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PSICOLOGIA SOCIAL E
ORGANIZACIONAL

Professor Cony - Humanizar sempre


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PRECE NO LIMIAR

Senhor, no silêncio deste dia


Que amanhece,
Venho pedir-te a paz, a sabedoria e a força.
Quero olhar hoje o mundo com
os olhos cheios de amor;
ser paciente, compreensível, manso e
prudente.
Quero ver os meus irmãos
além das aparências;
Quero vê-los como Tu mesmo os vês,
e assim não ver senão o bem em cada um.
Cerra meus ouvidos a toda calúnia. Guarda
a minha língua de toda a maldade. Que só
de bênçãos se encha o meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre, que
todos quantos se achegarem a mim
sintam a tua presença.
Reveste-me da tua graça, Senhor,
e que no decurso deste dia eu não
te ofenda, e te revele a todos.

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1. INTRODUÇÃO

Visamos desenvolver com a presente apostila a capacidade de sentir, de


compreender, de gerar insights, sobre a sociedade brasileira, dentro do desafio de construí-
las mais harmonizadas, equilibradas, igualitárias. É indispensável para o educador,
psicólogo, médico, aluno, o exercício da reflexão, que nos leve, a compreender1 – além de
entender - a sociedade como um todo, constituída pela “soma” dos indivíduos, dos lares,
pela formação das instituições, pela constituição do Estado.
Indispensável perceber a panorâmica dos problemas atuais que estamos
vivendo: desemprego, violência e criminalidade, poluição, falta de saúde, falta de educação,
desigualdade social, entre outros, onde o indivíduo é o epicentro.
A violência está crescendo a cada dia, principalmente nas grandes cidades
brasileiras. Os crimes estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, enquanto o
uso de drogas se torna avassalador.
O que fazer? Educar. Como?
A construção da identidade pessoal é um processo de construção do sujeito
enquanto pessoa, enquanto ser humano, que deverá nascer desde a vida intrauterina,
desde o berço, através dos pais. O indivíduo define-se a partir do amor, do afeto, da
aceitação, do respeito vivido pelos pais. Daí, ele se reconhecerá no desempenho de papéis
sociais. Neste sentido, sua referência de identidade, dos zero aos doze anos, será a família.
Para educar será necessário ser educado, pois o instrumento pedagógico maior
e melhor para fazê-lo será sempre o exemplo. Então, o modelo será o Pai e/ou a Mãe que
nortearão as expectativas da criança, do adolescente...
A identidade profissional, a identidade social, por exemplo, surgirá calcada na
identidade pessoal, afinal, não se pode separar o indivíduo do profissional. Esta identidade
estará bem mais associada ao processo de socialização secundária, assim como a pessoal
estará calcada na socialização primária. A internalização de papéis caracteriza-se como um
fenômeno de aprendizagem.
Ao nos propormos construir uma apostila dispensando atenção ao ser humano, à
sociedade, para a reflexão da disciplina PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL,
baseamo-nos no potencial de realização do ser humano, que deverá concretizar ações
voltadas para a organização de serviços e recursos educacionais, médicos, psicológicos, de
lazer, etc. integrativos, portanto, cidadãos.
A formação de cidadãos dependerá da formação, da educação que,
etimologicamente, significa Educare = amamentar, alimentar, nutrir (fornecer o alimento
para construção da autonomia, da ética, da liberdade, da cidadania). Ex-ducere = extrair de
dentro (para, compreendendo o outro, a partir da compreensão que tenhamos de nós
mesmo, realizar-se humanamente). Daí, aplicaremos o instruere = construir para dentro,
(humanizando sempre com mais qualidade o humano).
Precisamos para isto de uma conduta interdisciplinar. Uma atitude
interdisciplinar! Esta visão é àquela que exprime a ideia de “dentro”, “entre”, "em meio",
para que nos possamos instruir nas regras e preceitos de algumas artes ou disciplinas (pelo
menos duas).
Necessitaremos também da visão holística que se dá pela compreensão dos
fenômenos na sua totalidade e globalidade. O holismo é um conceito criado por Jan
Christiaan Smuts em 1926, que o descreveu como a "tendência da natureza de usar a
1
Compreender, em sentido próprio, supõe algo mais do que o frio entendimento de uma mensagem objetiva: envolve, de
algum modo, a captação de um alguém, um alguém vivo e concreto que expressou aquela mensagem. Nesses contextos,
"compreender" não se deixa substituir por "entender", "conhecer" etc.

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evolução criativa para formar um "todo" que é maior do que a soma das suas partes".
Conduta interdisciplinar, visão holística e educação, caracterizarão a existência
humana de forma singular na formação de hábitos saudáveis. Os hábitos são responsáveis
pelo caráter do ser humano, tomando-o digno ou vulgar, conforme a contextura emocional
de que se reveste, porquanto os valores que exornam a personalidade definem- lhe a forma
de ser.
Valores como a fé, a esperança, a alegria, a honestidade, a confiança, os
sentimentos que enriquecem a vida, aguardam ser reconhecidos, a fim de multiplicar-se.
O hábito, portanto, de pensar e de agir corretamente, torna-se indispensável
para uma existência digna.
Decorrente dele, a ação da gratidão assume postura compatível com as
conquistas logradas, ensejando novos horizontes a serem alcançados.
Possivelmente, por essa razão, quando Jesus ensinou aos Seus discípulos a
Oração dominical, colocou em primeiro lugar a exaltação ao Pai que está nos Céus,
santificando-lhe o nome...
A gratidão deve presidir todos os hábitos do ser humano, compondo um caráter
ilibado pelos atos praticados, especialmente ante as diretrizes do Evangelho.

2. O SURGIMENTO DE UM NOVO PARADIGMA

Quantos quadrados vocês poderão formar com o desenho abaixo?

PARADIGMA – de acordo com Thomas S. Kuhn2, filósofo


e historiador da ciência, paradigma significa “a
constelação de crenças, valores e técnicas partilhadas
pelos membros de uma comunidade científica.” É o
modelo, a maneira, a forma que permite a explicação de
certos aspectos da realidade. É um conjunto de regras e
padrões que nos mostra como resolver problemas dentro
de certos limites. É, de forma simplista, como percebemos
o mundo.
PARADIGMA MATERIALISTA - percebe a realidade de
uma forma material, mecânica. Interpreta a “realidade” de
uma forma newtoniana/cartesiana, isto é, de modo
reducionista. Este paradigma reduz e limita o ser humano a um conjunto atômico que,
através de um epifenômeno, produz inteligência. Tem o foco nas partes do conjunto e,
mesmo quando enxerga o todo não o relaciona com as partes.
PARADIGMA HOLÍSTICO – percebe a realidade de uma maneira mais ampla, mais total.
Tem o foco no todo relacionando com as partes, sabendo que o todo é maior que a soma
das partes. Nesta dimensão o ser humano é analisado com todas as suas potencialidades:
biológicas, psicológicas, sociais e espirituais (não necessariamente um termo religioso).

