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para apreender documentos que
poderiam servir como prova, ele teria ordenado que parentes fossem até a empresa que trabalhava
para tentar destruir documentos. Os fatos são comprovados com imagens de câmeras de segurança da
empresa Costa Global, mas a defesa alega que houve apenas uma coincidência.
Fonte: www.g1.globo.com

Manifestações em SP pedem impeachment de Dilma

Entre 5 mil e 6 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), concentraram-se neste sábado (15) em
frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde fecharam todos os sentidos da Avenida Paulista.
Eles pediram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A manifestação foi acom panhada por mais
de 500 policiais militares.
Em sua maioria, os manifestantes vestiram camisas nas cores verde e amarelo e seguravam
bandeiras do Brasil gritando ―fora PT‖. A maior parte deles fez uma caminhada pela Avenida Paulista
em direção a Praça da Sé.
Cinco trios elétricos foram parados em frente ao Masp e dividiram os manifestantes. Em minoria,
alguns manifestantes defenderam a ditadura militar e, em outro grupo, pessoas que se manifestaram

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contra a ditadura e defendiam a democracia. No entanto, esse grupo que reuniu a maioria dos
manifestantes, pediu a anulação das eleições.
O período da ditadura militar durou 20 anos (1964-1985) e ficou conhecido como ―os anos de
chumbo‖. Os militares e civis que aderiram ao golpe de 1964, perseguiram, torturaram e mataram
estudantes, artistas, jornalistas, políticos e qualquer pessoa que fosse contrária ao regime. Os direitos
civis foram cassados pelos generais presidentes e o Congresso foi fechado. Os perseguidos foram
obrigados a deixar o país para não sofrerem as consequências do regime militar.
O representante da Liga Cristã Mundial, padre Carlos Maria de Aguiar, iniciou o ato, de cima de um
dos trios elétricos, pedindo o impeachment de Dilma porque, segundo ele, os brasileiros foram
―roubados e vilipendiados‖. O padre também declarou ser contra a ditadura dos gays. ―O movimento
LGBT está querendo impor ao Brasil uma demonização do cristianismo, do catolicismo e dos religiosos
em geral. Mas nós, queremos que cada pessoa seja respeitada‖, disse, depois, em entrevista.
Em cima do trio e vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de Futebol o deputado federal eleito
Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) defendeu a saída de Dilma da Presidência. ―O que nos move aqui é o
desgoverno do PT, os diversos escândalos e o investimento do Brasil em Cuba. Essas condutas deixam
o povo indignado‖, disse. Bolsonaro acrescentou as denúncias de corrupção na Petrobras como outro
fato que deixa a sociedade "indignada‖.
Em entrevista, o deputado eleito, que compareceu armado na primeira manifestação contra o
governo de Dilma, na capital paulista, disse que hoje, não portava sua arma. ―Tenho amigos fazendo a
minha segurança aqui e decidi não vir armado‖.
Perguntado por que participou da primeira manifestação portando arma de fogo, ele respondeu que é
policial. ―A conduta normal de um policial é andar armado mesmo fora de serviço‖. Sobre a divisão dos
manifestantes entre os que apoiavam o impeachment e os que defenderam o golpe militar, o deputado
disse que há uma ―coisa em comum‖ que é ser contra o governo de Dilma e do PT. ―Mas somos
democráticos e há espaço para todos. Se alguém pede a intervenção não há problema, desde que seja
contra o governo‖, completou.
15/11/2014
Agência Brasil
Dilma Rousseff é reeleita

Após 111 dias de campanha e uma disputa acirrada com Aécio Neves (PSDB), em segundo turno
marcado por ataques e acusações, Dilma obteve vitória apertada sobre Aécio: com 100% das urnas
apuradas, a petista tinha 51,64% dos votos, contra 48,36% de Aécio. Com a população e o Congresso
divididos, um dos desafios da presidente será, em seu governo, conseguir unir o Brasil - o que foi
lembrado pelo próprio pronunciamento da presidente reeleita.
O resultado marca a eleição mais acirrada da história da redemocratização do Brasil.Os ex-
presidentes Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula e a própria Dilma não ganharam de
seus adversários por uma diferença tão pequena em pleitos anteriores. Antes de 2014, a menor
diferença havia sido registrada em 1989, na disputa entre Collor e Lula. Na ocasião, Collor venceu com
42,75% dos votos, contra 37,86% obtidos pelo então candidato do PT.
O horário de verão atrasou a divulgação do resultado da eleição presidencial, que só ocorreu depois
das 20h do horário de Brasília por causa da votação no Acre - com um fuso atrasado três horas em
relação à capital federal. Já nos estados onde houve segundo turno (Acre, Amazonas, Amapá,
Rondônia, Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal), a apuração começou logo após o término da votação,
às 17h, pelo horário local.
Em pronunciamento logo após o resultado, Dilma agradeceu duas vezes a Lula e ao vice, Michel
Temer (PMDB), e pediu união à população. Dilma disse que seu "primeiro comprom isso" no novo
mandato é buscar "diálogo".
- Minhas primeiras palavras são de chamamento à base e à união. Nas democracias, união não
significa necessariamente unidade de ideias. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para
o diálogo. Essa presidenta está disposta para o diálogo e esse é meu primeiro compromisso para o
segundo mandato: diálogo - disse.
Com um discurso voltado para a união, a presidente reeleita, no entanto, afirmou não acreditar que o
país está dividido por causa das eleições.
— Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e a todos os brasileiros para nos unirmos em favor
do futuro de nossa pátria, de nosso país e de nosso povo. Não acredito, sinceramente, que essa essas
eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo que elas mobilizaram ideias, emoções às vezes
contraditórias, mas movidos a um sentimento comum: a busca de um futuro melhor para o país. Em

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lugar de ampliar divergências, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um
bom terreno para construção de pontes.
Dilma, que foi interrompida por gritos de "coração valente" ao se dizer que quer ser "uma presidente
muito melhor" do que foi até agora, lembrou que "mudança" foi o termo mais presente ao longo da
campanha, e disse que foi "reconduzida ao poder" para fazer "grandes mudanças".
- A palavra mais dita, mais falada, mais dominante, foi "mudança". O tema, foi reforma. Sei que estou
sendo reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige -
declarou - Entre as reformas, a primeira e mais importante é a reforma política.
Visivelmente emocionado, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que a prioridade da
presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) deve ser unir o Brasil. O tucano agradeceu os votos em São
Paulo e disse que sai desta eleição ―mais vivo e sonhador‖. Ele telefonou para Dilma, para
cumprimentá-la pela vitória.
— E ressaltei à presidente que a maior de suas prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um
projeto honrado e que dignifique a todos os brasileiros. Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que
nunca, deixo essa campanha com sentimento de que cumprimos nosso papel — afirmou o tucano, que
complementou: — Cumpri minha missão e guardei a fé.
Aécio iniciou sua fala agradecendo os 50 milhões de votos obtidos neste segundo turno, em que
conquistou 48,38% dos votos totais. Para o tucano, estes brasileiros apontaram "o caminho da
mudança".
Após ataques durante o horário eleitoral no rádio e na TV e a troca de acusações em debate do SBT,
com denúncias de nepotismo entre Dilma e Aécio, o TSE proibiu a veiculação de gravações que não
fossem propositivas.
Embora o TSE tenha levantado a questão e adiantado julgamentos para não prejudicar a igualdade
de condições entre as candidaturas, o clima eleitoral não arrefeceu. Nas ruas, foram registrados
tumultos entre partidários de ambas as campanhas. Nas redes sociais, a baixaria também teve vez. O
Fla x Flu eleitoral abalou amizades, e gerou discussões com troca de ofensas.
A disputa mais acirrada desde 1989 teve a primeira reviravolta no dia 13 de agosto, quando o jato
que partiu do Rio de Janeiro e levava o então candidato do PSB, Eduardo Campos, caiu em Santos
após arremeter ao tentar pousar no aeroporto. (Confira todas as pesquisas Ibope e Datafolha)
Após a morte do então candidato e a comoção causada pela tragédia, Marina Silva assumiu a
cabeça de chapa e passou a liderar as pesquisas de intenção de voto. Desidratada após campanha de
desconstrução do PT e recuos em relação ao programa de governo, Marina entrou em queda livre.
No primeiro turno, a decisão dos brasileiros contrariou as pesquisas eleitorais das semanas
anteriores ao dia 5 de outubro, que indicavam uma disputa entre a candidata do PSB e Dilma Rousseff.
No início do segundo turno, Aécio aparecia numericamente à frente nos levantamentos de Ibope e
Datafolha. Dilma, no entanto, recuperou a dianteira e descolou-se do candidato do PSDB.
Perfil - Mineira de Belo Horizonte, Dilma Rousseff, tem 66 anos, é economista formada pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem uma filha e um neto. Foi reeleita hoje (26),
junto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com o apoio da coligação formada por PT, PMDB,
PDT, PCdoB, PR, PP, PRB, PROS e PSD. No primeiro turno, Dilma ficou em primeiro lugar, com
43.267.668 votos (41,59% dos votos válidos).
Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora do interior do Rio de Janeiro, Dilma viveu em
Belo Horizonte, capital mineira, até 1970, onde integrou organizações de esquerda, como o Comando
de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi
presa em 1970 pela ditadura militar e passou quase três anos no Presídio Tiradentes, na capital
paulista, onde foi torturada.
Em 1973, mudou-se para Porto Alegre, onde construiu sua carreira política. Na capital gaúcha, Dilma
dedicou-se à campanha pela anistia, no fim do regime militar, e ajudou a fundar o PDT no estado. Em
1986, assumiu seu primeiro cargo político, o comando da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre,
convidada pelo então prefeito Alceu Collares.
Com a redemocratização, Dilma participou da campanha de Leonel Brizola à Presidência da
República em 1989. No segundo turno, apoiou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em
1993, Dilma assumiu a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, cargo que
ocupou nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).
Em 2000, Dilma filiou-se ao PT e, em 2002, foi convidada a compor a equipe de transição entre os
governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Quando Lula assumiu, em janeiro de
2003, Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia, onde comandou a reformulação do marco
regulatório do setor. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, Dilma assumiu a chefia da Casa Civil,

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responsável até então por projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha
Casa, Minha Vida.
Dilma deixou a Casa Civil em abril de 2010 e, em junho do mesmo ano, teve sua candidatura à
Presidência da República oficializada. Venceu sua primeira eleição no segundo turno, contra o
candidato do PSDB, José Serra, com mais de 56 milhões de votos.
Em um governo de continuidade, Dilma manteve e ampliou programas sociais da gestão Lula e
implantou iniciativas que levaram à redução da pobreza, da fome e da desigualdade. Criou o Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e ampliou programas de
empreendedorismo. Também implantou um programa de concessões para obras de infraestrutura e
logística, muitas ligadas à realização da Copa do Mundo. Em um governo marcado por episódios de
corrupção, Dilma chegou a demitir seis ministros em dez meses, em 2011. A presidenta reeleita
também enfrentou problemas com a economia, com queda no ritmo do crescimento do país e avanç o
da inflação.
Fontes: oglobo.globo.com e Agência Brasil

Proposta de plebiscito para reforma política

A reforma política e a proposta da presidenta reeleita Dilma Rousseff, de plebiscito sobre o assunto,
foram os primeiros temas repercutidos pelos senadores na tarde de 28 de outubro, quando começaram
a voltar ao Congresso para retomar as atividades legislativas, depois de quase três meses de recesso
branco.
Logo que chegou à Casa, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
defendeu que se faça referendo – e não plebiscito – sobre a reforma política. Ele já tinha divulgado nota
pública ontem (27) na qual destaca que a sociedade quer ser ―protagonista neste processo‖. Renan
acredita que o melhor caminho é o Congresso discutir o assunto, aprovar uma nova lei e submetê-la à
sociedade para ser referendada ou rejeitada.
―Você fazer um plebiscito, responder sim ou não para depois o Congresso votar, é uma coisa que vai
se delongar. O referendo não. Primeiro você vota a lei e depois referenda ou não a lei‖, alegou o
presidente.
Renan defende a consulta popular, e disse que a forma como será feita é apenas uma questão
técnica. ―Eu sempre defendi o referendo. É importante frisar, essa decisão se é referendo ou plebiscito é
uma questão técnica. O que convém mais para ouvir a sociedade de uma maneira precisa? É votar um
plebiscito, para dizer sim ou não? Ou votar uma lei e submetê-la à sociedade, como nós fizemos na
venda de armas e munições? Eu acho uma questão técnica, o Congresso depois decidirá‖, questionou
Renan
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, de Pernambuco, também defendeu a consulta popular,
mas nos moldes propostos pela presidenta Dilma. Para ele, as urnas mostraram que as manifestações
de junho de 2013 não foram contra o governo petista, e sim por mais participação da sociedade no
processo decisório, o que será contemplado pelo plebiscito da reforma política.
―Não há mais espaço, na democracia representativa e participativa, para a política de gabinete,
realizada pela burocracia e de maneira apartada dos setores sociais diretamente envolvidos. A
sociedade, ao mesmo tempo em que deu à presidenta Dilma, ao PT, às forças que lhe dão sustentação,
um voto de confiança, também nos deu um recado: 'É preciso mudar'. E daí vem a principal mudança, a
abertura de que tem falado, desde domingo, a presidenta Dilma, ao diálogo com a sociedade‖, disse
Costa.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), ex-candidato a vice-presidente na chapa de Aécio
Neves (PSDB-MG), deixou claro, no entanto, que a oposição não deve colaborar para a aprovação de
um plebiscito. ―No seu primeiro dia [Dilma] volta com essa cantilena do plebiscito para a reforma
política, passando por cima do Congresso Nacional. Adotando esse modelo bolivariano de consulta
popular, que não é o tipo de política que nós queremos para o Brasil‖, disse o senador tucano.
Assim como ele, a senador Ana Amélia Lemos (PP-RS) também se manifestou contra a ideia de
consultar a população sobre a reforma política, antes da discussão no Congresso Nacional. Ela
parabenizou o presidente Renan Calheiros pela atitude ―independente‖ de propor o referendo no lugar
do plebiscito. ―Reforma política tem que passar por aqui, porque se não passar por aqui será um golpe
contra a democracia‖, disse Ana Amélia.
28/10/2014

Agência Brasil

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STF concede progressão ao regime aberto para Dirceu

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu no dia 20 de outubro
regime de prisão aberto ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, o
processo do mensalão. Com a decisão, Dirceu poderá cumprir o restante da pena inicial de sete anos e
11 meses em casa.
Segundo informações da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Dirceu tem direito a
progressão de regime semiaberto para o aberto desde o dia 20 de outubro, por ter cumprido 11 meses e
14 dias de prisão, um sexto da pena, requisito exigido pela Lei de Execução Penal.
Para alcançar o marco temporal para obter o benefício, o ex-ministro também descontou 142 dias da
pena por trabalhar durante o dia em escritório de advocacia de Brasília e estudar dentro do presídio. Ele
foi preso no dia 15 de novembro do ano passado.
De acordo com o Código Penal, o regime aberto deve ser cumprido em uma casa de albergado, para
onde os presos retornam somente para dormir. No Distrito Federal, pela inexistência do
estabelecimento no sistema prisional, os juízes determinam que o preso fique em casa e cumpra
algumas regras, como horário para chegar ao domicílio, não sair da cidade sem autorização da Justiça
e manter endereço fixo.
28/10/2014
Agência Brasil

Itália nega extradição de Pizzolato

A Justiça italiana negou o pedido de extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do


Banco do Brasil. Pizzolato foi condenado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a 12 anos e sete
meses de prisão, no Brasil, por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470, o processo do
mensalão.
De acordo com informações da Procuradoria-Geral da República (PGR), os magistrados italianos
alegam ter razões para supor que as condições das prisões brasileiras não atendem aos direitos
humanos. O resultado divulgado, hoje, seria um resumo da decisão. O processo completo deve ser
publicado em 15 dias.
A assessoria da PGR, informou que o governo brasileiro recorrerá da decisão. Em abril deste ano, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF e ao Ministério da Justiça (MJ),
solicitações de indicação de presídios para os quais Pizzolato poderia ser levado caso a extradição
fosse autorizada. O ato atendia a uma solicitação do Ministério Público italiano e do Tribunal de
Apelação de Bolonha para assegurar que, ao cumprir pena no Brasil, Pizzolato teria os direitos
humanos preservados. A assessoria da PGR destacou que foram indicados três presídios, um deles o
da Papuda, no Distrito Federal.
O julgamento aconteceu na Corte de Apelação de Bolonha. Pizzolato fugiu do Brasil em setembro do
ano passado, antes do fim do julgamento do processo do mensalão, e foi preso em fevereiro em
Maranello (Itália). Em junho, a corte iniciou o julgamento, mas suspendeu a sessão para solicitar
esclarecimentos do governo brasileiro sobre as condições dos presídios nacionais.
―Vergonha para o Brasil‖ - O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a
decisão da Justiça italiana de rejeitar a extradição de Henrique Pizzolato é ―uma vergonha‖ para os
brasileiros. Na decisão da Corte de Apelação de Bolonha, os juízes entenderam que os presídios
nacionais não têm condições de garantir a integridade do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil.
Segundo o ministro, o entendimento da corte italiana sobre a dignidade do preso no Brasil ―é
procedente‖. ―O motivo foi não termos penitenciárias que preservem a integridade física e moral do
preso. Para nós, brasileiros, é uma vergonha. Ele exerceu o direito natural de não se submeter às
condições animalescas das nossas penitenciárias.‖, disse o ministro.
Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do
mensalão. Ele fugiu para Itália em setembro do ano passado, antes do fim do julgamento, e foi preso
em fevereiro em Maranello (Itália). Em junho, a corte iniciou o julgamento, mas suspendeu a sessão
para solicitar esclarecimentos do governo brasileiro sobre as condições dos presídios nacionais.
Em resposta ao governo italiano, a Procuradoria-geral da República e o Supremo informaram que
teriam condições de garantir a integridade de Pizzolato. Ele deveria ficar preso no Presídio da Papuda,
no Distrito Federal, caso fosse extraditado.
28/10/2014
Agência Brasil

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Governo veta projeto de lei sobre criação de municípios

A presidenta Dilma Rousseff vetou integralmente o Projeto de Lei 104/2014, que tratava da criação,
incorporação, fusão e o desmembramento de municípios. A proposta, aprovada no começo de agosto
pelo Senado, substituía um outro projeto sobre o mesmo assunto, vetado integralmente por Dilma no
fim do ano passado.
Na mensagem de veto dirigida ao presidente do Senado, Renan Calheiros, publicada hoje (27) no
Diário Oficial da União, Dilma Rousseff argumenta que a proposta criaria despesas sem indicar as
fontes de receitas correspondentes, o que desequilibraria a divisão de recursos entre os municípios.
"Embora se reconheça o esforço de construção de um texto mais criterioso, a proposta não afasta o
problema da responsabilidade fiscal da federação. Depreende-se que haverá aumento de despesas
com as novas estruturas municipais sem que haja a correspondente geração de novas receitas.
Mantidos os atuais critérios de repartição do Fundo de Participação dos Municípios, o desmembramento
de um município causa desequilíbrio de recursos dentro do seu estado, acarretando dificuldades
financeiras não gerenciáveis para os municípios já existentes‖, diz a mensagem de veto.
27/08/2014
Agência Brasil

Reserva de vagas para mulheres


não traz resultado, segundo especialistas

Quase 20 anos depois de os partidos políticos serem obrigados a criar uma cota mínima de 30% de
candidaturas femininas, defensores da medida ainda lamentam que ela não tenha trazido resultados
nas urnas. Atualmente, as mulheres ocupam menos de 10% dos assentos no parlamento brasileiro.
Entretanto, 52,1% do eleitorado do país (74,4 milhões) é composto pelo sexo feminino, segundo dados
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para especialistas, a sub-representação feminina no cenário político está ligada a barreiras impostas
dentro dos partidos e não a uma descrença do eleitorado na capacidade da mulher.
O demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (ENCE/IBGE) José Eustáquio Diniz Alves diz que o eleitorado vê com bons
olhos a mulher na política. ―As eleições de 2010 foram a prova de que o eleitorado não discrimina o
sexo feminino, pois as duas mulheres [Dilma Rousseff e Marina Silva], entre nove candidatos, tiveram
dois terços (67%) dos votos no primeiro turno. E uma mulher foi eleita presidenta da Republica, com
mais de 54% dos votos‖, analisou, acrescentando que não considera o Brasil um país de forte tradição
patriarcal e machista.
O demógrafo ainda lembrou que países com tradição democrática consolidada há mais tempo, como
os Estados Unidos e a França, nunca tiveram mulheres na Presidência. O problema, segundo ele, está
―fundamentalmente‖ no Legislativo. ―Por uma prática misógina dos partidos políticos que são dominados
pelos homens e não querem abrir mão do poder. Ou seja, a discriminação de gênero não está no
eleitorado, mas principalmente nos partidos políticos‖, destacou.
Assim como Alves, outros estudiosos do processo eleitoral apontam que o maior desafio das
mulheres é romper as barreiras impostas por restrições dentro das legendas como, por exemplo, tentar
o equilíbrio nos investimentos destinados às campanhas. Inicialmente, a legislação eleitoral brasileira
exigia apenas que os partidos reservassem uma porcentagem de vagas às candidatas. Há alguns anos,
o preenchimento dos 30% se tornou obrigatório, mas, levantamentos feitos por organizações como o
Centro Feminista de Estudo e Assessoria (Cfemea) mostram que nas urnas essa reserva desaparece.
―A eleição anterior foi a que disparadamente teve um maior número de candidatas e o resultado do
processo, depois de 15 anos de política de cotas, foi zero. Tivemos exatamente a mesma proporção de
mulheres eleitas que experimentamos nas eleições anteriores a 2010. Como pode aumentar o número
de candidatas e o número de eleitas não aumentar? Isso demonstra a falta de investimentos‖, avaliou a
socióloga Guacira César Oliveira, diretora do colegiado do Cfemea.
Para Guacira, a sub-representação feminina está diretamente associada ao sistema político
―altamente excludente‖. ―As candidaturas não são visíveis e não têm dinheiro para investir nas
campanhas‖, afirmou. Segundo ela, a situação das candidatas é agravada quando se analisa a rotina
diária da maioria das mulheres no país.
Números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, de quase 8 mil candidatas
registradas para as eleições deste ano, mais de 500 são donas de casa e 650 são professoras,
enquanto, entre os candidatos homens, a maioria se declara empresário ou advogado. ―As mulheres, de
maneira geral, fazem dupla jornada e têm limitações que não foram aliviadas ao longo desses anos de

