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REFLEXÕES SOBRE A VIDA E MINISTÉRIO DE

DAVID BRAINERD
JOHN PIPER
Traduzido do original em Inglês
Oh, That I May Never Loiter On My Heavenly Journey!
Reflections on the Life and Ministry of David Brainerd
By John Piper

Via: DesiringGod.org • Copyright © 2015 Desiring God Foundation

Tradução por Amanda Ramalho


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Junho de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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Oh, Que Eu Nunca Seja Indolente Na Minha Jornada Celestial!
Reflexões Sobre a Vida e Ministério de David Brainerd
Por John Piper

[Conferência de Bethlehem para Pastores • 1994]

Um Resumo De Sua Vida

David Brainerd nasceu no dia 20 de abril de 1718 em Haddam, Connecticut. Naquele ano,
John Wesley e Jonathan Edwards fizeram 14 anos. Benjamin Franklin fez 12 anos e George
Whitefield, 3. O Grande Despertamento estava sobre o horizonte e Brainerd viveria através
de ambas as ondas dele em meados dos anos 30 e início dos anos 40, depois morreria de
tuberculose na casa de Jonathan Edwards com a idade de 29 anos, em 9 de outubro de
1747.

O pai de Brainerd, Ezequias, era um legislador de Connecticut e morreu quando David tinha
nove anos de idade. A julgar pelo apego do meu próprio filho a mim ao longo dos anos, eu
acho que pode ser o ano mais difícil de todos para perder o pai. Ele tinha sido um Puritano
rigoroso com opiniões fortes de autoridade e rigor em casa; e ele buscava uma devoção
muito séria, que incluía dias de jejum privado para promover o bem-estar espiritual (Veja a
nota 1).

Brainerd era o sexto filho de seu pai, e o terceiro filho nascido a Ezequias e Dorothy. Depois
dele vieram mais três filhos. Dorothy tinha trazido um pequeno menino de um casamento
anterior, e por isso, havia doze pessoas em casa — mas não por muito tempo. Cinco anos
depois que seu pai morreu com a idade de 46 anos, sua mãe morreu quando ele tinha 14
anos.

Parece que houve um choque de fraqueza e depressão na família. Não só os pais morreram
cedo, o irmão de David, Neemias morreu aos 32 anos, seu irmão Israel morreu aos 23 anos,
sua irmã Jerusha morreu aos 34 anos, e ele morreu com 29. Em 1865, um descendente,
Thomas Brainerd (em uma biografia de John Brainerd), disse: “Em toda a família Brainerd
por duzentos anos, tem havido uma tendência para a depressão mórbida, semelhante a
hipocondria” (p. 64).

Então, além de ter um pai austero, e sofrendo a perda de ambos os pais quando ainda era
uma criança sensível, ele provavelmente herdou algum tipo de tendência à depressão. Seja
qual for a causa, ele sofreu com a tristeza mais sombria sobre toda a sua curta vida. Ele diz

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no início de seu diário, “eu era, eu acho, desde minha juventude, um pouco sóbrio e mais
inclinado à melancolia do que a outro extremo” (p. 101).

Quando sua mãe morreu, ele se mudou para o outro lado do rio Connecticut para East
Haddam para viver com sua irmã casada, Jerusha. Ele descreveu sua religião durante estes
anos como muito cuidadosa e séria, mas que não possuía a verdadeira graça. Quando ele
completou 19 anos, ele herdou uma fazenda e mudou-se por um ano a poucos quilômetros
a oeste de Durham, para tentar viver da agricultura. Mas seu coração não estava nisso. Ele
ansiava por “uma educação liberal” (p. 103). Na verdade Brainerd era um contemplativo e
um estudioso da cabeça aos pés. Se ele não tivesse sido expulso de Yale, ele poderia muito
bem ter buscado uma carreira de professor ou o ministério pastoral em vez de ter se tornado
um missionário para os índios.

Depois de um ano na fazenda ele voltou para East Haddam e começou a preparar-se para
entrar para Yale. Este foi o verão de 1738. Ele tinha vinte anos de idade. Durante o ano na
fazenda, ele fez um compromisso com Deus para entrar no ministério. Mas ele ainda não
era convertido. Ele leu a Bíblia duas vezes nesse ano e começou a ver mais claramente
que toda a sua religião era legalista e simplesmente com base em seus próprios esforços.
Ele tinha grandes conflitos com Deus dentro de sua alma. Ele se rebelou contra o pecado
original, contra o rigor da lei Divina e contra a soberania de Deus. Ele brigou com o fato de
que não havia nada que ele pudesse fazer em sua própria força para recomendar-se a
Deus (pp. 113-124).

Ele chegou a ver que “todos os meus bons atos, eram apenas auto-justiça, não fundamen-
tados em um desejo pela glória de Deus” (p. 103). “Não havia mais bondade em minha
oração do que haveria no meu remar com minhas mãos na água... porque (as minhas ora-
ções) não foram realizadas a partir de qualquer amor ou respeito a Deus... eu nunca orei
para a glória de Deus” (p. 134). “Eu nunca desejei alguma vez a Sua honra e glória... Eu
nunca tinha agido alguma vez por Deus em todas as minhas devoções... Eu costumava
carregá-las com pecado... (por causa) de distrações e de pensamentos vãos... e não porque
eu nunca tive qualquer consideração por elas para a glória de Deus” (p. 136).

Mas, então, o milagre aconteceu, o dia do seu novo nascimento. Meia hora antes do pôr do
sol com a idade de 21 anos, ele estava em um lugar solitário tentando orar.

Enquanto eu estava andando em uma cova escura e profunda, “glória indescritível”


parecia abrir para a exibição e percepção da minha alma... Era uma nova percepção
interior ou visão que eu tinha de Deus; como eu nunca tinha tido antes, nem qualquer
coisa que eu tivesse ao menos lembrança. Tanto que eu fiquei parado em pé

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maravilhado e admirado... Eu não tinha agora nenhuma apreensão particular de
qualquer pessoa da Trindade, seja o Pai, Filho ou o Espírito Santo, mas parecia ser a
glória Divina e esplendor que contemplei, então. E a minha alma “se regozijou com
uma alegria indizível” por ver um Deus assim, um ser Divino tão glorioso, e eu estava
interiormente satisfeito e convencido de que Ele deve ser Deus acima de tudo para
todo o sempre. Minha alma estava tão cativada e encantada com a excelência, a
beleza e a grandeza, e outras perfeições de Deus que eu estava mes-mo envolvido
por Ele, pelo menos a um ponto em que eu não tinha nenhum pensamento, como eu
me lembro a princípio, sobre a minha própria salvação ou escassamente que havia
uma criatura como eu.

