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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 02
ORÇAMENTO DO RESULTADO 31
DEPRECIAÇÃO 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
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INTRODUÇÃO
Entendem-se por despesa todos os gastos da pessoa ou organização que podem, inclusive,
ser classificados de acordo com os fins a que se destinam. Receita é sinônimo dos
provimentos recebidos, que também podem ser classificados basicamente em receitas
patrimoniais (relativas a rendas geradas por propriedades), rendas extraordinárias
(essencialmente oriundas de operações financeiras, como empréstimos a juros) e rendas
tributárias, exclusivas de governos.
executivo quanto sobre o poder legislativo, nas democracias: o executivo propõe e fiscaliza a
execução do orçamento, e o legislativo analisa e aprova-o. No Brasil, a partir da promulgação
da Constituição Federal de 1988, o Chefe do Poder Executivo possui a competência de iniciar
as leis que estabelecerão o Plano Plurianual (PPA), as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
e o orçamento (LOA). No Brasil, o órgão responsável pela elaboração e acompanhamento do
orçamento público federal é a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
A maioria dos estados também prevê mecanismos de fiscalização do orçamento público por
parte do poder judiciário. O Brasil adotou o processo misto, onde o Executivo elabora o
projeto de lei do orçamento, para posterior encaminhamento ao Legislativo, que o emenda
e aprova-o. A própria Constituição Federal estabelece que cada Poder deve acompanhar e
avaliar sua execução financeira, contábil, dentre outras, tendo o Legislativo a competência
de exercer o Controle Externo das coisas públicas.
A parte do Direito que estuda as leis sobre orçamentos públicos é o Direito Fiscal ou
Orçamentário, ramificação do Direito Financeiro.
Apesar de ser planejado com mais ou menos cuidado, um orçamento pode ser cumprido à
risca, ou com sobras ou com falta de recursos planejados.
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Em algumas cidades do Brasil, foi implementada uma política inovadora na criação dos
orçamentos públicos com a participação dos cidadãos na escolha das prioridades de
investimentos: o Orçamento Participativo. Trata-se de uma consulta popular a respeito do
destino dos recursos a serem investidos durante o ano pelas prefeituras. No entanto,
geralmente a influência popular é bastante pequena nas decisões.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
A maioria das empresas de grande porte e multinacionais têm entre suas responsabilidades
desenvolver orçamentos para seus períodos de operação. Um orçamento empresarial deve
detalhar quais serão as receitas e despesas da companhia dentro de períodos futuros. A
elaboração de um orçamento deve sempre ser feita com base nas previsões, nunca
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PERÍODOS ORÇAMENTÁRIOS
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CONTEÚDO ORÇADO
Os orçamentos anuais podem ser divididos em: Despesas, Receitas, Investimentos e Caixa,
este último também conhecido pelo nome de Fluxo de Caixa Projetado. Essa formatação
permite que haja uma integração com as contas contábeis, facilitando o acompanhamento
da "execução orçamentária". Já o Orçamento Plurianual, é mais comum de se dividir em
Programas, Projetos e Atividades, como se utiliza na Contabilidade pública Brasileira.
CENÁRIOS ORÇAMENTÁRIOS
FASES ORÇAMENTÁRIAS
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1 – Dados:
2 - Análise do Orçamento:
Análise dos Planos Estratégicos, Tático e Operacional e das informações coletadas, visando
alcançar as metas da empresa.
3 - Composição do Orçamento:
Premissas;
Relatório preliminar.
5 – Implantação:
ORÇAMENTO INFORMATIZADO
Com o avanço do cloud computing, ou computação na nuvem, tem surgido novas opções de
softwares para planejamento e orçamento, como é o caso do Treasy. Softwares como estes,
de fácil utilização e baixo custo tem permitido que pequenas e médias empresas também
passem a realizar seu planejamento e orçamento, confrontando os resultados realizados
com o que foi planejado e podendo realizar ajustes de curso a tempo de corrigir desvios para
atingir os objetivos planejados.
Uma corrente de financistas mais recente criou a teoria da "Empresa sem Orçamento",
"Budgetless", essas empresas seguem a premissa de não efetuarem um orçamento prévio
para suas despesas e receitas em um determinado período, sendo assim, estarão
susceptíveis a surpresas em seus controles orçamentários.
