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Aula: ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO

Disciplinas: História do Direito, Introdução ao Estudo do Direito, Filosofia, Ética,


Deontologia e Sociologia
Professor: Marco Alves
Referencial: PLATÃO. República. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2002. Tradução de
Enrico Corvisieri

OBJETIVO DA AULA:
• Demonstrar que há diferentes pontos de vista, e que pode haver mais de uma verdade;
• Refletir que uma verdade absoluta pode ser relativizada;
• Entender o papel do operadores do direito num cenário onde a verdade tem mais de uma
vertente e o papel do advogado numa demanda (na defesa dos interesses do seu
constituinte) e vedação legal do patrocínio infiel;

PARTE 1
Mito da caverna é uma metáfora criada pelo filósofo grego Platão, que consiste na tentativa
de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos e o que seria necessário para
atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima dos sentidos.
Também conhecida como Alegoria da Caverna ou Parábola da Caverna, esta história está
presente na obra “A República”, criada por Platão e que discute, essencialmente, a teoria do
conhecimento, linguagem e educação para a construção de um Estado ideal.
O Mito da Caverna é um dos textos filosóficos mais debatidos e conhecidos pela
humanidade, servindo de base para explicar o conceito do senso comum em oposição ao que seria a
definição do senso crítico.
Segundo o pensamento platônico, que foi bastante influenciado pelos ensinamentos de
Sócrates, o mundo sensível era aquele experimentado a partir dos sentidos, onde residia a falsa
percepção da realidade; já o chamado mundo inteligível era atingido apenas através das ideias, ou
seja, da razão.
O verdadeiro mundo só conseguiria ser atingido quando o indivíduo percebesse as coisas ao
seu redor a partir do pensamento crítico e racional, dispensando apenas o uso dos sentidos básicos.

PARTE 2

• Explicar a Alegoria da Caverna;


• Recomendar a Leitura do Livro VII de A República de Platão;
O Mito da Caverna
De acordo com a história formulada por Platão, existia um grupo de pessoas que viviam
numa grande caverna, com seus braços, pernas e pescoços presos por correntes, forçando-os a
fixarem-se unicamente para a parede que ficava no fundo da caverna.
Atrás dessas pessoas existia uma fogueira e outros indivíduos que transportavam ao redor
da luz do fogo imagens de objetos e seres, que tinham as suas sombras projetadas na parede da
caverna, onde os prisioneiros ficavam observando.
Como estavam presos, os prisioneiros podiam enxergar apenas as sombras das imagens,
julgando serem aquelas projeções a realidade.
Certa vez, uma das pessoas presas nesta caverna conseguiu se libertar das correntes e saiu
para o mundo exterior. A princípio, a luz do sol e a diversidade de cores e formas assustou o ex-
prisioneiro, fazendo-o querer voltar para a caverna.
No entanto, com o tempo, ele acabou por se admirar com as inúmeras novidades e
descobertas que fez. Assim, quis voltar para a caverna e compartilhar com os outros prisioneiros
todas as informações e experiências que existiam no mundo exterior.
As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro
contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias atraíssem outras pessoas para os
“perigos da insanidade”, os prisioneiros mataram o fugitivo.

Interpretação do Mito da Caverna


Para Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem, enquanto
que as correntes significam a ignorância que prendem os povos, que pode ser representada pelas
crenças, culturas e outras informações de senso comum que são absorvidas ao longo da vida.

As pessoas ficam presas a estas ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido racional
para determinadas coisas, evitando a “dificuldade” do pensar e refletir, preferindo contentar-se
apenas com as informações que lhe foram oferecidas por outras pessoas.

O indivíduo que consegue se “libertar das correntes” e vivenciar o mundo exterior é


aquele que vai além do pensamento comum, criticando e questionando a sua realidade. Assim
como aconteceu com seu mestre, Sócrates, que foi morto pelos atenienses devido aos seus
pensamentos filosóficos que provocavam uma desestabilização no “pensamento comum”, o
protagonista desta metáfora foi morto para evitar a disseminação de ideias “revolucionárias”.

O Mito da Caverna mantém-se muito contemporâneo nas diversas sociedades ao redor do


mundo, que preferem permanecer alheios ao pensamento crítico (seja por preguiça ou falta de
interesse) e aceitar as ideias e conceitos que são impostos por um grupo dominante, por exemplo.

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