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Métodos e Técnicas
de Análise
Económica e
Financeira
Métodos e Técnicas de Análise Económica e Financeira
Pedro Moreira
Métodos e Técnicas de Análise Económica e
Financeira
[2]
Estrutura
Assunto
1 Base da Análise Financeira
2 Da Informação Contabilística à Informação Financeira
3 Análise do Equilíbrio Financeiro
4 Análise do Risco
Métodos e Técnicas
5 Análise da Rendibilidade de Análise 1. Base da Análise
6 Impacto do SNC na Análise Financeira Económica e Financeira
Financeira
INTEGRAÇÃO
Comparação Relativa
Entrevistas
Reclamações surgiram quando o fornecimento de Questionar se fornecedor em causa continua a ser utilizado;
matérias-primas foi efectuado de um fornecedor mais Relacionar com as margens do produto
barato
Métodos e Técnicas
de Análise 2. Da Informação
Económica e Contabilística à Financeira
Financeira a. Requisitos
Na realização das correcções, é usual utilizar-se um mapa auxiliar de trabalho que permita
evidenciar todas as operações efectuadas às peças contabilísticas da empresa.
Mapa de Correcções
Empresa
(1) (2) (3) (4)= (2) + (3)
Saldos Contabilísticos Correcções Saldo após Correcções
Rubricas
Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
Métodos e Técnicas
de Análise 2. Da Informação
Preparado por: Data: Económica e Contabilística à Financeira
Na coluna (3) são registados, devidamente individualizados, todos os Movimentos de Financeira b. Mapas de Análise
Correcção/Reclassificação, os quais são identificados com um número de ordem que serve para,
em folha anexa ao Mapa de Correcções, justificar todas as alterações efectuadas.
7 Recursos de Exploração
8 = 6-7 NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO DE EXPLORAÇÃO
9 Necessidades extra-exploração
10 Recursos extra-exploração
11 = 9-10 NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO EXTRA-EXPLORAÇÃO
12 = 8+11 NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO (NFM)
13 = 5-12 TESOURARIA LÍQUIDA
• A obrigatoriedade de relação entre recursos e aplicações vem contrariar o princípio - Gastos Variávies CMVMC; FSE (parte); Impostos; Outros Gastos
de que o “o dinheiro não tem olhos”, pois o conjunto dos recursos financia o = MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MB)
conjunto das aplicações;
- Gastos Fixos Pessoal; Depreciações; outros não incluídos em variáveis
= RESULTADO DAS OPERAÇÕES
+ Resultados Financeiros Juros; comissões
• É difícil classificar um recurso como estável pois alguns empréstimos de curto prazo
podem ser estáveis se regularmente renováveis (mas correm o risco de não o = RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS
serem) - Imposto sobre Lucros
= RESULTADO do PERÍODO
Equilíbrio Financeiro Mínimo (Análise Patrimonial) Conceito de Necessidades em Fundo de Maneio (NFM)
Não obstante terem um vencimento a curto prazo, algumas das rubricas que compõem os activos
O FUNDO DE MANEIO (FM) é a diferença entre os capitais permanentes e o activo não corrente.
e passivos correntes têm uma característica de permanente renovação, ou seja, a cada
vencimento cria-se um novo activo ou passivo de características idênticas.
(1) Regra tradicionalmente usada, mas que actualmente se revela desajusta, ou seja, FM = 0 pode não
ser condição nem necessária nem suficiente para a entidade esteja financeiramente equilibrada. A empresa precisa de ter stocks de forma permanente no sentido de
Stocks evitar rupturas nas vendas ou na produção
Conceito de Necessidades em Fundo de Maneio (NFM) Conceito de Necessidades em Fundo de Maneio (NFM)
Estas rubricas podem ser divididas em 2 grupos: as que representam um diferimento permanente As NFM surgem da dificuldade de sincronizar os Ciclos Operacional e Financeiro na actividade de
de valores a receber , ou seja, uma imobilização permanente de capital – Necessidades de exploração da empresa. Apresenta-se um exemplo de um Ciclo de Exploração tipo:
exploração; e as que representam meios que são postos à disposição da empresa – Recursos de
Aquisição materiais
Exploração. (matérias-primas,
Saída / Venda Recebimento
Produtos acabados Monetário
subsidiárias, etc.)