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A elaboração do orçamento é de acordo com o exercício contábil, que pode ser qualquer
período de doze meses escolhido pela empresa. Porém esse período deve ser mantido, pois,
mudá-lo dificultaria a comparação dos resultados entre um ano e outro.
A preparação dos detalhes para o próximo exercício deve começar de dois a três meses
antes do seu início, pois é um processo complexo e deve haver um entrosamento entre os
departamentos, porque ajustes feitos no orçamento de um departamento alteram os
demais. Elaborar um orçamento, mais que uma tarefa matemática, é uma tarefa gerencial.
Os gerentes dos departamentos devem encontrar maneiras de como trabalhar melhor em
conjunto visando atingir bons resultados para a empresa, seus funcionários e clientes. Isso
requer muita habilidade e criatividade nos negócios, entendimento das metas e política da
empresa, além do conhecimento do trabalho realizado.
Na dinâmica da atividade diária, muitas coisas acontecerão que podem não ter sido previstas
no momento da preparação orçamentária. [...] e, mesmo que um objetivo seja atingido – o
lucro, por exemplo – é quase inevitável que não seja atingido exatamente da mesma forma
que foi planejada e incorporada nos orçamentos. Alguns departamentos respeitarão seus
orçamentos, outros os excederão e ainda outros poderão sair totalmente deles. (PARSLOE;
WRIGHT, 2001, p. 35).
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Esses gerentes são experientes e possuem uma percepção real da situação, apontando
resultados que precisam de atenção urgente. Algumas variações acontecem de maneira
regular e não causam alarmes se oscilarem dentro de um parâmetro determinado, mas
outras merecem atenção mesmo que ocorra uma mínima variação. Cada departamento
deve especificar quais variações são aceitáveis e quais mostram sinais de emergência.
Mesmo que a meta seja alcançada, o processo orçamentário não estará finalizado.
A empresa precisa sempre aperfeiçoar e mudar sua forma de trabalho, pois nenhum sistema
orçamentário será seguro se for mantido ano após ano sem mudanças e aprimoramentos. A
alta administração deve desempenhar o incentivo de novas ideias, os gerentes devem
enxergar além de seus próprios departamentos, pois todos eles estão interligados e a
solução para um departamento pode estar em outro.
É qualificado de curto prazo períodos de um ano ou menos, e longo prazo quando cobrem
períodos maiores de um ano. Dependendo da natureza das operações da empresa, na qual
existe a necessidade da antecipação de vários anos em termos de estudo de mercado,
competição e investimentos, planos de dez anos são bastante comuns.
Existem grandes variações entre o orçamento e o desempenho real da empresa. Isso ocorre
porque o orçamento é feito com base num determinado volume de operação que muitas
vezes difere das operações reais. Para essas variações foram desenvolvidos procedimentos
que ajustam os valores orçados aos níveis reais de operação. O orçamento que contém,
além dos valores totais, informações unitárias para os itens variáveis, é qualificado como
flexível ou variável, onde os limites totais de despesas variam em função do nível de
operações adotado.
PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS
ORÇAMENTO DE VENDAS
O orçamento de vendas é uma das fases mais críticas e importantes por apresentar
dificuldades bem acentuadas que são relacionadas com fatores como falta de estatística
adequada, flutuações de mercado, sazonalidade, falta de informações detalhadas sobre
planos da competição, diversidade dos produtos e reação do consumidor.
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
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ORÇAMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS
Para tanto, é necessária uma política de compras, considerando os recursos financeiros para
investimentos no estoque, a capacidade de produção, bem como a finalidade de alcançar as
metas operacionais dos gestores. Sendo assim, esse orçamento possui várias finalidades,
podendo ser subdividido em consumo e custos de matérias-primas, compras e estoques.