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democracia‖, lembrou a socióloga que destaca que o cumprimento da cota mínima tem sido feito
apenas em respeito à lei, mas que, internamente, os partidos não dão qualquer relevância a essas
candidaturas.
―Não há mudanças substantivas em nenhum lugar. A única novidade em relação à eleição anterior é
no PSTU que tem 48% de candidaturas de mulheres para a Câmara. Os outros [partidos] se
mantiveram na faixa de 30%, no cumprimento da lei‖, avaliou.
A socióloga descarta qualquer melhora nos resultados das urnas e diz que a única solução para
garantir uma proporção adequada entre homens e mulheres no Legislativo seria uma profunda reforma
política. ―A minha expectativa é de mínima melhora nessas eleições. Mesmo com toda a mobilização
das ruas [nas manifestações de junho de 2013], a discussão da reforma política no Congresso Nacional,
o que foi aprovado, só garante mais segurança aos partidos para continuarem fazendo o que já
estavam fazendo. Todas as reformas foram conservadoras, mas a última foi ainda mais‖, lamentou.
Nas eleições deste ano, as mulheres representam pouco mais de 30% das candidaturas
considerando todos os cargos disputados (presidente da República e vice, governador e vice,
deputados e senadores). Na corrida para o Senado, por exemplo, de 182 candidatos, 35 são mulheres.
Para a Presidência da República, três candidatas tentam a vaga – Dilma Rousseff, Luciana Genro e
Marina Silva. A maior proporção de mulheres (36,4%) está entre as indicadas para o cargo de vice-
presidente. A corrida pelo comando dos governos estaduais é a que tem menor participação feminina.
Apenas 17 mulheres concorrem a uma vaga para os Executivos estaduais entre as 169 candidaturas, o
equivalente a pouco mais de 10%, segundo registro do TSE.
26/08/2014
Agência Brasil

Debate sobre a representação dos estados

As mesas diretoras da Câmara e do Senado vão se reunir ainda hoje (28) para decidir se o
Congresso Nacional vai entrar com uma ação declaratória de constitucionalidade no Supremo Tribunal
Federal com pedido de liminar para derrubar a decisão de ontem (27) do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), que modifica a representação de cada estado na Câmara dos Deputados. O presidente do
Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu entrar com a ação após reunião hoje com o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o Advogado-Geral da União, Luís Inácio
Adams. A decisão do TSE ratificou uma determinação de abril do ano passado que redefinia a
distribuição do número de deputados federais por unidade da federação. O tribunal decidiu em plenário
que o decreto legislativo aprovado pelo Congresso Nacional há seis meses e que tentava anular as
mudanças no tamanho das bancadas não tem validade.
―O Tribunal Superior Eleitoral não poderia diretamente estabelecer o tamanho da representação de
cada estado. Quem tem que fazer isso é uma lei complementar. E ele fez isso diretamente. O decreto
legislativo foi aprovado exatamente para impedir que o tribunal estabelecesse a representação
diretamente. Então, invocar agora a lei complementar é um sofisma. É uma invasão que não dá para
tolerar‖, disse Renan após a reunião. O TSE se baseou em dados populacionais do Censo de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela resolução, oito estados perdem assentos na
Casa. Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul perdem um
parlamentar já nas eleições deste ano. Paraíba e Piauí perdem dois lugares. Por outro lado, Amazonas
e Santa Catarina passam a contar com mais uma cadeira, enquanto Ceará e Minas Gerais, com mais
dois assentos. O Pará passa a ter direito a mais quatro parlamentares representando o estado na
legislatura que começa em 2015.
Renan Calheiros negou que a decisão de recorrer da resolução do TSE no Supremo tenha a ver com
o fato de seu estado perder cadeiras na Câmara. ―Não importa se Alagoas perde ou ganha. Mesmo que
Alagoas ganhasse, o TSE teria usurpado uma competência do Congresso Nacional e nós não podemos
permitir que isso aconteça‖, disse.
28/05/2014
Agência Brasil

Morte de Eduardo Campos

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu aos 49 anos em um acidente de avião
por volta das 10h de 13 de agosto, em Santos (72 km de São Paulo). A aeronave modelo Cessna
560XL, prefixo PR-AFA, vinha do Rio de Janeiro e tinha sete pessoas a bordo. O Corpo de Bombeiros
confirmou que não há sobreviventes.

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De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), morreram, além de
Campos, os pilotos Geraldo Cunha e Marcos Martins, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal
Filho, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, o cinegrafista Marcelo Lira e ainda o ex-deputado
federal Pedro Valadares Neto.
A candidata a vice, Marina Silva, não estava na aeronave. A ex-ministra do Meio Ambiente
embarcaria com Campos no Rio, mas acabou viajando para São Paulo com assessores em um avião
de carreira. Mais tarde, em pronunciamento à imprensa, ela se mostrou bastante emocionada e
lamentou a morte do companheiro de chapa. "Durante dez meses de convivência, aprendi a respeitá-lo,
a admirá-lo e a confiar em suas atitudes e ideais de vida", afirmou. De acordo com o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), o PSB tem dez dias para indicar o novo candidato a presidente.
Chovia e ventava no momento do acidente. O avião caiu entre as ruas Alexandre Herculano e Vahia
de Abreu, no bairro do Boqueirão, na zona leste de Santos. Segundo o delegado da Deinter 6, de
Santos (SP), Aldo Galeano, dez pessoas foram feridas na queda do avião. Inicialmente, a Santa Casa
da Misericórdia de Santos havia atendido seis pessoas da região, que tiveram ferimentos leves.
Treze imóveis foram interditados pelo Corpo de Bombeiros; duas casas correm risco de desabar.
Mais de 50 moradores tiveram de deixar suas residências, alguns deles retornando apenas para pegar
pertences e passar a noite na casa de parentes. As equipes encontraram a caixa-preta no início da
noite e fazem o trabalho de recolhimento dos restos mortais dos ocupantes da aeronave.
De acordo com o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o reconhecimento dos
corpos deverá ser feito através de exames de DNA. Os restos mortais chegaram no final da noite ao
IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo, que iniciou imediatamente o trabalho de identificação. Uma
comitiva do governo do Estado de Pernambuco foi enviada à capital paulista para acompanhar o
trabalho de perícia. Entre os integrantes do grupo está o dentista de Campos.
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Campos, ex-governador de Pernambuco, tinha
compromissos de campanha no litoral paulista nesta quarta. À tarde, ele participaria do Fórum
Internacional para a Expansão do Porto de Santos.
O avião decolou às 9h do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e pousaria na Base Aérea de
Santos, no Guarujá (86 km de São Paulo). Em contato com a base aérea, o piloto parecia tranquilo e
não citou falhas. No Rio, o candidato concedeu entrevistas à TV Globo e à GloboNews na noite de
ontem.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a aeronave pertence à AF Andrade
Empreendimentos e Participações Ltda. e estava com a documentação e a manutenção em dia.
"Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle
de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. A Aeronáutica já iniciou as investigações para apurar
os fatores que possam ter contribuído para o acidente", diz em nota o brigadeiro do ar Pedro Luís
Farcic, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. Segundo especialistas em aviação, é
impossível atribuir apenas ao mau tempo a queda do avião.
A presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias no país e suspendeu as atividades
da campanha eleitoral. Em pronunciamento na TV NBR, Dilma relembrou seu encontro com Campos no
enterro do escritor Ariano Suassuna e destacou sua relação afetuosa com o candidato. "O Brasil perde
uma jovem liderança com um futuro promissor", afirmou. O candidato do PSDB, Aécio Neves, também
cancelou compromissos de campanha e lembrou em seu pronunciamento que seu último contato com
Campos foi uma ligação para parabenizá-lo por seu aniversário. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva, Fernando Henrique Cardoso e outros políticos lamentaram a morte de Campos.
A mulher de Campos, Renata, recebeu apenas amigos e parentes nesta quarta-feira, a quem disse:
"Não estava no script". Antonio Campos, irmão do candidato, disse que o corpo do ex-governador de
Pernambuco será enterrado no cemitério de Santo Amaro, no Recife. A presidente Dilma Rousseff já
confirmou que irá ao enterro.
Trajetória de Campos - Eduardo Henrique Accioly Campos era casado com Renata Campos e tinha
cinco filhos. Formado em economia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ele havia
completado 49 anos no último domingo (10), Dia dos Pais -- data em que foi divulgado um vídeo com
mensagens gravadas por seus filhos. Renata e Miguel, filho mais novo do casal, com apenas seis
meses, estiveram ontem no Rio com o candidato e depois seguiram para o Recife.
Campos teve uma carreira de sucesso na política pernambucana, chegou a ser ministro e tentava a
Presidência da República. Começou a militância política como presidente do Diretório Acadêmico da
Faculdade de Economia da UFPE.
Em 1986, participou ativamente da campanha que elegeu Miguel Arraes, seu avô -- morto há
exatamente nove anos --, para o Governo de Pernambuco.

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Ele entrou no PSB em 1990, quando foi eleito deputado estadual. Quatro anos depois, chegou ao
Congresso Nacional, mas não chegou a assumir, ficando no Estado nos cargos de Secretário da
Fazenda entre 1995 e 1998.
Ainda em 1998, voltou a vencer a disputa para a Câmara, sendo o mais votado do Estado (173 mil
votos). Em 2002, fez campanha para o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. No
Congresso, Eduardo Campos destacou-se como articulador do governo Lula. No ano seguinte, tomou
posse como ministro de Ciência e Tecnologia.
Em 2005, Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB, onde permanecia até o acidente
desta quarta-feira (13). Em 2006, numa disputa acirrada, venceu a eleição para o Governo de
Pernambuco. Em 2010, disputou a reeleição e obteve a vitória no primeiro turno com mais de 82% dos
votos válidos.
13/08/2014
http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/08/13
Planalto identifica autor de alterações em perfis da Wikipedia

A Casa Civil da Presidência informou nesta quinta-feira (11) que foi identificado o servidor público
responsável pelas alterações nos perfis da enciclopédia virtual Wikipedia dos jornalistas Miriam Leitão e
Carlos Alberto Sardenberg. Segundo a pasta, a Comissão de Sindicância Investigativa identificou Luiz
Alberto Marques Vieira Filho como autor das mudanças. Ele é servidor público de cargo efetivo da
carreira de finanças e controle.
De acordo com nota da Casa Civil, será aberto processo administrativo disciplinar sobre o caso, mas
Luiz Alberto já solicitou desligamento do cargo que atualmente ocupa, chefiando a Assessoria
Parlamentar do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Na época das alterações, o servidor
era assessor da Secretaria de Relações Institucionais, pasta que funciona nas instalações do Palácio do
Planalto. O inquérito continua e, como Vieira Filho é um servidor concursado, ele pode ser demitido.
A denúncia da alteração dos perfis dos dois jornalistas na enciclopédia virtual foi feita no dia 8 de
agosto pelo jornal O Globo. Segundo a reportagem, foram incluídas, na Wikipedia, críticas às atuações
dos profissionais como comentaristas econômicos, em maio do ano passado.
No mesmo dia, a Secretaria de Administração da Presidência da República informou, em nota, que
iria apurar o uso da rede de internet do Palácio do Planalto para alteração de perfis de jornalistas. No
dia seguinte, a presidenta Dilma Rousseff classificou o ato como inadmissível.
11/09/2014
Agência Brasil

Ficha Limpa

Em relação a aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa no Senado, foi considerada um avanço na
política brasileira, no sentido de criar mecanismos para combater a corrupção no país. O projeto de lei,
que foi elaborado por cidadãos comuns, entrou na pauta de votações e recebeu aval do Congresso
devido à pressão popular, o que demonstra a rejeição do brasileiro aos políticos desonestos. O Projeto
Ficha Limpa torna mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se
candidatarem às eleições. Apesar de ter recebido emendas na Câmara dos Deputados e no Sen ado
que amenizam seu impacto, ele contribui para mudar o comportamento da classe política.
A medida vai atingir políticos condenados por crimes graves, cuja pena de prisão é superior a dois
anos, e aqueles que renunciarem o mandato visando escapar do processo de cassação. Também se
discute se políticos já condenados pela Justiça perderão o direito de se candidatar ou se a lei só irá
valer para os que receberem sentenças a partir da vigência das novas regras. A proposta chegou ao
Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem
na sociedade civil. Existem cinco tipos de propostas de leis que são apreciadas pelo Poder Legislativo:
emenda constitucional projeto de lei complementar, lei delegada, decreto legislativo e resolução. Cada
iniciativa possui ritos próprios dentro das Casas legislativas e depende de um número mínimo de votos
para ser aprovada.
No caso do Projeto Ficha Limpa, trata-se de uma lei complementar. Esse tipo de projeto é feito para
complementar ou regular uma regra já estabelecida pela Constituição Federal de 1988. Para ser
aprovado, precisa de votos da maioria absoluta da Câmara dos Deputados e do Senado. Os projetos de
lei complementar e ordinária podem ser apresentados por um deputado ou um senador, por comissões
da Câmara ou do Senado, pelo presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por
Tribunais Superiores e pelo Procurador-Geral da República.

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Um caminho mais difícil é ser apresentado pelo cidadão, por meio do Projeto de Lei de Iniciativa
Popular. Para isso, é preciso a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros distribuído por, no mínimo,
cinco unidades da Federação. Em cada Estado e no Distrito Federal é necessário o apoio mínimo de
3% do eleitorado. A proposta do Ficha Limpa foi encaminhada à Câmara dos Deputados pelo
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Foram coletadas mais de 1,6 milhão de
assinaturas. O Projeto Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei, atualmente em
vigor, estabelece critérios de impedimento para a candidatura de políticos, de acordo com a
Constituição. O objetivo, segundo o texto, é proteger a ―probidade administrativa‖ e a ―moralidade no
exercício do mandato‖.
O Ficha Limpa proíbe que políticos condenados por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes,
se candidatem às eleições. Pela lei atual, o político ficaria impedido de se candidatar somente quando
todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado de decisão transitada em julgado. O
problema é que o trâmite pode demorar anos, o que acaba beneficiando os réus. Um processo cível ou
criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que
é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de
Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o Supremo
Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando esgotados todos esses recursos o
político que responde a processo poderia ser impedido de se candidatar. Já o Projeto Ficha Limpa torna
inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes que mantiver a condenação de primeira
instância, além daqueles que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado. Quanto ao
prazo de inelegibilidade, ele varia hoje de acordo com a infração cometida e o cargo ocupado pelo
político. Com as alterações do Ficha Limpa, o prazo é de oito anos após o fim do mandato, incluindo as
eleições que ocorrerem durante o restante do mandato do político condenado, e independe do tipo de
crime cometido.
Outra mudança diz respeito aos crimes que tornam o político inelegível, caso condenado. O Ficha
Limpa mantém todos os delitos previstos na lei em vigor (como crimes eleitorais, contra a administração
pública e tráfico), e inclui outros, tais como: crimes contra o patrimônio privado, contra o meio ambiente
e saúde, lavagem e ocultação de bens, crimes hediondos e praticados por organização criminosa.
Segundo especialistas, emendas na proposta, feitas pelo Congresso, amenizaram o impacto da
redação inicial do Ficha Limpa. Talvez a alteração mais importante seja aquela referente ao dispositivo
de ―efeito suspensivo‖ de recursos. De acordo com essa emenda, um político condenado em segunda
instância por um órgão colegiado pode apelar junto ao STF e conseguir a suspensão do recurso.
Entretanto, essa medida dará mais agilidade ao processo, que terá prioridade na tramitação.
O texto original do Ficha Limpa também foi abrandado na Câmara dos Deputados, no artigo relativo
à condenação do político. De acordo com o projeto apresentado, o político ficaria impedido de concorrer
às eleições se fosse condenado na primeira instância. Com a emenda parlamentar, a inegibilidade é
aplicada somente em decisão colegiada ou de última instância. No Senado, foi apresentada uma
emenda que determina que a proibição de candidaturas só vale para sentenças proferidas após a lei ser
editada. A mudança na redação substituiu o tempo verbal: de ―sido condenados‖ para ―forem
condenados‖. Ou seja, somente políticos que forem condenados depois da Lei Ficha Limpa entrar em
vigor serão impedidos de disputar as eleições, de acordo com a interpretação de alguns especialistas.
Políticos como o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não poderia se candidatar às eleições, segundo
o Ficha Limpa, pode fazer isso graças à emenda feita ao projeto. Na prática, o Projeto Ficha Limpa
afeta um quarto dos deputados e senadores que respondem a inquéritos ou ação penal no STF. Porém,
a lei sozinha não basta. As urnas ainda são a melhor forma de barrar os maus políticos. Entre os crimes
que tornam candidatos inelegíveis estão estupro, homicídio, crime contra o meio ambiente e a saúde
pública, contra a economia popular, fé pública, administração pública, patrimônio público, mercado
financeiro, tráfico de entorpecentes e crime eleitoral. A lei também prevê que quem renuncia ao cargo
político para evitar cassação fica impedido de se candidatar para as eleições que se realizarem durante
o período remanescente do mandato e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura.
O resultado da coleta foi entregue ao Congresso Nacional, marcando a data em que o PL foi
protocolado e passou a tramitar na casa. O texto aprovado na Câmara dos Deputados foi mais flexível
do que o proposto pelo MCCE. A ideia inicial era proibir a candidatura de todos os condenados em
primeira instância. Antes da lei, só políticos condenados em ultima instância, o chamado trânsito em
julgado, eram impedidos de disputar.

21
Alto custo dos estádios da Copa

O custo dos estádios para a Copa do Mundo já supera em mais de três vezes o valor informado pela
CBF à Fifa quando o Brasil apresentou seu projeto para sediar o Mundial. Cópia do primeiro
levantamento técnico da Fifa sobre o País, fechado em 30 de outubro de 2007 e obtido pelo Estado,
informava que as arenas custariam US$ 1,1 bilhão, cerca de R$ 2,6 bilhões. A última estimativa oficial,
porém, dá conta de que o valor chegará a R$ 8,9 bilhões. O informe foi produzido e assinado por Hugo
Salcedo, que coordenou a primeira inspeção no País entre agosto e setembro de 2007. Na época, a
Fifa considerou que o orçamento havia sido "bem preparado’’ e que "não havia dúvidas" sobre o
compromisso do Brasil de atender às exigências da entidade.
"A CBF atualmente estima que os investimentos relacionados com a construção e reformas de
estádios estão em US$ 1,1 bilhão", escreveu a Fifa em seu informe. Curiosamente, a entidade esteve
em apenas cinco das 18 cidades que naquele momento brigavam para receber a Copa. Das que
acabariam escolhidas, não foram visitadas Fortaleza, Recife, Salvador, Natal, Curitiba, Cuiabá e
Manaus.
A Fifa, já na época, não disfarçava que o trabalho de reforma e construção dos estádios seria um
desafio. "Os padrões e exigências da Fifa vão superar em muito qualquer outro evento realizado na
história do Brasil em termos de magnitude e complexidade. Nenhum dos estádios no Brasil estaria em
condições de receber um jogo da Copa nos atuais estados", alertou em 2007. "A Fifa deve prestar uma
especial atenção nos projetos." O time de inspeção ainda fez um alerta sobre o Maracanã. "Não atende
às exigências. Um projeto de renovação mais amplo teria de ser avaliado".

Aeroportos - O relatório elaborado antes de o Brasil ganhar o direito de sediar a Copa é, hoje,
verdadeira coleção de promessas quebradas e avaliações duvidosas. "A infraestrutura de transporte
aéreo e urbano poderia atender de forma confortável as demandas da Copa", indicou. "O time de
inspeção pode confirmar com confiança que a infraestrutura de aeroportos poderia atender a um grande
número de passageiros indo a jogos em viagens de ida e volta no mesmo dia". O transporte urbano
também seria "suficiente" e a Fifa garantia, em 2007, que um "serviço de trem de alta velocidade vai
ligar Rio e São Paulo". Considerava a infraestrutura hoteleira "suficiente’’ e, ao avaliar o sistema de
saúde do País, fez elogios aos hospitais, apontados como "referência internacional". A referência,
porém, não foram os hospitais públicos.
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes

Crise na Petrobras

Em 2007 e 2008, as descobertas do pré-sal fizeram a Petrobras decolar como uma das principais
vitrines do governo brasileiro e se tornar uma das maiores petrolíferas do mundo. Passados seis anos,
porém, o cenário da empresa não inspira mais tanto otimismo. O valor de mercado da estatal tem
recuado significativamente, e os problemas da empresa viraram uma dor de cabeça para o governo
Dilma Rousseff. O jornal britânico Financial Times chamou a companhia de "um potencial não
concretizado". A crise mais recente envolve a compra, em 2006, de 50% de uma refinaria de Pasadena
(EUA), agora sob suspeita de superfaturamento. Na época, Dilma era ministra da Casa Civil e
presidente do Conselho de Administração da estatal, que autorizou a compra. Mas os obstáculos da
empresa envolvem também os preços dos combustíveis praticados no Brasil, seu alto grau de
endividamento e investigações sobre suposto recebimento de propina por funcionários em negócios
com a empresa holandesa SBM Offshore. A BBC Brasil preparou uma lista explicando os principais
problemas vividos pela estatal:
Controle do preço dos combustíveis - Analistas apontam que uma das principais causas dos
problemas econômicos da Petrobras é o controle no preço da gasolina e no diesel, exercido pelo
governo para evitar um aumento da inflação. O Brasil consome mais petróleo do que produz. Por isso, a
Petrobras é obrigada a importar o produto, mas o valor que paga pelo produto no mercado internacional
não pode ser repassado integralmente para os consumidores, pois isso geraria uma pressão
inflacionária. Isso, obviamente, afeta as contas da empresa. Um reajuste nos preços dos combustíveis
deu fôlego aos resultados da estatal em 2013, ano em que lucrou 11% a mais que no ano anterior. Mas
seu endividamento continua alto, mantendo a desconfiança de acionistas. O Ministério das Minas e
Energia diz que a política de reajuste dos preços dos combustíveis é estabelecida pela Petrobras. Por
outro lado, autoridades insistem que a prioridade do governo é o combate à inflação.

22
Endividamento - No ano passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da
Petrobras, após a estatal brasileira se tornar a mais endividada entre as grandes empresas de petróleo
e gás. A dívida líquida da empresa subiu 50% em 2013 - de R$ 147,8 bilhões para R$ 221,6 bilhões.
Em relatório deste mês, a agência calcula que a dívida total da est atal equivale a 3,8 vezes o seu Ebitda
(medida que representa o potencial de geração de caixa da empresa). A Petrobras venceu, como
integrante de um consórcio com outras empresas, o leilão do campo de Libra do pré-sal, a maior bacia
petrolífera do país. Libra deve exigir investimentos de cerca US$ 80 bilhões nos dez primeiros anos,
segundo estimativas de mercado. O relatório da Moody’s diz que a nota de crédito da Petrobras tem
perspectiva "negativa", já que o endividamento "deve chegar a níveis altos em 2014, significativamente
mais altos do que das demais empresas do setor, e só deve declinar a partir de 2015". Em entrevista à
GloboNews em outubro do ano passado, a presidente da estatal, Graça Foster, disse que, no caso
específico de Libra, os investimentos de curto prazo são pequenos. E ressaltou que suas dívidas estão
sendo convertidas em investimento, que resultarão em crescimento. Mas recentemente, na divulgação
dos resultados da empresa, a presidente admitiu que a redução do endividamento será uma missão
difícil em 2014.

