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III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010

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POTENCIALIDADES E APLICAÇÕES DE SERVIDORES DE DADOS


GEOGRÁFICOS INTEROPERÁVEIS
ROMILDO TOSCANO DE BRITO NETO
MARCELLO BENIGNO BORGES BARROS FILHO

Universidade Federal da Paraíba - UFPB


Instituto Federal de Educação Tecnológica da Paraíba – IFET - PB
{romildoneto, benigno.marcello}@gmail.com

RESUMO – A interoperabilidade tem recebido cada vez mais atenção à medida que as empresas e
instituições públicas tentam resolver o problema das “ilhas de informação”, onde os sistemas são
desenvolvidos com tecnologias proprietárias e não se preocupam com a comunicação entre as aplicações.
A solução proposta é criar um servidor de dados geográficos interoperável, que possibilita, através de um
serviço Web, o intercâmbio e a transmissão de dados livremente entre diferentes programas e sistemas
computacionais, de forma remota e em tempo real. O serviço Web implementado permite a
disponibilização de formatos padrões de interoperabilidade (WMS, WFS e KML), especificados pelo
Open Geospatial Consortium (OGC). O acesso aos dados do servidor implementado pode ser feito
utilizando softwares de SIG (Sistema de Informações Geográficas), como também pelo Google Earth ou
Google Maps. O meio criado para facilitar a comunicação entre os softwares e o servidor foi o Geoportal
AESA (Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba). Por fim, este artigo espera
viabilizar o desenvolvimento de novos serviços Web, estimular a cooperação entre instituições produtoras
de informações espaciais e servir como modelo de intercâmbio de dados.

ABSTRACT – Interoperability has received increasing attention when companies and public institutions
tried to solve the "islands information" problem, where systems are developed with proprietary
technologies and don’t worry about the communication between applications. The solution proposed is to
create a interoperable spatial data server that allows, through a Web service, data exchange and
transmission freely between different programs and computer systems, remotely and in real time. The
Web service implemented allows available formats interoperability standards (WMS, WFS and KML),
specified by the Open Geospatial Consortium (OGC). Access to data server implemented can be done
through GIS software (Geographic Information System), as well as Google Earth or Google
Maps. Geoportal AESA (Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba) was created to
help communication between software and server. Finally, this article hopes to facilitate the development
of new Web services, to stimulate cooperation between institutions that produce spatial information and
serve as a data exchange model.