O consumo e custos das matérias-primas estão baseados nas estruturas dos produtos em
conjunto com o planejamento de produção, que determina as quantidades de matérias- 8
primas, componentes e materiais auxiliares, bem como os custos de cada tipo de produto
acabado, para produção do período. “Sua montagem é efetuada com base no
processamento das informações oriundas do orçamento de produção, no conhecimento das
quantidades de matérias-primas a serem aplicadas na produção de cada unidade de produto
acabado, ou seja, do “fator de consumo”, e nos preços das matérias-primas. ” (MOREIRA,
2008, p. 69)
Esse orçamento possibilita a projeção dos valores a pagar aos fornecedores, transferindo os
saldos para o balanço patrimonial projetado. Para montagem desse orçamento são
necessárias diversas informações como o tratamento de todos os impostos incidentes sobre
compras, pagamentos a fornecedores, estoques finais previstos, entre outros.
Diante dessas informações, esses parâmetros precisam ser revistos antes da montagem do
orçamento para uma evolução coerente dos dados.
Os gastos gerais de fabricação abrangem todos os custos fabris, no qual não são atribuídos
diretamente no produto. Por tanto, precisa de um critério de rateio para que seja agregado
o CIF ao custo dos produtos.
O orçamento dos custos dos produtos vendidos compreende todos os gastos que a empresa
tem no processo de produção, tais como, materiais, mão de obra direta e os custos indiretos
de fabricação.
É uma ferramenta importante, que permite calcular os custos dos produtos vendidos e
avaliar os estoques, através da apuração dos custos unitários dos produtos acabados e dos
que estão em elaboração. O valor do estoque inicial mais os gastos relacionados com a
produção resultam no subtotal dos custos, que dividido pela quantidade de produtos
acabados e os que serão produzidos chegamos ao custo médio.
Para calcular o custo dos produtos vendidos multiplicamos o custo médio pela quantidade
de vendas planejadas. O estoque final é decorrente do subtotal dos custos subtraído o custo
dos produtos vendidos.
O orçamento de despesas com vendas tem por objetivo prever os gastos necessários para a
realização das vendas. “As despesas de vendas são compostas de Despesas com pessoal de
vendas, Comissões sobre vendas, Propaganda e publicidade, Provisão para devedores
duvidosos, Viagens e representações, Fretes e carretos etc.” (HOJI, 2010, p. 268).
O orçamento de despesas administrativas está relacionado aos gastos necessários para gerir
a empresa. “São constituídas de despesas como: Salários e encargos sociais do pessoal
administrativo, Honorários do conselho e diretoria, Impostos e taxas, Aluguéis de escritórios,
depreciação de móveis e utensílios, serviços profissionais de auditoria e consultoria. ” (HOJI,
2010, p. 268).
O orçamento de caixa tem como objetivos básicos determinar o saldo de caixa no final do
período orçado e estabelecer da maneira mais precisa valores e datas em que ocorrerão os
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Qualquer alteração referente ao saldo de caixa previsto exige revisão dos demais
orçamentos. Utiliza-se de informações contidas nos orçamentos anteriores e provenientes
das políticas vigentes na empresa. [...] a simples consideração dos efeitos que podem ter
sobre a reputação e os lucros da empresa, a falta da previsão adequada das suas
disponibilidades e necessidades de Caixa, enfatizam a importância deste orçamento e a
necessidade de que todos os esforços sejam mobilizados no sentido de obter o máximo
realismo em sua preparação. (PASSARELI; AMORIM, 2003, p. 111).
Planejar é uma das tarefas mais importantes do gestor. Através do planejamento é que se
realiza uma gestão eficaz. Administrar uma empresa sem planejar suas atividades é como
pilotar uma aeronave sem fazer o plano de voo: fica-se sujeito a um pouso forçado a
qualquer momento e lugar, podendo sofrer apenas um grande susto, como também ter
destruição total. Se não planejar suas atividades, o gestor corre o risco de ser surpreendido
por imprevistos e colocar a empresa em grandes dificuldades, ou até mesmo levá-la à
falência. O planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas
principalmente nas atividades da área financeira. Ross et al. (1995:522) afirmam que “o
planejamento financeiro determina as diretrizes de mudança numa empresa. É necessário
porque (1) faz com que sejam estabelecidas as metas da empresa para motivar a
organização e gerar marcos de referência para a avaliação de desempenho, (2) as decisões
de investimento e financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário
identificar sua interação, e (3) num mundo incerto a empresa deve esperar mudanças de
condições, bem como surpresa.”.
Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos que levam a alcançar os
objetivos da empresa, tanto a curto como a longo prazo, cria mecanismos de controle que
envolvem todas as suas atividades operacionais e não-operacionais. O planejamento e o
controle orçamentário, quando realizado juntamente com o controle financeiro, possibilitam
mudanças táticas rápidas para tratar de eventos estranhos ao processo administrativo, os
quais colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. Aumentos inesperados no índice
de inadimplência no recebimento de créditos ou dificuldades na obtenção de recursos de
terceiros são rapidamente identificados. Com um controle financeiro eficaz, a empresa
poderá sempre adotar uma postura proativa em relação a tais eventos.
1.Planejamento a curto prazo quando a ocorrência de fluxos está enquadrada no plano anual
de resultados.
Afirmam Gropelli e Nikbakht (1998:365) que “o sucesso e a solvência de uma empresa não
podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas. “A crise
de liquidez”, isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras sempre põe em
perigo uma companhia. ”
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A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e orientada por um
planejamento de suas disponibilidades. Para isso o gestor precisa de instrumentos confiáveis
que o auxiliem a otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades
futuras de financiamentos, para que possa tomar decisões certas e oportunas. A
sobrevivência e o crescimento da empresa são consequências de um planejamento que
envolve volume de vendas com margens de lucros que remunerem de forma satisfatória o
capital investido e um plano de recebimentos e pagamentos intercalados com boa margem
de segurança do primeiro para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência
da empresa no mercado. Neste contexto, o fluxo de caixa tem-se apresentado como uma
das ferramentas mais eficazes na gestão financeira das empresas, como afirma Zdanowicz
(1998:19): “O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro
planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa
para um determinado período. ”
Assim, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e interpretação das
variações dos saldos do Disponível da empresa. É o produto final da integração do Contas a
Receber com o Contas a Pagar, de tal forma que, quando se comparam as contas recebidas
com as contas pagas tem-se o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a
receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado. (Sá, 1998:03) (…)
Por outro lado, é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta suas
limitações. Uma delas é a incapacidade de fornecer informações precisas sobre o lucro e
sobre os custos dos produtos da empresa. Isto porque as apurações e demonstrações são
realizadas pelo regime de caixa e não pelo regime de competência. Todavia, pode-se afirmar
que o fluxo de caixa é um instrumento de controle e análise financeira que juntamente com
as demais demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de apoio à
tomada de decisões de caráter financeiro.
Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que existe entre os fluxo de
caixa realizado e o projetado. Isto possibilita identificar os motivos das variações ocorridas,
se ocorreram por falha de projeções ou por falhas de gestão. A análise das variações
ocorridas no fluxo de caixa permite identificar as causas de eventuais divergências de
valores; funciona como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o
planejamento financeiro futuro.
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É bom lembrar que as informações de que a empresa dispõe para elaborar o fluxo de caixa
projetado a curto prazo diferem daquelas que estão disponíveis quando se projeta a longo
prazo. Normalmente, quando se projeta a curto prazo, as principais operações que vão
provocar entradas e saídas de dinheiro já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo
grau de certeza dos recebimentos e/ou pagamentos dentro do período. No entanto, quando
se projeta a longo prazo, o que se conhece são apenas projeção das operações de ingressos
e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo
exposto a eventos estranhos ao conhecimento primário por parte da empresa, podendo
comprometer as previsões consideradas.
empresa oferece. Segundo Yoshitake e Hoji (1997:149), os analistas de balanços com visão
moderna dão mais importância ao fluxo de caixa: ” … não é muito importante saber se uma
empresa teve lucro ou prejuízo em determinado exercício, pois o resultado pode ter sido
maquilado por algum artifício contábil permitido pela lei e, portanto, sem conhecer o fluxo
de caixa, não se pode saber que capacidade a empresa tem em gerar receita. ”
Seguindo esse raciocínio, pode-se concluir que lucro não é sinônimo de caixa. De forma que
a empresa pode apresentar lucro em suas demonstrações contábeis, no entanto, estar com
dificuldade de geração de caixa. Ainda segundo os autores acima: “É sempre bom lembrar
que as empresas quebram não por falta de lucro e sim por falta de caixa. ” Cabe, porém,
ressaltar, que as empresas também não sobrevivem sem lucros, pois sem remunerar o
capital investido, a tendência é que as atividades operacionais consumam todo o capital de
giro disponível e as levem ao processo de falência.