Casos Pasadena e SBM Offshore - Uma reportagem de O Estado de S. Paulo apontou, que Dilma,
como então presidente do Conselho de Administração da estatal, em 2006, votou a favor da polêmica
compra de 50% da refinaria americana de Pasadena, por US$ 360 milhões. Depois, uma cláusula
contratual obrigou a Petrobras a comprar o restante da refinaria, por mais US$ 820 milhões. No total,
portanto, foi desembolsado US$ 1,18 bilhão. O problema é que a empresa que possuía a refinaria
anteriormente, a belga Astra Oil, havia adquirido a Pasadena por apenas US$ 42,5 milhões em 2005. O
caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União, e a oposição no
Congresso ameaça a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em ano eleitoral. Em carta ao
Estado, Dilma disse que aceitou a compra com base em "informações incompletas" de um "parecer
técnica e juridicamente falho". Depois, agregou que "na época o negócio parecia vantajoso".
Questionada a respeito, a Petrobras até o momento não comentou o caso. Outra crise envolve
denúncias de suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobras, por parte da empresa
holandesa SBM Offshore. As denúncias envolvem cerca de US$ 139 milhões, que teriam sido pagos
entre 2005 e 2011. Uma comissão parlamentar externa foi designada para analisar o caso, também
investigado por Ministério Público e Polícia Federal.

Perda de valor de mercado - Todos esses fatores têm gerado uma percepção negativa da estatal,
levando investidores a venderem a suas ações. Isso faz a empresa perder o seu valor de mercado,
representado pelo preço de suas ações vezes o número de ações existentes. O valor das ações, que
chegou a superar os R$ 30 em 2009, agora beira os R$ 13 – um dos níveis mais baixos desde 2005,
antes do período áureo do pré-sal. O valor de mercado da empresa foi o que apresentou a maior perda
em valores absolutos entre as empresas brasileiras listadas em Bolsa em 2013 – de US$ 124,7 bilhões
no fim de 2012 para US$ 90,6 bilhões no fim de 2013 –, segundo levantamento da consultoria
Economática. Para Adriano Pires, analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), mais do que
uma dor de cabeça para o governo, a Petrobras "virou uma dor de cabeça para seus acionistas".

Razões para otimismo - Mas, mesmo nesses cenários, analistas apontam pontos positivos
importantes da Petrobras. O relativo sucesso do leilão do campo de Libra, no ano passado, despertou
dúvidas sobre a geração de caixa da empresa, mas é também uma de suas principais promessas de
lucros. Em entrevistas recentes, Graça Foster afirmou que a produção de petróleo pela empresa está
em uma curva ascendente e não descarta novos aumentos de combustível, que ajudem a recompor o
caixa da empresa.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140320

Economia

No campo da economia, o grande destaque é o cenário de recessão técnica, confirmado pelo


Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em outubro do ano passado, apesar dos desmentidos
do então ministro da Fazenda, Guido Mantega. O fraco crescimento da economia brasileira se deve
muito pouco à crise mundial e deve ser justificado principalmente pela queda no consumo interno e a
desaceleração da produção industrial. Outros fatos marcaram o plano econômico entre o segundo
semestre de 2014 e as primeiras semanas de janeiro de 2015. Vamos a eles:

23
Inflação volta a assombrar brasileiros

Entre 2012 e 2014, aumentou de 12% para 29% a proporção de brasileiros que col ocam a inflação
como uma das três prioridades do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Em 2014, o
aumento de preços ficou em segundo lugar entre as necessidades de mudança, empatado com o
combate à criminalidade. Dois anos antes, estava em décimo. Os moradores da Região Sul estão mais
apreensivos com a inflação.
Segundo pesquisa do Ibope feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 48% da
população acham a inflação um dos principais problemas do país, enquanto, em 2012, pouco mais 29%
dos brasileiros tinham a mesma opinião.
De acordo com a CNI, a mudança é motivada pela percepção de que, nos últimos anos, o ritmo de
crescimento dos preços aumentou. A posição da inflação no ranking de problemas saltou do décimo
sétimo para o quinto lugar no ano passado, atrás das drogas (citadas por 67%), da violência (64%), da
corrupção (62%) e da saúde (58%).
O levantamento, feito com 2002 entrevistados em 142 municípios, mostra que 51% dos brasileiros
consideram a melhoria nos serviços de saúde prioridade do governo. Outro tema destacado foi o
combate à corrupção – o percentual dos que o consideram prioritário subiu de 17% para 24%, entre
2012 e 2014, passando do oitavo para o quinto lugar.
O brasileiro está apreensivo também com o baixo crescimento da economia. O item, que era visto
por 26% das pessoas em 2012 como um problema extremamente grave, passou a ser apontado por
32%. A posição desse item no ranking saltou do décimo nono lugar para o décimo primeiro. A
preocupação com o desemprego caiu da décima para a décima terceira.

Brasil criou quase 400 mil empregos em 2014

O Brasil registrou 396.993 novas vagas de trabalho com carteira assinada no ano de 2014, informou
o Ministério do Trabalho e Emprego. Houve aumento de 1% em relação ao estoque de empregos em
dezembro de 2013. No entanto, os empregos criados no ano passado representam queda de 64,4% em
relação às vagas abertas em 2013 – que somaram 1,1 milhão.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informam que os estados
que mais geraram empregos foram Santa Catarina, com 53.887 (+2,72%), o Rio de Janeiro, com 53.586
postos (+1,39%) e o Ceará, com 47.372 (+3,98%).
Entre as regiões, o Sudeste teve o melhor desempenho, com 121.689 vagas (+0,56%), seguido do
Sul, com 118.795 vagas (+1,62%) e do Nordeste com 99.522 empregos (+1,51%). No Centro-Oeste, o
saldo foi positivo em 39.335 (+1,25%) e no Norte em 17.652 vagas (+0,39%).
O setor que mais criou empregos foi o de serviços, com 476.108, em seguida vêm o comércio, com
108.814, e a administração pública com 8.257 empregos.
Os setores da agricultura, da construção civil e da indústria de transformação fecharam o ano com
saldo negativo. Na agricultura, a variação negativa ficou em 370 vagas. A construção civil terminou
2014 com menos 106.476 empregos e indústria de transformação com menos 163.817 postos de
trabalho.

Petrobras rebate denúncias de superfaturamento na Gasene

A Petrobras assegurou que a rede de gasodutos Gasene, que liga o Sudeste ao Nordeste, foi criada
dentro dos parâmetros legais. Em nota, a empresa rebate reportagem publicada pelo jornal O Globo. O
texto diz que a presidenta da empresa, Graça Foster, atuou diretamente no processo de implementação
do Gasene. Segundo o jornal, auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou preços
superfaturados em mais de 1.800% em um dos principais trechos.
A estatal rebateu as informações e qualificou de "pejorativo" o termo ―gasoduto suspeito‖, usado pelo
jornal referindo-se ao Gasene. O empreendimento foi construído segundo um modelo de negócio
mundialmente adotado, de projeto estruturado (project finance). acrescentou a empresa.
A nota diz ainda que foi constituída a sociedade de propósito específico (SPE) Transportadora
Gasene S/A para implantar os trechos do gasoduto Gasac (Cacimbas-Catu) e Gascav (Cabiúnas-
Vitória). A direção da Petrobras destacou que "não há nada de suspeito ou ilegal nesse negócio", uma
vez que cumpriu a Lei das Sociedades Anônimas e a existência da SPE constou nos balanços da
Petrobras.

24
A Transportadora Gasene S/A foi criada em 2005 pela área financeira da Petrobras. ―Não se tratava
de empresa de fachada, mas, sim, integrante de modelo de projeto estruturado. Esta SPE,
decididamente, desde a sua origem, não foi uma empresa de fachada, sustentou a empresa.
Para a Petrobras, o modelo de negócio (SPE) ―não é novidade‖ no país. A empresa ressaltou que,
desde a década de 90, adota o modelo de SPE, como ocorreu com a Transportadora Gasene S/A, para
o desenvolvimento de seus projetos de exploração e produção, refino e transporte de gás.
Entre os exemplos de SPE adotados, a Petrobras citou Marlim (1999), Cabiúnas (2000), Albacora
Petros (2001), Pargo-Carapeba-Garoupa-Cherne-Congro (2002), Projeto Urucu-Manaus (2004),
Mexilhão (2005) e Revap (2006).
A estatal informou que a presidenta Graça Foster assumiu a Diretoria de Gás e Energia em 24 de
setembro de 2007 e que, no dia 12 de dezembro daquele ano, foi encaminhado à diretoria executiva
documento propondo aprovação de parcerias para a Transportadora Gasene. A proposta foi assinada
pelos diretores das áreas de Serviços, Financeira e de Gás e Energia. ―É atribuição da área de Gás e
Energia participar da concepção de todos os gasodutos da Petrobras‖, diz a nota.
A Petrobras negou que exista sobrepreço nas obras de construção do Gasene. ―É inverídica a
afirmação de sobrepreço na construção do gasoduto. Muito pelo contrário, a contratação da construção
dos gasodutos Gascac (Cacimbas-Catu) e Gascav (Cabiúnas-Vitória) foi feita por valor 4,4% abaixo da
estimativa orçada, utilizando-se um projeto básico robusto [ao contrário do mencionado na
reportagem]". De acordo com a empresa, o custo total foi 20% acima do valor contratado originalmente.
As contratações para implantação da obra foram feitas pela estatal chinesa Sinopec, que era contratada
da Transportadora Gasene S/A.
A nota acrescenta que o Gasene atende às normas internacionais. O custo final da obra ficou em R$
6,340 bilhões, aí incluído o valor das estações de compressão da rede de gasodutos.
―Comparativamente, o gasoduto se enquadrou dentro da métrica internacional, ficando em US$
59,20/metro.pol [indicador de custo de gasoduto], de acordo com dados da IPA [do nome em inglês
Independent Project Analisys]."
07/01/2015
Agência Brasil

Indicador do desemprego da FGV avança em dezembro

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 2% em dezembro, atingindo 76 pontos, após


recuar 0,3% no fechamento de novembro, de acordo com informação divulgada no início de janeiro pela
Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador sinaliza a tendência do emprego no horizonte de curto e
médio prazos.
Embora o indicador continue historicamente em nível extremamente baixo, o resultado confirma
tendência de alta no fechamento do ano, após período de fortes quedas entre março e setembro de
2014.
Na avaliação da economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV Sarah Lima, embora a
série de médias móveis trimestrais já apresente tendência positiva, ―os números ainda não permitem
distinguir se está havendo uma reversão de tendência ou uma calibragem frente ao pessimismo
exacerbado das expectativas nos meses anteriores‖.
As informações da FGV indicam que entre as variáveis que contribuíram positivamente para a
evolução do IAEmp é possível destacar o indicador de otimismo dos industriais com a situação dos
negócios nos seis meses seguintes, com variação positiva de 8,7% na margem. O indicador combina
dados extraídos das sondagens da indústria, de serviços e do consumidor, e possibilita antecipar os
rumos do mercado de trabalho.
Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,1% em dezembro, atingindo 73,6 pontos.
Embora essa tenha sido a primeira queda do ICD em nove meses, ela ainda não foi suficiente para
reverter a tendência de alta observada nos meses anteriores, conforme mostra também o indicador de
médias móveis trimestrais.
O ICD é construído a partir de dados desagregados em quatro classes de renda familiar - da
Sondagem do Consumidor, que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do
mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta puramente a percepção das famílias sobre o
mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por
desalento.
07/01/2015
Agência Brasil

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Indústria e construção têm piora em novembro

O desaquecimento da indústria da construção ampliou-se em novembro, revela levantamento


divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a Sondagem Industrial da
Construção, a utilização da capacidade instalada e o número de empregados diminuíram no mês
passado, enquanto os indicadores de nível de atividade mantiveram o ritmo de queda.
De acordo com a pesquisa, a evolução do nível de atividade passou de 42,7 pontos em outubro para
43 pontos em novembro, indicando queda disseminada do ritmo de produção no setor. O nível de
atividade em relação ao usual, que compara a atividade em novembro com o esperado para o mês,
passou de 40,2 para 40,5 pontos, mostrando que o nível ainda está distante do usual. Os indicadores
variam de 0 a 100 pontos. Pontuação abaixo de 50 pontos indica desempenho negativo.
As pioras ocorreram nos índices de número de empregados e de capacidade instalada. O emprego
da indústria da construção caiu de 43 pontos em outubro para 41,5 pontos em novembro, mostrando
intensificação no ritmo de queda. A utilização da capacidade instalada diminuiu de 67% para 66%, no
menor nível da série mensal iniciada em janeiro de 2012.
Apesar da piora do desempenho em novembro, as expectativas dos empresários da indústria da
construção para os próximos meses pararam de cair, apesar de o pessimismo continuar. A expectativa
do nível de atividade oscilou de 47,7 pontos em outubro para 47,6 pontos no mês passado. O índice de
empresários que pretendem abrir novos empreendimentos e serviços passou de 46,4 para 46,7 pontos.
O indicador de empresários que pretendem aumentar a compra de matérias-primas subiu levemente,
de 46,2 para 46,6 pontos. O índice de empregadores da indústria da construção que pretendem
contratar, mas foi o único a apontar diminuição do pessimismo, aumentando de 46 para 46,9 pontos.
Mesmo assim, todos os indicadores permanecem abaixo do nível de 50 pontos, que divide a linha de
pessimismo e otimismo.
Feita entre 1º e 10 de dezembro, a pesquisa ouviu 572 empresas da indústria da construção em todo
o país. Desse total, 187 são pequenas, 259, médias e 126, de grande porte. Mais cedo, a CNI havia
divulgado a Sondagem Industrial, que apontou recuo da produção da indústria em geral em novembro.

Indústria - A produção, o emprego e a utilização da capacidade instalada na indústria recuaram em


novembro. As informações estão na Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para os técnicos, os números confirmam o desaquecimento da atividade.
O indicador de evolução da produção caiu de 50,8 para 45,4 pontos, o de número de empregados
baixou de 47,1 para 46,4 pontos e o de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual
teve queda de 42,9 para 41,5 pontos de outubro para novembro. A metodologia usada pela CNI na
pesquisa tem uma escala que varia de 0 a 100 pontos. Pontuação abaixo de 50 indica queda do
indicador.
O levantamento mostra ainda que o índice de evolução da produção recuou de 50,8 pontos em
outubro para 45,4 pontos em novembro, com elevação dos estoques indesejados. O indicador de nível
de estoque efetivo em relação ao planejado subiu de 51 pontos em outubro para 51,5 pontos em
novembro.
A sondagem também indica que os empresários estão mais pessimistas, com o indicador de
expectativa de demanda para os próximos seis meses caindo de 50 pontos em novembro para 48,1
pontos em dezembro, o de número de empregados recuando de 47,9 pontos para 46,3 pontos e o de
compra de matérias-primas diminuindo de 46,4 pontos para 45,7 pontos.
A sondagem foi feita entre os dias 1º e 10 de dezembro, com 2.186 empresas. Dessas, 874 são
pequenas, 788 são médias e 524 são de grande porte.

2015 - Após um ano de 2014 ―difícil e duro‖, durante o qual o setor industrial teve ―desempenho
frustrante‖, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê leve melhora dos indicadores econômicos
em 2015. A expectativa da entidade é que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas
no país) cresça timidamente ao longo do próximo ano e que os juros continuem em alta, freando o
consumo e os investimentos.
Segundo o Informe Conjuntural Anual, estudo da CNI com previsões sobre a economia, o PIB deve
crescer 1% no ano que vem, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. Este ano, pelos
cálculos dos economistas da CNI, o crescimento não passará de 0,3%, resultado que indicaria
estagnação da economia.
A entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará
o próximo ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo governo de 6,5%. A CNI projeta
6,4% de inflação para este ano.

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Brasília - Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o desafio do país a partir de
2015 será restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade da indústria,
tarefa considerada difícil, já que a confederação prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. Esse
aumento contribuirá para que a atividade industrial cresça 1%, mas não criará as condições
sustentáveis de um crescimento maior, avalia a CNI.
―Nos últimos anos, observamos uma desaceleração da demanda de consumo das famílias. Isso não
é uma característica de 2014, mas demonstra que apenas a alavanca do consumo como mecanismo de
recuperação do crescimento não é possível. O desafio é retomar ao crescimento via investimento‖,
disse o gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.
Segundo a CNI, após uma queda que poderá chegar a 6,7% este ano, os investimentos da indústria
ficarão estagnados em 2015. Além disso, a entidade calcula que, em 2014, a indústria registrou
retração, com poucos segmentos apresentando resultados positivos – indústria extrativista,
farmacêutica, de manutenção e reparação, derivados do petróleo e combustível, informática e
eletrônicos, limpeza e perfumaria e bebidas.
―O setor industrial tem sido bastante afetado e tem tido dificuldade de manter o ritmo de
crescimento‖, disse Castelo Branco. Ele destacou a importância da recuperação da capacidade de
investimento da indústria. Segundo ele, nas últimas duas décadas, os anos em que a economia
brasileira cresceu com maior vigor foram justamente aqueles em que o setor alavancou os
investimentos. ―Recuperar a capacidade de investimento da indústria é um desafio‖.
No estudo, a CNI conclui que, após atingir o menor nível da última década e apesar da fraca
atividade econômica, a taxa de desemprego continuará baixa, ainda que com leve alta em comparação
a 2014. Enquanto avalia uma taxa de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA) desempregada
neste ano, a entidade prevê que 2015 fechará com 5,2%.
De acordo com a CNI, para retomar o crescimento econômico sustentável, é necessário restaurar os
fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade. Para a entidade, isso depende de um
ajuste fiscal nas contas do governo que permita a geração de superávits consistentes e o controle da
dívida pública, reequilibrando as contas externas e favorecendo a competitividade dos produtos
brasileiros.

Brasil, Argentina e Venezuela puxam PIB da América do Sul para baixo

Brasil, Argentina e Venezuela empurrarão para baixo o crescimento médio da América do Sul. A
avaliação consta do Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2014, divulgado
em 2 de dezembro pela secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe
(Cepal), Alicia Bárcena. Para este ano, a previsão é que a economia do continente sul-americano
cresça apenas 0,7%. A exemplo do que aconteceu em 2014, a expectativa é que, em 2015, o
desempenho da economia mundial também tenha efeitos diferentes entre os países e sub-regiões.
―A América Latina tem apresentado comportamento heterogêneo‖, salientou Alicia, durante
apresentação dos números projetados pelo órgão das Nações Unidas. Enquanto a Bolívia terá, segundo
a projeção, crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - e com o Panamá e a República
Dominicana crescendo 6% -, a Argentina e a Venezuela, na América do Sul, e Santa Lúcia, no Caribe,
terão suas economias reduzidas em 0,2%, 3% e 1,4%, respectivamente.
A projeção para o Brasil, apesar de positiva, é 0,2%, percentual abaixo dos 0,5% previstos pelo
próprio país. ―O baixo crescimento na América do Sul deve-se ao pequeno crescimento de suas
grandes economias, no caso, Brasil, Argentina e Venezuela‖, observou Alicia.
De acordo com a Cepal, o PIB da América Latina e Caribe terá crescimento médio de 1,1%, em
2014, e de 2,2%, em 2015. Para o próximo ano, a situação das economias da região é mais positiva
para a Argentina (projeção de crescimento de 1% para 2015), a Bolívia (5,5%) e o Brasil (1,3%).
Segundo o balanço, a Venezuela deverá ser o único país a apresentar, ainda que em menor
intensidade, números negativos em 2015, na comparação com 2014. A previsão é -1%.
Para a Cepal, 2015 deverá ser o ano em que as economias da América Latina e do Caribe
começarão a se recuperar. O crescimento médio projetado para a América Central é 3,7%, em 2014, e
4,1%. em 2015. A projeção para a América do Sul é 0,7% e 1,8%. Se o recorte abranger América Latina
e Caribe, as projeções são 1,1% em 2014 e 2,2% em 2015. O aumento moderado ocorrerá em um
contexto de "lenta e heterogênea recuperação" da economia mundial, ―com queda nos preços das
matérias-primas e escasso dinamismo da demanda externa‖ da região, além do aumento da incerteza
financeira.
Ainda segundo a Cepal, na área fiscal, a América Latina apresentará ―leve aumento no déficit‖, de
2,4% do PIB, em 2013, para 2,7%, em 2014, enquanto o Caribe reduzirá seu déficit de 2014 para 3,9%,

27
em relação aos 4,1% obtidos em 2013. Já a dívida pública dos países da região permanecerá em
níveis baixos e estáveis, com média próxima a 32% do PIB.
Um destaque positivo feito pela Cepal é a queda na taxa de desemprego na região, que caiu de
6,2%, em 2013, para 6%, em 2014. No entanto, preocupa a alta da inflação registrada na região – no
acumulado de 12 meses, obtido em outubro, a inflação apresentou índice médio de 9,4% na América
Latina e Caribe – e a desaceleração do nível de investimento observada desde 2011 e que, durante
2014, ficou em torno de 3,5%.
Para a secretária da comissão, o desafio dos governos locais, no sentido de melhorar a
produtividade e a competitividade de suas economias, inclui a reativação de demandas internas, de
forma a melhorar condições para investimentos nos países, em particular na área de infraestrutura.

