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GCA/DIAP Nº 043/2013
1 – DADOS DO EMPREENDIMENTO
2 – ANÁLISE TÉCNICA
2.1- Introdução
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técnica da FEAM (em 29/09/2006) a apresentar RCA/PCA visando pleitear LOC por tratar-se
de estrutura minerária já existente, incluindo no processo seus futuros alteamentos até a
configuração final.
A Licença de Operação em Caráter Corretivo - LOC foi deferida com condicionantes, sendo
registrada pelo Nº 143/2009, em reunião da URC Rio Paraopeba no dia 20/07/2009. Uma
Autorização para Exploração Florestal - APEF atrelada à LOC também foi chancelada, para
supressão de 3,0 ha de Mata Atlântica N° 0021204.
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2.2 – Caracterização do Empreendimento
Para a finalização das obras da barragem I haverá necessidade de intervenção numa área
total de 3,0 ha, com supressão de Mata Atlântica secundária em estágios médio a avançado
de regeneração autorizado pela APEF N° 00212042.
1
Parecer Único SUPRAM CM N° 145/2009, página 02.
2
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 04.
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Figura 2 – Áreas de intervenção/supressão para a finalização das obras do décimo e último
alteamento da barragem I (cota 942 m)
A Barragem I situa-se no alto curso da bacia do Rio Paraopeba, nas cabeceiras do Ribeirão
Ferro-Carvão, afluente pela margem direita do Paraopeba, em terras do município de
Brumadinho, Minas Gerais. A Barragem I tem como finalidade conter os rejeitos
provenientes da usina de concentração. Esta barragem vem sendo alteada em etapas pelo
método de montante de forma intermitente, a depender da produção da unidade3.
Os alteamentos foram executados por várias empreiteiras. O dique inicial foi projetado por
uma empresa alemã em 1974-76, tendo sido executado com solo compactado até atingir a
crista na cota 874 m, com altura inicial de 18 m. Atualmente, a crista da barragem está na
cota 937 m (9° alteamento). A próxima etapa atingirá a cota 942 m (10° alteamento), quando
então a barragem I deverá atingir sua configuração final4.
A usina opera em média 8.000 h/ano, gerando cerca de 210 t/h de rejeitos (base seca), com
densidade dos sólidos de 4,1 t/m³, com um teor de sólidos na polpa de 18%, em massa,
considerando-se que a densidade aparente seca dos rejeitos sedimentados e adensados no
reservatório está em torno de 2,1 t/m³5.
3
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 10.
4
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 10.
5
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 25.
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ocorre a recirculação para a usina6. O volume de água armazenado na Barragem I é
pequeno, sendo requerida a sua retenção no reservatório apenas para clarificação.
A Barragem I insere-se no sistema de disposição e contenção de rejeitos e recirculação de
água da Mina Córrego do Feijão. Este sistema é integrado pelos seguintes componentes:
Barragem,
Extravasor,
Reservatório,
Bombeamento e adução dos rejeitos e,
Bombeamento e adução de água.
A Vale S.A. contratou empresa especializada para execução das obras de alteamento.
Atualmente são empregados nesta obra 126 funcionários (mobilização de mão-de-obra
temporária) 7.
2.3.1 - Abrangência
Área Diretamente Afetada – ADA: corresponde à área da Barragem I até seu último
alteamento (cota 942m), composta por áreas com vegetação nativa a serem suprimidas de
3,0ha. A área total da ADA é de 50,49 ha.
Área de Influência Direta – AID e Área de Influência Indireta – AII: Segundo o RCA
(página 54), a AID e a AII foi definida de acordo com o “Plano de Contingência da Barragem
I”, elaborado pela Tecnosolo (2003), que considera (hipótese/simulação) um provável
rompimento da barragem e seus efeitos sobre o meio ambiente e populações situadas à
jusante. A propagação da lama de rejeitos ao longo do curso d´água (Ribeirão Ferro-
Carvão) afetaria todo este curso d´água à jusante, numa faixa de aproximadamente 500
metros para cada margem, numa extensão de, aproximadamente, 9 km (até a foz do
Ribeirão Ferro-Carvão no Rio Paraopeba).
6
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 29.
7
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 40.
8
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 40.
9
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 41.
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Sendo assim a AID e a AII está dentro do raio de 10 km da ADA, porém a abrangência dos
impactos típicos desta atividade estende-se por toda a bacia a jusante do empreendimento,
resultando em uma abrangência regional.
2.3.2.1 Flora
O estudo realizado, feito por caminhamento, permitiu verificar que nas porções a serem
suprimidas pelo 10° alteamento da Barragem I, percebem-se, basicamente, quatro tipos de
ambientes: um com vegetação arbórea e com menor intervenção (Ambiente 1); outro com
um grau maior de intervenção (Ambiente 2); outro com árvores remanescentes e com
intensa regeneração natural (Ambiente 3) e outro ambiente praticamente com ausência de
vegetação arbórea adulta, com predominância de braquiária (Ambiente 4) 11.