Para conhecer a capacidade de geração de caixa de uma empresa, é necessário obter, além
das demonstrações contábeis clássicas, uma demonstração que evidencie os recebimentos e
pagamentos de um determinado período. Buscando atender a essas necessidades dos
usuários da informação contábil, países como Inglaterra, Japão, Estados Unidos e outros
estão exigindo a publicação da demonstração do fluxo de caixa, por entenderem que
somente as demonstrações contábeis clássicas não permitem uma análise segura da
situação financeira da empresa.
Nos Estados Unidos, o “Financial Accounting Standards Board” – FASB (Comitê de Normas de
Contabilidade Financeira), através do pronunciamento FASB 95 de novembro de 1987,
passou a exigir a apresentação da demonstração do fluxo de caixa, em substituição à DOAR,
por entender que essa demonstração facilita o entendimento por parte do usuário externo.
De acordo com os §§ 4º e 5º do FASB 95, a demonstração do fluxo de caixa tem a finalidade
de fornecer informações sobre os recebimentos e pagamentos da empresa em um
determinado período, que utilizadas em conjunto com as informações das outras
demonstrações contábeis, possibilitarão aos investidores, credores, acionistas e outros
interessados conhecerem aspectos importantes da forma de condução do negócio e
avaliarem a capacidade da empresa de geração de caixa futuro. Além desses aspectos, as
informações sobre o fluxo de caixa poderão identificar a necessidade de financiamento a
curto e a longo prazo.
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O fluxo de caixa realizado pode ser apresentado por meio de duas formas: o método direto e
o método indireto (…).
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MODELO DIRETO
Recebimentos de clientes:
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Despesas administrativas e comerciais
(-) Despesas financeiras
(-) Impostos
(-) Mão-de-obra direta
(=) Ingressos de recursos provenientes das operações
Recebimentos por vendas do imobilizado
(=) Total dos ingressos dos recursos financeiros
DESTINAÇÕES DE RECURSOS
Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência
da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos
recursos de caixa e onde eles foram aplicados.
MÉTODO INDIRETO
ORIGENS
Lucro líquido do exercício
Mais:
Depreciações
Aumento em imposto de renda a pagar
Aumento em fornecedores
Menos:
(-) Aumento em clientes
(=) Caixa gerado pelas operações
Venda do Imobilizado
(=) Total dos ingressos de Disponibilidade
APLICAÇÕES
Pagamento de Empréstimos bancários
Aquisição de Imobilizado
a) Entradas
b) Saídas
c) Diferença (a – b)
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d) Saldo Inicial
e) Saldo Final (c + d)
Segundo Pinho (1996:9), “a demonstração dos fluxos de caixa para um determinado período
deve apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de
investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, conciliando
seus saldos no início e no final do período”.
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO
A empresa poderá optar por determinar indiretamente os valores que compõem o fluxo de
caixa líquido de suas atividades operacionais pela conciliação do lucro líquido com o fluxo de
caixa líquido proveniente das atividades operacionais, utilizando desta maneira o método
indireto. No entanto, para conciliar o lucro líquido com o fluxo de caixa líquido se fazem
necessários alguns ajustes para eliminar do lucro líquido o efeito de todos os valores
diferidos decorrentes de operações de recebimentos e pagamentos, bem como os efeitos de
todos os itens classificados no fluxo de caixa como investimentos ou financiamentos, tais
como: depreciação, amortização de fundo de comércio, ganhos ou perdas com vendas do
ativo imobilizado e outras operações descontínuas.
