Você está na página 1de 3

Palmeiras: Valdivia é insubstituível?

Mesmo sem apresentar um grande desempenho como na sua primeira passagem


pela equipe alviverde, o camisa 10 teria recebido uma proposta do futebol árabe,
que foi recusada pelo presidente Arnaldo Tirone. Mas, eis que surge a questão:
Valdivia é mesmo insubstituível para o Palmeiras?

Questionar um jogador considerado ídolo pela sua torcida sempre é uma questão
delicada. E não é diferente com o chileno Jorge Valdivia, de 27 anos. O meia deixou
sua história marcada no Palmeiras, ao se tornar um dos principais jogadores da
equipe, durante os anos de 2007 e 2008, antes de sair para o clube árabe Al-Ain.

Para ter o jogador de volta, em 2010, estipula-se que tenham sido desembolsados
cerca de € 6 milhões pelo Verdão, quantia que seria angariada, em grande parte, de
rendas de marketing e associados do clube. No saldo, foram € 2 milhões a menos
do que o recebido pelo Palmeiras na venda do atleta ao clube árabe.

Contudo, se o dito de que ‘o bom filho a casa sempre torna’ é correto, esse filho
alviverde parece não ter retornado com o adjetivo que o qualificaria na frase citada.
Longe do brilhantismo que o consagrou anos antes no clube paulista, Valdivia não
conseguiu ainda justificar o esforço financeiro feito pela direção palmeirense para ter
novamente o camisa 10 nas suas fileiras.

Em comparação, os números esboçados pelo chileno desde o seu retorno, são


parcos. O meia teria jogado apenas 40 partidas e marcado somente 5 gols desde
agosto de 2010. Claro, Valdivia não tem exatamente a função de marcar gols com a
camisa da equipe paulista, mas em contraste, seus números de 2007 a 2008, são
completamente diferentes, já que nesta fase, ele realizou 90 partidas e anotou 24
gols.

Além de polêmicas recorrentes, um fato para justificar sua baixa produtividade até
então pode residir nas sucessivas lesões que sofreu. Tanto é que, nesse brasileirão,
Valdivia participou de apenas 8 partidas, efetivando apenas 1 tento ao gol. E, em
seu retorno da Seleção do Chile, foi apontada nessa segunda-feira mais uma lesão,
que o deixará de fora por 30 dias.
No entanto, mesmo apresentando uma baixa produtividade para o que seria
esperado por um jogador da capacidade Valdivia, tendo em conta o que já
demonstrou anos antes, o presidente do clube Arnaldo Tirone teria dito que recusou
uma proposta de retorno do meia para o futebol árabe, mesmo consciente de que o
valor oferecido seria suficiente para saldar a dívida contraída pelo Palmeiras para
trazer o jogador, já que os planos de pagar sua transferência com rendas de
marketing e sócios teria falhado, obrigando o clube a contrair um empréstimo junto a
um banco.

Como argumento, Tirone teria afirmado que não seria prudente desfazer-se do
jogador em meio à disputa do Campeonato Brasileiro, mas à revelia disso,
poderíamos questionar: Valdivia realmente fará falta ao elenco palmeirense na
disputa de um torneio em que mal participou até agora?

A resposta mais imediata e provável poderia afirmar que sim, o chileno faria falta ao
Palmeiras. Contudo, o futebol não vive de glórias passadas, por mais saudosista
que seja o sujeito em questão. Mas, ao tomar-se como base os números do
armador desde a sua volta ao alviverde e, principalmente nesse brasileirão, Valdívia
não foi essencial para a equipe e, com a contratação de Fernandão, possa vir a se
tornar menos indispensável ainda.

Explico-me: com a entrada do centroavante ex-Guarani, Maikon Leite poderia fazer


a função de atacante de velocidade, formando a dupla de frente, com Kléber
executando a função mais recuada da transição entre o meio e o ataque, tal como
fez na partida contra o Corinthians, vencida pelo Palmeiras por 2x1.

Ou ainda, com a entrada de Luan no lugar de Maikon Leite, fazendo a transição do


meio para o ataque em velocidade, Kléber poderia fazer a segunda função do
ataque, caindo pelos lados do campo e Fernandão se mantendo como homem de
área.

Por fim, Felipão ainda poderia, sem alterar tanto as peças, utilizar Patrick ou o
contestado Rivaldo no lugar do chileno.

Entretanto, essas são apenas alternativas baseadas em suposições, já que até o


momento, o camisa 10 permanece no clube. Mas, se ocorrer em determinado
momento a saída de Valdivia, talvez o elenco do Palmeiras não fique tão debilitado,
ao menos até que ele volte a encontrar o seu bom futebol que o tornou um ídolo
com a camisa alviverde em temporadas passadas.

Você também pode gostar