Agência Brasil
Balança comercial fechará 2014 em déficit

A balança comercial (diferença entre exportações e importações) encerrará 2014 com o primeiro
déficit anual desde 2000, estimou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da pasta, Roberto Dantas, o
desempenho de novembro, que registrou o pior déficit da história para o mês, enterrou as chances de a
balança fechar o ano com as exportações superando as importações.
Segundo Dantas, o ministério ainda não tem uma estimativa para o tamanho do déficit. Apenas
confirmou que a balança chegará ao fim do ano no vermelho.―Novembro foi um divisor de águas na
balança comercial para 2014. Embora o número de dezembro seja tradicionalmente superavitário, não
há como reverter o déficit acumulado no ano‖, explicou. A última vez em que a balança comercial
encerrou um ano com déficit foi em 2000, quando o resultado negativo totalizou US$ 732 milhões.
De janeiro a novembro, a balança comercial acumula déficit de US$ 2,350 bilhões, o maior para o
período desde 1998. Considerando a queda no preço das commodities (bens primários com cotação no
mercado internacional) nos últimos meses, Dantas acredita que a balança comercial em dezembro
dificilmente repetirá o desempenho dos últimos anos, quando registrou superávit de US$ 2,2 bilhões no
último mês de 2012 e US$ 2,6 bilhões no mesmo mês de 2013.
A queda das exportações de carne em novembro também contribuiu para a revisão da estimativa em
relação à balança comercial. ―Um dos fatores que poderiam trabalhar em favor da manutenção da
previsão de superávit seria a recuperação dos preços do minério de ferro, que não ocorreu em
novembro. Além disso, houve redução nas vendas de carne, principalmente para a Venezuela e a
Arábia Saudita‖, ressaltou Dantas.
Em novembro, os preços do minério de ferro, que responde pela maior parte da pauta de
exportações do país, subiram levemente, mas acumulam queda de 21,1% no ano. No caso do petróleo,
os preços caíram 20% no mês passado, anulando a alta de 9,1% no volume exportado. Dantas
ressaltou que a produção e as vendas externas de petróleo subiram, mas a queda do preço das
commodities também afetou a conta petróleo.
Em relação aos produtos manufaturados, a crise econômica na Argentina foi o principal fator que
derrubou as exportações brasileiras de bens industrializados. De janeiro a novembro deste ano, as
vendas de manufaturados caíram 12,4% em relação ao mesmo período de 2013 pela média diária. Em
receitas, a perda chega a US$ 10,7 bilhões, dos quais US$ 4,9 bilhões correspondem à queda nas
exportações para o país vizinho e US$ 4,3 bilhões estão relacionados a exportações de plataformas de
petróleo, que ocorreram com maior intensidade em 2013.
―O impacto das plataformas de petróleo estava incorporado às nossas previsões [porque os
embarques estavam programados]. O que realmente interferiu na balança foi na demanda
internacional‖, explicou Dantas. Segundo ele, a estagnação do comércio global em 2014 impediu que as
exportações brasileiras reagissem, mesmo com a desvalorização do real.
―O efeito câmbio sempre demora a se manifestar nas exportações, ainda mais em uma economia
mundial em que falta demanda para gerar fornecimento. Mesmo com o câmbio favorável, isso não tem
repercussão mais forte nos resultados‖, disse.
De janeiro a novembro, as exportações acumulam queda de 5,7% pela média diária em relação aos
mesmos meses do ano passado. O dólar alto resultou em queda nas importações, mas não na mesma
intensidade. No mesmo período, as compras do exterior caíram 3,9% pela média diária. ―Lógico que o
dólar mais forte afeta a demanda de alguma forma‖, destacou Dantas.
Segundo ele, as importações de produtos vinculados ao fim de ano caíram 11% em novembro em
relação ao mesmo mês de 2013. As maiores quedas foram registradas nos queijos (54%), nos itens de

28
perfumaria (32%) e nos brinquedos (28%). A importação de equipamentos de informática caíram 8% na
mesma comparação.
Agência Brasil

ONU diz que Brasil é referência latina em agricultura familiar

O Brasil é referência na América Latina no apoio à agricultura familiar, mas ainda tem muito que
aprender na relação entre Estado e entes privados, como o agronegócio. A avaliação é de Mônica
Rodrigues, oficial de Assuntos Econômicos da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
(Cepal), da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Um dos produtos que o Brasil exporta é a imagem de governo que apoia a agricultura familiar. É
muito interessante ver isso quando estamos em outros países. É o único país da América Latina que
tem um ministério de desenvolvimento agropecuário focado nos pequenos produtores", disse Mônica
durante o 2º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Foz do Iguaçu, no Paraná. "É um avanço, e o
Brasil é referência".
Segundo Mônica Rodrigues, a América Latina tem experiências de alianças público-privadas que
podem servir de exemplo para o Brasil. "Os recursos são limitados, e o governo tem de eleger áreas
para apoiar. Por isso, acho importante o tema da participação privada. Talvez essa seja uma das áreas
em que o Brasil tem a aprender com países latinos. Por ser um país com muitos recursos,
possivelmente há dependência de políticas públicas centralizadas pelo Estado", alertou.
A representante da Cepap acrescentou que, como o país vive uma democracia, há espaço para o
diálogo, na medida em que o governo escuta os entes privados, abre espaços para participação;
"Também temos de ver como os agentes privados ocupam, ou não, o espaço de participação. Não
basta essa possibilidade. Necessitamos de uma iniciativa privada para que as experiências se
desenvolvam."
Como exemplo, Mônica usa encontros, na Costa Rica, no Chile e Equador, entre profissionais de
tecnologias da informação e do setor agrícola. O governo proporciona o encontro e, a partir daí, trocam-
se experiências e implementam-se iniciativas transversais. Segundo ela, são produzidas tecnologias
específicas para o agronegócio, baseadas nas condições e necessidades locais. "São temas
importantes para todas as cadeias produtivas, que necessitam articulação entre temas em que [as
pessoas] só precisavam sentar e conversar."
Ela explicou que, no Brasil, há o desenvolvimento de tecnologias, liderado pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Ainda há muita participação do Estado". Atualmente, pelo
menos 5 milhões de famílias vivem da agricultura familiar e produzem a maioria dos alimentos
consumidos no Brasil. O modelo de produção está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e
responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural, de acordo com o último
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário indicam que a agricultura familiar representa
aproximadamente 25% da área de propriedades agropecuárias no Brasil. Na outra ponta, está o
agronegócio, que, em 2013, representou 41% do total exportado pelo país.
Para o professor Antônio Marcio Buainain, do Instituto de Economia da Universidade de Campinas
(Unicamp), com relação ao mercado internacional, o desenvolvimento do agronegócio depende da
atuação direta do governo. ―Não funciona se não tivermos infraestrutura adequada e uma política
macroeconômica favorável. O Estado precisa atuar no front internacional, abrindo mercados e aplicando
as regulamentações adequadas‖.
O 2º Fórum de Agricultura da América do Sul começou em 27 de novembro e foi encerrado no dia
seguinte, em Foz do Iguaçu. Com o tema Inovação e Sustentabilidade no Campo, o evento discute o
agronegócio mundial a partir da realidade sul-americana.
Agência Brasil

Faturamento da indústria avança em outubro

O faturamento da indústria cresceu 3,1% em outubro ante setembro. A alta é a quarta consecutiva,
mas não foi suficiente para reverter o quadro negativo de janeiro a outubro, período em que há queda
de 1,7% ante os mesmos meses de 2013.
Na comparação com outubro do ano passado, há alta de 1,3% no faturamento. Os dados estão na
pesquisa Indicadores Industriais, divulgada no dia 2 de dezembro pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI).

29
As horas trabalhadas e a utilização da capacidade registraram queda. As horas trabalhadas caíram
0,3% ante setembro deste ano e 4,9% na comparação com outubro de 2013. Já a utilização da
capacidade instalada, que ficou em 80,6% em outubro, está 0,5 ponto percentual menor, na
comparação com setembro, e 1,7 ponto percentual abaixo da de outubro do ano passado. Como
resultado da atividade fraca, o emprego no setor recuou, caindo 0,1% comparado com setembro e 2,8%
ante outubro de 2013.
O levantamento mostrou ainda que, apesar da atividade e do emprego em queda, houve crescimento
da massa salarial real de setembro para outubro, de 0,7%. Na média acumulada de janeiro a outubro,
também houve alta, de 2,4%, ante igual período em 2013.
O rendimento médio real, por sua vez, cresceu 0,7% entre setembro e outubro e 2,7% no acumulado
do ano. Segundo a CNI, ―o resultado mostra certa inércia nos reajustes dos salários da indústria, que
continuam avançando em termos reais (…) Tal comportamento tende a pressionar os custos com
pessoal e, consequentemente, dificultar a recuperação do setor.‖
Agência Brasil

China e Arábia Saudita retomam importação de carne bovina brasileira

A China e a Arábia Saudita devem voltar a comprar carne bovina brasileira até dezembro deste ano,
disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. Os dois países embargaram a
carne em 2012, em função da ocorrência de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina
(EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca.
Geller, que participou de missões brasileiras nos dois países, neste mês, informou que, no caso da
China, o acordo é que o país volte a importar o produto na próxima semana, com os embarques
brasileiros para os asiáticos recomeçando na primeira quinzena de dezembro. O fim do embargo já
havia sido anunciado em julho, após entendimento entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente
chinês, Xi Jinping. No entanto, a retirada oficial da restrição só ocorreu neste sábado (15).
No caso da Arábia Saudita, uma delegação do país ainda fará visitas a frigoríficos brasileiros na
próxima semana. Segundo o ministro, esse é o último passo antes da liberação. ―Diferentemente do Irã,
onde se assina o protocolo e se libera, eles precisam vistoriar por amostragem e fazer um decreto‖,
disse Neri Geller. De acordo com ele, a previsão é retomar as vendas na segunda quinzena de
dezembro.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, em 2012, antes do embargo, a China importou
US$ 74,87 milhões em carne bovina, no Brasil. O Golfo Pérsico, onde fica a Arábia Saudita, importou
US$ 250 milhões. Com a retomada das exportações brasileiras, a perspectiva é que as vendas para a
China atinjam entre US$ 700 milhões e US$ 1,2 bilhão, em função do aumento do consum o. Para o
Golfo Pérsico, a expectativa é que as vendas variem entre US$ 500 e US$ 600 milhões.
O caso de doença da vaca louca no Brasil foi detectado em um animal morto em 2010, em
Sertanópolis (PR). Mais tarde, foi constatado que o caso era atípico, menos perigoso que a variedade
clássica da doença. Diferentemente da variedade clássica, na qual o risco de contágio é maior, os
casos atípicos não são causados por ingestão de ração contaminada. A EEB se desenvolve por razões
genéticas, quando o animal já está velho.
18/11/2014
Agência Brasil

Mercado reage mal à reeleição de Dilma

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda no dia 27, em reação à reeleição da
presidente Dilma Rousseff na véspera por uma margem apertada. O Ibovespa, principal indicador da
bolsa paulista, caiu 2,77% e encerrou o dia a 50.503 pontos, menor patamar desde o dia 15 de abril. As
ações da Petrobras despencaram mais de 12%, a principal pressão negativa no índice. A estatal
encerrou o dia com a maior queda diária desde novembro de 2008.
Os papeis da Eletrobras também estavam entre as principais baixas do dia, com desvalorização de
quase 12%. As ações do Banco do Brasil, por sua vez, recuavam mais de 5% perto do fim do pregão.
Operadores e analistas criticam o que consideram como intervenção excessiva nas estatais que, na
visão dos agentes, deve persistir com a continuidade de Dilma no Palácio do Planalto, segundo a
agência Reuters.
"Se Dilma optar por um caminho diferente, pode conseguir acalmar o mercado. Caso insista em
nomes [de ministros da Fazenda] que não são bem aceitos pelo mercado, teremos mais quatro anos

30
extremamente ruins na economia. No primeiro momento, o mercado não irá dar o benefício da dúvida a
ela", disse à Reuters o gestor de um fundo no Rio de Janeiro, pedindo para não ser identificado.
"A economia está muito mal, o quadro fiscal é péssimo e o mercado externo tem um risco crescendo,
fora o risco de racionamento (de energia) no ano que vem", disse à Reuters o gestor Eduardo Roche,
da Canepa Asset Management.
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse em nota que há vários pontos na
agenda econômica (política fiscal e monetária) e política (reforma política e combate à corrupção) que
devem nortear as ações do governo nessa virada de mandato, e podem ser decisivos para o mercado
financeiro.
"Se o governo agir rápido, pode retomar um certo nível de confiança reduzindo a volatilidade e abrido
espaço para a retomada dos investimentos", escreveu a clientes. O dólar também reagiu ao desfecho
do segundo turno, fechando esta segunda-feira com alta de 2,68%, a R$ 2,5229.
27/10/2014
http://g1.globo.com/economia
Setor público tem déficit recorde

O setor público consolidado – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais –


apresentou déficit primário de R$ 25,491 bilhões. É o quinto déficit primário consecutivo do ano e o pior
resultado para todos os meses desde o início da série histórica, em 2001. Anteriormente, o maior déficit
havia sido o de dezembro de 2008, de R$ 20,951 bilhões. Os dados foram divulgados em 31 de outubro
pelo Banco Central (BC).
Nos nove meses do ano houve déficit de R$ 15,286 bilhões. No mesmo período do ano passado,
havia superávit de R$ 44,965 bilhões. Em 12 meses encerrados em setembro, o superávit primário do
setor público ficou em R$ 31 bilhões, o correspondente a 0,61% do Produto Interno Bruto (PIB, soma
das riquezas do país).
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o
endividamento do governo no médio e longo prazos. Neste ano, a meta para o setor público é 1,9% do
PIB. O BC considera, no Relatório de Inflação, o resultado primário estrutural, cálculo feito com base na
exclusão de receitas e despesas extraordinárias.
No mês passado, o Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit
primário de R$ 20,995 bilhões. Os governos estaduais registraram déficit de R$ 3,791 bilhões e os
municipais, superávit de R$ 730 milhões. Já as empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e
Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 1,435 bilhão.
Em nove meses, o Governo Central registrou déficit primário de R$ 19,471 bilhões; os estaduais e
municipais, respectivamente, superávit de R$ 1,494 bilhão e R$ 4,565 bilhões.
31/10/2014
Agência Brasil

Especialistas analisam queda no PIB

As quedas consecutivas na produção industrial e a Copa do Mundo são as causas apontadas pelos
especialistas ouvidos pelo G1 para a redução de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre,
com relação aos três meses anteriores. Com a revisão feita no resultado do 1º trimestre, esta é a
segunda queda consecutiva neste ano e, apesar de configurar um quadro de recessão técnica, os
economistas minimizam a situação e apontam para um crescimento sutil no segundo sem estre.
Na contramão, o professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Simão Silber acredita
que o país está sim em recessão, e que um evento esportivo não pode ser apontado como causa para
três meses de desaceleração na economia.
A taxa de investimento teve um resultado preocupante, na visão dos especialistas: 16,5% do PIB,
quando o ideal para um país como o Brasil é 20%. Os dados da economia brasileira foram divulgados
nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB é a soma de
todos os bens e serviços feitos em território brasileiro e serve para medir o crescimento da economia.
Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva,
o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior. O setor
de serviços teve queda de 0,5%, e a indústria registrou queda de 1,5% no período.
Veja o que dizem especialistas sobre o resultado do 2º trimestre:
Carlos Stempniewski, professor de economia e política das Faculdades Rio Branco - ―A queda do
PIB no segundo trimestre reflete bem a questão da Copa. A economia já não vinha em um bom
momento – desde outubro que a indústria está tecnicamente em recessão –, mas a Copa piorou o

31
resultado. Tivemos um período em que o país praticamente parou, e os setores envolvidos no evento
não lucraram o esperado. Falar em recessão técnica é um pouco de palavrório. Historicamente, o
período eleitoral levanta o crescimento da economia, porque movimenta muito dinheiro. É sempre um
reforço positivo no quadro. Se não tivesse a eleição, os resultados do segundo semestre poderiam ser
piores. Acredito que haverá um crescimento tênue para os próximos trimestres, e o governo deve dar
uma 'maquiada' nos dados, para terminar o ano com o PIB entre 0,45% e 0,60%‖.
Claudemir Galvani, professor do departamento de economia da PUC-SP - ―Na minha avaliação, o
fator que teve o pior desempenho foi a taxa de investimento, que reflete especificamente no setor onde
o efeito multiplicador na economia é muito grande: a indústria. Neste trimestre ela ficou em 16,5% do
PIB, quando o aceitável para um país como o Brasil é 20%. Também foi muito baixa com relação ao
primeiro trimestre, o que é coerente com a redução da indústria. O grande perigo desse quadro é a
desindustrialização, o que está sendo mostrado pelo número negativo do PIB industrial deste o começo
deste ano. Mas há um ponto positivo: continuamos recebendo investimento estrangeiro, que não olha a
curto prazo, e que está enxergando condições no mercado brasileiro. Apesar do indicador técnico de
recessão, a tendência é de crescimento no segundo semestre, quando haverá menos feriados‖.
Simão Silber, professor do departamento de economia da Universidade de São Paulo (USP) - "Com
a queda do PIB, considero que estamos sim em recessão. Há parâmetros internacionais que
consideram dois trimestres de queda no PIB como recessão. Além disso, o país vem de uma
desaceleração muito grande. O desempenho da economia está desmanchando. A indústria está
desmoronando. Os dados divulgados hoje cobrem até junho, e temos dados para julho que mostram
que a situação continua ruim. Como o segundo semestre tende a ser um pouquinho melhor que o
primeiro, estamos caminhando para um crescimento próximo a zero neste ano. Para mim não seria
surpresa uma estagnação econômica em 2014. Não acredito que a Copa teve muita influência, pois
explicar três meses de desaceleração da economia por causa de um evento esportivo é forçado.
Quando se erra na política de juros, de câmbio e fiscal, não adianta culpar o mundo [dos problemas da
economia], que não está nesta situação."
Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) - "O segundo
trimestre de 2014 para a indústria é um fracasso devido à redução das vendas da indústria
automobilística, que está caindo 30%, a redução do aço, e do setor elétrico eletrônico. E as últimas
notícias dão certo a redução também do consumo tanto no varejo quanto no atacado. E isso, na
indústria, significa não reposição de estoques, então, significa não produção de novos produtos para
colocar no mercado‖.
Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC) - ―Ao nível baixo de confiança [na economia], soma-se atualmente o encarecimento dos recursos
para consumo e investimentos obtidos no mercado de crédito. As taxas de juros cobradas nas
operações com recursos livres [sem contar crédito habitacional e rural] para as pessoas físicas
passaram de 36,2% para 43,2% nos últimos 12 meses. No crédito para pessoas jurídicas, houve
avanço de 20% para 23,1%‖.
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) - ―Infelizmente, acreditamos que não há perspectiva de
reversão desse quadro recessivo do setor num horizonte de curto prazo. Que o ano em curso será um
desastre para a nossa economia, já sabemos. Queremos ter visão sobre urgência de medidas capazes
de, a partir do próximo ano, alterar este cenário de queda‖.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical - "A retração do PIB neste 2º semestre é resultado da
política econômica equivocada adotada pelo governo. Este dado é nefasto para as campanhas salariais
das categorias com data-base no segundo semestre, pois irá dificultar e prejudicar as negociações e os
índices de reajustes. Esta é a segunda vez consecutiva que o PIB encolheu, e, com isto, fica clara a
incompetência da equipe econômica do governo. (...) O Brasil não vai alavancar economicamente
sendo campeão mundial em taxa de juros e praticando uma nefasta política de incentivo às importações
e à desindustrialização. Os números apresentados devem servir de alerta para o governo, visto que
nossa economia está em franca recessão".
29/08/2014
g1.globo.com/economia

Refis da crise

A reabertura do Refis da Crise – programa de renegociação de dívidas com a União – e as receitas


com as concessões do pré-sal e do novo leilão da frequência 4G ajudarão o Governo Central (Tesouro
Nacional, Previdência Social e Banco Central) a alcançar a meta de superávit primário de R$ 80,8

32
bilhões neste ano. A previsão é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para quem o déficit
primário de R$ 10,502 bilhões registrado no mês passado, pior resultado da história para o mês, foi
provocado pela queda inesperada na arrecadação, divulgada mais cedo pela Receita Federal.
As receitas atípicas deverão render ao governo cerca de R$ 22,5 bilhões até o fim do ano. Desse
total, R$ 12,5 bilhões correspondem ao Refis da Crise, R$ 8 bilhões, ao leilão do 4G, que deverá
ocorrer até setembro; e R$ 2 bilhões, aos novos contratos de exploração do pré-sal, cuja assinatura
está prevista para o último trimestre.
Com o resultado negativo de maio, o superávit primário acumulado nos cinco primeiros meses de
2014 caiu para R$ 19,158 bilhões. A quantia corresponde a 49,1% da meta de R$ 39 bilhões estipulada
até agosto e a 23,7% da meta estipulada para todo o ano, de R$ 80,774 bilhões. Para alcançar o
montante, o Governo Central precisa economizar R$ 61,616 bilhões até o fim de 2014. O superávit
primário é a economia de recursos para o pagamento dos juros da dívida pública. O esforço fiscal
permite a redução do endividamento do governo no médio e no longo prazo.
Segundo Augustin, a arrecadação em maio foi abaixo do esperado, mas ele disse que o resultado
não indica uma tendência para os meses seguintes. ―Claro que o nível de atividade econômica é a base
fundamental da receita do governo, mas não é sempre a explicação principal. Principalmente no caso
de um mês específico, em que a arrecadação reverteu o crescimento registrado nos meses anteriores‖,
explicou. ―Esperamos que o Governo Central possa se recuperar nos próximos meses.‖
De acordo com a Receita Federal, a baixa atividade econômica, o aumento de R$ 3 bilhões nas
compensações tributárias do ano passado para cá e uma receita extraordinária de R$ 4 bilhões em
maio de 2013, que não se repetiu em neste ano, explicam o desempenho da arrecadação no mês
passado. Em maio, a arrecadação federal totalizou R$ 87,897 bilhões e caiu 5,95%, descontada a
inflação oficial pelo IPCA, em relação ao mesmo mês de 2013.
Em relação ao Refis da Crise e às concessões, o secretário do Tesouro informou que a programação
orçamentária – divulgada a cada dois meses pelo Ministério do Planejamento – contempla as
estimativas de receitas. Segundo Augustin, a própria programação prevê o uso desses recursos para
compensar uma eventual queda de arrecadação. ―Sobre o Refis da Crise, as coisas podem ser
compensadas sem implicar o descumprimento da meta [de superávit primário] prevista‖, destacou.
No mês passado, os investimentos apresentaram forte aceleração, com crescimento acumulado de
30% de janeiro a maio em relação ao mesmo período do ano passado. O secretário admitiu que o ritmo
de crescimento deve cair nos próximos meses, mas não por causa das eleições. ―O calendário eleitoral
proíbe apenas o fechamento de convênios antes das eleições, mas parte dos contratos de obras
públicas foi assinada em anos anteriores‖, explicou.
28/06/2014
Agência Brasil
Cédulas de R$ 1 supervalorizadas

O Brasil tem em circulação quase 150 milhões de notas de R$ 1, apesar de a Casa da Moeda ter
deixado de produzir as cédulas em 2005. No fim daquele ano, havia em circulação mais de 583 milhões
dessas notas. Entretanto, nos últimos anos, o número dessas cédulas não baixou muito. No fim de
2013, havia 149,374 milhões, contra 149,279 milhões no início deste mês, de acordo com dados do
Banco Central (BC).
A explicação para o símbolo do Plano Real ainda estar em circulação é que muita gente guarda as
cédulas por acreditar que dá sorte ou simplesmente esquecem as notas. E há ainda aqueles que
colecionam cédulas de R$ 1 consideradas raras, que podem valer mais que seu valor de face.
Cleber Coimbra, tesoureiro da Associação Filatélica e Numismática de Brasília, mostra nota de R$
1,00 emitida em 1996 e que hoje vale R$ 195,00
As cédulas de R$ 1 deixaram ser produzidas devido ao custo elevado e ao rápido desgaste. Por isso,
o BC optou por lançar moedas em substituição às notas. Mas as cédulas ainda podem ser usadas no
comércio e são substituídas progressivamente por moedas pelo BC.
O diretor de Divulgação da Sociedade Numismática Brasileira, Bernardo Marin Neto, diz que as notas
que não circularam pelo país e tem menor tiragem podem custar bem mais do que o valor de face. No
catálogo de colecionadores, uma nota de R$ 1, de 1996, assinada pelos então ministro da Fazenda,
Pedro Malan, e pelo presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, custa R$ 195.
―O critério para definir esse valor é a raridade da nota. Esses valores são do catálogo, mas elas
podem ser vendidas por mais‖, disse Marin Neto. Outras cédulas de R$ 1 consideradas menos raras
podem valer R$ 6, desde que estejam em perfeito estado de conservação.
Marin Neto explica que, quanto menor a quantidade de cédulas emitidas com nomes de ministros,
mais as notas podem valer. Acrescentou que as últimas notas de real emitidas com os nomes do

33
ministro da Fazenda Guido Mantega e do presidente do BC Alexandre Tombini poderão ter um valor a
mais para os colecionadores, quando eles deixarem o governo. ―Se [a presidenta] Dilma [Rousseff] não
se reeleger, as últimas notas do Mantega e Tombini serão valiosas. Se Dilma permanecer, mas trocar
os ministros, também vão valer mais‖, disse.
O tesoureiro da Associação Filatélica e Numismática de Brasília, Cleber Coimbra, conta que tem
interesse pelas notas de R$ 1 desde o lançamento, em 1994. Coimbra disse que já teve centenas de
notas de R$ 1 em casa, mas foi roubado. Atualmente, ele ainda tem algumas guardadas, além de
cédulas de outros valores. ―Coleciono notas há 60 anos. E já fui o maior exportador de DINHEIRO
brasileiro fora de circulação‖, disse.
13/09/2014
Agência Brasil