1 INTRODUÇÃO conseqüentemente, de atualização. Outra dificuldade é a


grande heterogeneidade de programas e formatos de
Os softwares de SIG (Sistemas de Informações dados de natureza espacial existentes no mercado.
Geográficas) podem ser considerados um dos recursos Desta forma, surge a importância da
mais poderosos do geoprocessamento, embora muitas interoperabilidade ou intercâmbio de dados geográficos.
vezes, a base cartográfica de uma determinada área de Seu grande desafio é enfrentar a diversidade de modelos
estudo pode ter um alto custo na sua confecção. Uma conceituais dos SIG disponíveis no mercado e seus
solução para minimizar esse problema é o diferentes formatos de dados. Ela pode ser entendida
compartilhamento de dados geográficos entre diversos como a capacidade de um sistema compartilhar e trocar
órgãos que utilizam SIG. informações espaciais.
Empresas e instituições públicas não costumam A interoperabilidade é baseada na
compartilhar seus dados. Isso pode ser atribuído a simplificação nas complexas coleções de formatos e
dificuldade de tornar os sistemas interoperáveis ou a falta padrões dos dados. Nesse sentido, foi criado o Open
de interesse por questões políticas ou administrativas. Geospatial Consortium (OGC). Seu objetivo é criar, entre
Assim, surgem problemas como replicação de dados e,
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outras especificações, formatos padrões que simplificam a em vista a enorme demanda que existe por informação
interação entre diferentes fontes de dados. espacial de simples acesso.
Diante dos pressupostos, este trabalho visa O conceito de serviço Web surgiu para prover
apresentar potencialidades de servidores web uma arquitetura sistemática e mais ampla para permitir a
interoperáveis a partir de um aplicativo que disponibiliza interação entre aplicações, a partir de mensagens enviadas
as informações hídricas do Estado da Paraíba, a partir de sobre os protocolos Web já existentes (HTTP)
padrões de interoperabilidade especificados pela OGC. combinadas com o padrão XML (CURBERA et al., 2002
apud DAVIS JR. et al., 2005). O eXtensible Markup
2 INTEROPERABILIDADE DE SIG ATRAVÉS DE Language (XML) é um padrão W3C (world wide web
SERVIÇOS WEB consortium) grupo responsável por diversos padrões
existentes na internet. A linguagem XML surgiu com o
2.1 SIG no contexto da interoperabilidade advento da Internet e a necessidade de se criar padrões de
representação de dados e metadados. Ela é um padrão que
Geoinformação significa, antes de mais nada, independe de plataforma computacional e linguagem de
utilizar computadores como instrumentos de programação e que é usada para publicar, representar e
representação de dados espaciais. Assim, o problema trocar dados e metadados na Web (FIDALGO, 2005).
fundamental da Ciência da Geoinformação é o estudo e a Por ser uma linguagem extensível, XML permite
implementação de diferentes formas de representação que novos padrões sejam especificados a partir dela,
computacional do espaço geográfico (CÂMARA e possibilitando assim, que surjam novas tecnologias em
MONTEIRO, 2003). conformidade com a mesma. Como diversos padrões do
Com o crescimento do número de softwares de OGC, que são especificados a partir de XML (FIDALGO,
SIG e conseqüentemente da variedade de modelos 2005).
internos de dados, criou-se uma demanda em busca de Para Brandão e Ribeiro (2007), serviços Web são
mecanismos que permitam a troca de informações softwares que oferecem serviços a aplicações remotas,
armazenadas em base de dados diferentes. As primeiras denominadas consumidoras, utilizando a Internet como
tentativas de integração entre esses softwares envolveram canal de comunicação. No caso do aplicativo deste
a conversão direta do formato dos dados de um fabricante trabalho, o software seria o servidor interoperável
para outro, além da criação de formatos padrões de dados implementado e os serviços seriam os mapas em padrões
(DXF, GML, SHP), que facilitaram a troca de dados entre da OGC.
os SIG. Porém, não havia interação entre os sistemas, o A Figura 1 a seguir mostra um esquema de como
que se buscava era o acesso aos dados (FONSECA, funciona um serviço Web. O cliente faz requisições a um
2001). servidor HTTP (Tomcat, por exemplo) através de um
Assim, surge a necessidade de se criar formatos navegador (Internet Explorer, por exemplo). Então o
padronizados que facilitem o compartilhamento de dados servidor de mapas interoperável (Geoserver, por exemplo)
utilizando diferentes softwares de SIG. Resolver esta é ativado, capturando informações do banco de dados e
problemática pode ser considerado uma das principais devolvendo para o servidor HTTP através do protocolo e
funções da interoperabilidade. das extensões XML. Dessa forma fica caracterizado um
A internet é uma opção viável para proporcionar serviço Web.
o intercâmbio de dados geográficos. Seu uso em larga
escala já é uma realidade em grande parte do mundo e é
crescente a quantidade de serviços disponibilizados nela.
Alguns destes serviços estão relacionados a informações
geográficas, deste simples endereços até sistemas de
traçado de rotas e visualização de mapas. A web vem
sendo utilizada como recurso para proporcionar a
interoperabilidade entre SIG, ela funciona basicamente
com a arquitetura na forma de cliente/servidor, onde o
sistema principal, o que se quer disponibilizar, é o
servidor e os clientes são os outros sistemas que irão
interagir com este servidor. Assim, para se atingir
interoperabilidade, é necessário que se implemente esse Figura 1 – Funcionamento de um serviço Web
cliente, de forma autônoma ou estendendo outros Fonte: Adapatado de Melo Jr. (2005)
