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GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA E TURISMO


CENTRO DE ARTES CÊNICAS DO MARANHÃO
JAQUELINE DA SILVA PEREIRA

CANTO I

SÃO LUÍS – MA
2019
TRABALHO DA DISCIPLINA CANTO I

TRABALHO SOBRE DILU MELO

APRESENTADO À DISCIPLINA

CANTO I, DO CENTRO DE ARTES

CÊNICAS DO MARANHÃO, COMO REQUISITO PARA

OBTENÇÃO DE PARTE DA SEGUNDA NOTA E

CONCLUSÃO DO SEMESTRE LETIVO

SÃO LUÍS – MA
2019
Maria de Lourdes Argolo (Dilú Mello), cantora, compositora e
instrumentista. Nasceu em Viana (MA), no dia 25 de setembro de 1911. Aos
cinco anos de idade iniciou seus estudos em música e em violino, ainda na
cidade natal, com o maestro Miguel Dias. Aos nove anos, iniciou seu
aprendizado de violão com sua mãe D. Nenê e de piano com Elizéne
D'Ambrósio. Aos 10 anos, compôs sua primeira obra, uma valsinha. Lecionou dicção,
impostação, danças folclóricas e história da música.

Em 1922 mudou-se com a família para o Rio Grande do Sul e já no


ano seguinte, aos doze anos, fez um concerto no famoso Teatro Colón de
Buenos Aires, acompanhada pelo pianista também precoce, Angelito Martinez.
Como prêmio do governo argentino, os dois receberam patrocínio para uma série
de apresentações por diversas cidades daquele país. Três anos depois, em
1925, com 13 anos, concluiu o curso de violino no Conservatório de Porto Alegre,
conquistando uma medalha de ouro pela impressionante técnica adquirida com
tão pouca idade.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1936, aos 25 anos, onde se


formou em canto lírico. No Teatro Municipal, participou das montagens das
óperas La Bohème, Um Ballo in Maschera e Vida de Jesus, mas, cativada pelas
canções dos tropeiros gaúchos, decidiu abandonar sua formação clássica para
dedicar-se inteiramente à música regional gaúcha e de países vizinhos.

Abraçando a música popular, com o nome artístico de Dilú Mello, não


demorou a chamar a atenção do Maestro Martinez Grau que a levou para a
Rádio Cruzeiro do Sul, surgindo daí o convite para cantar em São Paulo e gravar
o primeiro disco com duas músicas de sua autoria: “Engenho D’água” e “Coco
Babaçu. ” Influenciada por Antenógenes Silva, comprou um acordeom e passou
a apresentar-se na então famosa Rádio Nacional do Rio de Janeiro,
conquistando fama em todo o país. Por ser a primeira mulher a apresentar-se,
em público, tocando tal instrumento, recebeu da imprensa da época o título de
“Rainha do Acordeom”.

Sempre acompanhada do acordeom, Dilú percorreu o Brasil de ponta


a ponta. Países como o Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Peru também se
renderam aos seus talentos.
Em 1944, gravou seu segundo disco, acompanhada de Antenógenes
Silva ao acordeom, com o calango "Cesário" e o xote "Planta milho". Ainda
naquele ano, gravou novo disco onde apareceram o coco "Sapo cururu", de sua
autoria e o xote "Fiz a cama na varanda", em parceria com Ovídeo Chaves. "Fiz
a cama na varanda" acabaria se tornando um clássico da Música Popular
Brasileira, tendo sido regravada diversas vezes, entre outros, por Inezita
Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano e a orquestra de
Radamés Gnattali, além de ter recebido uma versão na França.

Foi contratada pela Rádio Nacional e atuou no Cassino Atlântico. Ao


longo dos anos 1940, realizou outras gravações tais como "Menino dos olhos
tristes", xote, em parceria com Ovídeo Chaves, a valsa "Lá na serra", de Capiba
e a valsa "Tempinho bom", de sua autoria. Em 1947, os Trigêmeos Vocalistas
gravaram "Meu cavalo trotador", de sua autoria. Em 1949, a cantora Marlene
gravou o jongo "Conceição da praia". Na década de 1950, apresentou-se pelo
continente europeu, recebendo veemente elogios da imprensa italiana e
portuguesa.

Multi-instrumentista, além do acordeom e do violino, Dilú tocava


piano, gaita, harpa paraguaia, violão e viola caipira. Autora de 104 canções, teve
suas músicas gravadas por grandes intérpretes, como Ademilde Fonseca,
Carmem Costa, Carlos Galhardo, Cantores de Ébano, Dóris Monteiro, Marlene,
Nara Leão, Clara Nunes, Marinês e sua gente, Zé Ramalho e tantos outros.

Autora de 104 músicas, entre as quais o "Hino do Maranhão", suas


composições mais famosas destacam-se: Fiz a cama na varanda, Saudades do
Maranhão, Meu Cariri, Qual o valor da sanfona, Redinha de algodão, Conceição
da praia, Meu barraco, Telegrama, Maravia, Candelabro, As coisas erradas do
mundo, Meia-canha, entre outras.

Apaixonada pelas crianças, Dilú dedicou parte de seus talentos


artísticos à infância brasileira, gravando discos com fábulas e historinhas ou
escrevendo peças de teatro voltadas exclusivamente para o público infantil.
Entre tais peças, encenadas por diversas temporadas nos teatros cariocas,
figuram: O baile das tartaruguinhas; O bigorrilho, a princesinha de ouro; Cada
criança é uma canção; Uma festa no céu; Festival de palhaços; O sapo dourado
(opereta infantil) etc.

Dilú Mello faleceu no Rio de Janeiro, aos 88 anos de idade, no dia 26


de abril de 2000. Seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério do
Catumbi.

OBRA:

 Adeus à sanfona (c/ Celso Guimarães Filho)


 As coisas erradas do mundo (c/ Mardoréo Nacre)

 Coco babaçu
 Coisas do Rio Grande
 Conceição da praia (c/ Oldemar Magalhães)
 Engenho d'água (c/ Santos Meira)
 Fiz a cama na varanda (c/ Ovídeo Chaves)
 Harpa guarani (c/ Latini)
 Maravia (c/ Jairo José)
 Meia canha (c/ Ovídeo Chaves)
 Menino dos olhos tristes (c/ Ovídeo Chaves)
 Meu barraco
 Meu cavalo trotador (c/ Ademar Pimenta)
 Qual o valor da sanfona
 Recordando os pagos (c/ Zélia Majessi)
 Rendinha de algodão
 Rolete de cana (c/ Osvaldo Santiago)
 Sapo cururu
 Saudades do Maranhão
 Tempinho bom
 Tudo é verdade (c/ Nestor de Holanda)
 Um amor em cada porto (c/ Celso Guimarães Filho)

DISCOGRAFIA:

 ([S/D]) Festa de luz/Fiz a cama na varanda • Discobrás;


 ([S/D]) Um amor em cada porto/Adeus à sanfona • SOM;
 ([S/D]) Diluindo-se em melodias • SOM;
 (S/D) Quadros brasileiros • Odeon;.
 (1996) Marlene, meu bem • Revivendo;
 (1994) Músicas brasileiras vol 3 • Revivendo;
 (1962) Harpa guarani/Canção de ninar meu bem • Continental;
 (1958) Nos velhos tempos/Sou eu • Copacabana;
 (1956) Changa, changô/Navio gaiola (cena do Amazonas) • Odeon;
 (1955) Quadros brasileiros • Odeon;
 (1955) Sereno/Fiz a cama na varanda • Continental;
 (1954) Sans souci/Os 10 mandamentos do sanfoneiro • Continental;
 (1952) Maravia/Tudo é verdade • Continental;
 (1952) Rendinha de algodão/Meia canha • Continental;
 (1952) Carta a Papai Noel/Tempinho bom • Star;
 (1950) Recordando os pagos/As coisas erradas do mundo • Continental;
 (1949) Lá na serra/Qual o valor da sanfona • Continental;
 (1945) Cesário/Planta milho • Odeon;
 (1945) Menino dos olhos tristes/Coisas do Rio Grande • Continental;
 (1944) Fiz a cama na varanda/Sapo cururu • Continental;
 (1938) Engenho d'água/Coco babaçu • Columbia.

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