Você está na página 1de 31
Histéria e Mito Eudoro de Sousa PROTOCOLO Ns visto: USP SBD-FFLCHUSP f QO 2018 a ce citluticn onecRaria - Triep * usp Cadernos da UnB DEDALUS - Acervo - FFLCH-GE 21100024181 ite lo ou parte dele hk poe ser reprodrido, sob qualquer forma, ‘sem aueiacao ects do Editor Imprewo no Bras iitora Universidade de Brala ‘Campus Université — Asa Norte “0.010 Bein — DF Copyright © 1981 ~ done de Sousa Ditetos exclaivos para eta ecto aora Universidade de Brain ewig Jomcer Comes Ficha caaogriica (eparada peta Bitten Centra da UaB) SUMARIO Nota Prefacial 1. Lonjara eoutrora TI, Epocalidade da hist6ria HL. Pasado.e presente IV. Presenca do presente, como presenca do homem V._ Natureza e passado mitico VI. Ogqueé religizo, nas rligioes antigas.. VIL, também é religifo, nas religies modernas? VII Mico, sensibilidade e natureza IX. " Mito, “medida” de sensibilidade e natureza X. Expresso do mitico XI. Otridngulo simbélico ¢ complementar XIT. Um fragmento de Ariatsteles Apendice: A Grécia ea histéria vm ‘MITO, SENSIBILIDADE E NATUREZA 150) Na pretenga do pasado, “elgio da natureca”€ “natarera ds eligio",e ice wersn, Mansa pretenga do pasado, cr que 230 influ ox podereslscricon ‘ow do homer ilaminado plo mito teandvico, que dea fundamen a preenca do presents, divgindo x naturesa em natrera natal ematarera sbrenataral Na pre eng do pamado,rligitoc matuess fo inexauries (a0 inexeutels que inexaurt fel easendbildade,ambienia natural da vlgio e ambidnca rlgies da naturera. nexaurvel também a linguagem de una © outa, comma 2 wba ea outta — 2 Tiaguagem do mito, Eno razoamns no vaso se diwernos que o mito ngage da sensiiidade ed imaginaczo, que senbildade eda imapinarso que prt [Plbo mito, elador de mits, Por ora, cantentome cm «analog: o mito est para vensbildade. como a cencs (gncraer) ext para a intlgibidade, O mies fponta parauma tramcendincia: 4 mecafica, para era (§ 42), opetaaquela Fla ‘tapent qualquer tenativa de slag do problems, verdadeiramenteintineadoe di Pi de averiguar se as traracendéncas oda, oposta na mesma ina prolongada pats balnoe para cima, ou uma, coinidénca de ames, em ndeterminado pont Abs cireanerencia de wm culo Por ora, mio queremer ads sbmrago, ques ‘lant, da oposite de mio-linguagem da senulidade,e clnca-linguagen da ine Tigbidade. Meso na quae arnt, por azefacio de imagens conerits, lite i ‘ca saben em gue dirceto or ena pensar: 38 € poe! deuidarmo-os da ex tenciadomito na condigte de nio cuidermee da extnci da sensiilidade, modo de ‘conhecimento, exbora este ioe) 0 conheimento de que ordinariamentevfala- O Imitoserialinguagem de wanscengénca do ene, mato da que se procuraalca- ‘at caminbando no end pars que once se encainha;svia, i, aque bem Se presente au tal se dewenda, no setfim da propia snabiidade. 8 queremoe ‘ivericnos de que o valor alcance do mico stent crm base fie, nabaléel no {que se tena por valor ealeane da sensildade eda inaginacio,f certo qu ont TEraneeindomne! raconaitad& porno aleance oval do sete, jlga que relhorpenars, © ndo vee de aratlo como fardo inl, Feto de tudo quanto & onceptualmente intel; tas, por out lag, woo ervoronspraicamte, ot ” isroma Ero s6 admiradores, da poesia qe € alma deoda a ates es, deer, recherio pie Alnamente a carga que or btrosgotariam de aij, carga que para le leven de a ‘gue respiam, No temos mals fie companheisn se tortasamente no penatem fe evestem coneiton dealin Gnas de care’, mat se pens ue alias 30 So a nies, c muito mais extvanho 0 triste maniquim de ram que as vest por 51) O “inte maneguim de srame que vse alliis tna de care” fgara ae trie da segora,ealegoria €0 pede, o nko mau da pilomychia, Por demas {enor fad eit acerca da alogora, sem mais conseguir do que a verbo dil {0 doseu imo (lo agoreein “lac outta cosa”: oeargeaalegorzante de um ti tosupee que ate émiseara nfo earn em desacondo, ee io procarase otra ‘coien ari da misears,O mito pe wt miseara, ma ate dela no Mi nad) ase pero que