softwares (PEREIRA, 2004).
2.3 O Open Geospatial Consortium (OGC)
2.2 Serviços Web
O OpenGIS® é a marca registrada da OGC. Suas
Os serviços Web surgem como uma alternativa para especificações visam permitir que as tecnologias do
a disseminação de dados geográficos na Internet, tendo geoprocessamento se tornem interoperáveis através da
criação de interfaces e padrões de intercâmbio de dados
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(OGC, 2008). Do ponto de vista do usuário, ele permite o O Tomcat tem a capacidade de atuar como um
acesso a dados espaciais em locais remotos, não servidor Web HTTP puramente em Java. Além disso, o
importando qual o formato. Para o desenvolvedor, é a Tomcat é um servidor de aplicações Java na Web. O
parte do serviço Web criada para interpretar e representar Geoserver é uma aplicação Java que funciona como um
um conjunto de dados de um servidor de dados espaciais servidor de mapas. Pode-se dizer que o Geoserver é um
para um cliente de geoprocessamento. Servidor Web Interoperável, já ele utiliza as
Neste trabalho, os formatos padrões de especificações da OGC (Por exemplo: WMS, WFS, SLD,
interoperabilidade WMS, WFS e KML, especificados KML etc.) que reduzem as dificuldades do
pelo OGC, foram disponibilizados a partir do serviço Web compartilhamento de dados. Portanto, o Geoserver é
implementado. utilizado para acessar dados espaciais em diversos
O Web Map Service (WMS) cria uma forma formatos, convertê-los e disponibilizá-los de acordo com
padronizada para recuperação de mapas no formato as especificações da OCG, conseqüentemente
matricial. Assim, os mapas produzidos por meio do WMS promovendo a interoperabilidade entre SIG.
são geralmente apresentados em um formato de figura O PostGIS é a extensão do PostgreSQL que
como PNG, GIF ou JPEG, ou ocasionalmente como base adiciona a este SGBD o suporte operações com dados
de elementos gráficos vetoriais em Scalable Vector espaciais. Ele permite que o Geoserver acesse sua base de
Graphics (SVG) (BEAUJARDIERE, 2006; TSOU, dados, além de ser completamente compatível com as
2001). especificações OGC. Além disso, foi utilizado o ArcGIS e
Para definir a simbologia de um WMS o OGC o gvSIG para demonstrar a visualização dos dados através
utiliza outro padrão, o Styled Layer Descriptor (SLD). de um software de SIG.
Ele permite definir cores e rótulos para uma camada
WMS a partir de regras a serem definidas em sua 3.2 Implementação do sistema
linguagem. Todo arquivo SLD é a extensão de um XML,
e por isso é enquadrado como parte de um serviço Web A configuração do aplicativo iniciou-se com a
(LALONDE, 2002). instalação e configuração do servidor Tomcat no sistema
O Keyhole Markup Language (KML) é a operacional Linux Fedora. Em seguida foi instalado o
extensão de um XML utilizado pelo Google para permitir Geoserver, aplicação Java utilizada para acessar dados
a visualização de dados geográficos em seus aplicativos, espaciais em diversos formatos, convertê-los e
Google Earth e Google Maps. Na sintaxe do KML disponibilizá-los de acordo com as especificações da
proveniente de um serviço Web existe uma requisição OCG, conseqüentemente promovendo a
WMS, ou seja, o KML depende de outros padrões para interoperabilidade entre SIG.
permitir a visualização de dados espaciais. O KML é No Sistema Gerenciador de Banco de Dados
processado nos aplicativos do Google (Earth Browsers) (SGBD) da AESA, PostgreSQL com a extensão
da mesma forma que o HTML e XML são processados espacial PostGIS, foram analisados os relacionamentos
nos navegadores Web. entre as tabelas que seriam utilizadas para a extração das
O Web Feature Service (WFS) é uma das mais informações a serem disponibilizadas e configurado o
valiosas especificações da OGC. Ele fornece uma repositório de dados formado pelas tabelas contidas no
visualização genérica para os dados acessados no servidor banco.
remoto, ou seja, não existem estilos predefinidos para este Após a instalação e do Geoserver no Tomcat,
serviço, porém o usuário é capaz de customizá-los. Outra deu-se início a sua configuração a fim de permitir o
potencialidade deste serviço é capacidade de realizar armazenamento dos dados. O próximo passo foi acessar o
consultas e criar filtros, isto faz com que o usuário tenha SGBD da AESA através do Geoserver, para se obter
maior controle sobre os dados (GEOSERVER, 2008). dados que são alterados constantemente, como por
exemplo, as coordenadas dos pontos de captação de água
3 MATERIAIS E MÉTODOS outorgados. Assim como os dados da base cartográfica
em meio digital, que se encontrava nos formatos shapefile
Para a construção do Servidor Web interoperável e geodatabase (nativos do ArcGIS), que também foram
é necessária infra-estrutura de hardware e software exportados para o Banco de Dados Geográficos.
compatíveis com o volume de dados a serem O Geoserver possui um recurso que permite a
disponibilizados. Em virtude disto, foi desenvolvida uma pré-visualização dos mapas criados através de um cliente,
aplicação, chamada de Web Service, na sede da AESA, já o OpenLayers. Dessa forma foi possível verificar os
que esta agência tem a filosofia de disponibilizar estilos das camadas WMS recém criadas e buscar sua
informações espaciais, dispõe de boa qualidade de customização modificando seus respectivos arquivos
equipamentos para estes fins, além de ser a maior SLD.
detentora de dados espaciais relacionados à gestão de A Figura 2 a seguir mostra o layer dos limites
recursos hídricos na Paraíba. das bacias hidrográficas do Estado da Paraíba visualizado
a partir do OpenLayers e com o estilo default_polygon do
3.1 Programas computacionais Geoserver.

