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Centro de Humanidades II
Departamento de História
1
Ver sobre isso em DANTAS, Carolina Vianna. O Brasil café com leite: debates intelectuais sobre a
mestiçagem e preconceito de cor na primeira república. Rio de Janeiro, 1903-1914, Programa de Pós-
Graduação em História da UFF, Niterói, 2007.
uma análise das contradições, percebemos as suas inquietações com a questão da moradia
e as distinções sociais, pois fica evidente no título da última obra, aquela que seria o
quarto volume da História da Sociedade Patriarcal do Brasil, a reflexão de não haver uma
condição de igualdade perante os indivíduos nem após a morte.
2
Ver sobre isso em BARROS, José D’Assunção. Sobre a feitura da micro-história. OPSIS. Goiânia, v. 7, n.
9, p. 167-185, jul-dez. 2007.
condição financeira que algumas províncias dessas regiões passaram, já que a exportação
de açúcar brasileiro vinha sofrendo um declínio, ao passo que os donos de escravos das
regiões citadas tiveram que vender uma parte dos seus cativos para as regiões do Sul. Fora
a aquisição por via comercial, o autor fala sobre escravos que iam para as fazendas
paulistas como fugidos e lá eram aceitos. Mas além da migração de escravos, as regiões
do Norte e Nordeste também sofreram com a saída de uma elite intelectual: bacharéis em
direito, medicina, engenharia e militares, que deixaram as fazendas de seus pais, para se
tornarem genros dos senhores do café.
3
Ver sobre em CUNHA, Euclides da. À margem da História. São Paulo, Cultrix; Brasília, INL, 1975. 228 p.
Por fim, tratarei aqui os aspecto cultural que o Gilberto Freyre analisa no final do
segundo capítulo da obra analisada. Abordando uma discussão sobre a preferência do
brasileiro em hospedar-se nas pensões, em vez de hotéis, que inclusive era escassos nessa
parte do trópico, o autor vai provocar uma discussão sobre os costumes aqui vividos pelos
brasileiros durante esse período que o livro recorta. Desde o olhar preconceituoso do
estrangeiro em abismar-se da ausências de hotéis, que vai desencadear vários
posicionamentos a respeito do assunto, onde uns chegam a apelar para a modernização e
outros à tradição, até o consumo do sorvete e refresco nas regiões mais tropicais do país.
Sobre essa problematização em cima do alimentos refrescantes, lembrarmos dos seu
estudo em torno do alimento e suas relações com o meio social, como é o caso do livro
“Açúcar”, já citado no presente trabalho. Pensar também no poder investigativo e o
arcabouço de conhecimentos que este intelectual possuía.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
- CUNHA, Euclides da. À margem da História. São Paulo, Cultrix; Brasília, INL, 1975.
228 p.
- DANTAS, Carolina Vianna. O Brasil café com leite: debates intelectuais sobre a mestiçagem
e preconceito de cor na primeira república. Rio de Janeiro, 1903-1914, Programa de Pós-
Graduação em História da UFF, Niterói, 2007.
- FREYRE, Gilberto. Como e porque sou e não sou sociólogo. Brasília: Universidade de
Brasília, 1968.