tena chegadoo moment de ating sea pln igniieacio, Aner, er ae Codie decidir me's ecrever que ito €trarucedencia dsesve, que bem se pres Sente ou mal x deve, no son, ag de todos limites da senibiidae (ur ‘blnho “no sense", porque hi a fala tranacendéncia do sense pelo intelighe, que term a nua verdadra transcends aml eligi) Agora nada mae lars Adoquea ergem cesséntia da alegora: a exoges aleéria de um mito € um apreado Teluglar sen ineligbiidade, a rarao discursive por cua smalls cure ede vod se pende a ambitncia do mitco que € pura sensbiliade, ov antes, 0 em fndo da seid O eto ainda € mit, ns suas eatadaerupeions, mas Se prosegue na ascend pasa limite mina dainelgbldade, perdi de aun a Dieneia natural, more na alogoria, Supontoterentendioo que srs alegeri, sea en ter camo a impel emergenca da senibilidade na ined que & een Mito ¢ vida da semibidade: ea alegorin, sa mote. Com io, pone, sai agra -horimérpltdnico, oy, pla menos, asin parece. 6 parece, Prec, efevamente, «que pur na presenca do pamado o quest em prewnte &preenga do pent: para {im lado, ou para cima, um espit sem natuera, para outro lado, oy para alto tama natures sem esprit. Mat nao die que a sensibildade fone esa de es Dito e que a intlghildade dvs dente natures, Esprteenarueva no Inter Go sinplement, como sini, mgbiidade esenaibildade, embora ni hd que neglo tend aver mals espito na otlgldate,e mae natoens fa senailidade, 0 que & deficincia de penpecia. Eyprto © ostuees podem Imerseeionarse interpenetarse: admit, sem restrges, gues intenecionen ee lnterpeetrem, mario nfo tar por conseqlenca,intesecionamentoe a interpe netagao da ineligibiidade eda sensbidade. Nayea rvore que ait da minha Jala essa cde vores mascstar na ade store, aguca ve? Vive aque In rvore, na sia abstracio? No que dela se extra, que final, fi ela, em su cha vel singulriade? Bem se que ania platOnias now queen rar dein saagdo ve "tra, ma medida em que ni x dio por alma mas farem-ne 2 esta de me onvencorer, ow de me queerem comsence equ agula irene mba, «apenas Sombra, da drvoreidéia Tamim sei que Patio n30 dine a tia pala, a, Assets oy no, a metafsca sempre dew por certo qu iteligiidad e sca dese intensifcam ae adensam e candensan, proseguindo po eaminhos qu scenes ‘minhar em senses epstos. Volto ao principio mito densa ¢ condense or profundamentonasesbilidade, Por iso, com a fila, nase asegorese, Una ‘otra nasceram no mesmo gar, a0 memo tempo, ivericndo, na ineligiidads & significagao do wnel, ou dela no cada 2) Gloando Sceling: “a natuera & esp vivl.", mas ni cm us intel sibilidade. Natarerainligivel €38 a mature “natural, presente pesenes do pre sente,¢« naturesa “natural” é, por comegitacia do que feou serio no parqeato nti, alegorin da naturera, wma alegora da natures, aegis ue eet se reste am inflexvei proposos da vontade de apropragao, pela qual ¢ monte arn Aas faes do homem da hisoricidade,eiado pelo mito fetncico, A apropragto ne Be expropriacto. Quando o homem presente a presnca do preante se speoprine da ‘natural. jf expropriaa a naturzs presente pesenga do pasado, A akeels page «om moeda fas o east da expropriagao. Mass naturezaé inegotsel. Repropiets ‘do quanto edo quer que sea. e do expropiada se apropsem, como da legérco {apropriar se podem: sempre the restaré parte que € su edo omit, ogual por entzo ao sino", quanto a Noite. Als, alo ¢ eee nico andl, as rato Ae semethanga ener o Mito ea Net. O “angina eines” tami liga a No ¢« comnoginics com © mito da natuera: asin como aqua pocria tas dissents, 1, ee, aguas diversas alegorias, sem que ne ma nem outro edvidar ee tam, E tambon fi que eonserat 3 simbulicn da lar ea ved, que ment a ‘noseaogia platnics, © depois ax ques Ie seguem, de Arlatces wm reo ténicon. Fm todos a da proporeao (analog) da ha 8 erate uma dew, senses oeulton na sensbiidade, otra devout intlighes elon na nei ida te. Mas ee verde desouliam 0ainaerulto fre de mimeo equree dene de mim (anthdnvin:lanthanesthar, nedante