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Figura 4 – Esquema de funcionamento do aplicativo


Figura 2 – Visualização da camada Limites das Bacias
Hidrográficas através do OpenLayers
4.2 Requisição do serviço WMS utilizando o ArcGIS
A Figura 3 a seguir mostra o mesmo layer após a
customização do arquivo SLD.
O primeiro passo é acessar o Geoportal da AESA
e obter o endereço que será anexado ao SIG para fazer a
requisição WMS. Então, no caso do ArcGIS, a função
Add WMS Servers permite adicionar o serviço WMS
colando o endereço (URL) obtido no Geoportal e, assim,
obter uma lista com todas as camadas WMS que o
servidor criado dispõe. O próximo passo é selecionar o
Sistema de referência geodésico e o Sistema de projeção
cartográfico, neste caso deve ser selecionado o SAD69 e o
Sistema de coordenadas geográficas.
Após esses passos é possível visualizar as camadas
adicionadas, como mostra a Figura 5 a seguir, onde foram
Figura 3 – Visualização da camada Limites das Bacias selecionadas as camadas: limites do Estado, usuários
Hidrográficas com SLD definido cadastrados, limites dos municípios e os limites das bacias
hidrográficas.
4 RESULTADOS

4.1 Esquema de funcionamento do aplicativo

O cliente, através de seu navegador, acessa o


Geoportal AESA, e lá obtém os endereços dos serviços
WMS e WFS. Esses endereços são utilizados pelos
softwares de SIG para fazer a requisição dos serviços.
Essas requisições acessam o servidor Tomcat que por sua
vez ativa o Geoserver, então ele acessa as tabelas do
banco de dados espaciais (PostGIS) e as transformam nos
padrões WMS e WMF. Assim, tem-se a
interoperabilidade criada de fato, já que os dados podem
ser visualizados por diversos softwares de SIG e de forma
remota.
O padrão KML é disponibilizado de forma Figura 5 – Visualização das camadas adicionadas no
semelhante, porém não existe um endereço a ser anexado ArcGIS
no Google Earth e Google Maps para visualizar os dados.
Neste caso são disponibilizados arquivos KML que, Portanto o serviço WMS é recomendado aos
quando solicitados, mostram as camadas diretamente em usuários que desejam visualizar os dados com estilos
um dos programas utilizados pelo cliente. Isto ocorre predefinidos, nesse caso da AESA. Também é possível
porque o Google Earth e o Google Maps funcionam como consultar os atributos dos elementos que compõem os
um navegador de arquivos KML, ou seja, o mapas.
processamento de um arquivo KML é semelhante ao de
arquivos HTML e XML em navegadores da Web.
A Figura 20 a seguir é um esquema que
mostra o funcionamento do aplicativo criado.
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4.3 Requisição do serviço WFS utilizando o gvSIG