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Se a empresa optar pelo método direto a conciliação deve ser feita em demonstrativo anexo
à demonstração do fluxo de caixa. Se a opção for pelo método indireto, a conciliação pode
ser incluída como parte da demonstração. Outras informações não contempladas pela
demonstração devem ser evidenciadas em notas explicativas. Informar em notas explicativas
o índice médio de inadimplência, por exemplo, é um método que provavelmente ajudará os
usuários externos a formarem melhor opinião sobre a capacidade de realização dos créditos
da empresa.
Recebimentos de clientes
Dividendos recebidos
Juros recebidos
Recebimentos por reembolso de seguros
Recebimentos de lucros de subsidiárias
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Pagamentos de salários e encargos
(-) Imposto de renda pago
(-) Juros pagos
Outros recebimentos ou pagamentos líquidos
Alienação de investimentos
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
Resultado Líquido
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa
(+) Depreciação e amortização
(+) Provisão para devedores duvidosos
(±) Resultado na venda do imobilizado
(±) Aumento ou diminuição do contas a receber
(±) Aumento ou diminuição de estoques
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas
(±) Aumento ou diminuição de passivos
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Resultado Líquido
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa
(+) Depreciação e amortização
(+) Provisão para devedores duvidosos
(±) Resultado na venda do imobilizado
(±) Aumento ou diminuição do contas a receber
(±) Aumento ou diminuição de estoques
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas
(±) Aumento ou diminuição de passivos
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes
(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais
É oportuno lembrar que os modelos das demonstrações ora apresentados são ferramentas
de apoio ao processo decisório construídas com base nas informações do fluxo de caixa
realizado, destinadas a atender aos usuários externos, informando-lhes a situação e a
capacidade que a empresa teve de geração de caixa num determinado período.
Foram apresentadas várias formas e métodos de se elaborar um fluxo de caixa. Não existe
um modelo melhor que o outro, tudo depende da necessidade de informação do usuário. É
importante ressaltar que apesar de sua validade o fluxo de caixa apresenta limitações em
oferecer informações que diz respeito ao lucro e aos custos dos produtos da empresa. Isto
porque sua elaboração é feita pelo regime de caixa e não pelo regime de competência.
Todavia, o fluxo de caixa é mais um instrumento que o gestor e o analista de mercado têm a
seu alcance, para que, juntando-o às demais demonstrações contábeis, possam tomar suas
decisões com maior segurança.
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ORÇAMENTO DO RESULTADO
A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
É uma das peças mais importantes do Orçamento, pois é nessa demonstração que se reflete
o resultado final das operações. As atividades de operações são conduzidas em função da
“última linha” da Demonstração de Resultado, que indica o lucro líquido (ou prejuízo) do
período. (HOJI, 2010, p.486). Verificamos nesta demonstração a composição de vários
orçamentos, como por exemplo, orçamento de vendas e orçamento de despesas de vendas
e administrativas, consolidando dados já coletados anteriormente.
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações),
instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
ambiente em sua volta, aliando o pensamento estratégico da empresa através das pessoas
(competências e atitudes).
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem, por finalidade, apresentar a
posição contábil, financeira e econômica de uma entidade (em geral, uma empresa) em
determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio
em determinada data). O balanço patrimonial apresenta os ativos (bens e
direitos), passivos(exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido, que é resultante da
diferença entre o total de ativos e o total de passivos. O balanço pode ser considerado como
uma igualdade contabilística dividida em dois membros, no primeiro membro é
representado pelo ativo, e no segundo membro pelo passivo e capital próprio da empresa.
Na contabilidade e no direito, a palavra "balanço" decorre do equilíbrio ou da igualdade
expresso nas seguintes fórmulas contábeis:
Aplicações = Origens.
DENOMINAÇÕES NO BRASIL
do balanço financeiro, próprio das entidades sem fins lucrativos. Em 2002, o Código
Comercial do Brasil foi revogado e substituído pelo Código Civil Brasileiro, notadamente pelo
Livro II "Do Direito de Empresa", que tem início em seu artigo 966.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
a) Ativo circulante;
empresas como subgrupo de ativo permanente, cujo objeto são os bens intangíveis
anteriormente classificados no ativo imobilizado.
a) Passivo circulante;
§3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar
serão classificados separadamente.
Ativo circulante, em contabilidade, é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos
em dinheiro em curto prazo.