a lnguegemaue é& do Ingo Acne lies da ze da visto de uma belevaeatanteant, que no dina verdad fas nals a ponto de no prmiirque te ace leona, Nash cute Se, Ha simbtiea ds Noite do Siléaci, que sutenta a gemulogia mia, 1 que ha pode "mos aociar nome de pesoa que dela se tna ocupado com entect terns af «0, Muito stranbo nos parce que o Foo, que tania eta depen na tei dra e concsacin, quand deu a entender que a grande Vig Slaten Coal que, pe, ante cla, a vigta do comum dos homens 050 seo mesmo que nZo x8 dew gentes ‘er, mat deccidamentegroclameu que a “pls bem suet ear acuta. Se lng ecole ¢ junta tudo quant do “mesh” anda opera, no pers que ee pose con ‘rariat aquele "bem querer Rear oult¢teacr& le da panda Vig ose da his, ue, 3 to hem querer ocular, pode querer a Nolte que De protege 4 isbitdade “igual por dentto ao alénco”, que a defended vstntlade, Ober ia, tales, ques pss ocala 6 enquat 4 nio desoeuleo grande deoraltonte logos. que a prfeidaocltagao ¢artucino deat, ep da naters Se rasp, ‘Wncias eeladors do encobero, Mas iso € gut, prt ero deme ona Ee rretato, fmo-me na conviceio de que, para Hert, o er da phi patentla ts latncin prefer. 153) Mas nfo comesames, no pargrafo precedente, por lotr uma entenga de Sebeing que segue, aoinvés, ete camino ques oerd quando The chearos a0 tr ‘nor "A Navuees © Eopiito viel” leva, como quer que a viremoserevircmos, 8 ‘Natura como vibildade, i €, como desocultagzo ac lies do corp ox da aoa Nis hi contadie,evdentemente;yotnio deverosesqueer ot da oura meta: seco Epirto @) Navarea iis” Sejs como for equal onome que Ihe , a0 lade da vida, hi winainvisdade da Natoret. Schelling dT 0 nome de pit, Aga temos de kznbra (§ 51) que esp permeia sensibilidade einelig Tidade que ce no esi todo do lado da ineligibidade, contra a sensbidade. De Thode suc dasemenga de Scheling, # podemor exalt oo esprito €dencutasto {Tnucereia, mass navteea€oeltag do eepiito. Ocultagio no significa elimina ‘Golosaniqutlament, macs nvsidade do ue permanece invite, endo 0 que eeca blidade ou na iavsilidade. No sentido ea inteneso de Scheling, 0 fag Siento de Herilc (18S) "a pi berm quer fica ocala", cntender-sedn “a his fram quer erultar © esis”, Porém, emo o soto alema, plas mesmas palawas lem senenca, propte a lenidade de nacurera e episto,é elaro que no extui 0 avid imediato do fragmento do zoo prego: "a pst: bem quer feat orulta” ‘Dom quer, mas nao pode v que quer. Em Seheling. © epit indaeretorevelador ornon a aunrera prefers devat secret, Demos née ao "expt a volta que no onlans denominemo ode itslogi, ist , x6 plo nome de urn de ews aspects, © ‘Sigumes,confonme no exqueton da Fentdade, que a natureza € mit vse, emit CRIES lnvne, Lo idea mito enatiresa, come 0 lado de dentoe o lado de fora descr que. iniferenemente, noe aparece con natarers ou como mit Pores, Sito nfo um indiscreterevelador do seqredo da naturera. O mito segreda oye Sor enquanto porquasto no tan» Lingagem da intligbildade, A linguagem do ‘io, chmo linguagem da ensilidade, € sienna inligiildade, A Noke que “Teg sobre a netarera igual por dent xo leno. Mas oespiito que na para in ‘lghidade se dexgarrou de sun anes naturin,oque€esprito sem natuers dian (edb ume suturera sm eptito, ae suporta 0 én nem se afeigoa obscurdade (Sa ite Em seu regime dium, a conacencia quer 0s0l a pramo do mein-iaequato- ‘iaabora cm ques itis, desensmnbrantese dossmombrades, renam sm valida “an atulutssoberania, Ea ors do alegrico, éa ora de air osléncoda tare ie idomit et hora de por no mito» nguagem que ele nfo quer nem pode falar € ese que a presenca de pasado eamorece aa presenca do presente. hora em que Consleta durna nem abe des em que now reconhece como a fuguldade Jo ‘heidi, de qualquer melo-dia que chega na bors era de todos os das que aleraam Com todas as ote, dis nites que ser todos do inexaurivel vente da Note, i) Alegria do mic, frsradatetativa de wolacHo do slincio da Noite que en

Você também pode gostar