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INFORMATIVO
APROXIMAR PRODUTORES
E CONSUMIDORES!
(Páginas 4 e 5)
Editorial
Estamos em momento de grandes mudanças… as altera-
ções climáticas é uma delas… mas há mais! Há cada vez Nesta edição:
mais pessoas a questionar os seus projetos de vida e a opta-
rem por uma vida mais simples, mais próxima da natureza, 20 Anos MPI 2
de ajuda aos outros… novos agricultores optam por modos Dia da Alimentação 2
de produção biológico e outras práticas agrícolas… Plantações 3
O “velho paradigma” de um modelo explorador como se
Aprox. Produtores... 4
os recursos fossem ilimitados mais cedo ou mais tarde terá um fim, e antes
disso a bem de todos é preciso coragem para aceitar e participar na mudança Renaturalização 6
necessária! Glifosato em Portugal 7
2020 será certamente um ano de aceleração de muitos destes fenóme-
Eco-Receita 7
nos… saibamos pois compreender os sinais que o planeta nos dá e tomar as
decisões mais sensatas. Espaço Jovem Atento 8
A animação durante a tarde quente do domingo 12 de agosto começou por 2 jogos sobre redução e
reciclagem de resíduos e para isso formaram-se 2 equipas que testaram os seus conhecimentos. Como
prémios todos os participantes receberam um eco-ponto, e como prémios adicionais a equipa
vencedora recebeu o livro "O nosso mundo é verde" e a 2ª equipa recebeu uma palhinha de bambu não
descartável e escovilhão para a lavar!
Seguiu-se a cozinha ao vivo em que foram confecionadas tortilhas de legumes e croquetes de morce-
la e arroz. Ideias para alternativa vegetariana e com redução da carne, respetivamente, a incluir numa
refeição.
Esta comemoração terminou com o jantar convívio no restaurante da festa e cada participante rece-
beu um ramo com várias espécies autóctones com frutos como mensagem para a necessidade de
as semear e assim recuperarmos o nosso bosque natural.
Há muito que a nossa "Amazónia" foi destruída... só nos resta renaturalizar a maior área possível do
nosso território: jardins, sebes agrícolas, bermas de estradas, linhas de água... Vamos a isso?
Um grande agradecimento a todos os que se juntaram à festa!
CONVOCATÓRIA
Gostamos de conhecer os professores dos nossos filhos, o nosso médico de família, o gestor da nossa
conta bancária… porque nos preocupamos tão pouco em conhecer quem produz os nossos alimentos?
O modelo das AMAP – Associação pela Manutenção da Agricultura de Proximidade ou CSA – Commu-
nity Supported Agriculture procura colmatar essa falha, constituindo um mecanismo de organização de
produtores e consumidores, onde todos se conhecem e podem articular necessidades e capacidades
produtivas. Já existem alguns casos de sucesso a funcionar em Portugal.
Quando circulamos num supermercado, frutaria ou até num mercado observamos grande quantidade
de frutas e legumes, na maior parte dos casos com bom aspeto e a preço razoável. Mas esta aparente
abundância esconde muitos impactos negativos da agricultura convencional nos recursos naturais e na
saúde humana, além da falta de ligação entre o produtor e o consumidor… Este modelo agrícola
industrial leva também a pouco rendimento dos pequenos agricultores e a elevados custos energéticos
e de trabalho resultantes da logística da distribuição agrícola, pelas grandes distâncias que os alimentos
percorrem até chegar às nossas casas!
Mas, existem sinais positivos de mudança!!!
Por um lado, os consumidores estão mais sensibilizados para o impacto das suas escolhas, por outro,
estão desenvolver-se iniciativas de sucesso que procuram alterar a relação entre produtor e consumidor
e a forma de exploração dos recursos, tais como as bio-regiões, as cooperativas de consumo local, as
CSA - Community Supported Agriculture (agricultura suportada pela comunidade)/AMAP – Associa-
ção pela Manutenção da Agricultura de Proximidade ou as iniciativas Km 0 (zero).
No nosso Oeste, região de terrenos férteis e produtores talentosos, porque não avançar para proces-
sos deste tipo, promovendo uma agricultura mais sustentável e evitando intermediários?
Porque não procurar a criação de uma comunidade mais auto-sustentável, não numa lógica
de protecionismo ou localismo, mas procurando racionalidade e eficiência na satisfação de necessidades
básicas que, por o serem, devem ser suprimidas na envolvente?
Há muito que a nossa floresta primária … a nossa “Amazónia”… foi destruída, e com um território
humanizado praticamente a 100% o que nos resta? A época particular de emergência climática que
estamos a viver e a tendência pelo abandono do uso dos pesticidas, e em particular do uso dos herbici-
das na gestão de áreas urbanas, exigem medidas excecionais, e a resposta a estes desígnios concilia-se
numa ideia muito clara: é urgente reflorestar/renaturalizar a maior área possível do território!