O primeiro passo para se fazer uma requisição


WFS no gvSIG é definir o Sistema de Referência
Geodésico e o Sistema de Projeção Cartográfico, para os
dados desse projeto deve ser selecionado o SAD69 e o
Sistema de coordenadas geográficas. Em seguida, deve-se
acessar o Geoportal da AESA para obter o endereço que
será anexado ao SIG para fazer a requisição WFS. Então,
no caso do gvSIG, a função Añadir capa permite iniciar o
serviço WFS. Para isso basta colar o endereço (URL)
obtido no Geoportal.
O próximo passo seria escolher uma camada e
configurá-la. O padrão WFS permite que sejam
empregadas funções de análise espacial, seleção por
atributos, confecção de mapas temáticos entre outras
Figura 7 – Visualização de camadas no Google Earth
utilidades. Como exemplo de aplicação desse serviço, foi
gerado um mapa temático com as mesorregiões do estado
4.5 Visualização de um arquivo KML no Google Maps
e os rios com ordem maior que dois, como pode ser visto
na Figura 6 a seguir.
Para a visualização de dados geográficos no
Google Maps também é utilizado o padrão KML. Porém o
mecanismo aplicado para dispor deste recurso foi
diferente do empregado no Google Earth. Neste caso, os
arquivos KML são capturados por URLs, que estão
escondidas dentro da estrutura do HTML que compõe a
página do Geoportal que mostra o Google Maps.
Para colocar uma janela do Google Maps dentro de
um HTML é utilizado o recurso API (Application
Programming Interface) do Google Maps que, além de
incorporar o Google Maps em páginas Web através de um
JavaScript, fornece uma série de utilitários para
manipular mapas e adicionar conteúdo por meio de uma
Figura 6 – Visualização de um mapa temático criado no variedade de serviços, como por exemplo adicionar um
gvSIG KML através de um Serviço Web.
A Figura 8 abaixo mostra a visualização da
4.4 Visualização de um arquivo KML no Google Earth camada adutoras do Estado da Paraíba no Google Maps a
partir do acesso ao Geoportal AESA.
Para a disponibilização dos arquivos KML, foi
criada a página KML no Geoportal AESA. Ela contém
links que baixam os arquivos KML e assim, eles podem
ser visualizados no Google Earth. Os dados visualizados
a partir deste padrão provêm, na verdade, de uma
requisição WMS. Portanto eles têm o mesmo estilo de um
WMS e a interoperabilidade é mantida de fato, assim, o
cliente do Geoportal pode salvar um arquivo KML em sua
máquina e quando recarregá-lo no Google Earth as
informações serão obtidas em tempo real direto do banco
de dados da AESA.
A Figura 7 a seguir mostra a visualização das
camadas açudes e rios do estado da Paraíba do Google
Earth a partir de arquivos KML obtidos no Geoportal
AESA.
Figura 8 – Visualização de camadas no Google Maps

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A Figura 9 a seguir mostra como são selecionadas consideravelmente os custos. Dessa forma, pretende-se
as camadas em KML que aparecem no Google Maps do estimular a cooperação entre instituições produtoras de
Geoportal. Quando é selecionada uma camada, por informações espaciais e servir como modelo de
exemplo, as adutoras, existe dentro do HTML uma intercâmbio de dados.
requisição KML feita através do API Google Maps, que
permite sua visualização. REFERÊNCIAS

BEAUJARDIERE, Jeff de la. OpenGIS® Web Map


Server Implementation Specification. OpenGIS®, 2006.
81p.