Procuradoria denuncia Eike por crimes financeiros

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra Eike Batista. O empresário
é acusado pelos crimes de manipulação de mercado e insider trading (uso de informação privilegiada).
O pedido, assinado pelos procuradores da República Orlando da Cunha e Rodrigo Poerson, foi enviado
anteontem para a 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio. O MPF solicitou ainda o arresto de bens
do fundador do grupo X e de seus familiares até o montante de R$ 1,5 bilhão. O pedido inclui os filhos
Thor e Olin Batista — do casamento com a modelo Luma de Oliveira — além de sua mulher, Flávia
Sampaio.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, será iniciada uma ação penal e o empresário passa a
responder formalmente como réu. Até o fechamento desta edição, os advogados do empresário
afirmaram não ter informações sobre o movimento do MPF.
Advogado diz que não há justificativa - De acordo com o advogado Sérgio Bermudes, Eike Batista
está fora do país em viagem à Inglaterra e à Coreia do Sul. Ele deve estar de volta no início da próxima
semana. Quanto ao pedido de bloqueio de bens, Bermudes afirma não se tratar de medida cabível:
O arresto de bens se aplica somente quando há pressupostos que justifiquem a decisão. A lei não
permite o que está se propondo. Não há qualquer tentativa de escamoteamento de bens ou de fuga por
parte do empresário.
As investigações conduzidas até aqui indicam que ele teria conhecimento de que as reservas da
OGX (rebatizada de OGPar após entrar em recuperação judicial) não tinham o volume inicialmente
estimado de petróleo. O fato, porém, só foi comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
meses depois, em 1º de julho de 2013. Antes de tornar o fato público e a despeito da situação
desfavorável, o empresário teria manipulado preços e realizado vendas de ações enquanto dava
declarações positivas sobre sua petroleira no Twitter, como mostrou reportagem do GLOBO em 5 de
dezembro de 2013.
Um dos pontos abordados na denúncia é a promessa de Eike de injetar US$ 1 bilhão na empresa,
através da compra de ações da própria companhia, a chamada cláusula put. A clausula foi divulgada
em 24 de outubro de 2012. Em setembro do ano passado, a diretoria da petroleira cobrou a injeção de
recursos. Na época, Eike Batista afirmou que levaria o caso à arbitragem e, quatro dias mais tarde,
divulgou os termos da put. Por esse acordo, a cláusula só teria validade quando o plano de negócios
em curso fosse assinado. O plano, contudo, foi alterado em 2013, o que, segundo Eike, teria
inviabilizado a injeção de recursos, que acabou não acontecendo.
Segundo a CVM, o empresário teria uma perda de R$ 1,5 bilhão caso cumprisse a put, por conta do
tombo no valor das ações da OGX no último ano. A empresa está em processo de recuperação judicial.
―A má-fé e fraude na divulgação de contrato com cláusula que jamais seria adimplida (cumprida)
resta comprovada uma vez que muito antes de sua divulgação era de conhecimento do denunciado
Eike que os campos de exploração Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia não ensejavam a
prospecção anunciada e que justificava os altos preços das ações‖, acusa o MPF. Ao se comprometer
em fazer um grande aporte em sua própria companhia, o empresário demonstrava confiança no
sucesso do empreendimento, sustentam os procuradores.
No mês passado, o presidente da OGPar, Paulo Narcélio, anunciou que o volume de óleo
recuperável de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, está prestes a se esgotar. Dos cerca de 5,77
milhões de BARRIS de óleo estimados, já foram produzidos 5,45 milhões.
A decisão do MPF de pedir o arresto de bens também de familiares de Eike Batista se baseou
principalmente em depoimento do empresário à Polícia Federal. Em sua declaração, ele reconheceu ter
doado imóveis a seus filhos. Uma casa no Jardim Botânico, vizinha à que ele mora, agora pertence ao
filho Thor. O imóvel teria valor de R$ 10 milhões. Outra casa, em Angra dos Reis, foi passada para os

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dois filhos mais velhos, Thor e Olin, avaliada no mesmo valor. Ele passou ainda para o nome de sua
mulher, Flávia um imóvel em Ipanema, no valor de R$ 5 milhões.
Doação aos filhos é questionada - No texto da denúncia do MPF a que O GLOBO teve acesso, o
procurador Orlando da Cunha diz que a doação dos imóveis ―evidencia manobra fraudulenta levada a
efeito pelo denunciado no inequívoco propósito de afastar seus bens de futura medida constritiva‖. É
que as transferências de titularidades ocorreram posteriormente a 24 de outubro de 2012, data em que
foi divulgada a put. O imóvel em que ele reside ficou de fora do pedido de arresto, pois fora transferido
para o nome dos filhos Thor e Olin em 2001. Eike tem ainda um filho de 1 ano, Balder. Mas, segundo
depoimento de Eike à PF, seu filho caçula não recebeu qualquer doação.
Na solicitação de arresto, o procurador pede o bloqueio de todos os ativos financeiros de Eike, além
de bens imóveis e móveis (carros, embarcações, aeronaves).
Em maio, um conjunto de medidas cautelares emitidas pela Justiça Federal do Rio continha pedido
de bloqueio de bens de Eike no valor de R$ 122 milhões. A decisão foi emitida pelo juiz Flávio Roberto
de Souza, titular da 3ª Vara Criminal Federal no Rio. A defesa do empresário recorreu da decisão que,
até aqui, está mantida.
O patrimônio de Eike está minguando. Em 2012, ele era o maior bilionário do país, com R$ 30,26
bilhões, segundo a "Forbes". Com a crise no grupo, ele saiu da lista de maiores bilionários do planeta.
13/09/2014
http://oglobo.globo.com/economia

Mais empregos em agosto

Conforme o ministério, o resultado de agosto é o melhor dos últimos três meses. O saldo de
empregos gerados durante o ano está em 751.456 (expansão de 1,85%). Nos últimos 12 meses, foram
criados 698.475 postos de trabalho (incremento de 1,72%). Entre janeiro de 2011 e agosto de 2014,
foram gerados 5.631.534 empregos.
Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o resultado positivo era esperado pelo governo
federal, que mantém a projeção de 1 milhão de empregos a serem gerados em 2014. ―Tudo que
dissemos está acontecendo‖, disse. ―Já tínhamos indicadores de que iríamos melhorar a partir deste
mês. É o que os dados estão confirmando hoje, ao contrário do que tem sido especulado,
principalmente pela imprensa‖, ressaltou.
Ele destacou que o país tem conseguido manter um modelo que sustenta o emprego com ganhos
reais de salário, ao mesmo tempo em que mantém a economia irrigada. Argumentou que, se há uma
diminuição no ritmo de contratação na comparação com anos anteriores, é porque o país vive uma
situação de pleno emprego. Antes, lembrou o ministro, havia mais espaço para crescimento. "Agora,
com o pleno emprego, o resultado, apesar de menor, é positivo".
―Não se gera 101 mil empregos por acaso. Não se trata de pesquisa de cunho pessoal, como outras
que têm sido apresentadas, que têm por base opiniões [subjetivas] e projeções feitas por pessoas. O
que estamos apresentando aqui são dados reais sobre o números de empregos gerados. Dados
fornecidos pelas próprias empresas‖, argumentou o ministro.
Dos oito setores da atividade econômica pesquisados, seis apresentaram bom desempenho em
agosto, segundo o ministério. O destaque ficou com os setores de serviços, que geraram 71.292 novos
postos de trabalho; de comércio (40.619); e de construção civil (2.239). A indústria da transformação
registrou declínio de 4.111 postos. No entanto esse número representa, conforme o ministro,
―desaceleração no ritmo de queda‖, se comparado ao resultado apresentado nos meses anteriores
(diminuição de 27.472 e de 15.392 postos em junho e julho, respectivamente).
Todos os ramos do setor de serviços apresentaram crescimento, conforme os dados. O destaque
ficou com os de ensino (mais 22.409 postos criados); alojamento e alimentação (18.711); comércio e
administração de imóveis (14.916); serviços médicos e odontológicos (11.023); transportes e
comunicações (3.092); e instituições financeiras (saldo de 1.141 novas vagas).
Segundo o ministro Manoel Dias, a perda de 9.623 postos de trabalho no setor agrícola se deve a
motivos sazonais. ―Certamente este será um setor que apresentará melhores números em setembro e
outubro‖, comentou. Acrescentou que todos os acordos coletivos tiveram aumento real de 10% acima
da inflação.
11/09/2014
Agência Brasil

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Carga tributária castiga mais mulheres e negros

Caracterizado por onerar proporcionalmente os mais pobres em relação aos mais ricos, o sistema
tributário brasileiro provoca um tipo mais profundo de injustiça. Estudo do Instituto de Estudos
Socioeconômicos (Inesc) revela que os impostos punem mais os negros e as mulheres em relação aos
brancos e aos homens.
O levantamento cruzou dados de duas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O estudo baseou-se na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que fornece dados sobre a
renda das famílias, e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que capta informações
demográficas como raça e gênero.
Segundo o levantamento, os 10% mais pobres da população comprometem 32% da renda com o
pagamento de tributos. Para os 10% mais ricos, o peso dos tributos cai para 21%. A relação com o
gênero e a raça aparece ao comparar a participação de cada fatia da população nessas categorias de
renda.
Nos 10% mais pobres da população, 68,06% são negros e 31,94%, brancos. A faixa mais
desfavorecida é composta por 45,66% de homens e 54,34% de mulheres. Nos 10% mais ricos, que
pagam menos imposto proporcionalmente à renda, há 83,72% de brancos e 16,28% de negros. Nessa
categoria, 62,05% são homens e 31,05%, mulheres.
―Não há dúvida de que a mulher negra é a mais punida pelo sistema tributário brasileiro, enquanto o
homem branco é o mais favorecido‖, diz o autor do estudo, Evilásio Salvador. Para ele, é falsa a ideia
de que a tributação brasileira é neutra em relação a raça e gênero. ―Como a base da pirâmide social é
composta por negros e mulheres, a elevada carga tributária onera fortemente esse segmento da
população‖, contesta.
Historicamente, o sistema tributário brasileiro pune os mais pobres porque a maior parte da
tributação incide sobre o consumo e os salários, em vez de ser cobrada com mais intensidade sobre o
patrimônio e a renda do capital. Segundo o estudo, no Brasil, 55,74% das receitas de tributos vieram do
consumo e 15,64% da renda do trabalho em 2011, somando 71,38%. Nos países da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média está em 33%.
Os tributos sobre o consumo são regressivos do ponto de vista social por estarem embutidos nos
preços dos bens e dos serviços. Dessa forma, uma mercadoria com R$ 1 de imposto embutido no preço
pesa mais para as camadas de menor renda.
Para reverter a situação, Oliveira aponta a necessidade de uma reforma tributária, que amplie a
tributação sobre o patrimônio e a renda do capital e desonere o consumo e a renda do trabalho. ―Os
mais ricos precisam ser mais tributados proporcionalmente, por meio de alíquotas progressivas, que
aumentem conforme o nível de renda‖, explica.
Entre as medidas sugeridas, ele defende a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas –
determinada pela Constituição, mas até hoje não cumprida – e a extensão da cobrança de Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) a embarcações de luxo, como lanchas, jatos
particulares, helicópteros e jet skis.
11/09/2014
Agência Brasil

Projeção menor para o PIB

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira, este ano, continua
em queda. Pela 15ª semana seguida, a pesquisa feita pelo Banco Central (BC) indica crescimento
menor. Desta vez, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e
serviços produzidos no país, passou de 0,52% para 0,48%. Para 2015, a estimativa segue em 1,1%.
Essas projeções fazem parte da pesquisa semanal do BC a instituições financeiras, sobre os principais
indicadores econômicos.
No último dia 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB
apresentou queda de 0,6% no segundo trimestre de 2014, em relação aos primeiros três meses do ano,
a segunda retração seguida.
A estimativa das instituições financeiras para a queda da produção industrial passou de 1,70% para
1,98%, este ano. Para 2015, a projeção de crescimento caiu de 1,70% para 1,50%, em 2015. A
previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$
2,17 bilhões para US$ 2,41 bilhões, este ano, e de US$ 8 bilhões para US$ 8,5 bilhões, no próximo ano.

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A estimativa para o saldo negativo em transações correntes (registros de compra e venda de
mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) foi ajustada de US$ 81,8 bilhões para US$ 81,2
bilhões, este ano, e segue em US$ 75 bilhões, em 2015.
A projeção para a cotação do dólar caiu de R$ 2,35 para US$ 2,33, ao final deste ano, e de R$ 2,50
para R$ 2,49, no fim de 2015. A expectativa das instituições financeiras para o investimento estrangeiro
direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) segue em US$ 60 bilhões neste ano e passou
de US$ 55 bilhões para US$ 56 bilhões, em 2015.
A estimativa das instituições financeiras para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB
foi alterada de 34,94% para 35%, em 2014, e de 35% para 35,04%, em 2015.
08/09/2014
Agência Brasil

Conheça o BRICS

A ideia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neil, em estudo
de 2001, intitulado ―Building Better Global Economic BRICs‖. Fixou-se como categoria da análise nos
meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu
origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e
China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que
adotou a sigla BRICS.
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos
quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB
dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia. Para dar uma ideia do ritmo de
crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse
valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul),
totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de
compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.
Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O
conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes
permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da
Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia,
Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao
conceito ―BRICs‖ passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em
2011, após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com "s" maiúsculo ao final).
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não
funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades.
Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o
BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países
intensificam sua interação.
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de
interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes
de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse
processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a
vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório
mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário
internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os
econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos
conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico.
A IV Cúpula foi realizada em 29 de março de 2012, em Nova Délhi. A V Cúpula foi realizada em Durban,
na África do Sul, em 27 de março de 2013.
Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização
horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à
origem do grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes
dos Bancos Centrais têm-se reunido com frequência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas
de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e
energia também já foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas
assinaram documento de cooperação e, com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados
dos BRICS. Já realizaram-se, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos,

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empresários, representantes de cooperativas. Foram, ainda, assinados acordos entre os bancos de
desenvolvimento. Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II e a III
Cúpulas e publicaram uma coletânea de dados. Versões atualizadas da coletânea foram lançadas por
ocasião da Cúpula de Sanya e da Cúpula de Nova Délhi. Todas as três publicações encontram -se neste
site.
Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de
convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação
em setores específicos.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores

Sociedade

CNV reconhece 463 mortes durante a ditadura

Depois de dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou,
em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no país. Entre
essas pessoas, 210 são desaparecidas.
No documento entregue à presidenta Dilma Rousseff, com o relato das atividades e a conclusão dos
trabalhos realizados, a CNV traz a comprovação da ocorrência de graves violações de direitos
humanos. ―Essa comprovação decorreu da apuração dos fatos que se encontram detalhadamente
descritos no relatório, nos quais está perfeitamente configurada a prática sistemática de detenções
ilegais e arbitrárias e de tortura, assim como o cometimento de execuções, desaparecimentos forçados
e ocultação de cadáveres por agentes do Estado brasileiro‖ diz o texto.
Mais de 300 pessoas, entre militares, agentes do Estado e até mesmo ex-presidentes da República,
foram responsabilizadas por essas ações ocorridas no período que compreendeu a investigação. O
documento diz ainda que as violações registradas e comprovadas pela CNV foram resultantes ―de ação
generalizada e sistemática do Estado brasileiro‖ e que a repressão ocorrida durante a ditadura foi usada
como política de Estado ―concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da
República e dos ministérios militares‖.
Outro ponto de destaque das conclusões do relatório é que muitas das violações comprovadas
durante o período de investigação ainda ocorrem nos dias atuais, apesar da existência de um contexto
político diferente. Segundo o texto, ―a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções,
desaparecimentos forçados e mesmo de ocultação de cadáveres não é estranha à realidade brasileira
contemporânea‖ e crescem os números de denúncias de casos de tortura.
Diante dessas conclusões, o relatório final da CNV traz 29 recomendações, divididas em três grupos:
medidas institucionais, iniciativas de reformulação normativa e de seguimento das ações e
recomendações dadas pela comissão.
Entre as recomendações estão, por exemplo, questões como a determinação da responsabilidade
jurídica dos agentes públicos envolvidos nessas ações, afastando a aplicação da Lei da Anistia (Lei
6.683/1979) por considerar que essa atitude ―seria incompatível com o direito brasileiro e a ordem
jurídica internacional, pois tais ilícitos, dadas a escala e a sistematicidade com que foram cometidos,
constituem crimes contra a humanidade, imprescritíveis e não passíveis de anistia‖.
A CNV recomenda também, entre outros pontos, a desvinculação dos institutos médico-legais e
órgãos de perícia criminal das secretarias de Segurança Pública e das polícias civis, a eliminação do
auto de resistência à prisão e o estabelecimento de um órgão permanente para dar seguimento às
ações e recomendações feitas pela CNV.
Em suas mais de 3 mil páginas, o documento traz ainda informações sobre os órgãos e
procedimentos de repressão política, além de conexões internacionais, como a Operação Condor e
casos considerados emblemáticos como a Guerrilha do Araguaia e o assassinato da estilista Zuzu
Angel, entre outros. O volume 2 do documento traz informações sobre violações cometidas contra
camponeses e indígenas durante a ditadura. A Comissão Nacional da Verdade foi instalada em 2012.
Criada pela Lei 12.528/2011, a CNV será extinta no dia 16 de dezembro.

Meninos negros são principais vítimas de trabalho infantil

Meninos negros são as principais vítimas do trabalho infantil: 5,8% dessa população, de 5 a 15 anos,
desenvolve algum tipo de trabalho no Brasil, de acordo com a primeira publicação do Sistema Nacional
de Indicadores em Direitos Humanos, divulgada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da

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República (SDH/PR). Entre meninos brancos, a taxa de ocupação da mesma faixa etária é 3,7%. Entre
as mulheres, a taxa é 2,9% entre as negras e 2% entre as brancas.
Pela Constituição Federal, é proibido o trabalho de crianças e adolescentes. O trabalho, em geral, é
admitido a partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, nos quais a
idade mínima é 18 anos. A partir dos 14 anos é permitido trabalhar somente na condição de aprendiz.
Esta é a primeira vez que o trabalho infantil é mapeado conforme parâmetros da 19ª Conferência
Internacional de Estatísticos do Trabalho, o que permitirá a comparação a situação em com outros
países. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foram organizados para
criar indicadores que contribuam para a efetividade de políticas públicas destinadas à garantia dos
direitos humanos.
Os dados gerais mostram que a taxa de trabalho infantil no Brasil caiu de 7,5%, em 2004, para 3,8%,
em 2013. Em relação a 2012, houve redução de 0,3%. As regiões Norte e Nordeste lideram o ranking
com 5,3% e 4,9% de crianças e jovens ocupados, respectivamente. A taxa de ocupação entre a
população negra é 5,6% no Norte e 5,3% no Nordeste. Entre os brancos, a taxa é 3,8% no Nordeste e
3,5% no Norte. A Região Sul apresenta taxa total de 4,1%, o Centro-Oeste, de 3,8% e o Sudeste, de
2,4%.
Entre os estados, o Maranhão aparece em primeiro lugar em exploração do trabalho infantil, com
percentual de ocupação de 7,4% de crianças e adolescentes. Na outra ponta, o Distrito Federal tem o
menor índice: 0,7%.
Os dados fazem parte do Sistema Nacional de Indicadores em Direitos Humanos, cujo objetivo é
monitorar e mensurar a realização progressiva dos direitos humanos no Brasil. Para os próximos
meses, está prevista a divulgação de estudos referentes a alimentação, educação e participação em
assuntos públicos.
"É absolutamente impossível fazer qualquer tipo de política pública correta, adequada, se não se tem
a dimensão do que se deve atingir, qual o problema que se deve superar, onde está localizado e em
qual dimensão", explica a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti. Segundo ela, "é impossível atuar
e ter condição de medir o que se está fazendo e se o que se está fazendo está dando os resultados que
se deseja sem os indicadores confiáveis".
Perguntada sobre a garantia de direitos humanos ser mais importante que o crescimento econômico
do país, a ministra diz que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos
no país) é absolutamente necessário. "Precisamos saber como o país se desenvolve, mas nem sempre
um PIB elevado significa boas condições para a população", ressaltou.
Agência Brasil

A Epidemia do Crack

Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais barata e
acessível que outras drogas, o crack tem sido cada vez mais utilizado, e não somente por pessoas de
baixo poder aquisitivo, e carcerários, como há alguns anos. Ele está, hoje, presente em todas as
classes sociais e em diversas cidades do país. Assustadoramente, cerca de 600.000 pessoas são
dependentes, somente no Brasil. Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar
sensações de prazer, euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo. Outra faceta da
dopamina é a capacidade de provocar sintomas paranoicos, quando se encontra em altas
concentrações.
Perseguindo esse prazer, o indivíduo tende a utilizar a droga com maior frequência. Com o passar do
tempo, o organismo vai ficando tolerante à substância, fazendo com que seja necessário o uso de
quantidades maiores da droga para se obter os mesmos efeitos. Apesar dos efeitos paranoicos, que
podem durar de horas a poucos dias e pode causar problemas irreparáveis, e dos riscos a que está
sujeito; o viciado acredita que o prazer provocado pela droga compensa tudo isso. Em pouco tempo, ele
virará seu escravo e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação dessas pessoas com o crime,
por tal motivo, é muito maior do que em relação às outras drogas; e o comportamento violento é um
traço típico.
Neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são nitidamente
prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo de cinco anos – ou pela droga
em si ou em consequência de seu uso (suicídio, envolvimento em brigas, ―prestação de contas‖ com
traficantes, comportamento de risco em busca da droga – como prostituição, etc.). Quanto a este último
exemplo, tal comportamento aumenta os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs e, como o sistema
imunológico dos dependentes se encontra cada vez mais debilitado, as consequências são
preocupantes. Superar o vício não é fácil e requer, além de ajuda profissional, muita força de vontade

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por parte da pessoa, e apoio da família. Há pacientes que ficam internados por muitos meses, mas
conseguem se livrar dessa situação.