Os ativos que podem ser considerados como circulantes incluem: dinheiro em caixa, conta
movimento em banco, aplicações financeiras, contas a receber, estoques, despesas
antecipadas, numerário em caixa, depósito bancário, mercadorias, matérias-primas e títulos.
De acordo com a Lei 6.404/76 (modificada pela Lei 11.941/2009), o Ativo no Balanço
Patrimonial se constituirá dos seguintes grupos: Ativo Circulante e Ativo Não-Circulante.
O ativo circulante é aquele que irá se realizar até o final do exercício social seguinte ao do
balanço que está sendo elaborado e é equivalente ao "capital em giro". O Capital de giro ou
Capital Circulante Líquido é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante,
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Estoques
Acréscimos e diferimentos
Investimentos
Imobilizado
Intangível
É qualquer conjunto de bens e direitos que irão realizar-se em mais do que um ano contábil,
ou seja, 360 dias contados do ultimo dia do exercício social da data de publicação
do balanço a que faz parte. Exemplos clássicos são os Impostos a Recuperar, os Contratos de
Mútuo valor (com os sócios). Outro exemplo que entra são: os empréstimos a sócios ou
diretores, pois são certos direitos a receber que, mesmo pressupondo recebimento a Curto
Prazo, devem ser classificados no Realizável a Longo Prazo. E isso acontece, pois, a empresa
não vai acionar seu diretor se este não pagar na data combinada.
Serão classificadas contas da mesma natureza das do ativo circulante, porém realizáveis
após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos
ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou
participantes no lucro, que não constituíram negócios usuais na exploração do objeto da
companhia.
O ativo imobilizado compreende, portanto, os ativos tangíveis que são mantidos por uma
empresa para serem usados na produção ou na comercialização de mercadorias ou serviços,
para locação ou para finalidades administrativas. No Brasil, a partir de 1º de janeiro de 2008,
por força da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007, os ativos
intangíveis(como marcas e patentes) não seriam mais incluídos no Ativo Imobilizado, e sim,
no Ativo Intangível.
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DEPRECIAÇÃO
A principal característica a ser controlada para um bem de Ativo Fixo é a sua depreciação.
Legalmente e dentro de certos limites para fins tributários, é permitido que a empresa
efetue lançamentos contábeis de despesas de depreciação para um determinado bem,
denotando em seu balanço patrimonial as perdas de valor daquele bem (abordagem
econômica). Existem Leis que classificam os tipos de Bem de Ativo Fixo, e qual o tempo de
depreciação para cada classe de bens, desta forma o tempo para depreciar totalmente um
automóvel é diferente do tempo para depreciar totalmente um edifício (a depreciação total
do bem de Ativo é chamada de "exaustão" (no Brasil, só dos recursos naturais). A
abordagem econômica pressupõe ainda que um bem pode ter sua vida útil aumentada (por
exemplo, se é trocado o motor do automóvel).
DEPRECIAÇÃO LINEAR
A depreciação também é controlada por taxas e fórmulas, para o Brasil a fórmula permitida
por lei é a "Depreciação Linear", que consiste em dividir o valor total do bem de Ativo em
partes iguais, contabilizando uma parte por mês até a total desvalorização do bem de Ativo.
Por isso chamamos de Depreciação Linear.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA
Para alguns tipos de bem de Ativo, especialmente as máquinas industriais, existe legislação
brasileira específica que permite dependendo da máquina e do tipo de negócios, depreciar o
bem de Ativo em taxas maiores caso se utilizem as máquinas em mais de um turno
operacional.
DEPRECIAÇÃO INCENTIVADA
Em alguns casos, regidos pela legislação brasileira, é permitido criar taxas adicionais que
aumentam a depreciação de determinados bens de Ativo, isso é definido para Zonas de
incentivo Fiscal, como por exemplo a Zona Franca de Manaus. Ele é muito importante para
as empresas de atualmente controlarem e administrarem melhor seus gastos.
Um bem de Ativo Fixo pode ser depreciável ou não, pois para bens de pequeno valor não
exige-se a depreciação.