Com estes principais fundamentos em mente, começaram a ser apresentadas propostas a autarquias
numa cooperação entre coletivos de cidadãos, associações locais e projetos/campanhas nacionais,
concretamente o Projeto Rios da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental e a Campa-
nha Autarquias sem Glifosato/Herbicidas da Quercus – ANCN.
A primeira ação já teve lugar e foi de renaturalização de um troço do rio Grande da Pipa e uma ribei-
ra afluente, na vila de Arruda dos Vinhos, no dia 24 de novembro. Mais de 40 voluntários trabalharam
com afinco na colocação de centenas de estacas de várias espécies ripícolas, como salgueiros, choupos e
sabugueiros; semearam bolotas de carvalho no topo dos taludes e removeram ainda algumas canas,
espécie invasora muito presente nesses ecossistemas, precisamente devido à destruição da vegetação
natural!
A segunda ação realizou-se em Torres Vedras no dia 29 de dezembro com o início da renaturalização
da Vala da Conquinha, um afluente do rio Sizandro.
Esperam-se mais ações
e sobretudo a coordenação entre
a população e as várias entidades
com responsabilidade na gestão
do território. É possível fazer de
outra maneira, em vez de se
insistir no trabalho interminável
de corte regular e sistemático da
vegetação, ou pior ainda de apli-
cação de herbicidas, em que
todos ganham: o orçamento das
autarquias e outras entidades, as
populações e o ambiente!
Ficha técnica
Diretora: Alexandra Azevedo | Paginação: Nuno Carvalho
Colaboraram nesta edição: Alexandra Azevedo e Rita Marinho
Impressão com o apoio da Junta de Freguesia de Vilar.
Impresso em papel 100% reciclado.
Propriedade: MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente
Largo 16 de Dezembro, 2 / Vilar / 2550-069 VILAR CDV
tel:/fax: +351 262 771 060 email: mpicambiente@gmail.com
Web site: www.mpica.info
n.º 43 - Janeiro 2020 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 7
A petição que pede a proibição do herbicida Glifosato em Portugal (Petição 567/XIII/3ª), e que
reuniu 15807 assinaturas, foi discutida na Reunião Plenária no dia 20 de Dezembro de 2019. Com os
votos contra do PS, PSD e CDS-PP foi rejeitada a proibição e também de propostas para aumentar
restrições no uso de glifosato.
A Áustria é o primeiro país da União Europeia a proibir o glifosato! Na sequência de uma decisão
tomada pelo parlamento austríaco a 2 de julho deste ano, tem agora luz verde para avançar uma vez que
terminou o prazo de 3 meses para a Comissão Europeia se pronunciar e emitir eventual parecer
negativo.
A Alemanha já anunciou que proibiria o glifosato em 2023. A França planeia uma proibição total em
2021. Portugal pode ser o próximo país a assumir o mesmo compromisso!
Existem alternativas ao glifosato, assim como a outros herbicidas (e pesticidas em geral) que não
implicam necessariamente maiores custos a longo prazo, e proporcionam grandes benefícios para toda a
sociedade, mas requerem mais conhecimento, pelo que são fundamentais medidas públicas para apoiar
os agricultores no processo de transição.
No caso do uso nas áreas urbanas são cada vez mais as autarquias a assumirem o compromisso do seu
abandono substituindo por alternativas não químicas, em especial o reforço dos meios motomanuais e
mecânicos e a monda térmica, mas apoios ao nível central seriam igualmente pertinentes para uma
transição mais rápida a bem de todos, em particular os cidadãos que ainda continuam as ser
diretamente expostos a estes tóxicos.
Alexandra Azevedo
EMENTA PELO CLIMA!
Ementa de inverno
No inverno a cor predominante da
natureza é o verde… assim também deve
ser na nossa mesa!
Nesta proposta além da laranja que é
uma das frutas da época de excelência
temos:
- Sopa de grão e cardos
- 2º prato: Bolinhas de queijo fresco com
urtigas salteadas em azeite e alho, pastéis
de farinheira e bolota, arroz de grelos,
legumes salteados e salada de ervas (agrião,
borragem, serralha, morugem e rúcula)
Receita dos pastéis de farinheira e bolota
(em alternativa à bolota pode usar-se arroz
cozido)
Ingredientes: 150g de bolota de azinhei-
ra (de sobreiro, ou melhor aina de azinheira), uma farinheira, uma cebola pequena, pão ralado e óleo.
Modo de preparação: Cozer a bolota durante 30 minutos. Escorrer a água e triturar na picadora
1,2,3. Picar muito finamente a cebola. Misturar estes ingredientes com o conteúdo de uma farinheira.
Moldar os croquetes. Passar pelo pão ralado e fritar.
O exemplo de
Felix Finkbeiner