Mercado de Crack

O Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de cocaína, aponta o 2º Levantamento


Nacional de Álcool e Drogas. O estudo, divulgado pela Universidade Federal de São Paulo, mostra que
esta epidemia corresponde a 20% do consumo global da cocaína — índice que engloba a droga
refinada e os seus subprodutos, como crack, óxi e merla. Só nos últimos anos, um em cada cem adultos
fumou crack, o que representa um milhão de brasileiros acima dos 18 anos. Quando a pesquisa
abrange o consumo das duas drogas, cocaína e crack, o número atinge 2,8 milhões de pessoas em
todo o país. O número é considerado ―alarmante‖ no período pelo coordenador do estudo, o psiquiatra
Ronaldo Laranjeira.
Cerca de 6 milhões de pessoas (4% da população adulta) já experimentaram alguma vez na vida a
cocaína, seja o pó refinado ou apenas a droga fumada (como se apresentam o crack e o óxi). Já entre
os adolescentes, 442 mil (3% dos que têm entre 14 anos e 18 anos) também já tiveram experiência com
algum tipo dessas substâncias. Quanto ao uso da cocaína intranasal (cheirada), que é a mais comum
no mundo, pouco mais de 5 milhões de adultos (4%) admitiram ter experimentado o pó alguma vez na
vida, sendo 2,3 milhões de pessoas (2%) nos últimos 12 meses. O uso é menor entre os jovens, sendo
menos de 2% nos dois casos: 442 mil adolescentes em um momento da vida, e 244 mil no último ano.
Quase 2 milhões de brasileiros, afirmam os dados, já usaram a cocaína fumada (crack, óxi ou merla)
uma vez na vida, atingindo 1,8 milhão de adultos (1,4% da população) e150 mil adolescentes (cerca de
1%). No último ano, foram cerca de 1 milhão de adultos (1%) e 18 mil jovens (0,2%). A pesquisa, que foi
feita com 4.607 pessoas de 149 municípios brasileiros, indica também que o primeiro uso de cocaína
ocorreu antes dos 18 anos para quase metade dos usuários (45%), seja para quem ainda consome a
droga ou para quem já consumiu ao menos uma vez na vida. No total, 48% desenvolveram
dependência química, sendo que 27% relataram usar a droga todos os dias ou mais de duas vezes por
semana. Conseguir as drogas também foi considerado fácil por 78% dos entrevistados, sendo que 10%
dos usuários afirmaram já ter vendido alguma parte da substância ilegal que tinham em mãos.

Bullying

O Bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e


repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando
dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. No
Brasil, uma pesquisa realizada nos últimos anos com alunos de escolas públicas e particulares revelou
que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades
brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Estiveram envolvidos em bullying 17% dos estudantes, como agressores ou vítimas. Os mais
atingidos são os meninos. Segundo o estudo, 12,5% dos estudantes do sexo masculino foram vítimas
desse tipo de agressão, número que cai para 7,6% entre as meninas. A sala de aula é apontada como o
local preferencial das agressões, onde acontecem cerca de 50% dos casos.
Bullying pela Internet - O ciberbullying, ou bullying virtual, está ocorrendo com maior frequência no
Brasil, segundo a pesquisa. Do universo de alunos entrevistados, 16,8% disseram que são ou já foram
vítimas de ciberbullying, enquanto 17,7% se declararam praticantes. Geralmente, as agressões são
feitas por e-mails e praticadas – assim como nas escolas – com maior frequência pelos alunos do sexo
masculino. Adolescentes na faixa etária entre 11 e 12 anos costumam usar ferramentas ou sites de
relacionamento para agredir os colegas. Crianças de 10 anos invadem e-mails pessoais e se passam
pela vítima. Independentemente do ambiente, seja ele virtual ou escolar, as vítimas não costumam
reagir às agressões e podem passar a apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, diarreia, entre
outros. Em casos mais graves, o sentimento de rejeição pode evoluir para algum tipo de transtorno ou
chegar ao suicídio.

Percentual de idosos na população segue em crescimento

Nas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa na participação da população com
idades até 25 anos e aumento no número de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas às
populações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos. De acordo com o IBGE, o grupo de crianças

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de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991,
enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%,
chegando atualmente em 3,7% e 3,6%. Enquanto isso cresce a participação relativa da população com
65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% nos dias
atuais. A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma
estrutura bastante jovem. As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas do país

Os Indicadores Sociais no Brasil

Analisando-se os dados coleados e divulgados pelo IBGE, é possível afirmar-se que houve uma
melhora nas condições sociais de grande parcela da população brasileira. Entre os principais
indicadores dessa melhora, destacam-se o índice de distribuição de renda, o nível de escolaridade e o
número de domicílios que dispõem de bens e serviços básicos.
- Distribuição de renda: os dados mostram que a concentração de renda, que já foi extremamente
perversa, sofreu uma ligeira diminuição nos últimos anos, melhorando assim o índice de distribuição,
pois os 10% mais ricos do país, que antes concentravam 49,8% de renda, agora concentram 48,2%,
enquanto os 10% mais pobres, que antes ficavam com 0,7% da renda, agora ficam com 1,1%.
- Nível de alfabetização: a situação educacional da maioria da população do país ainda é
extremamente grave e vergonhosa; no entanto, houve também aí uma ligeira melhora. O porcentual de
habitantes sem instrução ou com menos de 1 ano de instrução – os analfabetos – diminuiu de 17.1%,
em 1993, para 16,2%, em 1995, enquanto o porcentual de habitantes com 11 anos ou mais de instrução
passou de 14,4% para 15,4%, no mesmo período.
- Domicílios com bens e serviços básicos: os dados mostram que nesse item também se verificou
uma melhora, já que, em 1995, 91,7% dos domicílios eram servidos por iluminação elétrica (eram
90,3% em 1993); 76,2% eram abastecidos por água (75,4% antes); e 39,5% dispunham de rede
coletora de esgoto (39,1% em 1993). A pesquisa indicou que atualmente 81% dos domicílios têm
televisão, 74,8% têm geladeira, 26,6% têm máquina de lavar roupas e 15,4% têm freezer.

Estrutura Étnica da População Brasileira

Um dos traços mais característicos da estrutura étnica da população brasileira é a enorme variedade
de tipos, resultante de uma intensa mistura de raças. Esse processo vem ocorrendo desde o início da
nossa história, portanto há quase 5 séculos. Três grupos étnicos básicos deram origem à população
brasileira: o branco, o negro e o índio. O contato entre esses grupos começou a ocorrer nos primeiros
anos da colonização, quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproximaram -se dos
indígenas (nativos) e trouxeram os escravos negros (africanos). A miscigenação ocorreu de forma
relativamente rápida já nesse período, dando origem, então, aos inúmeros tipos de mestiços que
atualmente compõem a população brasileira.
Esses dados, entretanto, são muito discutíveis, porque não levam em conta as origens étnicas dos
indivíduos, mas apenas a cor de sua pele. Assim devem ser analisados com cautela, pois a
discriminação racial que atinge alguns grupos étnicos faz com que as respostas dos entrevistados
sejam, muitas vezes, diferentes da realidade. É comum que um entrevistado negro ou índio responda
ser mestiço, assim como indivíduos mestiços respondam ser branco. Um fato, no entanto, é
inquestionável: a população brasileira torna-se cada vez mais miscigenada, diminuindo as diferenças
mais visíveis entre os três grupos étnicos originais.

Preconceito religioso combatido na internet

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2)
determinou, em liminar, a retirada de 15 vídeos postados no Youtube com ofensas a religiões de matriz
africana. Após receber a notificação, a Google Brasil, responsável pelo site, terá até 72 horas para
retirar o conteúdo discriminatório da rede. Caso descumpra a ordem judicial, a empresa será multada
em R$ 50 mil por dia.
O MPF recorreu ao tribunal após uma polêmica decisão da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em
que um juiz desconsiderou a umbanda e o candomblé, alegando não terem ―os traços necessários de
uma religião‖. Após o episódio, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão pediu que fossem
reconhecidos a urgência e gravidade do combate a essas ofensas à lei. Na liminar, o desembargador
federal Reis Friede concordou com a procuradoria, e afirmou que a continuidade dos vídeos na internet
representaria a negação à dignidade de tratamento às religiões de origem africana.

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―A liberdade de expressão não pode constituir autorização irrestrita para ofender, injuriar, denegrir,
difamar e/ou caluniar outrem. Vale dizer, liberdade de expressão não pode se traduzir em desrespeito
às diferentes manifestações dessa mesma liberdade, sendo correto dizer que a liberdade de expressão
encontra limites no próprio exercício de outros direitos fundamentais‖, disse o desembargador no texto.
Para o conselheiro estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap),
babalaô Ivanir dos Santos, a determinação do TRF2 é uma grande vitória. ―É uma decisão muito
importante para a luta contra a intolerância religiosa. Os [15] vídeos são uma representação de um
número muito maior que existe circulando na internet, que demonizam e depreciam a religião. Uma
coisa é você falar sobre a sua religião, outra coisa é você usar um vídeo para demonizar as religiões de
matrizes africanas‖, disse.
O líder religioso lamentou o uso da internet para a propagação de preconceito. ―Uma coisa é ter
opinião, outra coisa é usar os meios de comunicação para disseminar ódio e preconceito. Isso é com
qualquer religião, não só as de matrizes africanas. Anglicanos, budistas, judeus, islâmicos, a própria
Igreja Católica também estão sofrendo com isso. Cristo não ensinou a ninguém odiar o próximo, ele
ensinou a amar. Nós não podemos generalizar, nem todos fazem esse tipo de coisa. Na verdade são
pessoas que usam da religião para disseminar ódio, não com objetivos religiosos‖, opinou.
Outro caso de intolerância religiosa ocorreu durante a madrugada desta sexta-feira (27), na casa de
candomblé Conceição d'Lissá, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Criminosos invadiram e
atearam fogo ao local. Segundo o babalaô Ivanir dos Santos, este não foi o primeiro ataque à casa. ―Há
três anos, homens passaram de carro e atiraram no portão. Estamos muito preocupados porque a
intolerância religiosa continua crescendo. Vamos aguardar as investigações da polícia‖.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro repudiou, em nota, a ação
criminosa e informou que enviará um ofício à Polícia Civil pedindo a identificação dos autores ―para que
posteriormente sejam remetidos à Justiça para responderem criminalmente‖. O órgão lembrou que
episódios como este distorcem a importância histórica e cultural das religiões de origem africana.
―Todas as pessoas e suas respectivas religiões merecem proteção e respeito‖, diz a nota.
27/06/2014
Agência Brasil
Cultura

Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando,


através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam
fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus
costumes e tradições.
O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os
colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis
pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes,
entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças,
religião são elementos que integram a cultura de um povo.
As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades culturais. No Nordeste, a cultura é
representada através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval,
ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária típica é representada pelo sarapatel,
buchada de bode, peixes e frutos do mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca,
broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A cultura
nordestina também está presente no artesanato de rendas.
O Centro-Oeste brasileiro tem sua cultura representada pelas cavalhadas e procissão do fogaréu, no
estado de Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária é de origem indígena e
recebe forte influência da culinária mineira e paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e
guariroba, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e
dourado.
As representações culturais no Norte do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e
festival de Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande herança
indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como otacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi,
picadinho de jacaré e mussarela de búfala são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri,
açaí, taperebá, graviola, buriti.
No Sudeste, várias festas populares de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa
do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação a Aparecida
(SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu boi, carnaval e peão de boiadeiro. A culinária

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é muito diversificada, os principais pratos são: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão,
moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão, entre outros.
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente,
alemães e italianos. Algumas cidades ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas,
como a festa da uva (cultura italiana) e a oktoberfest (cultura alemã), o fandango de influência
portuguesa e espanhola, pau de fita e congada. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão,
camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro) e vinho.
http://www.brasilescola.com/brasil/

Brasil perde grandes escritores

Em julho, o Brasil e em especial a região Nordeste, perdeu dois grandes escritores. Conheça um
pouco mais sobre estes nomes de expressão no cenário cultural brasileiro, ambos membros da
Academia Brasileira de Letras.
Ariano Suassuna - Sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989, na sucessão
de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
Faleceu no dia 23 de julho de 2014, no Recife, aos 87 anos.
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em 16 de
junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da
Paraíba e a família passa a morar no sertão, na Fazenda Acauhan.
Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família
mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos
e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de
―improvisação‖ seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no
Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito,
onde conheceu Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.
Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as
Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os
Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da
Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá
escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste
ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O
Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o
projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi ―o texto mais popular do
moderno teatro brasileiro‖.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de
Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela
Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o
Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de
Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou
em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60,
interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPe.
Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a
Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães,
diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPe (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em
1970, em Recife, o ―Movimento Armorial‖, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das
formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem
uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de
outubro de 1970, com o concerto ―Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial‖ e com
uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no
Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o
Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol
da Onça Caetana (1976), classificados por ele de ―romance armorial-popular brasileiro‖.

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Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde ocorre a cavalgada inspirada no
Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50
m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são
imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio
Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão:
Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
João Ubaldo Ribeiro - Sétimo ocupante da Cadeira nº 34, eleito em 7 de outubro de 1993, na
sucessão de Carlos Castello Branco e recebido em 8 de junho de 1994 pelo Acadêmico Eduardo
Portella. Faleceu no dia 18 de julho de 2014, no Rio de Janeiro, aos 73 anos.
João Ubaldo (Osório Pimentel) Ribeiro nasceu em Itaparica (BA), em 23 de janeiro de 1941. Dos
primeiros meses de idade até cerca de onze anos, viveu com sua família em Sergipe, onde o pai era
professor e político. Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio de Janeiro para, em seguida, fixar-se
em Itaparica, onde viveu aproximadamente sete anos.
Entre 1990 e 1991, morou em Berlim, a convite do Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD –
Deutscher Akademischer Austauschdienst). Na volta, passou a morar no Rio de Janeiro. É Casado com
Berenice de Carvalho Batella Ribeiro, tendo o casal dois filhos. Do casamento anterior com Mônica
Maria Roters, João Ubaldo teve duas filhas.
Bacharel em Direito (1959-62) pela Universidade Federal da Bahia, jamais chegou a advogar. Pós-
graduado em Administração Pública pela mesma Universidade e Mestre (Master of Science) em
Administração Pública e Ciência Política pela Universidade da Califórnia do Sul.
Entre outras atividades, foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da
Universidade Federal da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de
Salvador. Como jornalista, foi repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia;
colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia. É colunista do jornal Frankfurter Rundschau,
na Alemanha; colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os quais, além dos
citados, Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de
Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.
A formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um
dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de
Iowa. Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros de ficção e construir uma carreira
que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor.
Seus primeiros trabalhos literários foram publicados em diversas coletâneas (Reunião, Panorama do
Conto Baiano). Aos 21 anos de idade, escreveu seu primeiro livro, Setembro não Tem Sentido, que ele
desejava batizar como A Semana da Pátria, contra a opinião do editor. O segundo foi Sargento Getúlio,
de 1971. Em 1974, publicou Vencecavalo e o Outro Povo, que por sua vontade se chamaria A Guerra
dos Paranaguás.
Consagrado como um marco do moderno romance brasileiro, Sargento Getúlio filiou o seu autor,
segundo a crítica, a uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de
Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os costumes do Nordeste brasileiro e, em
particular, dos sergipanos. Esse regionalismo extremamente rico e fiel dificultou a versão do romance
para o inglês, obrigando o próprio autor a fazer esse trabalho. A seu respeito pronunciaram -se, nos
Estados Unidos e na França, as colunas literárias de todos os grandes jornais e revistas.
Em 1999, foi um dos escritores escolhidos em todo o mundo para dar depoimento, ao jornal francês
Libération, sobre o Terceiro Milênio. E Viva o Povo Brasileiro foi o tema do exame de Agrégation,
concurso para detentores de diploma de graduação na universidade francesa. Este romance e Sargento
Getúlio constaram da maior parte das listas dos cem melhores romances brasileiros do século.
Prêmios e distinções
– Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado do Rio de Janeiro, conferido, em 1971, pelo romance
Sargento Getúlio;
– Dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o
Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo romances Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro;
_ Prêmio Altamente Recomendável - Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil,1983, para Vida e
Paixão de Pandonar, o Cruel ;
– Prêmio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia, Alemanha);
– Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça);
– Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de Tubigem, Alemanha (1996).
_ Prêmio Lifetime Achievement Award, em 2006;

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_ Prêmio Camões, em 2008.
Fonte: Academia Brasileira de Letras

Manoel de Barros - O poeta Manoel de Barros morreu no dia 13 de novembro de 2014, em Campo
Grande. Considerado um dos maiores autores da língua portuguesa, ele estava internado por cerca de
20 dias, no Hospital Proncor, da capital sul-mato-grossense, devido a uma obstrução intestinal.
Segundo a assessoria do hospital, o poeta faleceu às 8h05, devido à falência múltipla de órgãos.
Conhecido pela linguagem coloquial – à qual chamava de idioleto manoelês archaico - e por buscar
inspiração nos temas mais simples e banais, Barros dizia ser possível resumir sua trajetória de vida em
poucas linhas. ―Nasci em Cuiabá, 1916, dezembro. Criei-me no Pantanal de Corumbá [MS]. Só dei
trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru.
Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até
hoje. Não acredito em nenhum. Procurei-me a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo. Sou
fazendeiro e criador de gado. Não fui pra sarjeta porque herdei. Gosto de ler e de ouvir música -
especialmente Brahms. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço poesia", escreveu o
autor.
Barros começou a esboçar seus primeiros poemas aos 13 anos de idade. Seu primeiro livro,
intitulado Poemas, foi publicado em 1937, quando o autor tinha 21 anos. Pouco afeito à política
partidária, chegou a integrar o Partido Comunista Brasileiro, mas por pouco tempo. Desde a década de
1950, conciliava a literatura com a gestão da fazenda que herdou dos pais.
Perfeccionista, conquistou os prêmios literários Jabuti (1989 e 2002); Associação Paulista de Críticos
de Arte (APCA) (2004); Nestlé (1997 e 2006); Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional (1996) e
Nacional de Literatura, concedido pelo Ministério da Cultura ao conjunto de sua obra, em 1998. Em
2000, foi agraciado com o Prêmio Academia Brasileira de Letras, pelo livro Exercício de Ser Criança.
Os governos de Mato Grosso – onde o poeta nasceu – e de Mato Grosso do Sul – onde Barros vivia
– decretaram luto oficial de três dias. Em nota, o governador sul-mato-grossense, André Puccinelli,
disse que a obra de Barros divulgou as belezas e as potencialidades do estado, ―enriquecendo assim, a
história da literatura e a cultura do local que ele escolheu para viver ao lado de sua esposa.‖
Também em nota, o Ministério da Cultura lamentou a morte do poeta e manifestou solidariedade aos
parentes, amigos e leitores de Barros. ―Simples, de poesia delicada e repleta de seu imaginário
pantaneiro, Manoel de Barros jamais será esquecido – ao contrário do que dizem estes seus versos:
"Quando o mundo abandonar o meu olho. Quando o meu olho furado de beleza for esquecido pelo
mundo. Que hei de fazer.‖
Barros costumava brincar com a importância da poesia: ―Sempre que desejo contar alguma coisa,
não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia‖. Trechos de seus poemas são
frequentemente citados pela perspicácia e bom humor. Desde que foi internado, dois versos, em
particular, foram bastante citados na mídia e em redes sociais: ―Não preciso do fim para chegar‖ e ―Do
lugar onde estou já fui embora‖, ambos da obra Livro Sobre Nada, de 1996.
Fonte: Agência Brasil

Cenário cultural no Brasil e no mundo

Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito


de cultura, podemos considerá-la, grosso modo, da seguinte forma: a cultura diz respeito a um conjunto
de hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais,
como forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade. Dessa
forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira? Certamente, ela
possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo, principalmente quando nos
debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre índios, europeus e africanos e
que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Além de celebrar seus escritores,
como Nelson Rodrigues, dramaturgo, jornalista e escritor, que deixou um legado que ressurge cada vez
mais forte através de suas obras sempre atuais, inexoráveis ao tempo, o cenário cultural brasileiro é
marcado pelo retomada da produção cinematográfica que tem levado alguns cineastas do Brasil a dirigir
filmes na Europa e nos Estado Unidos. José Padilha é o exemplo mais recente deste fenômeno. Depois
do sucesso com ―Tropa de Elite‖, ele dirigiu o remake de Robocop. No embalo da Copa do Mundo e das
Olimpíadas do Rio de Janeiro, que acontecem em 2016, ritmos musicais de diversas regiões do Brasil
têm feito muito sucesso no exterior. A culinária brasileira, conhecida pela forte influência europeia,
africana e indígena também ganha lugar de destaque.

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No cenário mundial, o fato mais marcante do ano passado relacionado à cultura e às artes foi o
falecimento do escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, aos 87 anos, em abril. Considerado um dos
mais importantes escritores do século 20 e um dos mais renomados autores latinos da história, Gabriel
García Márquez nasceu em 6 de março de 1927, em Aracataca, na Colômbia. Chegou a estudar direito
e ciências políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas não concluiu o curso, preferindo iniciar
carreira no jornalismo. Seu primeiro romance, ―A revoada (O enterro do diabo)‖, foi escrito no início da
década de 1950, mas publicado apenas em 1955, por iniciativa de amigos, enquanto ele estava na
Europa. Já tendo como cenário a cidade de Macondo, que apareceria em outras de suas obras, o livro
tinha como narradores três personagens, um velho coronel, sua filha e o neto, ainda criança. O sucesso
internacional, no entanto, veio principalmente após a publicação de seu romance mais famoso, ―Cem
anos de solidão‖, em 1967. Obra-prima de García Márquez, o livro vendeu, até hoje, mais de 50 milhões
de exemplares. É considerado, ao lado de ―Dom Quixote‖, de Miguel de Cervantes, um dos livros mais
importantes da literatura em língua espanhola. Foi traduzido para 35 idiomas. Exemplo máximo do
realismo fantástico – gênero característico do boom latino-americano da segunda metade do século XX
–, ―Cem anos de solidão‖ se passa na fictícia aldeia de Macondo e acompanha, ao longo de gerações, a
saga da família Buendía. Entre seus títulos mais conhecidos estão ainda ―A incrível e triste história de
Cândida Eréndira e sua avó desalmada‖, ―O outono do patriarca‖, ―Crônica de uma morte anunciada‖,
―Do amor e outros demônios‖, ―Memórias de minhas putas tristes‖ e ―O amor nos tempos do cólera‖.
Márquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto de sua obra. Foi o primeiro
colombiano e quarto latino-americano a receber o prêmio, e, na ocasião, agradeceu com um discurso
intitulado ―A solidão na América Latina‖. ―El Gabo‖, como era conhecido na América Latina, continuou
escrevendo até o final da década de 90, mas seu trabalho foi reduzido a partir de 1999, quando recebeu
o diagnóstico de um câncer linfático. Em 2002, ainda em tratamento, publicou sua autobiografia, ―Viver
para contar‖. A aposentadoria oficial do escritor foi anunciada em 2009 por agentes literários.

Com informações de http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/04

Internacional

Entenda a retomada do diálogo entre EUA e Cuba

O anúncio do ―descongelamento‖ das relações diplomáticas – termo técnico usado na diplomacia –


entre os Estados Unidos e Cuba, 53 anos depois do rompimento das relações entre os dois países, é o
primeiro passo para o fim do embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos
desde 1962. Na estimativa do governo cubano, mais de meio século de embargo provocaram a perda
de aproximadamente US$ 1,1 trilhão.
Para o economista colombiano Carlos Martínez, doutor em relações internacionais pela Universidade
de Paris e analista geopolítico, a pressão internacional foi fundamental para a retomada do diálogo. ―A
América Latina e o Vaticano foram importantes instrumentos de pressão sobre o governo de Barack
Obama. A ação em bloco dos países da Unasul [União das Nações Sul-Americanas] e a gestão do papa
Francisco foram importantes para que os dois países dessem esse passo de reaproximação‖, avalia
Martínez.
O especialista em relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna, entretanto,
avalia que a pressão dos países vizinhos ou mesmo do Vaticano não foi a principal razão. ―O que
aconteceu foi que Obama já tinha esta meta, simplesmente pelo fato de que o embargo é anacrônico e
inconcebível nos dias de hoje‖, defende.
Para ele, ainda que politicamente a pressão dos países vizinhos mostre coesão do bloco regional
neste tema, a política dos EUA não costuma se ―dobrar‖ aos apelos latino-americanos. ―A América
Latina não tem poder para pressionar os Estados Unidos. Neste caso, as gestões só referendam
intenções já declaradas‖, frisa o professor.
O economista colombiano defende que o cenário favorável foi construído com a participação dos
países vizinhos. ―Brasil, Argentina, Venezuela bancaram Cuba e mostraram que a ilha é viável. O porto
de Muriel, financiado pelo Brasil, e o dinheiro investido pelo governo venezuelano desde o início do
governo [Hugo] Chávez ajudaram os cubanos a se manter, apesar do embargo‖, destaca. ―Cuba
mostrou-se viável apesar dos problemas enfrentados. Mostrou ser um polo tecnológico, médico e de
biotecnologia, ainda que a ilha enfrente um inegável atraso econômico‖, pontua Martínez.
Apesar da retomada do diálogo, a suspensão do embargo econômico não será imediata porque a
sanção não pode ser removida por decisão presidencial. O Congresso norte-americano precisa aprovar
uma lei para anular o embargo, estabelecido por meio de normas federais. Algumas vigoram desde

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1962, ano em que a sanção começou a ser aplicada, outras foram sendo votadas ou modificadas
posteriormente. Entre elas estão a Lei Torricelli (lei para Democracia Cubana) de 1962, aprovada pelo
Congresso e que incrementou sanções anteriores, e a chamada Lei Helms-Burton, de 1996, que
também ficou conhecida como Lei de Liberdade e Solidariedade Democrática Cubana.
A Torricelli justificava o bloqueio com argumentos de segurança dos Estados Unidos e a Helms-
Burton regulamentou outras leis e decretos presidenciais adotados desde 1962 sobre o tema do
embargo. ―A Helms-Burton precisa ser revogada e isso depende do Congresso‖, lembra Martínez.
Ontem (17) o presidente Obama disse que irá levar o tema para discussão no Legislativo.
Pio Penna avalia que, internamente, a retirada do embargo é um tema delicado. ―Por mais de 50
anos, o embargo foi justificado como necessário, ainda que anacrônico e incoerente no mundo atual,
mas retirar isso depende da habilidade do governo de convencer o Congresso sobre a necessidade
dessa suspensão‖, destaca.
Até o final do mandato de Obama, em 2016, o Congresso norte-americano tem maioria republicana.
Muitos deles, logo após o anúncio do governo, criticaram a decisão da Casa Branca. ―É cedo para falar
se a reação contrária é só discurso político para o eleitorado republicano. Porque, em uma análise
pragmática, o partido também pode optar pela sensatez de retirar um embargo que não se justifica‖,
destaca o professor brasileiro.
Martínez lembra que, apesar do embargo ainda estar em vigor, algumas medidas já vem sendo
adotadas, como menos restrições para a concessão de vistos para cubanos, e a maior quantidade de
produtos estrangeiros, sobretudo da Europa, sendo comercializados na ilha. ―Obama se deu conta que
o isolamento não se justifica‖, diz o colombiano. Em seu pronunciamento ontem, Obama disse que
―isolar Cuba‖ não resolveu os problemas.
Para Pio Penna, os Estados Unidos é que estão isolados na postura do embargo. ―Não só na
economia. Não há motivo para que Cuba seja mantida na lista dos países ligados ao terrorismo‖,
completa.
Com relação ao futuro do governo Raúl Castro e à abertura econômica, Martínez acredita que os
Castro já vinham trabalhando em uma transição gradual. ―O próprio presidente Raúl Castro disse, no
ano passado, que este será seu último mandato‖, relembra.
Penna, por sua vez, enfatiza que o efeito da reaproximação poderá mudar ―substancialmente‖ o país
e influenciar na abertura política da ilha. ―Quem quiser ver a parte histórica de Cuba, a parte que não se
desenvolveu e o retrato do socialismo no país, dever ir rapidamente para a ilha. Em pouco tempo, o
ambiente deve mudar muito e o reflexo da chegada de bens de consumo pode influenciar diretamente
na vida da população, sobretudo na mais jovem‖, palpita.
Martínez acredita que Cuba deixará o seu legado histórico na resistência e no contraponto do
pensamento independente na América Latina. Mas avalia que ―ainda é cedo para dizer o que vai
acontecer‖, quando perguntado se isso poderia ser o fim da era Castro.
Mais contundente, Penna acredita que podem ser esperadas mudanças, ainda que Raúl Castro
passe o governo a um sucessor na intenção de manter a mesma linha de governo. ―Com mais abertura,
mudanças poderão ser exigidas, sobretudo pelos mais jovens.‖

Cronologia

Janeiro de 1959 – Revolução Cubana


Sob o comando de Fidel Castro, guerrilheiros derrubam Fulgencio Batista e estabelecem um governo
socialista na ilha.
Abril de 1961- Invasão da Baía dos Porcos
O Presidente John F. Kennedy ordenou a invasão de Cuba. A ação foi feita por um grupo de exilados
cubanos sob o comando da CIA, mas o plano fracassou e foi crucial para iniciar a ruptura diplomática
Fevereiro de 1962 – Início do embargo
Após a tentativa frustrada de invasão à ilha, os Estados Unidos anunciam um embargo econômico,
comercial e financeiro a Cuba.
Outubro de 1962 – Mísseis da União Soviética e dos EUA
Satélites norte-americanos detectaram uma base de mísseis nucleares da União Soviética instalada em
Cuba. Com a descoberta foi iniciada uma operação militar de cerco à ilha e à antiga União Soviética
(URSS) e terminou com a retirada dos mísseis nucleares de Cuba em troca da retirada de mísseis
norte-americanos na Turquia. O incidente foi considerado um dos mais intensos do período da guerra
fria entre ex-URSS e os EUA.
Agosto 1991 a dezembro de 1991 – O fim da URSS

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Com a dissolução da União Soviética, a economia cubana passa por um período extremamente difícil
com a perda de auxílio financeiro do bloco socialista europeu. A URSS era o principal financiador do
governo Castro.
Setembro de 1998 – Prisão dos Cinco Cubanos
A emblemática prisão dos cinco cubanos que os EUA acusam de espionagem - René González,
Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González – que ficaram conhecido
como ―Los Cinco‖. Eles admitiram que eram agentes do governo cubano ―não declarados‖ nos EUA,
mas que seus alvos eram ―grupos terroristas de exilados‖ que conspiravam contra o então presidente
Fidel Castro, e não o governo norte-americano. Hernández, Labañino e Guerrero foram libertados na
última quarta-feira (17). René González e Fernando González já haviam retornado a Havana.
Novembro de 1999 – Elián González
Elián González tinha 6 anos quando sua família tentou imigrar de Cuba para a Flórida. Foi a única
sobrevivente e sua imagem passou a ser usada politicamente. Depois de sete meses de batalhas na
Justiça americana, ele saiu da Flórida e regressou a Cuba.
Fevereiro de 2008 – Passagem da presidência
Com problemas de saúde, Fidel Castro passa a presidência para as mãos do irmão Raúl Castro.
2009 – Fim de restrições de viagens e transferências de dinheiro dos EUA para Cuba
Após tomar posse, Barack Obama anuncia o fim das restrições nas viagens para Cuba e autoriza a
transferência de dinheiro dos Estados Unidos para moradores da ilha.
2012 – Eliminação de restrições de viagens para cubanos
Raúl Castro diminui as restrições burocráticas impostas aos cubanos para viagens ao exterior.
Fevereiro de 2013 – Raúl Castro fala em transição política
Após ter seu nome ratificado pelo Legislativo para mais cinco anos de poder na ilha, Raúl Castro afirma
que o país vai passar por uma transição política e que pretende passar o poder adiante após o término
do período.
Dezembro de 2013
No funeral de Nelson Mandela, Barack Obama e Raúl Castro trocam um aperto de mão, lançando a
especulação sobre uma possível aproximação entre os dois países.
Dezembro de 2014
O presidente dos Estados Unidos e o presidente de Cuba anunciam a retomada das relações
diplomáticas interrompidas por mais de 50 anos. Os EUA voltarão a ter embaixada em Havana e
libertaram três espiões cubanos (Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Ramón Labañino). Em troca,
foi libertado um espião norte-americano e o empreiteiro Alan Gross.
18/12/2014
Agência Brasil

Para entender o Estado Islâmico

Na última terça-feira (19), imagens da decapitação de um repórter fotográfico norte-americano pelo


grupo Estado Islâmico (EI) chocaram o mundo. Elas evidenciaram a brutalidade da violenta campanha
empreendida na Síria e no Norte do Iraque, onde o grupo, no início do mês, invadiu áreas sob controle
dos curdos deixando mais de 1 milhão de refugiados. A nova organização, fundada em 2004, a partir do
braço iraquiano da conhecida Al Qaeda, tem a proposta de recriar o califado - a forma islâmica de
governo, extinta em 1924 -, que representa a unidade política do mundo islâmico e sobrepõe a ideia de
pertencimento nacional, extinguir as fronteiras e impor a sharia, a lei islâmica.
―Eles não reconhecem a legitimidade dos Estados que foram implementados no Oriente Médio, a
partir dos interesses ocidentais, e então, simbolicamente, por exemplo, queimam os passaportes, as
identidades nacionais. Eles querem criar uma identidade árabe, mas com base numa sustentação
sunita do Islã‖, explica o professor da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna, diretor-geral do
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (Ibri).
Segundo Penna, a desestabilização do governo xiita no Iraque, que não soube se articular com os
sunitas, outro ramo do islamismo, e com os curdos, etnia que vive no Norte do país, foi o cenário
propício para a expansão do Estado Islâmico. ―O governo xiita não soube fazer uma composição
adequada e sua legitimidade foi erodida. O Estado Islâmico foi explorando essas brechas,
principalmente na Região Norte do país‖, disse. Para o professor, os Estados Unidos não conseguiram
cumprir a promessa de levar democracia ao Iraque após a invasão de 2003, que resultou na queda de
Saddam Hussein, e o Estado iraquiano foi se ―esfacelando‖.

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―O nome inicial era Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que é a região da Síria. Eles ganharam
tanta confiança que mudaram o nome para Estado Islâmico, tirando a dimensão regional. A noção do
califado é voltar ao império árabe muçulmano‖, diz Penna.
Grandes potências, como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e a França, elevaram suas
preocupações nos últimos dias e anunciaram a ampliação do apoio, com efetivos militares e armas, à
resistência contra o EI – composta por curdos e xiitas, no Iraque.
Ontem (21), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que o Estado Islâmico é
uma ameaça "que ultrapassa tudo o que conhecemos" em se tratando de terrorismo. ―O Estado
Islâmico vai mais longe do que um grupo terrorista. Alia ideologia e sofisticação com conhecimento
militar, tático e estratégico. E é extremamente bem financiado", disse. "Devemos estar preparados para
tudo", destacou.
Desde 8 de agosto, o governo norte-americano realiza ataques aéreos a alvos do Estado Islâmico.
Apesar das ameaças do grupo de matar outro jornalista refém, caso os ataques não fossem
interrompidos, os Estados Unidos mantêm as ofensivas no Norte do Iraque, em apoio às forças curdas.
O diretor-geral do Ibri avalia que a tendência é que o grupo seja contido, mas não erradicado, e
controle alguns territórios da Síria e do Iraque por muito tempo. Além disso, os curdos, que há tempos
reivindicam um Estado próprio, podem sair fortalecidos ao conter o avanço do EI.
Saiba mais sobre o conflito:
Grupos religiosos islâmicos: xiitas x sunitas
Sunitas: maior corrente do islamismo, o nome deriva de Suna, livro biográfico com os ensinamentos
do profeta Maomé e considerado a segunda fonte da lei islâmica após o Alcorão. Representam quase
90% da população muçulmana. No Iraque, no entanto, não passam de 20%. Os sunitas, originalmente,
tinham uma interpretação mais flexível dos textos sagrados e ação política e religiosa mais conciliatória
e pragmática, permitindo diálogo maior com outras religiões. Para os sunitas, não é preciso descender
de Maomé para ser um bom califa. Grupos como o EI e a Al Qaeda, além de ditadores como Saddam
Hussein, pertencem ao grupo sunita.
Xiitas: Representam cerca de 10% dos muçulmanos, mas, no Iraque, são 60% da população,
concentrada principalmente no Sul. Seguem princípios mais rígidos e acreditam que apenas os líderes
descendentes da família de Maomé são aprovados por Alá e, portanto, têm capacidade de tomar as
decisões mais acertadas. Os confrontos com os sunitas começaram no ano 632, com a morte do
profeta, seguida pela disputa sobre quem o sucederia como califa. Perseguidos nos governos sunitas
do Iraque, chegaram ao poder após a deposição de Saddam Hussein.
Etnias: Árabes e Curdos
Árabes: São o maior grupo étnico do Oriente Médio, com cerca de 350 milhões de pessoas.
Originário da Península Arábica, formada por regiões desérticas, se espalhou a partir do século 7, com
uma grande corrente migratória impulsionada pela expansão do islamismo. O maior fator de unidade
entre os árabes não é a religião, mas sim o idioma. São maioria no Egito, na Jordânia, na Síria, no
Líbano, no Iraque, nos países da península Arábica e na Palestina.
Curdos: Grupo étnico nativo da região que abrange áreas do Irã, Iraque, da Síria, Turquia, Armênia e
Azerbaijão, chamada Curdistão, com 500 mil quilômetros quadrados. Falam o idioma curdo e são mais
de 26 milhões de pessoas, representando o maior grupo étnico sem Estado do mundo. No Iraque,
representam 15% da população e, embora lutem por um Estado independente próprio, são importantes
para a luta do país contra o EI na fronteira do Norte.
Yazidis: Minoria que faz parte da etnia curda, mas se diferem da maioria por sua religião, que mistura
várias tradições e era praticada pela maioria dos curdos até a expansão do islamismo, durante a Idade
Média. Os yazidis acreditam em reencarnação e não seguem nenhum livro sagrado. Creem que Deus
colocou a Terra sob a proteção de sete divindades (anjos), sendo o principal deles Malek Taus, o Anjo-
Pavão, conhecido, no Alcorão, como Satanás. Por isso, são chamados de ―adoradores do diabo‖ pelos
muçulmanos e foram perseguidos por séculos. Nos últimos dias, o EI expulsou milhares de yazidis de
seu reduto, a cidade de Sinjan, no Norte do Iraque. Parte deles está recebendo treinamento bélico no
Curdistão. Além do EI, sua população também luta contra a sede, a fome e o calor.
Estado Islâmico: Também conhecido como Isis, sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da
Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do
braço da Al Qaeda no Iraque. É formado por sunitas, o maior ramo do islamismo. Entre os países
muçulmanos, os sunitas são minoria apenas entre as populações do Iraque e do Irã, compostas
majoritariamente por xiitas. Em janeiro deste ano, o EI declarou que o território sob seu controle
passaria a ser um califado, a forma islâmica de governo, extinta em 1924, que representa a unidade
política do mundo islâmico e que sobrepõe a ideia de pertencimento nacional, pregando o fim de
fronteiras e a imposição da sharia. Abu Bakr Al Baghdadi, que liderou o braço da Al Qaeda no Iraque,

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foi nomeado califa, ou líder, sucessor do profeta Maomé. Em fevereiro, a rede Al Qaeda anunciou que
não apoiava o EI, apesar de defenderem o mesmo tipo de ideologia jihadista.
O sunitas radicais do EI consideram que os xiitas são infiéis e devem ser mortos. Aos cristãos, os
extremistas dão três opções: a conversão, o pagamento de uma taxa religiosa ou a pena de morte.
No Iraque, o EI tenta se aproveitar da situação conflituosa entre curdos, árabes sunitas, cristãos e
xiitas, que atualmente governam o país, para ampliar sua área de controle. Lá, tem a simpatia dos
iraquianos sunitas, que estiveram no poder durante as décadas de governo Saddam Hussein,
perseguindo a maioria xiita. Atualmente, os sunitas são perseguidos pelo governo xiita. Na Síria, o EI
também tem a simpatia de parte dos rebeldes que lutam contra o governo de Bashar Al Assad.
A maior parte dos militantes do EI vem de nações árabes, entre elas, a Arábia Saudita, o Marrocos e
a Tunísia. Estima-se que cerca de 3 mil cidadãos de países ocidentais também estejam entre os
combatentes. Alguns levantamentos indicam que as nacionalidades dos voluntários do EI chegam a
mais de 80.
Embora ainda não haja comprovação, as suspeitas indicam que boa parte dos recursos que
financiam o grupo vêm de doadores privados de países do Golfo Pérsico. Apesar do apoio de
combatentes de várias nacionalidades, o extremismo e a crueldade com que o EI atua é visto como
ameaça pelos próprios sunitas moderados, que detêm o poder político em outros países da região,
como Jordânia, Arábia Saudita e Turquia.
Sharia: Direito Islâmico. Em várias sociedades islâmicas não há separação entre religião e
legislação, dessa forma, as leis são baseadas nas escrituras sagradas e nas interpretações dos líderes
religiosos.
Jihadistas: Em árabe, jihad significa empenho, esforço. No islamismo, é entendida como luta consigo
mesmo em busca da fé perfeita e o esforço para levar a religião islâmica a outras pessoas. De acordo
com o Alcorão, livro sagrado do Islã, baseado na vida do profeta Maomé, quem participa da jihad
alcançará a felicidade no paraíso. É usada pelos extremistas para justificar ações terroristas contra
populações consideradas ―infiéis‖ por não seguirem os mesmos princípios religiosos. No Ocidente, a
jihad é comumente chamada de ―guerra santa‖ e, por esse motivo, os militantes do EI são chamados de
jihadistas. Na Idade Média, quem liderava a jihad era o califa, representado hoje por Abu Bakr Al
Bagdadi.
22/08/2014
Agência Brasil
Conflito entre Israel e Palestina

Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparado
foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado
na manhã desta sexta-feira. O Exército israelense classificou os ataques como "inaceitáveis,
intoleráveis e míopes". O grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia
rejeitado a extensão do cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.O atual conflito
na Faixa de Gaza já dura um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à
violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU,
cerca de 373 mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil pessoas
foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável. Mas
para compreender o conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números. A BBC responde a
dez perguntas básicas para entender por que esse antigo conflito entre israelenses e palestinos é tão
complexo e polarizado:
Como o conflito começou? - O movimento sionista, que procurava criar um Estado para os judeus,
ganhou força no início do século 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa. A
região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos,
judeus e católicos, pertencia ao Império Otomano naquele tempo e era ocupada, principalmente, por
muçulmanos e outras comunidades árabes. Mas uma forte imigração judaica, alimentada por
aspirações sionistas, começou a gerar resistência entre as comunidades locais.
Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um
mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina. Mas, antes e durante a guerra,
os britânicos fizeram várias promessas para os árabes e os judeus que não se cumpririam, entre outras
razões, porque eles já tinham dividido o Oriente Médio com a França. Isso provocou um clima de tensão
entre árabes e nacionalistas sionistas que acabou em confrontos entre grupos paramilitares judeus e
árabes.

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Após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento
de um Estado judeu. O plano original previa a partilha do território controlado pelos britânicos entre
judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar
questão regional. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiram o território. Foi a primeira
guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de
libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas
para um Estado árabe foi reduzido pela metade.
Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750
mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
Mas 1948 não seria o último ano de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito
em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a
confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre
Israel, França e Grã-Bretanha.
Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias.
Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a
Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da
Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiram.
Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur colocou Egito e
Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967.
Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel, que desocupou a
Península do Sinai. A Jordânia chegaria a um acordo de paz em 1994.

Por que Israel foi fundado no Oriente Médio? - A religião judaica diz que a área em que Israel foi
fundado é a terra prometida por Deus ao primeiro patriarca, Abraão, e seus descendentes.
A região foi invadida pelos antigos assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Roma foi o
império que nomeou a região como Palestina e, sete décadas depois de Cristo, expulsou os judeus de
suas terras depois de lutar contra os movimentos nacionalistas que buscavam independência.
Com o surgimento do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois
conquistada pelas cruzadas europeias. Em 1516, estabeleceu-se o domínio turco, que durou até a
Primeira Guerra Mundial, quando o mandato britânico foi imposto.
A Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina disse em seu relatório à Assembleia Geral
em 3 de setembro de 1947 que as razões para estabelecer um Estado judeu no Oriente Médio eram
baseados em "argumentos com base em fontes bíblicas e históricas", na Declaração de Balfour de 1917
- em que o governo britânico se pôs favorável a um "lar nacional" para os judeus na Palestina - e no
mandato britânico na Palestina.
Reconheceu-se a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a constituição de
um Estado judeu na região.
Após o Holocausto nazista contra milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial,
cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado judeu.
Sem conseguir resolver a polarização entre o nacionalismo árabe e o sionismo, o governo britânico
levou a questão à ONU.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral aprovou um plano de partilha da Palestina, que
recomendou a criação de um Estado árabe independente e um Estado judeu e um regime especial para
Jerusalém.
O plano foi aceito pelos israelenses mas não pelos árabes, que o viam como uma perda de seu
território. Por isso, nunca foi implementado.
Um dia antes do fim do mandato britânico da Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica
para Israel, representante dos judeus durante o mandato, declarou a independência do Estado de
Israel.
No dia seguinte, Israel solicitou a adesão à ONU, condição que alcançou um ano depois. Hoje, 83%
dos membros da ONU reconhecem Israel (160 de 192).

Por que há dois territórios palestinos? - Relatório da Comissão Especial das Nações Unidas para
a Palestina à Assembleia Geral, em 1947, recomendou que o Estado árabe incluiria a área oeste da
região da Galileia, a região montanhosa de Samaria e Judeia com a exclusão da cidade de Jerusalém e
a planície costeira de Isdud até a fronteira com o Egito.
Mas a divisão do território foi definida pela linha de armistício de 1949, estabelecida após a primeira
guerra árabe-israelense.

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Os dois territórios palestinos são a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. A
distância entre eles é de cerca de 45 km de distância. A área é de 5.970 km2 e 365 km2,
respectivamente.
Originalmente ocupada por Israel, que ainda mantém o controle de sua fronteira, Gaza foi ocupada
pelo Exército israelense na guerra de 1967 e foi desocupada apenas em 2005. O país, no entanto,
mantém um bloqueio por ar, mar e terra que restringe a circulação de mercadorias, serviços e pessoas.
Gaza é atualmente controlada pelo Hamas, o principal grupo islâmico palestino que nunca
reconheceu os acordos assinados entre Israel e outras facções palestinas.
A Cisjordânia é governada pela Autoridade Nacional Palestina, governo palestino reconhecido
internacionalmente, cujo principal grupo, o Fatah, é laico.
Israelenses e palestinos nunca se aproximaram da paz? - Após a criação do Estado de Israel e o
deslocamento de milhares de pessoas que perderam suas casas, o movimento nacionalista palestino
começou a se reagrupar na Cisjordânia e em Gaza, controlados pela Jordânia e Egito, respectivamente,
e nos campos de refugiados criados em outros países árabes.
Pouco antes da guerra de 1967, organizações palestinas como o Fatah, liderado por Yasser Arafat,
formaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e lançaram operações contra Israel,
primeiro a partir da Jordânia e, depois, do Líbano. Os ataques também incluíram alvos israelenses em
solo europeu.
Em 1987, teve-se início o primeiro levante palestino contra a ocupação israelense. A violência se
arrastou por anos e deixou centenas de mortos. Um dos efeitos da intifada foi a assinatura, entre a OLP
e Israel em 1993, dos acordos de paz de Oslo, nos quais a organização palestina renunciou à "violência
e ao terrorismo" e reconheceu o "direito" de Israel "de existir em paz e segurança", um reconhecimento
que o Hamas nunca aceitou.
Após os acordos assinados em Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que representa os
palestinos nos fóruns internacionais. O presidente é eleito por voto direto. Ele, por sua vez, escolhe um
primeiro-ministro e os membros de seu gabinete. Suas autoridades civis e de segurança controlam
áreas urbanas (zona A, segundo Oslo). Somente representantes civis - e não militares - governam
áreas rurais (área B).
Jerusalém Oriental, considerada a capital histórica de palestinos, não está incluída neste acordo e é
uma das questões mais polêmicas entre as partes.
Mas, em 2000, a violência voltou a se intensificar na região, e teve início a segunda intifada
palestina. Desde então, israelenses e palestinos vivem num estado de tensão e conflito permanentes.