Assim, o Senhor, eu confio, me trouxe a um desejo sincero de exaltá-lO, de entronizá-


lO, e de “buscar primeiro o Seu reino”, ou seja, principal e finalmente, buscar a Sua
honra e glória como o rei e soberano do universo, que é o fundamento da religião de
Jesus... Eu me senti em um novo mundo (pp. 138-140).

Era o dia do Senhor, 12 de julho de 1739. Ele tinha 21 anos. Dois meses depois, ele entrou
para Yale para se preparar para o ministério. Foi um começo difícil. Houve trote pelos vete-
ranos, pouca espiritualidade, estudos difíceis, e ele teve sarampo e teve que ir para casa
por várias semanas durante esse primeiro ano.

No ano seguinte, ele foi mandado para casa porque ele estava tão doente que estava
cuspindo sangue. Assim, mesmo nessa idade ele já havia contraído a tuberculose que iria
matá-lo sete anos depois. O surpreendente talvez não seja que ele tenha morrido tão cedo
e realizado tão pouco, mas que, por ser tão doente quanto ele era, ele viveu o quanto viveu
e realizou tanto.

Quando ele voltou para Yale, em novembro de 1740, o clima espiritual estava radicalmente
alterado. George Whitefield tinha estado ali, e agora muitos alunos estavam muito sérios
quanto à sua fé, o que serviu bem a Brainerd. Na verdade tensões foram surgindo entre os
alunos despertados e os menos animados professores e funcionários. Em 1741 os
pastores-evangelistas, Gilbert Tennent, Ebenezer Pemberton e James Davenport atiçaram
as chamas do descontentamento entre os estudantes com suas pregações ardentes.

Jonathan Edwards foi convidado a pregar no discurso de formatura em 1741 na esperança


de que ele fosse derramar um pouco de água sobre o fogo e apoiar os professores contra
o entusiasmo dos alunos. Alguns professores tinham até mesmo sido criticados como
sendo não-convertidos. Edwards pregou um sermão chamado: “As Marcas Distintivas De
Uma Obra Do Espírito De Deus”, e decepcionou totalmente os professores e funcionários.

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Ele argumentou que a obra que estava havendo no despertar daqueles dias, e, especifi-
camente, entre os alunos, era uma verdadeira obra espiritual, apesar dos excessos.

Naquela mesma manhã que foi votado pelos administradores da universidade que: “Se al-
gum aluno desta faculdade dissesse direta ou indiretamente, que o reitor, um dos curadores
ou tutores são hipócritas, homens carnais ou não-convertidos, ele deveria, pela primeira
ofensa, fazer uma confissão pública no salão, e pela segunda infração deveria ser expulso”
(p. 41). Edwards era claramente mais compreensivo com os alunos do que a faculdade. Ele
foi tão longe a ponto de dizer no início de seu discurso naquela tarde: “Não há nenhuma
evidência de que uma obra não seja a obra de Deus, se muitos que são sujeitos a ela... são
culpados de (tão) grande urgência em censurar os outros como não-convertidos” (p. 42).

Brainerd estava no meio da multidão enquanto Edwards falava. Não se pode deixar de
imaginar se Edwards depois sentiu que tinha alguma responsabilidade pelo que aconteceu
com Brainerd no período escolar. Ele estava no topo de sua classe academicamente, mas
foi sumariamente expulso no início de 1742, durante seu terceiro ano. Ouviram ele dizer
que um dos tutores, Chauncey Whittelsey: “não tinha mais graça do que uma cadeira” e
que ele se perguntou por que o reitor “não caiu morto” por multar os alunos por causa de
seu zelo evangélico (pp. 42, 155).

Esta expulsão feriu Brainerd muito profundamente. Ele tentou de novo e de novo nos
próximos anos concertar as coisas. Inúmeras pessoas vieram em seu auxílio, mas tudo em
vão. Deus tinha outro plano para Brainerd. Em vez de um silêncio de seis anos no corredor
do pastorado ou preleção seguido de morte e pouco significado histórico, Deus quis levá-lo
para o deserto para que ele pudesse sofrer por Seu amor e causar um impacto incalculável
sobre a história das missões.

Antes de haver sido levado a desistir do pastorado, Brainerd não tinha ideia de ser um mis-
sionário para os índios. Mas agora ele teve que repensar toda a sua vida. Havia uma lei,
aprovada recentemente, que nenhum ministro poderia ser instalado em Connecticut, e que
não houvesse se formado em Harvard, Yale ou uma Universidade Europeia (p. 52). Assim
Brainerd se sentiu privado da vocação de sua vida.

Há uma tremenda lição aqui. Deus está trabalhando para a glória de Seu nome e o bem de
Sua Igreja, mesmo quando as boas intenções de seus servos falham, mesmo quando essa
falha é devido ao pecado ou descuido. Uma palavra descuidada, falada precipitadamente,
e a vida de Brainerd parecia desmoronar diante de seus olhos. Mas Deus sabia o que era
melhor, e Brainerd veio a aceitar isso. Na verdade, sinto-me tentado a especular se o movi-
mento missionário moderno, que foi tão repetidamente inspirado pela vida missionária de

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Brainerd, teria acontecido se David Brainerd não houvesse sido expulsos de Yale e perdido
suas esperanças de servir a Deus no pastorado!

No verão de 1742 um grupo de ministros simpáticos ao Grande Despertamento (chamado


Novas Luzes) licenciaram Brainerd para pregar. Jonathan Dickinson, o líder Presbiteriano
em Nova Jersey, teve um interesse em Brainerd e tentou restabelecê-lo em Yale. Quando
isso falhou, a sugestão foi feita de que Brainerd se tornasse um missionário para os índios
sob o patrocínio dos Comissários da Sociedade na Escócia para Propagação do Conheci-
mento Cristão. Dickinson foi um desses comissários. Em 25 de novembro de 1742 Brainerd
foi examinado por sua aptidão para o trabalho e apontado como um missionário para os
índios (p. 188).