BRANDÃO, F.; RIBEIRO, J. A. Estudo do XML, GML,


SVG e WEBSERVICES (WMS e WFS) para formatação
e divulgação de informações geográficas. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 13,
2007, Florianópolis. Anais... São José dos Campos, SP:
INPE, 2007. p. 5611-5617

CÂMARA, G.; MONTEIRO, A.V.M. Conceitos Básicos


em Ciência da Geoinformação. In: CÂMARA, G.;
MONTEIRO, A.V.M.; DAVIS, C.. (Org) Introdução à
Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
INPE, 2003. Cap 2, p. 1-35

Figura 9 – Seleção de camadas no Geoportal para o CURBERA, F.; DUFTLER, M.; KHALAF, R.; NAGY,
Google Maps W.; MUKHI, N.; WEERAWARANA, S. Unraveling the
Web Services Web: an introduction to SOAP, WSDL
5 CONCLUSÕES and UDDI. IEEE Internet Computing, v. 6, n.2, p. 86-
93, 2002.
A utilização de servidores Web interoperáveis é
fundamental para promover o intercâmbio de dados DAVIS JR. C. A.; SOUZA, L.A. de; BORGES, K. A. V.
geográficos. A partir do aplicativo criado, foi alcançado o Disseminação de dados geográficos na Internet. In:
objetivo proposto, que era de apresentar potencialidades CÂMARA, G. et al. (Org.). Banco de Dados
de servidores Web interoperáveis a partir especificações Geográficos. São Paulo: MundoGEO, 2005. cap. 10, p.
do OpenGIS®, desenvolver de uma aplicação para 341-366.
subsidiar a gestão hídrica, além de promover o
compartilhamento desse tipo de informação. FIDALGO, Robson do Nascimento. Uma Infra-
A utilização de softwares de SIG e do Google estrutura para Integração de Modelos, Esquemas e
Earth e Maps, como ferramentas que permitem a Serviços Multidimensionais e Geográficos. Recife:
visualização dos produtos gerados (formatos WMS, WFS UFPE, 2005. 165p. Tese de Doutorado (Ciências da
e KML), é considerada uma alternativa viável para se Computação) – Universidade Federal de Pernambuco,
trabalhar com os dados, realizar análises e gerar mapas e 2005.
relatórios.
A criação do servidor de dados geográficos FONSECA, F. T., Ontology-Driven Geographic
interoperável permitiu que órgãos gestores, como AESA, Information Systems. 2001. 131p. PhD Thesis (Spatial
ANA, SUDEMA e prefeituras, tenham acesso remoto a Information Science and Engineering) - University of
dados e em tempo real, possibilitando uma forma Maine, Orono.
descentralizada de se obter e centralizada de se gerar OGC. Open Geospatial Consortium. 2008. Disponível
informações. em: <http://www.opengeospatial.org/ogc >. Acesso em:
A partir do serviço desenvolvido, espera-se 30 ago. 2008, 03:00:00.
ressaltar a importância da interoperabilidade de dados
geográficos em empresas, órgãos ou instituições. Já que a GEOSERVER. Geoserver. Disponível em:
coleta de dados é um processo caro e a disponibilização <http://geoserver.org/>. Acesso em: 31 out. 2008,
de dados, muitas vezes, é uma obrigação de órgãos 09:01:00
governamentais.
A partir da metodologia aplicada para a LALONDE, William. Styled Layer Descriptor
implementação do sistema, espera-se viabilizar o Implementation Specification. OpenGIS®, 2002. 117p.
desenvolvimento de novos serviços Web, já que foram
empregados apenas softwares livres, o que diminui
R. T. de Brito Neto; M. B. B. Barros Filho
III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010
p. 000-000
PEREIRA, Marconi de Arruda. Uma Implementação Do
Serviço WMS Sobre a Biblioteca Terralib. 2004. 108p.
Dissertação (Informática) – PUC-Rio, Rio de Janeiro

MELO JÚNIOR, J. Interoperabilidade de SIG através


de serviços Web. 2005, 96 f. Dissertação (Tecnologias da
Geoinformação) – Centro de Tecnologia e Geociências -
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.

TSOU. Ming-Hsiang. A Dynamic Architecture For


Distributing Geographic Information Services on the
internet. 2001. 193p. PhD Thesis - University of
Colorado, Boulder.

R. T. de Brito Neto; M. B. B. Barros Filho

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