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SUMÁRIO
ORIGEM DA SOCIEDADE...........................................................................................................03
EMPRESÁRIO............................................................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................37
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1. FORMAÇÃO DO DIREITO DE EMPRESA
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Direito de Empresa. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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classe de pessoas que presta um mesmo serviço. Sempre se destaca
um objetivo geral, que é o móvel que leva a pessoas a se unirem.
Importante pontuar nesse contexto que no Brasil, embora sempre tenha existido
o comércio, deu-se o incremento da expansão das atividades comerciais e, assim, da
organização de pessoas que associavam nas atividades econômicas com a vinda da família
imperial, no que ilustra Américo Luís Martins da Silva: “Pela chamada ‘Lei de Abertura dos
Portos’ ou ‘Carta Régia’ de 28.01,1808, os estuários brasileiros abriram-se ao comércio livre
das nações e povos amigos, até então cerrados pela mesquinha e estreita política monopolista
da metrópole. Em seguida, o Alvará de 01/04/1808, permitiu o livre estabelecimento de
fábricas e manufaturas, para estimular as atividades produtivas na nação que surgia”, criando-
se, em 23.08.1808, “a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegações.
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1.2 – O DIREITO DE EMPRESA NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002
Com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, houve uma unificação do ramo
do direito que disciplina as atividades privadas, tanto as dirigidas para os negócios em geral
como as que tratam especificamente da finalidade lucrativa. Assim, foi posto um fim à
dicotomia histórica do direito privado, e ficou abolida a dualidade de regramento das
obrigações e de diversos tipos contratuais. Explica Rizzardo que adotou-se o sistema italiano
de 1942, reunindo num mesmo regime legal o regramento da atividade econômica, inclusive
a puramente pessoal e que não envolve os interesses materiais, excluídos somente alguns
poucos negócios, por reclamarem tratamentos especiais.
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Direito de Empresa. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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empresários e sociedades empresárias as disposições de lei não
revogadas por este código, referente a comerciantes, ou a sociedades
comerciais, bem como a atividades mercantis”.
Importante pontuar que quanto aos usos e costumes, revelam-se pela prática
reiterada de determinados procedimentos que acabam por se cristalizar como regra
obrigatória para, na ausência de lei, reger determinados negócios empresários. Sua
caracterização exige, pois, a prática constante e uniforme, durante certo período de tempo,
de um específico procedimento. Devem ser exercidos de boa-fé, não podendo malferir a
imperatividade da norma legal. Não se admite que sejam contra legem.
Pelo artigo 981 do Código Civil, “celebram contrato de sociedade as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entre si, dos resultados”, podemos aferir o conceito de sociedade
empresária, assim, a sociedade empresária se caracteriza pela reunião de duas ou mais
pessoas para exercer uma atividade econômica.
E continuar orientando:
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Direito de Empresa. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014
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Sob o enfoque objetivo, considera-se a empresa como um objeto, ou
um patrimônio, um complexo de bens, um conjunto de pessoas e
coisas, sob o comando do empresário. Na visão de Marcelo Andrade
Féres, “a empresa é vista como o estabelecimento empesarial, isto é,
o complexo de bens (materiais e imateriais, móveis e imóveis, e
segundo alguns, também os serviços) posto à disposição do
empresário, para realização de seu empreendimento”.
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A habitualidade dos atos, ou constante
exercício da atividade da empresa, que
Habitualidade dos atos
não se institui para uma tarefa, ou
realização de uma ou poucas tarefas.
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produtos que se destinam ao mercado, à
comercialização, à venda. Existe produção
porque há o comércio ou a circulação dos
produtos e serviços no mercado.
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Direito de Empresa. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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Expõe sobre a matéria Marcelo M. Bertoldi: “A empresa, atividade
exercida pelo empresário – não pressupõe a existência de uma
sociedade, na medida em que esta atividade pode ser exercida por uma
única pessoa física e não por um conjunto de pessoas reunidas em
sociedade”. Daí, finaliza Sérgio Campinho, apresentar-se a empresa
como “um elemento abstrato, sendo fruto da ação intencional do seu
titular, o empresário, em promover o exercício da atividade econômica
de forma organizada”. Realmente a palavra ‘empresa’ corresponde ao
elemento de produção econômica organizada. Quando essa produção
se dá por uma sociedade, tem-se a sociedade empresária. Se o
indivíduo desempenha a atividade econômica organizada, a empresa
individual.
Neste contexto, pela conjunção do enunciado até aqui, ora pela orientação dos
artigos 9825 e 9666, elemento da sociedade empresária é o exercício de atividade econômica
organizada para a produção e circulação de bens ou serviços. De outro lado, simples são as
demais sociedades, em face da parte final do art. 982, isto é, enquadram-se como simples as
sociedades que não visam a atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou serviços, fazendo surgir justamente em razão disso a crítica ao artigo 981, por
inapropriada a condição da contribuição pelas pessoas integrantes de bens ou serviços para o
exercício de atividade econômica, e a partilha entre elas, dos resultados.
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Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples,
as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por
ações; e, simples, a cooperativa.
6 Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se
o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
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De acordo com o artigo 983 do Código Civil “A sociedade empresária deve
constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode
constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas
que lhe são próprias”. As sociedade empresárias seguem os tipos que constam arrolados no
código civil, sendo:
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Artigo 1.052 do Código Civil: Na sociedade
anônima ou companhia, o capital divide-se
Anônima em ações, obrigando-se cada sócio ou
acionista somente pelo preço de emissão
das ações que subscrever ou adquirir.
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terceiros. Por outras palavras, o registro do empresário ou da sociedade empresária faz surgir
a regularidade da sociedade, mas não se constitui em condições para levar à sua
caracterização. Todavia, sem o registro não adquirem seus atos segurança frente a outras
pessoas. Socialmente, o titular da empresa individual e a empresa passam a existir com o
registro.
Ademais, enquanto não levado a efeito o registo, os sócios respondem com seu
patrimônio pelas dívidas contraídas. Os negócios ficam na esfera de particulares, pois falta a
publicidade que é dada pelo Registro do Comércio. Depois de efetuado o registro e
arquivamento, não se imputa a responsabilidade aos sócios.
Insta esclarecer assim que não importa concluir, no entanto, que na pessoa
jurídica sempre deve haver a sociedade. Existem entes organizados e com personalidade
própria que não se confundem com as sociedades ou as empresas, afigurando-se como
exemplos a União, os Estados e os Municípios.
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Nesse contexto, tratando-se de pessoa jurídica, conceitualmente temos como
sendo o ente personalizado composto de duas ou mais pessoas físicas, unidas por um nexo,
visando a uma finalidade específica, e com capacidade para realizar vários atos da vida civil,
ou o ente público instituído; ou o acervo de bens com destinação especial, no qual também
se congregam indivíduos.
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sociedade não personificada7, a as personificadas8. Esta última se divide em simples e
sociedade empresária. Assim vê-se que estudo da sociedade empresária está inteiramente
ligado a pessoa jurídica, pois sociedade empresária é um pessoa jurídica de direito privado.
3. EMPRESÁRIO
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Aquelas que embora com estatutos ou contrato social, não tem o registro.
8 Aquelas com ato constitutivo e registros.
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bens ou a promoção de sua comercialização, bem como a prestação de serviços, de modo a
conseguir resultados econômicos. O elemento caracterizador é a atividade-fim, dirigida para
a prática de atos empresariais, ou para atividades próprias do empresário, que são o conjunto
de todos para a consecução de um fim econômico.
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Aquele que exerce a empresa realiza uma atividade econômica, assim
procedendo profissionalmente, e organizando-se para conseguir
resultados com bens ou serviços. Não abrange participantes ou sócios
da empresa, procura demonstrar Fábio Ulhoa Coelho: “É necessário,
assim, acentuar, de modo enfático, que o integrante de uma sociedade
empresária (o sócio) não é empresário; não está, por conseguinte,
sujeito às normas que definem os direitos e deveres do empresário.
Claro que o direito também disciplina a situação do sócio, garantindo-
lhe direitos e imputando-lhe responsabilidades em razão da
exploração da atividade empresarial pela sociedade de que faz parte.
Mas não são os direitos e as responsabilidades do empresário que
cabem à pessoa jurídica; são outros, reservados pela lei para os que se
encontram na condição e sócio”.
Assim, de forma sucinta ainda que sejam matérias distintas entre si, mas
intimamente ligada pelo estudo, de forma a aclarar os enunciados transcritos, impera-se
destacar que:
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Dessa forma, uma vez explicitada a figura da pessoa jurídica, da sociedade
empresária e do empresário, passaremos a empreender, de uma forma geral, acerca da
responsabilidade das sociedades, dos administradores e dos sócios.
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Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja
omisso, pelas do Capítulo antecedente.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome
coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da
sociedade simples.
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Segundo explica Rizzardo, com exceção dos dispositivos acima citados, existem
regras de aplicação a todas as pessoas jurídicas, e assim, a todas as sociedades. E continua:
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CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido
da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as
anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica
for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos
para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
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Segundo Rizzardo, o instituto constitui meio legítimo à perquirição de bens
pessoais dos sócios (ou da sociedade no caso de desconsideração inversa) para suportar
dívidas sociais. Ante suspeitas fundadas de que o administrador agiu de má-fé, com fraude a
interesses de credores e com prova do abuso de direitos, desconsidera-se, embora
momentaneamente, a personalidade jurídica da empresa, permitindo-se a apropriação de
bens particulares para atender as dívidas contraídas por uma das formas acima.