Ele passou o inverno servindo uma igreja em Long Island, para que ele pudesse entrar na
selva, na primavera. Sua primeira missão foi os índios Housatonic em Kaunaumeek cerca
de 20 km a noroeste de Stockbridge, Massachusetts, onde Edwards acabaria por servir
como um missionário para os índios. Ele chegou em 1 de abril de 1743 e pregou durante
um ano, utilizando-se de um intérprete e tentando aprender a língua com John Sergeant, o
missionário veterano em Stockbridge (p. 228). Ele foi capaz de fundar uma escola para
crianças indígenas e traduzir alguns dos Salmos (p. 61).

Então veio uma nova disposição de ir para os índios ao longo do rio Delaware, na
Pensilvânia. Assim, em 1 maio de 1744 ele deixou Kaunaumeek e se instalou na Forks of
Delaware, a nordeste de Bethlehem, Pennsylvania. No final do mês ele foi para Newark,
N.J. para ser examinado pelo Presbitério de Newark e foi ordenado em 11 junho de 1744
(pp. 251-252).

Brainerd pregou aos índios nos Forks of Delaware por um ano. Mas em 19 de junho de
1745 ele fez seu primeiro itinerário de pregações aos índios na Crossweeksung, Nova
Jersey. Este era o lugar onde Deus se movia com incrível poder e trouxe despertamento e
bênção para os índios. Dentro de um ano havia 130 pessoas em seu conjunto crescente de
crentes (p. 376). Toda a comunidade Cristã se mudou de Crossweeksung para Cranberry
em maio de 1746 para ter sua própria terra e vilarejo. Brainerd ficou com esses índios até
que ele ficasse doente demais para servir, e em novembro de 1746 deixou Cranberry para
passar quatro meses tentando se recuperar em Elizabethtown na casa de Jonathan
Dickinson.

Em 20 de março de 1747, David Brainerd fez uma última visita aos seus amigos índios e
depois foi para a casa de Jonathan Edwards em Northampton, Massachusetts, chegando
em 28 de maio de 1747. Ele fez uma viagem a Boston durante o verão e, em seguida,
retornou e morreu de tuberculose na casa de Edwards, em 9 de outubro de 1747.

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Foi uma vida curta: 29 anos, 5 meses e 19 dias. Apenas 8 desses anos como um crente, e
apenas 4 deles como missionário. Por que a vida de Brainerd causou o impacto que
causou? Uma razão óbvia é que Jonathan Edwards tomou os Diários e os publicou como
A Vida de Brainerd, em 1749. Mas por que este livro nunca esteve fora de catálogo? Por
que John Wesley disse: “Que cada pregador leia cuidadosamente a Vida de Brainerd” (p.
3)? Por que foi escrito por Henry Martyn que “lendo a vida de David Brainerd, sua alma se
encheu de uma emulação santa desse homem extraordinário, e depois de uma profunda
reflexão e oração fervorosa, ele estava com uma firme resolução de imitar seu exemplo”?
(Veja nota 2). Por que William Carey considerou a Vida de Brainerd de Edwards um texto
sagrado? Por que Robert Morrison e Robert M’Cheyne da Escócia; e John Mills da América;
e Frederick Schwartz da Alemanha; e David Livingston da Inglaterra; e Andrew Murray da
África do Sul; e Jim Elliot da América moderna olham para Brainerd com uma espécie de
reverencia e tiraram poder dele como eles e muitos outros fizeram (p. 4)?

Gideon Hawley, outro protegido missionário de Jonathan Edwards falou para centenas
quando ele escreveu sobre suas lutas como missionário em 1753: “Eu preciso, preciso
muito de algo mais do que humano (ou natural) para me apoiar. Eu li minha Bíblia e A Vida
do Sr. Brainerd, os únicos livros que eu trouxe comigo, e deles tenho um pouco de apoio”
(p. 3).

Por que essa vida teve um impacto tão grande? Ou talvez eu deveria apenas fazer uma
pergunta mais modesta e tratável: Por que tem um grande impacto sobre mim? Como tem
me ajudado a prosseguir no ministério, a na busca por alcançar a santidade, o poder Divino
e a fecundidade na minha vida?

A resposta para mim é que a vida de Brainerd é um vívido e poderoso testemunho da ver-
dade que Deus pode e usa fracos, doentes, desanimados, abatidos, solitários, santos que
lutam, que clamam a ele de dia e de noite, para realizar coisas incríveis para a Sua glória.

Para ilustrar isso, vamos olhar primeiro para as lutas de Brainerd, em seguida, para a forma
como ele reagiu a elas e, finalmente, como Deus o usou com todas as suas fraquezas.

Suas Lutas

Brainerd lutou com a doença quase constante.

Ele teve que abandonar a faculdade por algumas semanas, porque ele tinha começado a
tossir sangue, em 1740. Em maio de 1744 ele escreveu: “Andei várias horas na chuva
através da imensa selva, embora eu estivesse tão desorientado no corpo que pouco ou
nada além de sangue saiu de mim” (p. 247).

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De vez em quando ele escrevia algo como: “Na parte da tarde a minha dor aumentou sobre-
maneira, e fui obrigado a recolher-me na cama... por vezes quase abandonei o exercício
da minha razão pela extremidade da dor” (p. 253.) Em agosto de 1746, ele escreveu: “Tendo
suado frio por toda a noite, eu tossi muita substância sangrenta nesta manhã, e estive sob
grande inquietação do corpo, e não pouca melancolia” (p. 420). Em setembro, ele escreveu:
“Tive uma tosse violenta e febre considerável, não tive apetite por qualquer tipo de alimento,
e frequentemente vomitava o que eu comia, tão logo estava caído, e muitas vezes tive pou-
co descanso na minha cama, em razão das dores no peito e nas costas; fui capaz, no en-
tanto, de ir para o meu povo, a cerca de duas milhas, todos os dias, e cuidar daqueles que
estavam, então, trabalhando em uma pequena casa para eu residir entre os índios” (p. 430).

Em maio de 1747 na casa de Jonathan Edwards “os médicos disseram que ele estava com
uma desnutrição incurável e não tinha muito tempo de vida” (p. 447). No último par de
meses de sua vida, o sofrimento foi incrível. 24 de setembro: “Na maior angústia que supor-
tei tendo um tipo incomum de soluço, que ou me estrangulava ou me levava a um esforço
para vomitar” (p. 469). Edwards comenta que na semana antes de sua morte: “Ele me disse
que era impossível para qualquer um conceber a angústia que sentia no peito”. “Ele
manifestou muita preocupação por não desonrar a Deus pela impaciência sob sua extrema
agonia; que era tal que ele disse que o pensamento de aguentá-la por mais um minuto era
quase insuportável”. E ele, na noite antes de morrer, disse aos que o rodeavam que morrer
era algo diferente do que eles imaginavam (pp. 475-476).

O que impressiona o leitor destes diários não é apenas a gravidade do sofrimento de Brai-
nerd nos dias antes dos antibióticos e analgésicos, mas, especialmente, como a doença
era implacável. Estava quase sempre lá. E ainda assim ele continuou com o seu trabalho.

Brainerd Lutou Com A Depressão Implacavelmente Recorrente

Brainerd veio a entender mais plenamente a partir de sua própria experiência a diferença
entre deserção espiritual e a doença da melancolia. Então, os seus juízos posteriores sobre
sua própria condição espiritual são, provavelmente, mais judiciosos do que os anteriores.
Mas, se alguém avaliar sua condição psicológica, ele foi atormentado repetidamente com
os desalentos mais sombrios. E a maravilha é que ele sobreviveu e seguiu em frente.

Brainerd disse que tinha sido assim desde a sua juventude (p. 101). Mas ele disse que
havia uma diferença entre a depressão que sofreu antes e depois de sua conversão. Depois
de sua conversão, parecia haver uma rocha do amor eletivo sob ele que o sustentava, de
modo que em seus tempos mais tenebrosos ainda podia afirmar a verdade e bondade de
Deus, mesmo que ele não pudesse senti-la por um tempo (pp. 93, 141, 165, 278).

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Contudo, a depressão é bastante ruim. Muitas vezes, sua angústia foi devido ao ódio em
relação à sua própria pecaminosidade remanescente. Quinta-feira, 4 de novembro de 1742:
“É angustiante sentir na minha alma que aquele inferno de corrupção ainda permanece em
mim” (p. 185). Às vezes, essa sensação de indignidade era tão intensa que ele sentiu-se
afastado da presença de Deus, 23 de janeiro de 1743: “Quase nunca me senti tão incapaz
de existir, como agora: eu vi que eu não era digno de um lugar entre os índios, para onde
vou... Ninguém sabe, a não ser quem sente, o que a alma suporta quando é sensivelmente
afastada da presença de Deus: Ai de mim, 'isso é mais amargo que a morte!’” (pp. 195-6).

Ele muitas vezes chamava sua depressão de uma espécie de morte. Eu contei pelo menos
22 lugares no Diário onde ele desejava a morte como uma libertação da sua miséria. Por
exemplo, no domingo, 3 de fevereiro de 1745: “A minha alma se lembra ‘do absinto e do fel’
(Eu quase poderia dizer inferno) de sexta-feira passada, e eu estava com muito medo que
eu fosse obrigado novamente a beber daquele ‘copo de tremor', que era inconcebivelmente
mais amargo do que a morte, e me fez desejar o túmulo mais, indizivelmente mais, do que
a tesouros escondidos” (p. 285). Domingo, 16 de dezembro de 1744: “Estive tão sobrecar-
regado de tristeza que eu não sabia como viver; eu ansiava pela morte excessivamente.
Minha alma estava 'afundada em águas profundas’, e ‘as muitas águas’ estavam prontas
para ‘afogar-me'; eu estava tão oprimido que minha alma estava em uma espécie de horror”
(p. 278).

Causou-lhe uma miséria agravada o fato de que seu sofrimento mental prejudicou seu
ministério e sua devoção. Quarta-feira, 9 de março de 1743: “Cavalguei 16 milhas para
Montauk, e tive um pouco de doçura interna na estrada, mas algo de insípido e morto depois
que eu fui para lá e vi os índios; eu me retirei e me esforcei para orar, mas encontrei-me
terrivelmente abandonado e desamparado, e tive um aflitivo senso da minha vileza e malda-
de” (p. 199). Amiúde ele estava simplesmente imobilizado pelas angústias e não conseguia
reagir, terça-feira, 2 de setembro de 1746: “Poucas vezes estive tão confundido com um
senso de minha própria esterilidade e inaptidão do meu trabalho, do que agora. Oh! que
miserável inútil morto, sem coração e estéril agora vejo que sou! Meu espírito estava tão
afundado, e minha força física tão escassa, que eu não podia fazer nada. Por fim, estando
muito cansado, deitei-me na pele de um búfalo; mas suei muito a noite toda” (pp. 423f.).

É simplesmente incrível como muitas vezes Brainerd prosseguiu através das necessidades
práticas do seu trabalho em face dessas ondas de desânimo. Isto sem dúvida tornou-o mui
amado para muitos missionários que conhecem o tipo de dor que ele sofreu.

Brainerd Lutou Com A Solidão

Ele conta a história de ter de suportar a conversa profana de dois estranhos em uma noite

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em abril de 1743 e diz: “Oh, eu desejava que algum querido Cristão soubesse da minha
angústia!” (p. 204). Um mês depois, ele diz: “A maior parte da conversa que eu ouço é no
Idioma Escocês ou na Língua Indígena. Eu não tenho nenhum companheiro Cristão com
quem eu pudesse me confessar e abrir minhas dores espirituais, e com quem eu pudesse
ter um doce aconselhamento em uma conversa sobre coisas celestiais, e juntar-me em
oração” (p. 207). Esta miséria, às vezes, o fazia hesitar em sair em outro empreendimento.
Terça-feira, 8 de maio de 1744: “Minha cabeça às vezes estava prestes a sucumbir com os
pensamentos do meu trabalho, e andando sozinho na selva, eu me perdi” (p. 248).

Em dezembro de 1745, ele escreveu uma carta a seu amigo Eleazar Wheelock e disse: “Eu
não tenho dúvida de que no tempo em que você já tiver lido meu diário você estará mais
sensível da necessidade em que estou de ter um companheiro de viagem do que você
jamais esteve antes” (p. 584). Mas ele não quer apenas qualquer tipo de pessoa, é claro.
Ele queria um companheiro de alma. Muitos de nós poderíamos nos simpatizar com ele
quando ele diz: “Há muitos com quem eu posso falar sobre religião; mas, infelizmente, en-
contro poucos com quem eu posso falar sobre religião pessoal. Mas, bendito seja o Senhor,
pois há alguns que gostam de se alimentar do miolo ao invés da casca” (p. 292).

Entretanto Brainerd esteve sozinho em seu ministério até o fim. Nas últimas 19 semanas
de sua vida Jerusha Edwards, de 17 anos, filha de Jonathan Edwards, foi sua enfermeira e
muitos especulam que houve profundo amor entre eles. Mas na selva e no ministério, ele
esteve sozinho, e só poderia derramar sua alma a Deus. E Deus o ergueu e o manteve
andando.

Brainerd Lutou Com Imensas Dificuldades Externas

Ele descreve sua primeira estação de missão em Kaunaumeek, maio de 1743: “Eu vivo mal
em relação aos confortos da vida, a maior parte da minha dieta consiste de milho cozido,
pudim, e etc. Estou alojado em um feixe de palha, e meu trabalho é duro e extremamente
difícil, e eu tenho pouca experiência de sucesso para me confortar”. Em agosto ele diz:
“Neste estado fraco de corpo, estive muito angustiado pela falta de alimento adequado. Não
tinha pão, nem eu poderia conseguir algum. Sou forçado a ir ou enviar alguém dez ou
quinze milhas buscar todo o pão que eu como; e, por vezes, o pão está amanhecido e aze-
do antes que eu chegue a comê-lo, se consigo qualquer quantidade considerável... Mas por
bondade Divina, eu tive alguma farinha indígena, da qual eu fiz pequenos bolos e os fritei.
No entanto, sentia-me contente com as minhas circunstâncias, e docemente resignado a
Deus” (pp. 213-214).

Ele diz que ficava frequentemente perdido na mata e foi exposto ao frio e à fome (p. 222).

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Ele fala de seu cavalo ser roubado, ou ser envenenado, ou quebrar uma perna (294 pp.,
339). Ele fala sobre como a fumaça de uma lareira, muitas vezes deixava o quarto
intolerável para seus pulmões e ele teria que ir para fora, no frio, para recuperar o fôlego, e
depois não conseguia dormir à noite toda (p. 422).

Mas a luta com dificuldades externas, tão grandes como fossem, não era a sua pior luta.
Ele tinha uma resignação surpreendente e até mesmo parecia descansado em muitos
desses casos. Ele sabia onde elas se encaixam em sua abordagem bíblica para a vida:

Essas fadigas e duras provas servem para desvincular-me da terra; e, segundo


espero, farão o céu tornar-se mais doce para mim. Antes, quando ficava assim
exposto ao frio, à chuva, etc., eu sempre agradava a mim mesmo com pensamentos
de usufruir de uma casa confortável, de uma lareira quentinha, além de outros
confortos materiais; mas agora essas coisas ocupam menos espaço em meu coração
(pela graça divina), e meus olhos volvem-se mais para Deus em busca de consolo.
Neste mundo só espero tribulações; antes isso me parecia estranho, mas não agora.
Nesses períodos de dificuldade, não me lisonjeio diante da ideia que as coisas
melhorarão mais tarde; pelo contrário, penso quão pior poderia ter sido, e como outros
dos filhos de Deus passam por tribulações piores que as minhas. Talvez me estejam
reservadas coisas piores. Bendito seja Deus, que tem feito com que meus pensa-
mentos sobre o fim de minha jornada terrestre e da dissolução de meu corpo se
tornem um grande consolo para mim, mesmo debaixo de minhas piores provações.
Raramente Ele permite que estes pensamentos estejam acompanhados de terrores e
de melancolia; antes, com frequência são acompanhados de grande alegria” (p. 274).

Por isso, apesar das dificuldades externas terríveis que Brainerd conhecia, ele continuou e
até floresceu sob essas tribulações que o levaram ao reino.

Brainerd Lutou Contra Duras Circunstâncias Na Natureza

Nós vamos perdoá-lo por isso rapidamente, porque nenhum de nós sofreu fisicamente o
que ele sofreu ou suportou as dificuldades que ele suportou na selva. É difícil apreciar a
beleza de uma rosa quando você está tossindo sangue.

Mas temos que ver isso como parte da luta de Brainerd porque olhar para a beleza em vez
de para a desolação poderia ter aliviado um pouco sua carga. Edwards exaltou Brainerd
por não ser uma pessoa de “imaginação fervilhante” (p. 93). Esta foi uma virtude para Ed-
wards, porque isso significava que Brainerd estava livre do que ele chamou de “entusiasmo”
religioso, a intensidade da emoção religiosa com base em impressões súbitas e pontos

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lampejos da imaginação, em vez de na apreensão espiritual da perfeição moral de Deus.
Então Edwards aplaudiu Brainerd por não ter “impressões fortes e vívidas formadas em sua
imaginação” (p. 93).

Mas há uma grande desvantagem para uma mente sem imaginação. No caso de Brainerd,
isso significava que ele parecia não ver nada na natureza, além da “imensa selva” e um
inimigo sombrio. Não havia nada em seus diários, como os passeios de Jonathan Edwards
enquanto caminhava na floresta e tinha vislumbres da glória e ecos de excelência do Deus
em todos os lugares. Norman Pettit está basicamente certo, parece-me, quando ele diz:
“Onde Edwards viu montanhas e lugares desertos como cenário para revelação Divina,
Brainerd viu apenas um ‘deserto uivante’. Onde Edwards teria deleite espiritual ‘no sol, na
lua e nas estrelas; nas nuvens e céu azul; na grama, flores e árvores’, Brainerd nunca
mencionou a beleza natural. Em contraste com a alegria de Edwards no verão está o medo
de Brainerd do inverno” (p. 23). Brainerd nunca mencionou uma bela paisagem ou pôr do
sol. Ele mencionou que havia descoberto a necessidade de diversão no seu trabalho, em
prol da maximização da sua utilidade (p. 292), mas ele nunca descreveu tal diversão ou
qualquer impacto dela sobre ele.

É uma coisa triste que Brainerd esteve cego (talvez por seu sofrimento) para um dos antí-
dotos de Deus para a depressão. Spurgeon descreveu isso, melhor do que ninguém:

Sentar-se muito tempo em uma postura, se derramando sobre um livro, ou conduzindo


uma pena, é em si uma tributação para a natureza; mas acrescente a isto um quarto
mal ventilado, um corpo que ficou muito tempo sem exercício muscular, e um coração
sobrecarregado com muitos cuidados, e nós temos todos os elementos para a
preparação de um caldeirão efervescente de desespero, especialmente nos meses
sombrios de nevoeiro... A natureza fora de sua janela está chamando-lhe à saúde e
acenando-lhe para a alegria. Quem esquece o zumbido das abelhas entre as urzes, o
arrulho dos pombos-madeira na floresta, o canto dos pássaros nos bosques, a
ondulação de sulcos entre os juncos, e do barulho do vento entre os pinheiros, não
precisa se maravilhar se o seu coração se esquece de cantar e sua alma se torna
pesada (Veja nota 3).

Eu digo que vou perdoar Brainerd rapidamente por não tirar força e refrigério da galeria da
alegria de Deus, porque o seu sofrimento faz com isso se torne bem difícil de ver. Mas
temos de fazer todos os esforços para não sucumbir com ele aqui. Spurgeon e Edwards
são os modelos para nós sobre usos ministeriais da natureza. E, claro, uma autoridade
ainda maior disse: “Olhai para os lírios”.

Brainerd Se Esforçou Para Amar Os Índios

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Se o amor é conhecido por meio de sacrifícios, então Brainerd amava. Mas se ele também
é conhecido por compaixão do coração, Brainerd também se esforçou para amar mais do
que ele amou. Às vezes, ele esteve derretido com amor, 18 de setembro de 1742. “Senti
um pouco de compaixão pelas almas, e lamentei que eu não tivesse mais. Eu sinto muito
mais bondade, mansidão, doçura e amor para com toda a humanidade, do que nunca” (p.
181). 26 de dezembro de 1742. “Senti muito doçura e ternura em oração, especialmente
toda a minha alma parecia amar meus piores inimigos, e foi habilitado a orar por aqueles
que são estranhos e inimigos de Deus com um grande grau de ternura e fervor” (p. 193).
Terça-feira, 2 de julho de 1745: “Senti-me fervorosamente atraído por Deus em oração,
quase toda a manhã; especialmente ao cavalgar e à noite, não poderia deixar de clamar a
Deus por esses pobres índios, e depois que fui para a cama meu coração continuou a ir a
Deus por eles, até que cai no sono. Oh, ‘Bendito seja Deus que eu possa orar’” (p. 302)!

Mas outras vezes, ele parecia vazio de afeto ou compaixão por suas almas. Ele expressa
a culpa de ter pregado às almas imortais, com pouca ardência e tão pouco desejo pela sua
salvação (p. 235). Sua compaixão poderia simplesmente se tornar superficial, 2 de novem-
bro de 1744: “Cerca de meio-dia, cavalguei aos índios, e ao ir, não pude sentir nenhum
desejo por eles, e até mesmo receava dizer qualquer coisa a eles” (p 272).

Assim Brainerd lutou com a ascensão e queda do amor em seu próprio coração. Ele amava,
mas desejava amar muito mais.

Brainerd Lutou Para Permanecer Fiel À Sua Vocação

Mesmo que a expulsão de Brainerd de Yale inicialmente haja impedido sua entrada no pas-
torado, e o fez considerar a carreira missionária, a chamada missionária que ele sentiu da
parte do Senhor para aquele não foi abandonada quando outras oportunidades para o pas-
torado, finalmente, vieram. Houve várias oportunidades para ele ter uma vida muito mais
fácil na vida estabelecida de um ministro de uma igreja local.

A igreja em Millington, perto de sua cidade natal de Haddam, o chamou em março de 1744,
e ele descreve a chamada como um grande cuidado e carga. Ele recusou e orou para que
o Senhor enviasse trabalhadores para a sua vinha (p. 244). A igreja em East Hampton, em
Long Island o chamou também. Jonathan Edwards chamou esta de “a mais bela, mais
agradável cidade em toda a ilha, e uma das maiores e mais ricas igrejas”. Brainerd escreveu
na quinta-feira, 5 de abril: “Resolvi continuar ainda com o caso dos índios, se a providência
divina permitisse; embora antes senti alguma inclinação para ir para East Hampton, onde
fui solicitado para ir” (p. 245).

Havia outras oportunidades também. Mas cada vez que a luta era resolvida com esta sen-

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sação de peso e chamado: “(Eu) não poderia ter a liberdade no pensamento de qualquer
outra circunstância ou de negócios na vida: Todo o meu desejo era a conversão dos
pagãos, e toda a minha esperança era em Deus: Deus não me suporta para agradar ou
confortarem-me com esperança de ver amigos, voltar para os meus queridos conhecidos,
e desfrutar de confortos mundanos” (p. 263). Assim, a luta estava, obviamente, lá, mas ele
se permaneceu em seu posto por uma prontidão para sofrer e uma paixão para ver o reino
de Cristo se espalhar entre os índios.

Paixão de Brainerd Pelo Avanço Do Reino de Deus

Eu acho que a razão por trás da vida Brainerd ter tais efeitos poderosos sobre as pessoas
é que, apesar de todas as suas lutas ele nunca desistiu de sua fé ou seu ministério. Ele foi
consumido com uma paixão por concluir a sua carreira e honrar o seu Mestre, espalhar o
reino e progredir na santidade pessoal. Foi essa lealdade inabalável pela causa de Cristo
que faz com que a desolação de sua vida brilhe com glória, para que possamos entender
Henry Martyn, quando ele escreveu, quando era um estudante em Cambridge em 1802,
“Eu desejo ser como ele!” (p. 4).

Brainerd chamou sua paixão por mais santidade e mais utilidade uma espécie de “dor agra-
dável”. “Quando eu realmente desfruto de Deus, eu sinto meus desejos por Ele mais insa-
ciáveis, e minha sede por santidade mais inextinguível... Oh, anelo por santidade! Oh, por
mais de Deus em minha alma! Oh, esta dor agradável! Faz minha alma correr após a Deus...
Oh, que eu não seja indolente na minha jornada celestial!” (p. 186).

Ele estava como que atado pela admoestação apostólica: “Remindo tempo porquanto os
dias são maus” (Efésios 5:16). Ele encarnou o conselho: “Não nos cansemos de fazer o
bem, porque a seu tempo ceifaremos, se nós não desfalecermos” (Gálatas 6:9). Ele se es-
forçou para ser, como diz Paulo, “abundante na obra do Senhor” (1 Coríntios 15:58).

17 de abril de 1747: “Oh, anelei poder preencher meus momentos finais todos para Deus!
Embora meu corpo estivesse muito débil, cansando ao pregar e até ao conversar muito,
desejei ficar sentado à noite inteira para fazer alguma coisa para Deus. A Deus, doador
desses refrigérios, seja a glória para todo o sempre. Amém” (p. 246). 21 de fevereiro de
1746: “Minha alma estava revigorada e confortada, e eu não podia deixar de bendizer a
Deus, que me permitiu em alguma boa medida ser fiel no dia passado. Ah, como é doce a
ser gasto e desgastado para Deus!” (p. 366).

Entre todos os meios que Brainerd utilizou para buscar mais e maior santidade e frutifi-
cação, a oração e o jejum destacam-se acima de todos. Lemos sobre ele passar dias intei-

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ros em oração (p. 172), e, às vezes, separando tempo para orar seis vezes ao longo do dia
(p. 280), e às vezes procurando um familiar ou amigo para orar com ele. Ele orou por sua
própria santificação. Ele orou pela conversão e pureza de seus índios. Ele orou pelo avanço
do reino de Cristo em todo o mundo e especialmente na América. Às vezes, o espírito de
oração o seguraria tão profundamente que ele mal conseguia parar.

Uma vez, em visita a uma casa com os amigos, ele ficou sozinho para orar: “Eu continuei
lutando com Deus em oração pelo meu querido pequeno rebanho aqui, e mais especial-
mente pelos os índios em outros lugares, bem como por queridos amigos em um lugar ou
outro; até que era hora de dormir e eu temia que eu atrapalhasse a família, etc. Mas, oh,
com que relutância eu me encontrei obrigado a consumir tempo com o sono!” (p. 402).

E juntamente com a oração, Brainerd perseguiu santidade e a frutificação com o jejum. Uma
e outra vez em seu diário, ele fala de dias passados em jejum. Ele jejuou buscando
orientação quando ele estava perplexo sobre os próximos passos do seu ministério. E ele
jejuou simplesmente com a profunda esperança de fazer maiores avanços em sua própria
profundidade espiritual e em sua utilidade em trazer vida para os índios. Quando ele estava
morrendo na casa de Edwards, “ele exortou os ministros jovens que vieram para vê-lo a se
envolver em dias frequentes de oração privada e jejum por causa de quão útil isso era” (p.
473).

O próprio Edwards disse: “Entre todos os muitos dias que passou em jejum e oração em
secreto e que ele nos relata em seu diário, há escassa instância de alguma que ou não foi
atendida, ou contou, ou foi brevemente seguida com sucesso aparente e uma bênção
extraordinária de especiais proveito e consolações do Espírito de Deus; e muitas vezes
antes do dia ter encerrado” (p. 531).

Junto com a oração e o jejum, Brainerd ocupou seu tempo com estudo e juntou todos estes
três. 20 de dezembro de 1745. “Passei a maior parte do dia, escrevendo, mas fui capaz de
misturar a oração com os meus estudos” (p. 280). 7 de janeiro de 1744: “Passei o dia de
hoje em seriedade, com resoluções firmes por Deus e a vida de mortificação. Estudei
rigorosamente, até que eu senti minha força física falhar” (p. 234). 20 de dezembro de 1742:
“Passei o dia de hoje em oração, leitura e escrita; e desfrutei de alguma assistência, espe-
cialmente na correção de algumas reflexões sobre um determinado assunto” (p. 192).

Ele estava constantemente escrevendo e pensando em coisas teológicas. É por isso que
temos o Diários e Anotações! Todavia havia mais. Nós lemos com frequência coisas como:
“Estive na maior parte do dia ocupado em escrever sobre um assunto divino. Estive frequen-
temente em oração” (p. 240). “Passei a maior parte do tempo escrevendo sobre um doce

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assunto divino” (p. 284). “Estive empenhado em escrever novamente quase o dia todo”.
“Levantei cedo, escrevi à luz de velas por um tempo considerável” (p. 287); passei a maior
parte do dia escrevendo” (p. 344). “Rumo à noite, desfrutei alguns dos pensamentos mais
claros sobre um assunto divino... que me lembro de ter tido sobre algum assunto, e passei
duas ou três horas em escrevê-los” (p. 359).

A vida de Brainerd é um longo e angustiante esforço para “remir o tempo” e “não se cansar
de fazer o bem” e “abundar na obra do Senhor”. E o que fez a sua vida tão poderosa é que
ele continuou nessa paixão sob a lutas e dificuldades imensas que ele passou.

O Efeito Da Vida De Brainerd

Em primeiro lugar, gostaria de mencionar o efeito sobre Jonathan Edwards, o grande pastor
e teólogo de Northampton. Edwards tem o seu próprio testemunho:

Gostaria de concluir minhas observações sobre as circunstâncias misericordiosas da


morte do senhor Brainerd reconhecendo com gratidão a graciosa dispensação da
Providência para mim e minha família, em assim ordenar que ele... viesse parar aqui
na minha casa, em sua última doença, e devesse morrer aqui. Assim tivemos
oportunidade de muito conhecer e conversar com ele, e mostrar-lhe a bondade em
tais circunstâncias, e ver o comportamento dele ao morrer, para ouvir seus últimos
discursos, para receber seus últimos conselhos, e para ter o benefício de suas últimas
orações (p. 541).

Edwards disse isso mesmo que ele, provavelmente, tenha sabido que ter Brainerd em sua
casa com essa terrível doença, lhe custou a vida de sua filha. Jerusha cuidou de Brainerd
como enfermeira durante as últimas 19 semanas de vida, e, quatro meses depois que ele
morreu, ela morreu da mesma aflição. Assim, Edwards realmente quis dizer o que ele disse,
que era uma “graciosa dispensação da Providência” que houvesse chegado à sua casa
para morrer.

Como resultado do imenso impacto da devoção de Brainerd em Jonathan Edwards, Edwar-


ds escreveu nos dois anos seguintes, a Vida de Brainerd [Life of Brainerd], que foi reimpres-
so mais frequentemente do que qualquer um de seus outros livros. E através da vida de
Brainerd o impacto na igreja tem sido incalculável, porque além de todos os missionários
famosos que nos dizem que eles foram sustentados e inspirados pela vida de Brainerd,
quantos inúmeros outros servos fiéis desconhecidos deve haver que encontraram força
para continuar a partir do testemunho de Brainerd!

Um efeito menos conhecido da vida de Brainerd, e que deve muito mais à graciosa Provi-

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dência de Deus do que a qualquer intenção por parte de Brainerd foi a fundação da Uni-
versidade de Princeton e da Universidade de Dartmouth. Jonathan Dickinson e Aaron Burr,
que foram os primeiros líderes de Princeton e entre seus fundadores tiveram participação
direta no caso de Brainerd em Yale e ficaram extremamente chateados pela Universidade
não o haver readmitido. Este evento trouxe à tona a insatisfação que os Sínodos Presbite-
rianos de New York e Nova Jersey tinham em relação à Yale e cristalizou a determinação
de fundar sua própria Universidade. A Universidade de New Jersey (mais tarde, Princeton)
foi fundada em outubro de 1746. Dickinson foi feito o primeiro presidente e quando as aulas
começaram em sua casa em maio do 1747, em Elizabethtown, Brainerd estava lá tentando
se recuperar em seus últimos meses, e assim ele é considerado como o primeiro aluno
matriculado. David Field e Archibald Alexander e outros testemunharam que em um sentido
real “A Universidade de Princeton foi fundada por causa da expulsão de Brainerd de Yale”
(p. 55).

Outro efeito surpreendente da vida de Brainerd é a inspiração que ele forneceu para a
fundação da Universidade de Dartmouth por Eleazer Wheelock. Brainerd sentiu-se incapaz
entre os índios iroqueses no Susquehanna. Ele trabalhou entre eles por um ano ou mais e,
em seguida, seguiu em frente. Mas seu Diário estimulou o compromisso de Wheelock de ir
para o Iroquois de Connecticut. E inspirado pelo exemplo de Brainerd em ensinar os índios,
ele fundou em 1748 uma escola para índios e brancos no Lebanon. Mais tarde, ele foi
transferido para Hannover, New Hampshire, onde Wheelock fundou a Universidade de
Dartmouth.

Em 1740 Yale, Harvard, William, Mary eram as únicas universidades coloniais, e não eram
simpáticas à piedade Evangélica do Grande Despertar. Mas a maré do Despertar trouxe
um zelo pela educação, bem como pela piedade e os Presbiterianos fundaram Princeton,
os Batistas fundaram Brown, os Holandeses Reformados fundaram Rutgers, e os
Congregacionais fundaram Dartmouth. É notável que David Brainerd deve ser reconhecido
como um componente motivacional essencial na fundação de duas dessas escolas. Se ele
era um estudioso um tanto frustrado, pensando e escrevendo à luz de velas no deserto, a
sua visão para o ensino superior evangélico teve um cumprimento maior, provavelmente,
do que se tivesse dado a sua vida a essa causa, em vez de pela paixão missionária que
ele sentia.

Termino afirmando que o efeito mais impressionante do ministério de Brainerd é o mesmo


que o mais impressionante efeito do ministério de todo pastor. Há alguns índios — talvez
várias centenas — que deveram suas vidas eternas diretamente ao amor e ministério de
David Brainerd. Algumas de suas histórias individuais fariam outra palestra — e uma muito
inspiradora. Quem pode descrever o valor de uma alma transferida do reino das trevas e

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do choro e ranger de dentes, para o reino do Filho amado de Deus?! Se vivemos 29 anos
ou se vivemos 99 anos, a salvação de uma pessoa dos tormentos eternos do inferno para
o gozo eterno da glória de Deus não valeria qualquer dificuldade?

A minha última palavra deve ser a mesma de Edwards. Agradeço a Deus pelo ministério de
David Brainerd em minha própria vida. A partir de um diário que parece fraco e mundano
em comparação com o de Brainerd eu cito:

28 de junho de 1986.

Depois de meio-dia Tom e Julie (Steller) e eu nos dirigimos para Northampton. Encon-
tramos o túmulo de David Brainerd, uma lápide de pedra escura do tamanho da parte de
cima do túmulo e um menor encaixe de mármore branco com estas palavras:

Sagrado para a memória do Rev. David Brainerd.


Um fiel e laborioso missionário para
Stockbridge, Delaware e Susquehanna, tribos de índios
Que morreu nesta cidade. 10 de outubro de 1747
AE 32 (veja nota 4)

Tom e Julie (e Ruth, e Hannah) e eu demos as mãos e ficamos ao redor da sepultura e


oramos para agradecer a Deus por Brainerd e Jonathan Edwards e para nos dedicarmos
ao seu trabalho e seu Deus. Foi um memorável, e eu espero que poderoso e duradouro,
momento.

Notas:

[1] A Vida de David Brainerd, ed. Norman Pettit, As Obras de Jonathan Edwards, Vol. 7,
(New Haven: Yale University Press, 1985), p. 33. Todos os números de página no texto
referem-se a este volume, que contém não somente a edição Edwards do Diário de
Brainerd, mas também alguns trechos de diário e uma extensa introdução do Dr. Pettit e a
respectiva correspondência.

[2] “Brainerd, David”, na Enciclopédia Religiosa, Vol. 1, ed. Philip Schaff, (New York: a
Christian literature Company, 1888), p. 320.

[3] Lições Aos Meus Alunos (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1972), p. 158.

[4] Ambos os fatos são imprecisos: ele morreu em 9 de outubro, com 29 anos.

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— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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