2
KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. 1ª ed. Editora Perspectiva.
São Paulo, 1982.

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O CASO DOS MACACOS QUE NUNCA QUESTIONAVAM


Damásio de Jesus (com adaptações)
Contam que um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma
escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as
bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo
tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e o enchiam de pancadas. Com
mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que
ele fez foi subir a escada, sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o
novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo da surra do novato.
Um terceiro foi trocado, um quarto, até que o último dos veteranos foi substituído. Os
cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado o jato
d’água, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se fosse possível perguntar
a algum deles por que eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”. Passou a ser lei entre eles a proibição de
subir a escada para apanhar as bananas, e a pena era severa. Mas nenhum deles conhecia e nem
questionava a razão da proibição.
– Aprendi muitos princípios na faculdade e nos livros e nunca os questionei. Escrevi
livros sobre eles, aceitando passivamente a proibição ou permissão sem indagar o fundamento, ou,
conhecendo-o, sem procurar saber se estava certo ou errado.
Durante muito tempo, como na experiência dos símios, fui um “macaco novo”, levando
surras sem saber a razão e contrariando a natureza das coisas pela comodidade de não
controverter. Mas comecei a questionar. Daí por que passei a adotar a subjetividade como
integrando o conhecimento científico, os sentimentos superiores, como o amor, a compaixão, a
humildade, a paciência, como fatores imprescindíveis na teoria/prática pedagógica no contexto
educacional, a escola como sendo o melhor lugar para ensinar a aprender...
Hoje, posso apanhar, mas quero saber porque estou apanhando.

SAÚDE E NEUROCIÊNCIAS

Precisamos saber dos avanços nesta área,


mesmo que superficialmente. Importante os avanços dentro
de novo paradigma.
As neurociências dedicam-se ao estudo do
sistema nervoso humano, ao estudo do cérebro e das bases
biológicas da consciência, da percepção, da memória e da
aprendizagem.
O sistema nervoso e o cérebro são as bases
físico-biológicas do nosso processo de aprendizagem, o
suporte material do funcionamento intelectual. Este suporte
é composto por três cérebros: o arqueocortex (cérebro
"réptil", que data há cerca de 250 milhões de anos),
controlando as funções básicas sensório-motoras,
assegurando as relações com o meio e a adaptação; o
paleocortex (cérebro "Iímbico", ou “cérebro mamífero” que
data 150 milhões de anos), que controla as emoções
elementares (medo, fome, etc.), instinto genésico (relativo à
procriação), a memória, o olfato e outros instintos básicos; o
"neocortex" ou cérebro primitivo (encarregado das funções
nobres do ser, quais a inteligência, o raciocínio, a
linguagem, etc., datando algumas dezenas de milhões de
anos).

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O cérebro não é um computador - A estrutura das conexões neuronais no


cérebro é livre, flexível, "como que uma teia", sobreposta e redundante. Para um sistema
como este é impossível funcionar como qualquer computador de processamento linear ou
paralelo. A melhor descrição do cérebro será vê-Io como um sistema autorregulável.
O cérebro altera-se com o uso através de toda a vida. A concentração mental e o
esforço alteram a estrutura física do cérebro. Se quiser conhecer melhor veja a
neuroplasticidade.
Os neurônios (células nervosas), conectados entre si através das "dendrites", são
cerca de 100 bilhões e podem ter entre 1 a 10.000 sinapses cada um. A complexidade das
conexões possíveis é incalculável e o próprio padrão das conexões sinápticas pode alterar-
se com o uso do cérebro, isto é, após uma conexão sináptica estabelece-se um padrão que
faz com que essa mesma conexão seja mais fácil numa próxima vez (resultando mesmo
numa alteração física da sinapse), como acontece, por exemplo, no campo da memória.

CEREBRO DIREITO / CEREBRO ESQUERDO


Uma teoria acerca da estrutura e funções do cérebro sugere que:
a) os diferentes hemisférios cerebrais controlam diferentes "modos" de pensar;
b) todos nós temos uma preferência por um ou outro desses modos.
A investigação tem demonstrado que os dois lados (hemisférios) do cérebro são
responsáveis por diferentes modos de pensamento admitindo-se que, em geral essa divisão
implica:
HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO
LÓGICO ALEATÓRIO
SEQUENCIAL HOLÍSTICO
RACIONAL INTUITIVO
ANALÍTICO SENTÉTICO
OBJETIVO SUBJETIVO
PERCEBE O DETALHE PERCEBE A FORMA

A maioria dos indivíduos tem uma preferência por um destes “modos” de usar o
pensamento, ou melhor, de usar o cérebro; poucos, no entanto, exercitam os dois “modos”
(ambidestros). Em geral a Escola tende a valorizar o modo de pensar do hemisfério
esquerdo (que enfatiza o pensamento lógico e a análise) em detrimento do modo
característico do hemisfério direito (que é mais adequado para as artes, os
sentimentos e a criatividade).

O GLOBAL E AS RELAÇÕES ENTRE


AS PARTES (CONTRIBUIÇÃO DA
FÍSICA QUÂNTICA).
O global é mais do que o
contexto, é o conjunto das diversas
partes ligadas a ele de modo inter-
retroativo ou organizacional. Cada
célula contém a totalidade do
patrimônio genético de um organismo
policelular; a sociedade, como um
todo, está presente em cada indivíduo,
assim como cada ponto de um
holograma contém a totalidade da
informação do que representa.

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O multidimensinal: o ser
humano é ao mesmo tempo biológico,
psíquico, social, afetivo, racional,
espiritual.
O complexo: tecido junto –
elementos diferentes são inseparáveis
constitutivos do todo (ordem explícita e
implícita – razão e emoção).
Antinomia – ciência
hiperespecializada – fechada em si
mesma – disjunção entre humanidades
e ciências – enfraquecimento da
percepção do global gerando
enfraquecimento da responsabilidade –
enfraquecimento da solidariedade.

Vejamos agora sobre a


nossa inteligência. A teoria
desenvolvida por Gardner3 que sugere
a existência de pelo menos 7 inteligências distintas, isto é, de 7 maneiras de perceber e
"conhecer" o mundo e de como as pessoas resolvem os problemas que lhes surgem,
correspondendo de alguma forma a 7 “modos” de aprendizagem.
Howard Gardner define "Inteligência" como um conjunto de competências que:
• São autônomas em relação às outras capacidades humanas;
• Tem um núcleo base de operações de "processamento de informação";
• Tem uma história diferenciada de desenvolvimento (estádios de
desenvolvimento por que todas as pessoas passam);
• Tem raízes prováveis na evolução filogenética; e
• Pode ser codificada num sistema de símbolos.
As sete inteligências identificadas por Gardner são:
1. VERBAL/LINGÜÍSTICA - A habilidade para "brincar com as palavras", contar histórias,
ler e escrever. A pessoa com este estilo de aprendizagem tem facilidade em recordar
nomes, lugares, datas e coisas semelhantes; é o tipo de capacidade exibida em sua
forma mais completa, talvez, pelos poetas.
2. LÓGICA/MATEMÁTICA – A capacidade para "brincar com as questões", para o
raciocínio e pensamento indutivo e dedutivo, para o uso de números e resolução de
problemas matemáticos e lógicos;
3. VISUAL/ESPACIAL - Habilidade para visualizar objetos e dimensões espaciais, para
criar "imagens" internas. Este tipo de pessoas adoram desenhar, pintar, visualizar slides
e filmes. Os marinheiros, engenheiros, cirurgiões, escultores e pintores, citando apenas
alguns exemplos, usam esta forma de inteligência;
4. CORPORAL/CINESTÉSICA - Conhecimento do corpo e habilidade para controlar os
movimentos corporais. As pessoas com este "tipo de inteligência" movem-se enquanto
falam, usam o corpo para expressar as suas ideias, gostam de dançar, de praticar

3
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas. A Teoria na Prática. Artmed. Porto Alegre,
2000.

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desportos e outras atividades motoras. São profissionais que costumam usar esse modo
de inteligência: os dançarinos, atletas, cirurgiões, artistas, etc.··.
5. MUSICAL/RÍTMICA - Habilidade para reconhecer sons e ritmos; trata-se de pessoas
que gostam de ouvir música, de cantar e até de tocar algum instrumento musical.
Mozart é um grande exemplo de pessoa que usava este “modo” de inteligência;·.
6. INTERPESSOAL- Capacidade de compreender outras pessoas. O que as motiva, como
elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas.·.
7. INTRAPESSOAL - Autoreflexão, metacognição. É uma capacidade correlativa, voltada
para dentro. É a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de
utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.

Conhecimento é o que sabemos. Assim falamos quase que diariamente. Mas


esta expressão ou este conceito é unilateral. Organiza-se
somente no aspecto cognitivo. Contudo, faltam duas outras
dimensões: a emocional e a volitiva.
A Inteligência é uma só, contudo, didaticamente
podemos dividi-la em três partes, conforme o esquema ao
lado.
Assim temos: pensar, sentir e querer; razão,
sentimento e vontade. O uso das inteligências emocional e
volitiva leva-nos a aplicabilidade do que sabemos,
humanizando sempre as nossas relações: primeiramente a
intrapessoal e posteriormente a interpessoal. Isto nos traz
sucesso em sermos o que somos.
Os lares, as escolas e as igrejas, nas últimas décadas, têm privilegiado,
sobremaneira, as pessoas portadoras de muito conhecimento. Estas, se não usarem
correlativamente as inteligências emocional e volitiva, poderão se deixar facilmente trair pela
vaidade e com isso se tornarem até arrogantes. Ora, toda ação, todo posicionamento de
arrogância não permite aplicar corretamente o que sabemos.
Vamos falar um pouco sobre o trabalho dentro desta visão nova, novo
paradigma.
De acordo com Aurélio B. H. Ferreira4, a origem da palavra trabalhar “vem do
Latim vulgar ‘tripaliare’, martirizar com o ‘tripaliu’, um instrumento de tortura”.
Dentro de uma visão do paradigma materialista o trabalho tem essa conotação
de ser um peso, e para alguns trabalhar é uma verdadeira tortura. Quem pensa assim
trabalha apenas para ganhar dinheiro e subsistir.
Na visão do paradigma holístico o trabalho é um instrumento de crescimento
interior, além de ser fonte de subsistência.
Em uma visão holística o trabalho tem duas funções:
Uma horizontal em que o ser humano utiliza o trabalho como meio de
subsistência, obtendo o seu alimento, sua segurança e seu bem estar. É através dessa
função que o indivíduo modifica o meio, transforma o ‘habitat’ e cria condições de conforto
para si e para seus familiares. Nessa função ele exerce o seu papel na sociedade. O
trabalho faz com que ele melhore a sua condição de vida e dos que lhe são dependentes.
A outra é a vertical em que o trabalho faz o ser humano desenvolver sua
capacidade de pensar, ampliando sua inteligência, bem como aperfeiçoa as suas relações

4
FERREIRA, Aurélio B. de H. Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 11ª ed.
Gamma Editores. Rio de Janeiro, 1981.

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sociais transformando-se interiormente. Nesta função o indivíduo utiliza o trabalho como
meio de aprimoramento íntimo, como ser em constante evolução.

AS DUAS FUNÇÕES
DEVEM ESTAR EM
HARMONIA PARA
QUE O INDIVÍDUO
SINTA-SE PLENO!

O novo paradigma, com uma percepção holística da


realidade, traz o conceito de, através do trabalho, suprirmos as
necessidades de atendimento aos interesses do homem, da
sociedade e da natureza, de forma a gerar sempre equilíbrio,
harmonia e bem estar, para se estar sempre bem. É preciso
reorganizar nossas instituições de forma pertinente para
valorizarmos as pessoas com quem convivemos, com quem
trabalhamos, a partir da autovalorização; a produção de bens ou
de serviços. Unindo pessoa, produção e plenitude, alcançaremos
cooperação máxima entre todo pessoal, ou seja, entre todos os
colaboradores da empresa, obtendo o máximo de ganho e, acima
de tudo, de humanidade.

AUTOESTIMA NO TRABALHO

A autoestima tem dois componentes inter-relacionados. Um é o senso básico


de confiança diante dos desafios da vida: a autoeficiência. O outro, o senso de merecer a
felicidade: o autorrespeito.
Autoeficiência significa confiança no meu funcionamento
mental, em minha capacidade para pensar, compreender, aprender,
escolher e tomar decisões; é a confiança em minha capacidade para
entender os fatos da realidade, que pertencem à esfera dos meus
interesses e necessidades, autoconfiança e segurança pessoal.
Autorrespeito significa a certeza de que tenho valor como
pessoa; é uma atitude de afirmação de meu direito de viver e de ser feliz; é sentir-me
confortável ao expressar de maneira apropriada minhas ideias, vontades e necessidades; é
a sensação de que o prazer e satisfação são meus direitos naturais.
Se um indivíduo se sente inadequado para enfrentar os desafios da
vida, se não tem uma autoconfiança básica, confiança em suas próprias ideias,
reconheceremos nele uma autoestima deficiente, sejam quais forem suas
outras qualidades. Ou, então, se falta ao indivíduo um senso básico de
respeito por si mesmo, se ele se desvaloriza e não se sente merecedor de
amor e respeito da parte dos outros, se acha que não tem direito à felicidade,
se tem medo de expor suas ideias, vontades e necessidades, novamente
reconheceremos uma autoestima deficiente, não importa que outros atributos
positivos ele venha a exibir. Auto-eficiência e auto-respeito são os dois pilares
da auto-estima saudável.

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3. PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL

Uma das necessidades percebidas pelo homem foi a de procurar organizar a sua
realidade, o seu meio-ambiente, suas organizações, através da elaboração de
conhecimentos necessários para direcionar e esclarecer as relações humanas e os
elementos que as compõem.
Para atender sua condição física, incluindo sua segurança, modificou o meio,
transformando-o, desenvolvendo conceitos mecanicistas. Neste sentido, traçou parâmetros
para a tudo explicar através da junção da física, da mecânica e da matemática, a partir do
século XVIII, chegando a promover comparações do homem com a máquina através da
recém instituída física social, determinando que seus processos e condições psicológicas
poderiam ser analisados através de princípios da mecânica, avaliando, também, que o
comportamento humano poderia ser visto através das mesmas leis com que se observa a
astronomia.
Ora, dentro deste contexto, não foi difícil adir que as organizações sociais, o
poder e a autoridade eram resultantes das pressões de átomos e moléculas sociais. Daí
avançar para uma estática social, a teoria do equilíbrio social, análoga à estática da
mecânica física e a dinâmica social, que envolvia o movimento como função do tempo e do
espaço, às quais se podia exemplificar pelas curvas matemáticas.
Respeitando todo enunciado acadêmico, peço licença para dizer que esta visão é
superficial, pois olha a realidade social por um prisma unilateral, acanhado da realidade
social, culminando com o primeiro modelo sistêmico para interpretação das relações dos
homens. Este modelo constituiu uma base filosófica para a implantação de sistemas
administrativos autoritários.
A Física, disciplina exemplar de uma ciência newtoniana-cartesiana, foi uma das
primeiras a dividir-se, por assim dizer, em duas: Física Clássica e Física Moderna. Esta
iniciou-se dentro do contexto paradigmático de concepção de processos sistêmicos,
compreendendo o conceito de sistemas numa dinâmica diferente para a organização e
interação de seus componentes. Enquanto os termos mecânicos e orgânicos pressupunham
uma organização predeterminada e constante, o processo sistêmico representa o
rompimento com estas duas condições.
A Física Moderna teve seu início em 1905 com a construção teórica da Teoria
Específica da Relatividade elaborada por Albert Einstein. Dez anos após, trazendo a força
gravitacional para sua teoria, transformou-a em Teoria Geral da Relatividade.
A partir daí as disciplinas, as ciências, foram se constituindo também nesta nova
forma de ver a realidade. A ideia de sistemas, de processos, encampava, agora, a
sociedade, criando a concepção de uma estrutura onde acontece a organização dos valores
que estarão intimamente ligados a outros processos que se acomodam em constantes
mudanças às transformações do ambiente em que se encontra.
Dito isto, podemos iniciar uma reflexão sobre a importância da ação psicológica
dentro das organizações, dentro da visão social das organizações que humaniza sempre as
relações.
O paradigma humanista foca as pessoas, considerando sua história, seu tempo e
seu espaço específico, estudando o indivíduo enquanto sujeito de um processo em
construção dentro das teorias administrativas, teorias organizacionais e, mais recentemente,
dos estudos organizacionais. Essa discussão perpassa as contribuições multidisciplinares
das áreas de Ciências Sociais, da Psicologia, da Sociologia e da Antropologia.
Segundo Marivane da Silva o desenvolvimento sustentável na perspectiva
Humanista perpassa pela compreensão dos estudos organizacionais numa reflexão mais
profunda, reportar-se a Nogueira (2007):

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As dimensões técnico-administrativa e psicossocial da administração e da
gestão complementam-se, pois administrar é garantir tecnicamente a
realização dos objetivos tangíveis (produtos) e intangíveis (serviços) dos
negócios, das empresas e das organizações por intermédio de seu
potencial humano.
Em outras palavras, significa a superação dos mecanismos de controle social e
manipulação psicológica implícitos no paradigma humanista e comportamental, o que é um
desafio para a administração contemporânea.
O foco principal do paradigma humanista e comportamental era que o fator
humano deixasse de ser encarado como simples “fator de produção” ou “recurso humano”,
deixando definitivamente de ser visto como mais um recurso a ser usado, manipulado e
descartado.
O paradigma humanista, também conhecido como escola de relações humanas,
consolidou-se em 1932. Com o avanço da industrialização e o crescimento da complexidade
das empresas e das relações de trabalho, a Administração necessitou rever seus
paradigmas e agregar as contribuições das outras Ciências Sociais – como a Psicologia e a
Sociologia.
À medida que os estudiosos passam a reconhecer que a empresa não é apenas
um sistema econômico, mas um sistema social, eles começam também a repensar o
conceito de homem, reconhecendo que o mesmo deixa de ser visto como homo economicus
e passa a ser homem social. Este é um ser complexo que tem comportamentos e
sentimentos que mobilizam ações a partir de suas necessidades biológicas e psicossociais.
Sendo assim, fica evidente que houve uma mudança conceitual na Teoria
Administrativa, mais especificamente com a Teoria das Relações Humanas ou Paradigma
Humanista, que “dá ênfase às pessoas que trabalham nas empresas como grupo social e
em seus aspectos psicológicos e sociológicos” (Muniz; Faria, 2007, p. 40), e ainda busca
humanizar e democratizar a administração.
Em outras palavras, foi um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica de
Administração, que se preocupava com a máquina, o método de trabalho, a organização
formal e os princípios da Administração, os quais nem sempre foram pacificamente aceitos.
Os sindicatos e trabalhadores passaram a visualizar e interpretar a Administração Científica
como um meio sofisticado de exploração dos empregados a favor dos interesses patronais.
Outro aspecto relevante resultante do surgimento do paradigma humanista foram
os estudos sobre a motivação, o pressuposto do comportamento no trabalho e as
necessidades sociais. Este novo modelo de gestão também propiciou uma releitura do
conceito tradicional de chefe, inspirado em Fayol (autoritário), e o aproximou da noção de
líder, reforçando os estudos sobre os estilos de liderança.

A motivação para o trabalho, as crenças e o nível de autoestima determinam se


vamos “levar as coisas numa boa” em nosso dia-a-dia, ou experimentar o estresse
regularmente. O que estará acontecendo quando nos estressamos? Vejamos as duas
dificuldades apontadas abaixo:

1. Trabalho e propósito de vida não estão em sintonia. Uma causa comum


do estresse no trabalho é a falta de sintonia entre o trabalho e o propósito de vida. Ou seja,
trabalha-se por um motivo que não o de realizar o propósito de vida. Por consequência, o
trabalho não tem sentido nem direção, e o estresse se manifesta toda vez que algo perturba
a “rotina” confortável.
2. Crenças Enfraquecedoras. Também contribuem para o estresse certas
crenças desenvolvidas, tais como:
a) A vítima. Muita gente se enfraquece (e portanto aumenta o estresse) por se
ver como vítima das circunstâncias de seu trabalho. Eis seu raciocínio comum: "Não tenho
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nenhum controle sobre nada - as coisas simplesmente me acontecem. Minha vida é
controlada por forças externas a mim (tais como Deus, minha família, meu chefe, meus
amigos, meus filhos, minha doença, o governo ou qualquer um dos inúmeros 'poderes
constituídos'). E sempre acabo em desvantagem".
b) Inflexibilidade e Resistência a Mudanças. A incapacidade de ser flexível e
a indisposição para aceitar mudanças também contribuem para o estresse no trabalho.
As pessoas bem-sucedidas sabem que as mudanças encerram oportunidades
de crescimento, chances de experimentar novas dimensões de vida; por consequência,
abraçam as mudanças. E não se trata de suportá-las apenas - produzem-se mudanças,
pelas oportunidades que dão. Quando se adota uma perspectiva descontraída, flexível e
divertida no trabalho, nenhum evento ou situação consegue perturbá-lo.
c) Autoestima deficiente. Nossa imagem pessoal - o que pensamos ser -
também pode influir de maneira significativa na intensidade do estresse que
experimentamos. Com uma autoestima deficiente, crentes em que não temos valor como
pessoa, tendemos a nos aferrar ao que possuímos, excessivamente preocupados com
nossos direitos, necessidades e sentimento individuais. Concentrados por completo em nós
mesmos, temos muito medo de perder o que é "nosso". Qualquer questionamento a uma
decisão ou ação nossa é visto como um desafio - e a consequência natural é o estresse.
Ora, se agora que conhecemos essas duas dificuldades, o que poderemos fazer
para melhorar nossas vidas, nossa capacidade para trabalhar contentes, de bem com a
vida, com qualidade de vida? Vejamos:
a) Cirurgia no estilo de vida. É frequente, vítima de um estresse constante,
precisarmos reavaliar todo o nosso estilo de vida. Como chegamos ao ponto de não fazer
nada além de correr de uma atividade para a outra? Tal programação satisfaz, ou
preferiríamos dispor de mais tempo livre?
Não raro, o estresse se manifesta porque vivemos
sobrecarregados de compromissos. No fim da agenda cheia há um
problema a ser resolvido.
b) Equilíbrio em meio ao estresse. No meio de uma reação
de estresse, esquecemos nosso propósito de vida por um instante e nos
deixamos "levar" pelos estímulos que nos chegam. É quando devemos
lembrar: sempre há uma reação melhor do que o estresse.
c) Concentração destacada, no tempo presente. Na sociedade
moderna, vivemos bombardeados por estímulos, processando muitos
dados simultaneamente. Aprendemos a dividir nossa atenção entre duas
ou três atividades e assim "fazer o máximo no menor tempo possível". Tal postura conduz
ao estresse, sem dúvida - se não constantemente, ao menos de vez em quando.
Ao concentrar a atenção numa coisa de cada vez, reduzimos de maneira
drástica o número de situações potencialmente estressantes em nossa vida. Por exemplo,
ante um relatório de distribuição para concluir; dois clientes a quem dar atenção; o telefone
para atender e a dúvida de um vendedor a esclarecer, você fica tentado a reagir com
estresse, dada a sobrecarga de estímulos. A maior parte das pessoas vive situações
semelhantes com regularidade, independente do tipo de trabalho. O segredo é dedicar toda
a atenção a uma das tarefas concluí-la e só então passar à seguinte.
d) Pausas e recompensas. Querendo o desempenho máximo - além de
preservar a concentração - não devemos nos dedicar a uma tarefa ou atividade por horas a
fio sem intervalos.
As pausas são vitais. Elas ajudam a interromper o acúmulo de estresse, tanto a
nível fisiológico quanto psicológico. Restaurada a concentração, recuperamos nossa
perspectiva.

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e) Mostre-se receptivo. Sempre há mais a aprender. Aprenda a aprender,
principalmente.
f) Recuse-se a se preocupar. A preocupação é um desperdício de energia. A
preocupação impede a concentração no aqui e agora, fazendo com que depositemos a
atenção no futuro. Temos como desafio constante criar motivações positivas em nossa
vida, ou seja, concentrar-nos no que fizemos de bom a cada dia, não nas falhas; acreditar e
declarar que nossas necessidades são observadas em vez de nos desesperar e reclamar.

ESTRESSE E TÉDIO: FACES OPOSTAS DA MESMA MOEDA

O estresse e o tédio são na verdade dois extremos de uma mesma reta, ou faces
opostas de uma mesma moeda. O primeiro resulta da superestimulação e o segundo, da
baixa estimulação. Não obstante, ambos produzem efeitos semelhantes, quais sejam:

• Emoções fortes (raiva, depressão, frustração);


• Moléstias físicas (ataques cardíacos, câncer etc.);
• Alienação por parte dos outros; e
• Sensação de impotência.

COMO DESCOBRIR O TÉDIO?


1. Perceba o valor do trabalho rotineiro no crescimento pessoal.
2. Concentre-se no presente. É possível diminuir o tédio de um trabalho maçante com um
esforço consciente para se concentrar no momento presente. Dedique toda a atenção à
tarefa que você tem em mãos.
3. Dê mais de si no trabalho. Sua personalidade única anseia por se expressar. Dê-lhe a
oportunidade conferindo seu toque especial às tarefas, ou demonstrando um interesse à
parte por um cliente.
4. Aprenda com o trabalho. Sempre há mais a aprender. Se descobrir uma maneira de
aprender continuamente com seu trabalho, você experimentará menos tédio.
5. Insista na perfeição. Seja qual for o ritmo de seu trabalho, imponha a si mesmo os
maiores padrões de perfeição. A diferença entre os que insistem na perfeição no trabalho e
os que apenas "trabalham" é óbvia: a perfeição melhora a qualidade do serviço, dá uma
sensação de confiança e “mais conhecimento” sobre a atividade e a empresa, e estabelece
um compromisso que inclui a disposição para se realizar mais que a obrigação a fim de
satisfazer as necessidades de um cliente.

EXERCÍCIO DE RETOMADA DO EQUILÍBRIO


(EXERCÍCIO A SER REALIZADO ANTES OU NO DECORRER DE SITUAÇÕES
ESTRESSANTES)
(TEMPO: DE TRÊS A CINCO MINUTOS)

Faça esse terceiro exercício. Feche os olhos. Comece respirando pelo nariz,
devagar e profundamente. Solte o ar pela boca, ligeiramente entreaberta, devagar e
completamente. Continue respirando desta maneira permitindo que o seu abdômen suba ao
inspirar e desça ao expirar. Enquanto respira, vá relaxando o corpo. Agora concentre-se
apenas na sensação do ar movendo-se para dentro e para fora dos seus pulmões.
Diga para si mesmo: “Relaxe-se”, cada vez que expirar. Concentre-se nas
sensações provocadas pelo ar movendo-se no seu nariz, traqueia ou tórax. Ou no seu
abdômen, subindo e descendo.

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Agora concentre-se numa paisagem serena, mentalize um local da natureza que
lhe traga paz. Respire na tranquilidade desse cenário.
Calmamente, vá liberando a imagem; então, abra os olhos e volte ao local de
trabalho levando consigo a sensação de serenidade.

O ENTUSIASMO NO TRABALHO COMO GERADOR DE SAÚDE, DE BOA FORMAÇÃO


PESSOAL E DA ÉTICA DE VIDA.

Atualmente, o campo da medicina que estuda o


binômio mente-corpo tornou-se um campo excitante de
pesquisa. Nos últimos cinco anos, centenas de trabalhos
foram apresentados acerca dos efeitos causados pelos
estados mentais sobre a nossa saúde ou a nossa doença.
O córtex cerebral é formado por dois hemisférios
ligados por um grande novelo de fibras nervosas. Os
pesquisadores verificaram que o lado esquerdo do cérebro
especializou-se, até certo ponto, no processamento da
linguagem, na análise e no pensamento linear. O hemisfério direito é responsável pelo
armazenamento e recuperação de imagens e pelo pensamento não verbal. O hemisfério
direito parece lidar mais com a imagem do corpo, processando informações emocionais e
reagindo ao estresse. O hemisfério direito está ligado de forma muito rica ao sistema
límbico (que medeia as nossas emoções e está envolvido com as sensações de prazer, dor
e raiva).
Simplificando, o hemisfério esquerdo ajuda a controlar a linguagem e os
movimentos corporais conscientes, enquanto que o hemisfério direito se comunica com o
mundo interior através de imagens e emoções.
Para resumir a complexa relação entre mente e corpo, podemos dizer que,
quando uma pessoa tem uma percepção, seja do mundo exterior ou do interior, os
neurônios disparam no córtex cerebral e formam imagens do lado direito do cérebro, o que
por sua vez estimula o sistema límbico, e em seguida o hipotálamo e a glândula hipófise.
Dependendo da interpretação dada a esta percepção - tranquila ou perturbadora - o sistema
nervoso simpático ou parassimpático é ativado e esta reação é sustentada pelos hormônios
das suprarrenais. Os hormônios e células nervosas que são estimulados provocam
mudanças em cada uma das células do corpo.
O cérebro fabrica substâncias denominadas endorfinas que são analgésicos ou
narcóticos naturais. São encontrados em altas concentrações no sistema límbico e em
outras áreas que sabemos estar envolvidas na transmissão da dor e no processamento das
emoções. As endorfinas são consideradas responsáveis pelo aumento da tolerância à dor
durante o parto e nos atos de heroísmo. Diz-se que elas são analgésicos autofabricados.
As endorfinas são produzidas em respostas aos estados de imaginação ativa, entusiasmo,
prazer e práticas de exercícios. Além de aliviar a dor, elas também provocam sensação de
alegria e bem-estar. Estes estados prazerosos parecem estimular o sistema límbico do
cérebro e produzir polipeptídios, que são recolhidos pelas células imunológicas. Os
polipeptídios afetam, então, as atividades das células imunológicas - sua capacidade de se
mover, aprender e, o que é mais interessante, de produzir seus próprios neuropeptídios, que
subsequentemente são recolhidos por receptores localizados no cérebro. Eles também
aumentam a capacidade das células imunológicas se multiplicarem e atacarem as células
cancerosas. Assim, o sistema imunológico pode conversar com o cérebro e este com o
sistema imunológico. Esta interação é registrada no sistema límbico e é sentida pela
pessoa na forma de emoção e bem-estar - alegria, esperança e amor.
Quando o indivíduo mantém um estado de entusiasmo pelo trabalho que realiza
produz uma grande quantidade de endorfinas que lhe proporcionarão uma sensação de

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bem-estar e plenitude, liberando-o das tensões, estresses e ansiedades que são comuns
nas pessoas que não encontram satisfação naquilo que fazem.

AUTOESTIMA NO TRABALHO – O PONTO FORTE DA FORMAÇÃO PESSOAL

A autoestima tem dois componentes inter-relacionados. Um é


o senso básico de confiança diante dos desafios da vida: a
autoeficiência. O outro, o senso de merecer a felicidade: o
autorrespeito.
Autoeficiência significa confiança no meu funcionamento
mental, em minha capacidade para pensar, compreender, aprender,
escolher e tomar decisões; é a confiança em minha capacidade para
entender os fatos da realidade, que pertencem à esfera dos meus interesses e
necessidades, autoconfiança e segurança pessoal.
Autorrespeito significa a certeza de que tenho valor como pessoa; é uma
atitude de afirmação de meu direito de viver e de ser feliz; é sentir-me confortável ao
expressar de maneira apropriada minhas ideias, vontades e necessidades; é a sensação de
que o prazer e satisfação são meus direitos naturais.
Se um indivíduo se sente inadequado para enfrentar os
desafios da vida, se não tem uma autoconfiança básica, confiança em
suas próprias ideias, reconheceremos nele uma autoestima deficiente,
sejam quais forem suas outras qualidades. Ou, então, se falta ao
indivíduo um senso básico de respeito por si mesmo, se ele se
desvaloriza e não se sente merecedor de amor e respeito da parte dos
outros, se acha que não tem direito à felicidade, se tem medo de expor
suas ideias, vontades e necessidades, novamente reconheceremos uma
autoestima deficiente, não importa que outros atributos positivos ele venha a exibir.
Autoeficiência e autorrespeito são os dois pilares da autoestima saudável.

AS RAÍZES DA AUTOESTIMA

1. A prática de viver conscientemente. Aqui se inclui o respeito pelos fatos;


participar intensamente daquilo que fazemos enquanto o fazemos; buscar e estar totalmente
aberto a qualquer informação, conhecimento ou feedback que afirme nossos interesses,
valores, metas e planos; buscar compreender não apenas o mundo a nossa volta, mas
também nosso mundo interior.
2. A prática da autoaceitação. É a disposição de admitir, experimentar e
assumir a responsabilidade por nossos pensamentos, sentimentos e ações, sem fugir, negar
ou refutar, e sem se repudiar, permitindo-nos avaliar nossos conceitos, vivenciar nossas
emoções e analisar nossas ações sem necessariamente apreciá-las, aprová-las ou justificá-
las.
3. A prática do senso de responsabilidade. O senso de responsabilidade
consiste em perceber que somos os autores de nossas escolhas e ações; que cada um de
nós é responsável pela própria vida, pelo próprio bem-estar e pela realização de nossas
metas; que, se precisarmos da cooperação de outras pessoas para atingir nossos objetivos,
devemos oferecer um valor em troca; e que a pergunta não é "de quem é a culpa?", mas
sempre "O que precisa ser feito?"
4. A prática da afirmação. Afirmar a si mesmo significa ser autêntico nas
relações interpessoais; respeitar os próprios valores e as outras pessoas em contextos
sociais; recusar-se a camuflar a realidade sobre quem somos ou do que gostamos para
evitar a desaprovação do outro; é estar disposto a defender a si mesmo e suas ideias da
maneira apropriada em circunstâncias apropriadas.

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5. A prática de viver objetivamente. Consiste em estabelecer nossos
objetivos ou planos de curto e longo prazo e as providências necessárias para concretizá-
los, organizar o comportamento em função desses objetivos, monitorar as ações para
garantir que está no caminho certo e prestar atenção ao resultado para saber se
precisaremos voltar à estaca zero e quando teremos de fazê-lo.
6. A prática da integridade pessoal. É viver coerentemente com nossos
conhecimentos, palavras e atos; é dizer a verdade, honrar nossos compromissos e servir de
exemplo dos valores que declaramos admirar; é tratar os outros de maneira justa e
benevolente. Quando traímos nossos valores, traímos nossas próprias mentes e a
autoestima é inevitavelmente prejudicada.

FONTES INTERIORES DE AUTOESTIMA

1. Razão – agir com bom-senso em todos as situações, buscando refletir sobre cada ação a
ser tomada.
2. Realismo - Ter uma atitude realista com otimismo perante a vida, sem subestimar
ou superestimar suas capacidades; indivíduos com autoestima elevada tendem a avaliar
suas capacidades de maneira realista.
3. Intuição/Emoção – buscar ouvir a intuição, sentir a própria emoção nas ações a serem
tomadas, valorizando a inspiração, conectando-a com a razão.
4. Criatividade - Pessoas criativas ouvem seus sinais
interiores e confiam neles mais do que a média. São
mais autossuficientes. Podem aprender com os outros
ou inspirar-se neles. Mas valorizam os próprios
pensamentos e as próprias percepções mais que a
média das pessoas.
5. Independência - A prática de pensar
por si mesmo é tanto causa como
consequência da autoestima
saudável. Também o é a prática de
assumir toda a responsabilidade pela
própria existência - pela concretização
de seus objetivos e pela conquista da
felicidade.
6. Flexibilidade - Ser flexível é ser capaz de reagir às mudanças sem
apegos inadequados ao passado. O apego ao passado diante de
circunstâncias novas e mutáveis é, em si, produto da insegurança, da
falta de autoconfiança. A rigidez é, em geral, a reação da mente que
não confia em si mesma para lidar com o novo, ou dominar o
desconhecido.
7. Capacidade para enfrentar mudanças - A autoestima não considera
a mudança algo assustador, pelas razões descritas no parágrafo
anterior. A autoestima flui com a realidade; a indecisão íntima luta
contra ela. A autoestima acelera o tempo de reação; a indecisão íntima retarda-o.
8. Disponibilidade para admitir (e corrigir) erros -. A pessoa com autoestima saudável
não se envergonha de dizer, quando a ocasião exige, "Eu estava errado".
9. Benevolência e cooperação - Se estou centrado em mim mesmo, se estou seguro de
meus limites, confiante em meu direito de dizer "sim" e "não" quando quero, a
benevolência será a consequência natural. Não tenho por que ter medo dos outros, nem
preciso me proteger atrás das muralhas da hostilidade. Se estou seguro de meu direito

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de existir, se confio que pertenço a mim mesmo, se não me sinto ameaçado pela certeza
e pela autoconfiança dos outros, então a cooperação com eles para obtermos resultados
comuns tenderá a ser desenvolvida com espontaneidade.

É muito mais provável encontrarmos empatia e compaixão, tanto quanto


benevolência e cooperação, em pessoas com autoestima elevada do que nas de baixa
autoestima; meu relacionamento com os outros tende a espelhar e refletir meu
relacionamento comigo mesmo. Ao comentar a máxima “ama ao teu próximo como a ti
mesmo", o filósofo Eric Hoffer observa que o problema é que as pessoas fazem exatamente
o contrário: elas odeiam os outros como odeiam a si mesmas. Os criminosos deste mundo,
no sentido literal e figurado, não são pessoas que mantêm um relacionamento íntimo e
afetivo com seu eu interior.
A seguir colocamos um roteiro que permitirá a mudança de comportamento que
impedem o bom desenvolvimento do trabalho em equipe:

REFLEXÃO PARA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

Esse é o nosso quarto exercício. Mentalize um comportamento negativo que


dificulta a sua autoestima e o relacionamento com outras pessoas o qual você deseja
transmutar, transformar.
Reflita sobre esse comportamento. Pense em todas as consequências para você
e para os outros que realmente ocorreram - e aquelas que poderiam ocorrer no futuro –
como resultado desse comportamento. Medite permitindo que todos os sentimentos
associados a esse comportamento venham a sua mente. Examine as consequências e
sentimentos cuidadosamente formulando-os claramente em sua mente.
Agora reflita sobre as possibilidades que você tem em mudar esse
comportamento. Medite em todos os benefícios e satisfações que você obterá mudando os
sentimentos que levam a esse comportamento. Examine os benefícios e satisfações
cuidadosamente formulando-os claramente em sua mente. Consinta que os sentimentos
despertados por esses pensamentos prevaleçam: a alegria das possibilidades que se abrem
diante de você, o desejo intenso de realizá-las e o forte impulso para começar
imediatamente.
Agora recorde-se de situações em que você teve esse comportamento que
deseja transmutar e reflita que você pode mudá-lo agindo de forma diferente. Medite sobre
as qualidades que você precisa desenvolver para mudar esse comportamento. Reflita que
essas qualidades são necessárias para tornar a sua vida muito melhor.
Agora imagine que você possui uma vontade forte e persistente, que você tem
as qualidades necessárias para mudar esse comportamento; veja-se prosseguindo firme e
decidido, atuando em várias situações com esforço, persistência, perseverança e
autocontrole; resistindo a qualquer tentativa de desistir de prosseguir. Veja-se alcançando
com êxito os objetivos desejados.

PISTAS PARA NOVAS DESCOBERTAS

Maslow, psicólogo humanista, elaborou uma proposta em que expressa a ideia


de desenvolvimento do ser humano, partindo do pressuposto da existência de
necessidades básicas e de crescimento, as quais seriam sequenciais e hierárquicas.
O princípio norteador de seu trabalho é o de que pessoas se desenvolvem
mediante a satisfação de necessidades que aparecem escalonadas. Satisfeitas umas,
surgem outras, até que se atinja o ponto superior da pirâmide que sintetiza sua proposta.

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Na base da
pirâmide estariam as
necessidades fisiológicas
orgânicas, necessárias para
sobrevivência física. Estariam
incluídos aí, comida, água,
sono, sexo, etc. satisfeitas
essas necessidades, surgiriam
as seguintes:

• Segurança,
abrangendo
abrigo,
emprego,
família, uniões, etc.;
• Afeto que envolve: carinho, amizade, nos mais diferentes âmbitos;
• Status ou estima social, enfatizando o reconhecimento nos grupos sociais
de amigos, familiares e de trabalho;
• Autorrealização ou atualização, o ápice da pirâmide, que é representada por
ideias humanitárias. O indivíduo torna-se mais despojado e voltado para o
bem comum. Ele precisa continuamente atualizar-se e concretizar feitos
dignificantes.
Muitas interpretações e reformulações foram indicadas para a proposta inicial
de Maslow. Contudo, por mais questionada que seja, não podemos deixar de reconhecer
que essas necessidades ou carências existem na maioria dos homens e mulheres.
Logo, usando um “espelho” e a pirâmide de Maslow, avalie o exercício acima
sobre a reflexão para mudança de comportamento. Anote suas observações:

NÃO BASTA TER UMA PROFISSÃO É PRECISO SER PROFISSIONAL

Num mundo em constante transformação faz-se necessário o questionamento


do que significa ter uma atividade profissional. As mudanças estão ocorrendo numa
velocidade estonteante. Profissões tradicionais estão desaparecendo. Alguém hoje em dia lê
algum anúncio em jornal ou revista dizendo precisar de um datilógrafo? uma profissão
muito comum até bem pouco tempo. E a telefonista, e os metalúrgicos? Podemos listar
dezenas de profissões que desapareceram ou que estão em vias de desaparecer. Em
compensação muitas outras estão surgindo a cada dia. Alguém conhecia um consultor de
vendas por telemarketing a alguns anos atrás? e o Web-designer (elaborador de Home
page para Internet)?
Nesse contexto torna-se fundamental não apenas ter uma profissão. É preciso
ser um profissional. Muitos perguntarão: - qual a diferença entre as duas coisas? Se você
tem como profissão na área metalúrgica ou qualquer outra que está em via de extinção,
com certeza já percebeu a diferença. Ter somente uma profissão é estar totalmente
voltado para aquela área de atuação, mesmo que se trate de um profissional competente.
Se a profissão for extinta ou diminuir a necessidade de profissionais, por exemplo, no caso
dos metalúrgicos, dos bancários, etc., estes profissionais que têm essas profissões ou

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estavam desenvolvendo essas atividades e as perdem e, muitas vezes, de uma hora para
outra, ficam completamente “perdidos”, desiludidos, apáticos, desamparados, etc.
Por outro lado, quando a pessoa é profissional, ela sabe que ter uma profissão
ou estar desenvolvendo esta ou aquela atividade profissional é algo transitório. Hoje pode
acontecer, amanhã talvez não. O indivíduo profissional é aquele que investe não somente
em conhecimento técnico de sua profissão, mas que também acompanha todos os
acontecimentos que ocorrem; que investe em si mesmo, num aprimoramento pessoal e
profissional contínuos, tornando-se, com isto, um profissional versátil, com muitas
habilidades. Por exemplo, um metalúrgico que é profissional, pode aproveitar um plano de
demissão voluntária de uma fábrica e abrir seu próprio negócio, ou mudar de profissão
investindo em cursos de formação profissional. Este profissional jamais ficará chorando na
porta da fábrica porque perdeu o emprego, ao contrário daquele que só conhece a profissão
de metalúrgico e se desespera quando perde o emprego e sabe que dificilmente vai
encontrar outro na mesma atividade.

- RESUMINDO: SER PROFISSIONAL É ALGO QUE VEM DO SER. REPRESENTA


COMO NÓS SOMOS, O QUE SOMOS E NÃO O QUE FAZEMOS (ATIVIDADE
PROFISSIONAL). QUANDO O INDIVÍDUO É UM PROFISSIONAL, ELE
EXERCERÁ QUALQUER PROFISSÃO DE UMA FORMA ADEQUADA. E,
DIFICILMENTE TERÁ DIFICULDADES DE ENCONTRAR EMPREGO.

TRABALHAR E SERVIR COM AMOR

Para que possamos vivenciar tudo o que vimos anteriormente torna-se


fundamental para o estabelecimento de bases sólidas de crescimento pessoal e profissional,
a mudança de paradigma (do modelo como vemos o mundo), ampliar a visão materialista
para uma visão holística da realidade. Para que essa mudança aconteça é preciso trabalhar
alguns elementos que a dificultam.
Para o profissional que tem os olhos voltados para o futuro é imprescindível o
desapego a posturas arraigadas, sob pena de, caso ele não o faça, se tornar rapidamente
ultrapassado. Vivemos hoje num mundo em que a própria força das coisas produz um
movimento constante de mudança. É claro que não devemos nos tornar temerários e buscar
mudanças sem fundamentação somente porque é preciso mudar. Faz-se necessário
desenvolver um objetivo claro antes de começar um processo de mudança respondendo as
seguintes indagações:
o quê mudar?,
por quê mudar?,
para quê mudar?,
como mudar? e
quando mudar?
Portanto, torna-se fundamental para o profissional inserir-se neste contexto um
excelente conhecimento técnico de seu campo de atuação profissional e, mais importante
ainda, um profundo conhecimento de si mesmo, fato este que vai lhe trazer uma maior
autoconfiança, auto-estima e coragem para enfrentar as mudanças.

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O CÉU E O INFERNO
(UMA FÁBULA JUDAICA)

Conta-nos antiga fábula judaica que um Rabino estava muito curioso para
conhecer os mistérios do céu e do inferno.
Certo dia apareceu-lhe um Anjo e o convidou para conhecer esses mistérios.
Primeiro foram ao inferno. Ao abrirem a porta o rabino deparou-se com uma
cena que lhe tocou o coração. Num enorme salão, observou um caldeirão onde se
cozinhava uma suculenta sopa. Em volta do caldeirão, em forma de círculo, estavam
sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo
tão comprido que lhe permitiria alcançar o caldeirão, mas não as suas próprias bocas. O
sofrimento era imenso. As pessoas sentindo o cheiro da sopa deliciosa, ficavam
desesperadas, permanecendo famintas, pois ao tentar se alimentarem, todo o conteúdo da
colher caia no chão e elas novamente repetiam a tentativa incessantemente.
Em seguida, o Anjo levou o rabino para conhecer o céu. Entraram em um salão
idêntico ao primeiro. Havia o mesmo caldeirão; a mesma sopa suculenta e cheirosa sendo
cozida; as pessoas sentadas em volta; as colheres de cabo comprido. Tudo idêntico com
exceção de que aqui, as pessoas estavam saciadas, tranquilas, todas muito bem
alimentadas.
“Eu não compreendo”, disse o rabino. “Por que aqui as pessoas estão felizes,
saciadas, enquanto no outro salão morrem de aflição, se tudo é igual?”
O Anjo sorriu e respondeu: “Você não percebeu? É porque aqui elas perceberam
que podem dar comida umas às outras”.
****************
O trabalho em equipe poderá, como observamos nesta alegoria, transformar-se
num “inferno” ou num “céu”. Se tivermos um comportamento egoístico e egocêntrico o
ambiente de trabalho transforma-se num verdadeiro “inferno”. Ao contrário se tivermos um
comportamento de apoio mútuo dentro de uma interdependência sinérgica, cada um
cumprindo com a sua função em sintonia com as funções dos demais integrantes da
equipe, todos permanecem satisfeitos e tranquilos trabalhando em torno do mesmo ideal.

VIVER COM QUALIDADE

Atender é estar disposto a “Servir”.


Atender é a atitude que resolve ou que soluciona, uma necessidade solicitada. É
transformar uma necessidade em realização para o outro.
Para servir é preciso ser humilde, mas não humilhar-se. São posições
completamente diferentes, devemos ter prazer em servir e em sermos prestativos, pois são
atitudes de dignidade, que nos enobrecem e, no mínimo, pode nos enriquecer, jamais
empobrecer-nos.
Aliás, servir com Amor é o ato máximo da ética, do educar, educando-se! Do
avaliar, avaliando-se!
Desenvolvendo as possibilidades espirituais que cada ser humano possui.
Quando?
Quando os lares, as escolas, as organizações, a sociedade, compreendem que a
essência da jornada de serviços é espiritual, emocional, afetiva e não mecânica.
Porém, quando não compreendem, fracassam em sua busca de qualidade, porque as
pessoas dessas organizações não compreenderam os requisitos conceituais e técnicos para

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alcançá-la. Esqueceram-se de que:
É preciso apelar (tocar) ao coração humano.
• O resultado final de uma experiência de serviço é um sentimento.
• Então a SATISFAÇÃO, que é um sentimento, passa a ser FELICIDADE.

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