O bem de Ativo também pode ser Tangível ou Intangível, por exemplo, um automóvel é um
bem tangível, um "copyright" de um programa de software é um bem intangível e por
ordem da controladoria geral de cada estado se faz necessário que os bens com produção
acelerada e acima de 5 anos sejam depreciados com 2% do valor tendo como base a
legislação em vigor.
Passivo circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano: contas a
pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-primas, impostos a recolher
(para o governo), empréstimos bancários com vencimento nos próximos 360 dias, provisões
(despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: imposto
de renda, férias, 13° salário etc.).
Empréstimos bancários;
Títulos a pagar;
Salários a pagar;
Impostos a pagar.
Debêntures a pagar;
Além dessas contas, fazem parte da nova classificação introduzida na Lei 6.404/76, as
antigas contas do grupo dos Resultados de exercícios futuros.
Passivo exigível a longo prazo são as dívidas de uma empresa que serão liquidadas após o
final do exercício financeiro seguinte. Na maioria das instituições, considera-se o "exercício",
um ano civil corrido. Em algumas instituições - como banco por exemplo - um "exercício" é
considerado a cada 06 meses. São exemplos os financiamentos, títulos a pagar, entre outros.
O passivo exigível trata-se das obrigações com terceiros, como duplicatas a pagar, notas
promissórias a pagar, fornecedores, impostos a recolher, contas a pagar, títulos a pagar,
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Alterações na lei 6.404/76 reclassificara essas contas para o novo grupo do Passivo não
circulante, extinguindo a nomenclatura anterior.
No Brasil, conforme disposto pela Lei 6404/76, o Patrimônio Líquido é dividido em:[1]
Capital social
Reservas de capital
Reservas de lucros
Ações em tesouraria
CAPITAL SOCIAL
Além das ações (se for sociedade anônima), o investimento no capital social pode assumir a
forma de cotas (se for uma limitada).
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RESERVAS DE CAPITAL
Essas reservas em geral constituem-se de saldos em dinheiro que não podem ser
distribuídos aos investidores na forma de lucros ou dividendos, devendo ser incorporados ao
Capital Social ou compensados com lucros acumulados, quando não houver mais saldo de
Reserva de Lucros disponível para esse fim. Não representam receitas ou ganhos e não
transitam pelo Resultado como Receitas. Algumas subvenções e benefícios
fiscais governamentais entregues às empresas para fins de aquisição de bens de capital eram
contabilizadas como reservas de capital, mas passaram a ser consideradas reservas de lucros
com a Lei 11.638/2007.
RESERVAS DE LUCROS
Conforme a Lei das Sociedades por Ações, podemos ter as seguintes Reservas de Lucros:
Reserva Legal - Estabelecida para dar proteção ao credor. Pode ser utilizada apenas para
compensar prejuízos e incrementar o capital social. É a única OBRIGATÓRIA. A reserva
legal visa dar proteção ao credor, sendo constituída pela alíquota de 5% do lucro líquido
do exercício até atingir 20% do capital realizado.
Reserva para Contingências - É constituída por uma parcela de lucros, com o intuito de
amenizar prováveis perdas que venham prejudicar o Resultados de exercícios futuros.
Reserva de Incentivos Fiscais - A empresa poderá constituir RIF quando recebe doações e
subvenções governamentais para investimentos.
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PREJUÍZOS ACUMULADOS
Lucros acumulados não são mais permitidos devido a lei 11.638 de 28/12/2007. Os lucros
acumulados poderão ser alocados na conta Reservas de Lucros, como também, distribuídos
como dividendos aos credores ou redistribuídos dentro da empresa conforme decisão em
assembleia de acionistas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1987
GROPPELLI, A. A. e NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. Tradução de André Olimpio
Mosselman Du Chenoy Castro. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
PINHO, Adelino Dias. Demonstração dos fluxos de caixa. São Paulo: Boletim do Ibracon, n.º
220 setembro de 1996.
ROSS, Stephen A. et al. Administração financeira. Tradução Antônio Zoratto Sanvicente. São
Paulo: Atlas, 1995.
SÁ, Carlos Alexandre de. Gerenciamento do fluxo de caixa. Apostila, São Paulo: Top Eventos,
1998.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm