Você está na página 1de 5

Lei 8.

069/1990 – Estatuto da Criança e do adolescente

O ECA é um marco jurídico que dispõe sobre a proteção integral à


criança e ao adolescente. É uma carta de direitos voltada a criança e ao
adolescente.
Os direitos e deveres previstos na Lei 8.069/1990 deve ser aplicado a
todas as crianças e adolescentes, sem distinção.
O artigo 4º do ECA prevê:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em


geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Do acesso à Justiça

Cumpre mencionar que o Poder Público deve assegurar o


cumprimento e efetivação dos direitos da criança e do adolescente, tendo estes,
garantia de prioridade.
Lembrete: Para o ECA, criança é aquela pessoa de até 12 anos de
idade incompletos, e adolescente é aquele ente 12 anos e 18 anos de idade.
Para as crianças e adolescentes, também é assegurado o acesso à
justiça, previsto nos artigos 141 a 144.
É garantido a criança e ao adolescente, o acesso à justiça por meio
do Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário, por qualquer
de seus órgãos.
Esse acesso deve ser integral, com a total prestação do poder
jurisdicional, sendo que ainda é garantida a gratuidade de atendimento por meio
da Defensoria Pública ou por advogado nomeado em caso de hipossuficiência
econômica do atendido.
Do mesmo modo, para possibilitar a amplitude do acesso à justiça, as
ações judiciais de competência da infância e juventude serão isentas de custas
e emolumentos. Contudo, nos casos em que houver comprovada litigância de
má-fé, as custas e emolumentos deverão ser ressarcidas pelo litigante.
O ECA tem por preceito, a proteção da criança e do adolescente de
forma integral, portanto, essa proteção também compreende os atos do Poder
Judiciário. Desta forma, a divulgação de atos judiciais, policiais e
administrativa é vedada quando se atribuem a prática de ato infracional a
criança e adolescente – Art.143/ECA.
É possível noticiar ato infracional cometido desde que preserve a
identidade da criança e do adolescente utilizando-se de artifícios que não o
identifique, sendo vedada a fotografia, referência à nome, apelido, filiação,
parentesco, residência, e inclusive as iniciais do nome e sobrenome.

Para lembrar das vedações:

P - Parentesco
R – Residência
I – Iniciais do nome e sobrenome
F - Fotografia
F - Filiação
A – Apelido
NO - Nome

P- R – I – F – F – A - NO

A certidão que atesta prática do ato infracional somente será


expedida, pela autoridade judiciária competente contendo as informações de
prática de ato infracional praticado pela criança e adolescente, se demonstrado
interesse e justificada a finalidade.

Dos procedimentos – Disposições gerais


Os procedimentos estão disciplinados nos artigos 152 a 154 da Lei nº
8.069/90. O ECA possui procedimentos próprios e estes devem ser regulados
pela própria legislação, sendo aplicada subsidiariamente a Lei Processual
vigente (CPC). Vale ressaltar que todos os processos, procedimentos, execução
de atos e diligências que figuram a criança e o adolescente têm prioridade
absoluta de tramitação, sob pena de responsabilização.
À exemplo de aplicação do procedimento próprio, há diferenças na
contagem de prazo, pois não serão aplicadas as regras do CPC, e sim as regras
próprias contidas no ECA.

O prazo processual é contado em dias corridos, excluindo o


dia inicial e contando o dia final, sendo vedada a contagem de
prazo em dobro para o MP e Fazenda Pública.

E o recesso do Judiciário?
Não se aplica na contagem de prazo de competência da infância e
juventude, tendo em vista que os processos têm prioridade de trâmite e não
serão alcançados pelo recesso do judiciário.

Bons estudos!
Questões – ECA

Questão 01 - FUNDEP - 2010 - TJ-MG - Comissário da Infância e da Juventude


Compete, exclusivamente, à Justiça da Infância e da Juventude julgar, EXCETO
A) apuração de crimes atribuídos a adolescentes.
B) pedidos de adoção.
C) apuração de atos infracionais atribuídos aos adolescentes.
D) ações civis fundadas em direitos individuais, difusos ou coletivos afetados à
criança e ao adolescente.

Questão 02 - CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Oficial Judiciário


Em relação à proteção judicial dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, assinale a alternativa INCORRETA, de
acordo com o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069/1990):

A) Para defesa dos direitos e interesses protegidos por essa lei, são admissíveis
todas as espécies de ações pertinentes.
B) Apenas o Ministério Público, como legitimado para a propositura das ações
cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, poderá tomar dos
interessados compromisso de ajustamento de conduta às exigências legais.
C) O servidor público tem o dever de provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil,
indicando-lhe os elementos de convicção.
D) A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será
realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação do desaparecido.

Questão 03 - CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Oficial de Apoio Judicial


A propósito do acesso à Justiça garantido à criança e ao adolescente pela Lei nº
8.069/1995 (Estatuto da Criança e do Adolescente), está correto afirmar que

A) há isenção de custas nas ações judiciais da competência da Justiça da


Infância e da Juventude, aos que necessitarem de assistência judiciária.
B) a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito
a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional, somente
pode ocorrer com o seu consentimento.
C) qualquer notícia a respeito do fato que atribua autoria de ato infracional a
criança ou adolescente não poderá identificá-lo, sendo vedada fotografia,
referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais
do nome e sobrenome.
D) é vedada a expedição de cópia ou certidão de atos judiciais, policiais e
administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua
autoria de ato infracional.
Questão 04 - CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Oficial Judiciário
A Justiça da Infância e da Juventude NÃO é competente para:

A_ conceder a remissão como forma de manutenção do processo.


B) conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes.
C) aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de
proteção à criança e ao adolescente.
D) conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público para
apuração de ato infracional atribuído a adolescente aplicando as medidas
cabíveis

Questão 05 – CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Oficial Judiciário


Segundo dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, “a política de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios” (artigo 86), das quais
participam entidades de atendimento, que no desenvolvimento de programas de
internação devem cumprir, entre outras, as obrigações descritas no seu artigo
94, como por exemplo: não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto
de restrição na decisão de internação; diligenciar no sentido do restabelecimento
e da preservação dos vínculos familiares; oferecer vestuário e alimentação
suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; propiciar
assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças.
Ao tomar conhecimento de que em uma entidade governamental a direção editou
regra impeditiva de visita dos pais de interno que não tivessem bom
comportamento, marque a medida que poderia ser aplicada à entidade:

A) Afastamento provisório de seus dirigentes.


B) Suspensão parcial do repasse de verbas públicas.
C) Interdição da unidade.
D) Cassação do registro.

Questão 06 - CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de


Registros - Provimento - 2017
As regras do Estatuto da Criança e do Adolescente podem ser aplicadas:

A) às crianças e, excepcionalmente, aos adolescentes.


B) apenas às crianças e aos adolescentes.
C) excepcionalmente aos adultos com idade entre 18 e 21 anos.
D) somente às crianças e aos adolescentes, mas jamais aos adultos.

Respostas:
1) A; 2) B; 3) C; 4) A; 5) A; 6) C

Você também pode gostar