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Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo.
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IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
IX - (Vetado);
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perigos. Isto eleva o custo da sua atividade empresarial, fazendo surgir a necessidade de
adoção de medidas que garantam a competitividade e a obtenção do lucro. De qualquer
forma, estas medidas não impedem a elevação dos custos empresariais, o que implica no
repasse desta elevação aos consumidores, ainda que a médio ou longo prazo.
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Pesquisa on-line conforme citação nas referências bibliográficas.
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consumidores que não estão no mesmo pé de igualdade do empresário, por isso, a aplicação
das normas protetivas aos consumidores.
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Os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações pecuniárias. Não se
confundem com a própria obrigação, mas se distinguem dela na exata medida em que a
representam. Uma determinada obrigação pode ser presentada por diferentes instrumentos
jurídicos. Se uma certa pessoa, agindo com culpa, provoca, com o seu automóvel, danos em
bens de propriedade alheia, deste seu ato ilícito surgirá a obrigação no sentido de indenizar
os prejuízos decorrentes.
Se devedor e credor estiverem de acordo com à existência da obrigação e também quanto à
sua extensão (o valor da indenização devida), esta pode ser representada por um título de
crédito – cheque, nota promissória ou letra de câmbio no caso. Se as partes concordam
quanto à existência da obrigação, mas não têm condições de mensurar sua extensão, ou
chegar a um acordo sobre esta, a mesma obrigação de indenizar os danos provenientes do
ato ilícito poderia ser representada por um “reconhecimento de culpa”. Se, porém, não
concordam sequer com a existência da obrigação (o motorista de veículo entende não ter
agido com culpa, por exemplo), a obrigação de indenizar somente poderá ser documentada
por um outro título jurídico – uma decisão judicial que julgasse procedente a ação de
ressarcimento promovida pelo prejudicado.
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Manual de Direito Comercial. 22º. São Paulo: Saraiva, 2010.
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efetivamente credora, não poderá exercer o seu direito de crédito
valendo-se dos benefícios de regime-jurídico-cambial. Por isso é que
se diz, no conceito de título de crédito, que ele é um documentos
necessário para o exercício do direito nele contido. Como aplicação
prática desse princípio, tem-se a impossibilidade de se promover a
execução judicial do crédito representado instruindo-se a petição
inicial com a cópia xerográfica do título de crédito. A execução – assim
também o pedido de falência baseado na impontualidade do devedor
– somente poderá ser ajuizada acompanhada do original do título de
crédito, da própria cártula, como garantia de que o exequente é o
credor, de que ele não negociou o seu crédito. Este é o princípio da
cartularidade.
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título de crédito, pois, de um lado, o título de crédito possibilita uma
negociação mais fácil do crédito decorrente da obrigação
representada, de outro lado, a cobrança judicial de um crédito
documentado por este tipo de instrumento é mais eficiente e célere.
Segundo Ulhoa “a estas circunstâncias especiais costuma a doutrina se
referir como os atributos dos títulos de crédito, chamados,
respectivamente, de negociabilidade (facilidade de circulação do
crédito) e executividade (maior eficiência na cobrança)”.
No que toca a classificação dos títulos de crédito, quatro principais critérios devem
ser observados:
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3. Quanto às hipóteses de emissão: os títulos de crédito são
causais ou não causais (também chamados de abstratos), segundo a
lei circunscreva, ou não, as causas que autorizam a sua criação. Um
título causal somente pode ser emitido se ocorrer fato que que a lei
elegeu como causa possível para sua emissão, ao passo que um título
não causal, ou abstrato, pode ser criado por qualquer causa, para
representar obrigações de qualquer natureza no momento do saque.
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Portanto, da forma como seguiu demonstrado, os títulos de crédito são
documentos necessários para o exercício do direito, literal e autônomo nele mencionado,
exatamente da onde se extrai a formação do regime jurídico-cambial que compreende como
consignado, a cartularidade, a literalidade e autonomia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. Direito de empresa. 22º ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.
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AVALIAÇÃO
4. Em leitura conjunta dos artigos 982 e 966, ambos do Código Civil de 2002, podemos
afirmar:
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(a) O elemento da sociedade empresária não visa o exercício de atividade econômica
(b) O elemento da sociedade empresária tem por objeto tão somente a produção e
circulação de bens ou serviços, prescindindo para isso de organização
(c) Enquadram-se como simples as sociedades que não visam a atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.
(d) Todas as alterativas são corretas
7. No que toca o excesso dos atos dos administradores, a sociedade estará isenta de
responsabilidade quando:
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(a) A limitação dos poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade
(b) Provando-se que era conhecida do terceiro
(c) Tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade
(d) Todas estão corretas
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GABARITO
1. A
2. D
3. B
4. C
5. B
6. C
7. D
8. D
9. B
10. A
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