10
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 68.
11
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 69.
12
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 69.
13
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 69.
14
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 69.
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Figura 3 - Aspecto do interior do Ambiente 1.
15
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 70.
16
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 70.
17
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 71.
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Figura 4 - Aspecto dos remanescentes do Ambiente 2
18
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 71.
19
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 71.
20
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 71.
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O Ambiente 4 é caracterizado por pastagens, com predominância da espécie Braquiária
(Brachiaria sp.). Existem poucas árvores se regenerando, podendo-se citar Alecrim
(Baccharis dracunculifolia), Camboatá (Matayba sp.), Capixingui (Croton floribundus), Ipê
(Tabebuia sp.) e Macaúba (Astrocaryum aculeatissimum) 21.
Das espécies ocorrentes na área de influência, 2 (duas) encontram-se incluídas na Lista das
Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Estado de Minas Gerais, na categoria
Vulnerável (Biodiversitas, 2007): Braúna (Melanoxylon brauna) e Jacarandá-da-Bahia
(Dalbergia nigra).
2.3.2.2 Fauna
Foram registradas somente quatro espécies de anfíbios anuros na AID, número reduzido
provavelmente devido aos fatores climáticos, citados anteriormente, associados à curta
duração da amostragem e à degradação do ambiente: Sapo-cururu-vermelho (Chaunus
21
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 72.
22
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 72.
23
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 76.
24
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 77.
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rubescens), Perereca 1 (Bokermannohyla circumdata), Perereca creu-creu (Hypsiboas
albopunctatus) e Perereca 2 (Scinax sp.) 25.
2.3.3.1 Hidrografia
O Ribeirão Ferro-Carvão possui suas nascentes na vertente sul da serra Três Irmãos
(extensão sudoeste da Serra do Curral), localizadas ao norte da pilha de estéril de Menezes
Oeste. O Ribeirão Ferro-Carvão corre na direção sul, recebendo toda a contribuição da área
das instalações e ferroviária da Mina de Córrego do Feijão27.
O Córrego Olaria tem suas nascentes posicionadas na serra Três Irmãos, a uma altitude
média de 1.100m, fluindo na direção sul até desaguar no Ribeirão Ferro-Carvão28.
Ressalta-se que a barragem de rejeitos I da Mina Córrego do Feijão não interferirá em área
de ocorrência de patrimônio arqueológico e espeleológico, sendo as cavidades mais
próximas registradas localizadas na Mina da Jangada, de propriedade da Vale. Não
obstante, nos trabalhos de campo realizados pela equipe da NICHO Engenheiros
Consultores Ltda. não foram visualizados qualquer indício de vestígios arqueológicos ou
espeleológicos na ADA31.
25
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 77.
26
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 61.
27
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 61.
28
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 61.
29
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 60.
30
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 60.
31
NICHO Engenheiros Consultores Ltda. EIA - Mina Córrego do Feijão – Recuperação de Pellet Feed da Barragem I e VI e
Estruturas Associadas – Brumadinho/MG/Brasil. 2010 (adaptado).
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2.3.3.3 Pedologia
Esclarece-se que, para fins de aferição do GI, apenas serão considerados os impactos
gerados, ou que persistirem, em período posterior a 19/07/2000, quando foi criado o
instrumento da compensação ambiental.
O estudo realizado, feito por caminhamento, permitiu verificar que nas porções a
serem suprimidas pelo 10° alteamento da Barragem I, percebem-se basicamente
quatro tipos de ambientes: um com vegetação arbórea e com menor intervenção
(Ambiente 1); outro com um grau maior de intervenção (Ambiente 2); outro com
árvores remanescentes e com intensa regeneração natural (Ambiente 3) e outro
ambiente praticamente com ausência de vegetação arbórea adulta, com
predominância de braquiária (Ambiente 4) 34.
Dentro do contexto da barragem, que por suas características funciona como barreira
física para o trânsito da fauna e para a dispersão de propágulos (fluxo gênico), a
supressão 3,0 ha de Mata Atlântica secundária em estágio médio a avançado de
regeneração para ampliação do empreendimento, contribui significativamente para a
intensificação do processo de fragmentação dos remanescentes de vegetação nativa
da região. A retirada da vegetação ocasionará, ainda, na eliminação da “borda”
32
TECISAN. PTRF, página 38.
33
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 04.
34
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 69.
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desse remanescente de modo a alterar as condições de luminosidade/umidade de
áreas antes sombreadas, intensificando assim o chamado “efeito de borda”.