Quais os principais pontos do conflito? - A demora na criação de um Estado palestino


independente, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a barreira construída por
Israel - condenada pelo Tribunal Internacional de Haia - complicam o andamento de um processo paz.
Mas estes não são os únicos obstáculos, como ficou claro no fracasso das últimas negociações de
paz sérias, em Camp David, nos Estados Unidos, em 2000, quando o então presidente Bill Clinton não
conseguiu chegar a um acordo entre Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.
As diferenças que parecem irreconciliáveis são:
Jerusalém: Israel reivindica soberania sobre a cidade inteira (sagrada para judeus, muçulmanos e
cristãos) e afirma que a cidade é sua capital ―eterna e indivisível‖, após ocupar Jerusalém Oriental em
1967. A reivindicação não é reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental
como sua capital.
Fronteiras: os palestinos exigem que seu futuro Estado seja delimitado pelas fronteiras anteriores a 4
de junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias, o que incluiria Jerusalém Oriental, o que
Israel rejeita.
Assentamentos: ilegais sob a lei internacional, construídos pelo governo israelense nos territórios
ocupados após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental há mais de meio milhão de
colonos judeus.
Refugiados palestinos: os palestinos dizem que os refugiados (10,6 milhões, de acordo com a OLP,
dos quais cerca de metade são registrados na ONU) têm o direito de voltar ao que é hoje Israel. Mas,
para Israel, permitir o retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.

A Palestina é um país? - A ONU reconheceu a Palestina como um "Estado observador não


membro" no final de 2012, deixando de ser apenas uma "entidade‖ observadora.
A mudança permitiu aos palestinos participar de debates da Assembleia Geral e melhorar as
chances de filiação a agências da ONU e outros organismos.

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Mas o voto não criou um Estado palestino. Um ano antes, os palestinos tentaram, mas não
conseguiram, apoio suficiente no Conselho de Segurança.
Quase 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (134 de 192) reconhecem a Palestina como
um Estado.

Por que os EUA são o principal parceiro de Israel? - A existência de um importante e poderoso
lobby pró-Israel nos Estados Unidos e o fato da opinião pública ser frequentemente favorável a Israel
faz ser praticamente impossível a um presidente americano retirar apoio a Israel.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC no ano passado em 22 países, os EUA foram
o único país ocidental com opinião favorável a Israel, e o único país na pesquisa com uma maioria de
avaliações positivas (51%).
Além disso, ambos os países são aliados militares: Israel é um dos maiores receptores de ajuda
americana, grande parte destinada a subsídios para a compra de armas.
Palestinos não têm apoio aberto de nenhuma potência.
Na região, o Egito deixou de apoiar o Hamas, após a deposição pelo Exército do presidente islamita
Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana - historicamente associada ao Hamas. Hoje em dia o Catar
é o principal país que apoia o Hamas.

Por que estão se enfrentando agora? - Após o colapso das negociações de paz patrocinadas
pelos Estados Unidos e o anúncio, no início de junho, de um governo de união nacional entre as
facções palestinas Fatah e Hamas, considerado inaceitável por Israel, iniciou-se uma nova onda de
violência.
No dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados na Cisjordânia e, dias depois,
encontrados mortos. Israel culpou o Hamas e prendeu centenas de membros do grupo.
Israel reconheceu posteriormente que não poderia garantir se os responsáveis teriam sido o Hamas
ou um grupo independente.
Após as prisões, o Hamas disparou foguetes contra território israelense. Israel lançou ataques
aéreos em Gaza.
Em 2 de julho, um dia após o funeral dos jovens israelenses, um palestino de 16 anos foi
sequestrado em Jerusalém Oriental e assassinado. Três israelenses foram acusados de queimá-lo vivo
e, em Gaza, houve um aumento do disparo de foguetes contra Israel.
No dia 8 de julho, o Exército de Israel lançou uma operação contra militantes do Hamas na Faixa de
Gaza.
Como israelenses e palestinos justificam a violência? - A decisão de iniciar uma incursão terrestre em
Gaza tem, segundo Israel, um objetivo: desarmar os militantes palestinos e destruir os túneis
construídos pelo Hamas e outros grupos a fim de se infiltrar em Israel para realizar ataques.
Israel quer o fim do lançamento de foguetes do Hamas contra território israelense. A maioria dos
foguetes não tem nenhum impacto, já que o país conta com um sistema antimísseis avançado, o Domo
de Ferro.
Israel diz ter o direito de defender-se e acusa o Hamas de usar escudos humanos e realizar ataques
a partir de áreas civis em Gaza. O grupo palestino nega.
O Hamas diz que lança foguetes contra Israel em legítima defesa, em retaliação à morte de
partidários do grupo por Israel e dentro de seu direito de resistir à ocupação e ao bloqueio.

O que falta para que haja uma oportunidade de paz? - Israelenses teriam de aceitar a criação de
um Estado soberano para os palestinos, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e o término das restrições à
circulação de pessoas e mercadorias nas três áreas que formariam o Estado palestino: Cisjordânia,
Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Além disso, eles teriam que chegar a acordos razoáveis sobre fronteiras, assentamentos e o retorno de
refugiados.
No entanto, desde 1948, ano da criação do Estado de Israel, muitas coisas mudaram, especialmente
a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.
Para Israel, estes são fatos consumados, mas os palestinos insistem que as fronteiras a serem
negociadas devem ser aquelas existentes antes da guerra de 1967.
Além disso, enquanto no campo militar as coisas estão cada vez mais incontroláveis na Faixa de
Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos
israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas.

53
Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para
palestinos e israelenses.
Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza,
reivindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado
em 1967.
Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.
08/08/2014
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias

Ebola continua fazendo vítimas na África

A epidemia de ebola que atinge a África Ocidental já matou mais de mil pessoas, de um total de
1.849 casos de infecção, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizado na
noite de ontem (11). Os primeiros casos foram identificados em março, em áreas próximas a florestas
do Sul da Guiné, com a morte de 59 pessoas. Especialistas não conseguiram identificar o vírus na
origem do surto, cujos sintomas começaram há surgir seis semanas antes do resultados de exames,
feitos na França.
Acompanhe a cronologia sobre a doença:
Março - No dia 27, é registrado o contágio pelo vírus na cidade de Conacri, capital guineense. Quatro
dias depois, a Libéria confirma os dois primeiros casos da doença no país.
Abril - No começo do mês, equipes médicas internacionais começam a chegar à Guiné. No dia 8 de
abril, a OMS assume que esse surto de febre hemorrágica é o ―maior desafio‖ para os trabalhadores da
área de saúde desde que a doença mortal surgiu no Zaire, atual República Democrática do Congo, há
cerca de 40 anos.
Maio - No final do mês, Serra Leoa confirma a primeira morte no país. Um mês depois, a OMS diz
que a escalada do ebola em Serra Leoa, na Libéria e na Guiné se dá pela ―pouca seriedade‖ com que
foi encarado o combate ao vírus na comunidade internacional.
Junho - No dia 23, a organização Médicos sem Fronteiras afirma que o surto está ―fora de controle‖,
com mais de 60 pontos de grande concentração de casos divididos nos três países africanos.
Julho - No início do mês, a OMS alerta que o surto pode continuar por ―vários meses‖. No dia 25, é
registrado o primeiro caso de ebola na Nigéria, país mais populoso de África. Um cidadão proveniente
da Libéria morre, em quarentena, na cidade de Lagos, capital nigeriana. A partir de então, o país coloca
todos os portos e aeroportos em alerta. Dois dias depois, uma a mulher morre em Freetown, Serra
Leoa. No dia 30 de julho, a organização Médicos Sem Fronteiras alerta para o risco de contágio em
outros países. A Libéria anuncia o fechamento de todas as escolas. No dia seguinte, Serra Leoa declara
―estado de emergência‖. No começo de agosto, autoridades de Serra Leoa, da Guiné e Libéria
anunciam o isolamento do ―epicentro do surto‖.
Agosto - No dia 4, autoridades nigerianas informam que um médico em Lagos, no sudoeste do país,
contraiu o vírus após tratar um paciente, fazendo dele o segundo caso na segunda maior cidade da
África Subsaariana. Com o agravamento do surto, o presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma,
apela aos cidadãos para combaterem o vírus em conjunto. Restaurantes, bares e outros
estabelecimentos fecham as portas. No dia 5, o Banco Mundial disponibiliza cerca de US$ 200 milhões
para ajudar a conter o ebola enquanto a maioria dos líderes africanos se encontra, em Washington, nos
Estados Unidos. Os presidentes da Libéria e de Serra Leoa decidem não participar do encontro.
Uma missionária americana, infetada na Libéria, chega aos Estados Unidos, e é levada para o
mesmo hospital onde outro norte-americano, também infetado com o vírus, recebe tratamento. Em
ambos, foi administrado um medicamento experimental contra o vírus que ainda não tinha sido testado
em humanos.
No dia 8, a OMS decreta o surto uma "emergência de saúde pública mundial" e pede uma "respostas
internacional coordenada". Na ocasião, a Nigéria decreta estado de emergência de saúde, juntando-se
à Libéria e a Serra Leoa.
No dia 7, um padre e uma freira espanhóis, infectados com o vírus na Libéria, são transportados para
Madri de avião e ficam isolados no hospitaI. Dois dias depois, uma freira congolesa que trabalhava com
o padre espanhol morre com ebola na Libéria.
No dia 11, oito profissionais de saúde chineses são postos em quarentena em Serra Leoa. Um dia
depois, o comitê de peritos da OMS aprova o uso de tratamentos experimentais. O padre espanhol
Miguel Pajares, que chegou à Espanha vindo da Libéria no dia 7, morre, após tratamento com o
medicamento experimental. Hoje, foi anunciado que as reservas do medicamento experimental se
esgotaram após os estoques terem sido enviados para a África Ocidental.
12/08/2014- Agência Brasil

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Argentina busca solução para crise econômica

O juiz norte-americano Thomas Griesa, da Justiça Distrital de Nova York, convocou uma nova
audiência para tarde de hoje (8) por causa do litígio entre o governo da Argentina e os credores dos
chamados fundos abutres.
Em entrevista, o chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich, disse que a expectativa do governo é
"nula" em relação à nova audiência. "As expectativas são negativas porque o juiz Griesa tem
manifestado parcialidade e claramente responde aos interesses dos fundos abutres", disse o chefe de
gabinete em entrevista à imprensa.
O governo argentino apresentou à Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, uma queixa
contra os Estados Unidos. Para a Casa Rosada, as decisões adotadas por tribunais norte-americanos a
respeito da reestruturação da dívida argentina violam a soberania de Buenos Aires e criam
inconvenientes para o processo de reestruturação da dívida pública argentina.
Na denúncia, o governo argentino afirma que "a responsabilidade internacional dos Estados Unidos
pela violação das obrigações de respeitar a soberania de outras nações, e de não aplicar ou estimular
medidas de caráter econômico e político a fim de forçar outros estados a decidir o que quer que seja,
surge principalmente da ação de um de seus órgãos de Estado, o Poder Judiciário, por meio da adoção
de medidas que violam a decisão soberana da Argentina, de reestruturar sua dívida externa", segundo
nota.
No último dia 29, uma sentença do juiz Griesa impediu os argentinos de saldarem a dívida com
credores que aceitaram negociar o valor do crédito se, simultaneamente, o governo não saldasse o que
deve a fundos de investimento que não aceitaram a negociação proposta. Esses fundos cobram, na
Justiça, o valor integral dos títulos da dívida argentina comprados a preços baixos, após a moratória de
2001.
Com a decisão judicial, o governo argentino foi impedido de pagar o valor já pactuado com a quase
totalidade dos credores, ao mesmo tempo em que foi obrigado a depositar a quantia em juízo.
A equipe da presidenta Cristina Kirchner argumenta que não pode cumprir a ordem do juiz Griesa,
porque desencadearia uma série de pedidos de revisão por parte dos detentores da chamada ―dívida
reestruturada‖ (renegociada), já que uma cláusula do acordo permite que eles reclamem caso uma
oferta melhor seja apresentada a outros credores.
08/08/2014
Agência Brasil

Questões

Prof. Paulo Nakayama

1. Os serviços de segurança ucranianos anunciaram no dia 19 de fevereiro de 2014 o início de uma


operação "antiterrorismo" no país contra os grupos radicais, considerados responsáveis pela onda de
violência. Além disso, o presidente Viktor Yanukovich denunciou uma tentativa de insurreição na
Ucrânia, abalada por violentos confrontos nas últimas horas, o que levou a União Europeia e os EUA a:
(A) ameaçarem os responsáveis por possíveis abusos com sanções
(B) cumprir o mandato de recuo das forças armadas.
(C) enviar tropas de forças para as principais fronteiras do país.
(D) sancionar projeto de evacuação do território.
(E) se unirem para invasão armada pelas fronteiras.

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2. Comissão especial da Câmara aprovou Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o
parlamentar que for condenado por improbidade administrativa ou crimes contra a administração
pública, como corrupção e peculato. A PEC prevê:
(A) diminuição do salário em 40%
(B) perda automática de mandato
(C) aumento na carga horária de trabalho.
(D) retirada dos benefícios.
(E) exclusão das gratificações.

3. Uma estudante de 22 anos morreu após ser atingida por um tiro na cabeça durante uma
manifestação, em Valência, na Venezuela. Ela é a quinta vítima da onda de protestos no país. A
Venezuela viveu um clima de tensão após vários dias de protestos contra:
(A) A desvalorização da moeda.
(B) O aumento da inflação em todo país.
(C) A má distribuição de renda.
(D) O alto índice de mortalidade infantil.
(E) O governo do presidente Nicolás Maduro

4. Uma freira de 84 anos que invadiu uma instalação nuclear considerada uma das mais bem
vigiadas dos Estados Unidos, foi condenada a quase três anos de prisão. Antes de ser encontrada, ela:
(A) hasteava bandeiras contra programas nucleares
(B) rezava pedindo proteção a Deus.
(C) tentava roubar equipamentos e matéria-prima no local.
(D) danificava equipamentos importantes para a produção de bombas nucleares.
(E) desligava os equipamentos da instalação nuclear.

5. A jovem paquistanesa Malala fez um apelo a todo mundo para ajudar as crianças refugiadas da
síria:
(A) a estudar.
(B) a trabalhar.
(C) a se alimentar melhor.
(D) a serem adotadas por outros países.
(E) a receber tratamento médico.

6. Sobre o Grupo dos 20 ou G-20, assinale a alternativa correta.


(A) é um grupo coeso em suas políticas econômicas internas, em que cada membro contribui
financeiramente para um fundo monetário internacional para salvaguardar os interesses das empresas
multinacionais. os países membros praticam uma ajuda humanitária aos países pobres vitimados por
guerras civis, violências étnicas e catástrofes naturais, através de recursos do fundo monetário e de
instituições financeiras privadas.
(B) é uma aliança militar das nações capitalistas ocidentais mais desenvolvidas, formada para
combater os países que constituem o ―eixo do mal‖ e que disseminam o terrorismo internacional, que
ameaçam a hegemonia das empresas capitalistas, a estabilidade política internacional e a soberania
sobre as reservas energéticas mundiais.
(C) é um fórum de discussões políticas e econômicas dos países que controlam a macroeconomia
global, formado para combater a crise financeira mundial ocorrida no final de 2008. O G-20 forma um
bloco político-econômico constituído por países com as mesmas características socioeconômicas,
objetivando ampliar o ciclo de reprodução do capital em escala regional.
(D) é um grupo de países, criado no final da década de 1990, com o objetivo de superar as
sucessivas crises financeiras geradas pela economia global, visa a favorecer a concertação
internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico
crescente dos países membros. o grupo reúne as 19 maiores economias do mundo mais a união
europeia, que juntas compreendem 85% do produto nacional bruto mundial, 80% do comércio mundial e
dois terços da população mundial.
(E) é uma organização pertencente à organização das nações unidas (ONU) com o objetivo de
discutir e desenvolver políticas de promoção do crescimento sustentado da economia global, entre os
acordos estabelecidos pela organização estão: a eliminação de restrições no movimento de capital
internacional; a desregulação das economias nacionais; a criação de um clima de negócios favorável ao
investimento estrangeiro direto e a promoção da estabilidade financeira internacional.

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7. Uma forte expressão da economia global do mundo atual é a organização dos países em grupos.
Analise as afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O G8 é formado pelo tradicional grupo dos sete países mais ricos do planeta, mais a Rússia.
( ) O Grupo dos 20 (G-20) reúne os países mais industrializados e as principais potências
emergentes do mundo e busca defender e inserir os países emergentes no cenário econômico mundial.
( ) Brics é a designação de quatro países emergentes – Brasil, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul –
que têm sua projeção econômica baseada no crescimento da produção agrícola.
( ) A União das Nações Sul-Americanas (formada por todos os países da América Latina, com o
objetivo principal de organizar um sistema de defesa militar para proteger os países-membros).

A resposta correta corresponde à opção


(A) V, V, F, V
(B) V, F, V, F
(C) F, V, V, F
(D) V, V, F, F

8. Sobre a nova lei seca é correto afirmar que:


(A) não é obrigatório fazer o teste do bafômetro.
(B) se for comprovado que o motorista está embriagado, o motorista pode ser multado e ter seu
veiculo apreendido.
(C) o valor da multa diminuiu.
(D) não mudou nada da antiga lei seca, para a nova.

9. Sobre o terrorismo é incorreto afirmar que:


(A) Ganhou maior foco após os atentados de 11 de setembro
(B) Os países alvo dos terroristas não são o ocidente.
(C) Os Estados Unidos determinaram a Al Kaeda como principal responsável pelos atos.
(D) Seus principais representantes são os islâmicos radicais.

10. Sobre a guerra travada no Iraque e suas repercussões nos dias de hoje, é correto afirmar que:
(A) tem fator histórico e revanchismo, e o motivo levantado foi o fato de seu ex líder Sadan Hussein
fabricar armas biológicas.
(B) Após a execução de Sadan, o país não está mais sobre os olhares das tropas norte americanas.
(C) a ONU foi a favor da guerra, pois o Iraque representava um risco a paz mundial.
(D) o atual presidente Barack Obama, prometeu tirar as tropas do Iraque, e o fez assim que assumiu
o poder.

11. O principal foco nos dias atuais da segurança internacional está voltado para:
(A) prevenção de novos ataques como os de 11 de setembro.
(B) atuar com uma política pacifista e sem guerras.
(C) como não houve mais atentados após o 11 de setembro, os países da Europa e os Estados
Unidos não se preocupam mais com novos atentados.
(D) após a morte de Bin Laden e Hussein, os Estados Unidos retiraram suas tropas dos países e
deixaram esses, formarem seus novos governos.

12. Assiste-se no mundo inteiro a um processo de integração econômica sob a égide do


neoliberalismo, caracterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos
mercados, pelas privatizações das empresas estatais, e pelo abandono do estado de bem-estar social.
Tomando por base este tema e assuntos correlatos, julgue (C) Certo ou (E) Errado:
01- ( ) As possibilidades de crescimento da economia mundial para as próximas décadas são vistas
como residindo principalmente em alguns poucos países ―do Sul‖, os chamados países do BRICS e do
G4.
02- ( ) O G20 é um grupo constituído por vinte países das economias mais desenvolvidas do mundo,
sendo criado em 1999, na esteira de várias crises econômicas da década de 1990, e é uma espécie de
fórum de cooperação e consulta sobre assuntos financeiros internacionais.
03- ( ) O G4 é uma aliança entre Japão, Índia, Brasil e Alemanha, com a proposta de apoiar as uns
aos outros para ingressar em lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

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04- ( ) O G5 + 1 consiste nos cinco países mais ricos e com o melhor PIB do planeta: EUA, França,
China, Rússia e Alemanha.
05- ( ) O Conselho de Segurança da ONU, com 15 integrantes, tem autoridade para impor sanções e
enviar forças de pacificação a diversos pontos do planeta, sendo que existem cinco membros
permanentes e com direito a veto no Conselho de Segurança (Estados Unidos, Reino Unido, França,
Rússia e China) e 10 membros temporários sem direito a veto.
06- ( ) A partir do crescimento de transações comercias em nível mundial e do intenso processo de
globalização de capitais, mercadorias e da própria produção, surge a necessidade da criação de
organismos econômicos internacionais e órgãos financeiros, tais como: a OTAN, Fed, BIRD, BID,
OCDE e OMC.

13. G-20 adota linha dura para combater crise: Grupo anuncia maior controle para o sistema
financeiro. Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais ricos e os
principais emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso da necessidade de
combate aos paraísos fiscais e da criação de novas regras de fiscalização para o sistema financeiro.
Além disso, os líderes concordaram, dentre várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia
para debelar a crise.
Adaptado de http://zerohora.clicrbs.com.br

A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento histórico no qual
se esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem política internacional, cuja configuração
mais clara ainda está em andamento. Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica possui a
seguinte característica marcante:
(A) diminuição dos fluxos internacionais de capital
(B) aumento do número de polos de poder mundial
(C) redução das desigualdades sociais entre o norte e o sul
(D) crescimento da probabilidade de conflitos entre países centrais e periféricos

14. Uma forte expressão da economia global do mundo atual é a organização dos países em grupos.
Analise as afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O G8 é formado pelo tradicional grupo dos sete países mais ricos do planeta, mais a Rússia.
( ) O Grupo dos 20 (G-20) reúne os países mais industrializados e as principais potências
emergentes do mundo e busca defender e inserir os países emergentes no cenário econômico mundial.
( ) Brics é a designação de quatro países emergentes – Brasil, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul –
que têm sua projeção econômica baseada no crescimento da produção agrícola.
( ) A União das Nações Sul-Americanas (formada por todos os países da América Latina, com o
objetivo principal de organizar um sistema de defesa militar para proteger os países-membros).
A resposta correta corresponde à opção
(A) V, V, F, V
(B) V, F, V, F
(C) F, V, V, F
(D) V, V, F, F
Respostas

1-A; 2-B; 3-E; 4-A; 5-A; 6-C; 7-D; 8-B; 9-B; 10-A; 11-A; 12- E, E, C, E, C, E; 13-B; 14-D.

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