35
LUME estratégia ambiental. RCA/PCA, página 101.
36
Tecisan. PTRF, página 20.
37
Tecisan. PTRF, página 20.
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A alteração da qualidade do ar está relacionada às emissões de poeiras provocadas
principalmente pela movimentação interna de equipamentos pesados que tendem a
aumentar os níveis de materiais particulados na atmosfera na área diretamente
afetada (ADA).
38
Prof. M. Marangon. Mecânica dos Solos II - Hidráulica Dos Solos. Faculdade de Engenharia – NuGeo/Núcleo de
Geotecnia/UFJF.
39
Vale S.A. Relatório de Acompanhamento Hidrogeológico. Página 43. 2010.
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da qualidade ambiental, podendo contribuir para o afugentamento da fauna e sua
instalação na área de entorno.
3- APLICAÇÃO DO RECURSO
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Unidades de Conservação no raio de 10 km do empreendimento não consideradas
afetadas em função de não atenderem requisitos do POA/2013
Distância do Requisito do POA não
Unidade de Conservação
empreendimento atendido
APE Taboão Aproximadamente 6 km APE não recategorizada
APE Rola Moça e Bálsamo Aproximadamente 9,5 km APE não recategorizada
APE Rio Manso Aproximadamente 9,3 km APE não recategorizada
RPPN Mata do Jequitibá 20 m Não abriga o
empreendimento em seu
interior
Uma vez que as unidades Parque Estadual da Serra do Rola Moça e Área de Proteção
Ambiental Sul-RMBH foram consideradas afetadas, de acordo com os critérios do
POA/2013, as mesmas foram submetidas à metodologia para cálculo do índice de
distribuição, que estipula a percentagem de recursos previstos para as unidades:
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De acordo com o POA/2013, as unidades afetadas devem receber até 30% da
compensação ambiental apurada, o que no caso equivale a R$ 35.263,39.
Como a soma dos Índices de Distribuição obtidos pelas UCs afetadas é superior a 100%, o
mesmo POA recomenda a aplicação de uma regra de três simples para a obtenção do
percentual a ser destinado a cada unidade. Deste modo tem-se:
ID1 (100%) + ID2 (62,5%) = 162,5% (corresponde a 100% do valor destinado às unidades
afetadas, ou seja, R$ 35.263,39 ).
Para o qual:
X = R$ 21.700,55 Y = R$ 13.562,84
Os recursos deverão ser repassados ao IEF em até 04 parcelas, o que deve constar do
Termo de Compromisso a ser assinado entre o empreendedor e o órgão.
4 – CONTROLE PROCESSUAL
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O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação solicitada no Ofício nº
260/2012/IEF/DIAP/GCA, fls. 85 a 90)
O valor de referência do empreendimento foi apresentado sob a forma de Planilha, vez que
o empreendimento foi implantado após 19/07/2000 (fls 100) e está devidamente assinada
por profissional legalmente habilitado, competente, acompanhada da anotação de
responsabilidade técnica - ART de seu elaborador, em conformidade com o Art. 11, §1º do
Decreto Estadual 45.175/2009 alterado pelo Decreto 45.629/2011:
Assim, por ser o valor de referência um ato declaratório, a responsabilidade pela veracidade
do valor informado é do empreendedor, sob pena de, em caso de falsidade, submeter-se às
sanções civis, penais e administrativas, não apenas pela prática do crime de falsidade
ideológica, como também, pelo descumprimento da condicionante de natureza ambiental,
submetendo-se às sanções da Lei 9.605/98, Lei dos Crimes Ambientais.
Mister frisar que o empreendedor foi questionado pelo técnico quanto à data de implantação
do empreendimento, tendo em vista que o Parecer Único da SUPRAM apresentou data de
implantação diferente da declarada pela empresa, fato que influencia a forma de
apresentação do valor de referência do empreendimento (fls. 101). A VALE S.A. confirmou a
data de implantação como posterior a 2000 através do ofício GALMG BH/MG 061/2013 (fls.
103).
A sugestão de aplicação dos recursos financeiros a serem pagos pelo empreendedor a título
de compensação ambiental neste Parecer estão em conformidade com a legislação vigente,
bem com, com as diretrizes estabelecidas pelo Plano Operativo Anual – POA/2013.
Isto posto, a destinação dos recursos sugerida pelos técnicos neste Parecer atende as
normas legais vigentes e as diretrizes do POA/2013, não restando óbices legais para que o
mesmo seja aprovado.
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5 - CONCLUSÃO
Este é o parecer.
Smj.
Belo Horizonte, 10 de abril de 2013.
De acordo:
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Tabela de Grau de Impacto - GI
Índices de Relevância Valoração Valoração Valoração
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ANEXO I
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ANEXO II
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