a) b)
Colocação
Recepção
materiais
ordem
ão Clientes ão Fornecedores Tempo
c)
Ciclo
Operacional
Ciclo Financeiro
Ciclo de
Exploração
1 2 3 4 5
a-
Recebimentos (vendas) - - - 100 100 o Dívidas de
associadas
Pagamentos (compras) - 100 100 100 100
Saldo - (100) (100) - -
Dívidas de
Saldo acumulado - (100) (200) (200) (200) trabalhadores
No final do terceiro mês, o desfasamento entre PMR e PMP gera défice acumulado que nunca
mais é recuperado (salvo alteração nos respectivos prazos);
Empresa tem de financiar permanentemente este défice para não ter ruptura de tesouraria
Rubrica N N+1
Métodos e Técnicas 1. Clientes 63.000 75.000
2. Stocks 5.000 8.000
de Análise 3. Análise do Equilíbrio 3. Fornecedores 60.000 65.000
Económica e Financeiro 4. Estado 10.000 12.000
Meios Libertos pela actividade Impacto das NFM num cenário de expansão
Conforme analisado, as NFM têm um impacto directo na geração de meios libertos
Num cenário de expansão da actividade, tal impacto pode revelar-se crítico e, no limite, colocar a
empresa numa situação de dificuldade financeira se não forem previamente acauteladas as
Absorção de fundos implicações do aumento das NFM numa estratégia de crescimento;
associados à exploração Esta questão ganha importância acrescida na actual conjuntura de contracção do crédito por parte
da Banca.
Variação das
Ex.:
Necessidades em Fundo
de Maneio: BLANÇO N
Libertação de Fundos Activo não corrente 20.000 Capital e Reservas 13.500
de exploração Stocks 5.000 Passivo MLP 20.000
Clientes 15.000 Fornecedores 6.100
Estado 400
Total do Activo 40.000 Total CP + Passivo 40.000
A empresa terá de obter um financiamento de, pelo menos, € 3.812 para implementar a sua política
de expansão;
Os rácios de liquidez têm por objectivo analisar qual a capacidade da empresa para fazer face
aos seus compromissos de curto prazo, permitindo avaliar a evolução relativa do Fundo de
Maneio.
Comentários
Teoricamente (análise estática), quanto mais elevados, maior será a capacidade da entidade fazer
face aos seus compromissos correntes;
No entanto, o mais importante não são os activos detidos num determinado período do tempo mas
sim a capacidade de geração de cash-flow pela exploração;
Cash is king!
Os rácios de solvabilidade e autonomia permitem avaliar a tendência da empresa quanto à O Ciclo de Conversão Monetária indica o número médio de dias que a Empresa tem de financiar
capacidade de solver os seus compromissos de médio e longo prazo, e analisar a sua as suas Necessidades em Fundo de Maneio, mantendo tudo o resto constante;
dependência face a terceiros, isto é, os efeitos das políticas de financiamento prosseguidas, bem Se este rácio for positivo, significa que a Empresa está a conceder mais créditos do que os que
como avaliar os efeitos das políticas de investimentos. obtém na sua actividade de exploração e necessita de financiar o tempo que demora entre os
Comentários recebimentos e os pagamentos, imobilizando fundos em NFM;
Cada activo deve ser financiado com um capital de maturidade compatível com a vida económica Se este rácio for negativo, significa que a Empresa está a obter mais créditos do que os que
desse activo e respectiva capacidade de geração dos fluxos de caixa. concede na sua actividade de exploração, que passa a constituir uma fonte de financiamento da
actividade da Empresa.
4. Análise do Risco
4 Análise do Risco
4.1 Risco Económico
4.2 Risco Financeiro
Métodos e Técnicas 4.3 Risco Global
Exemplos
de Análise 4. Análise do Risco
Económica e
Financeira
Definição e Origens
Risco de negócio pode ser definido como a incerteza inerente às projecções dos resultados de
exploração (EBIT) futuros de uma empresa. Noutros termos, será o risco existente numa
empresa que se financia exclusivamente com capitais próprios, ou seja, o risco inerente à
actividade operacional da empresa.
Métodos e Técnicas
de Análise 4. Análise do Risco
Económica e a) Risco Económico
Financeira
800
600
500 400 400
400
400
200 100
Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado
de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração
100
200
Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado
de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração
800
- 50%
Se a tendência dos Rendimentos for de subida, o efeito de alavanca será favorável, na medida em 600
500 400 450
400
que o crescimento dos Resultados de exploração será mais que proporcional à variação dos 400
Se a tendência for de descida, o efeito de alavanca será o inverso. Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado Rendimentos (-) Gastos = Margem (-) Gastos = Resultado
de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração de Exploração Variáveis Bruta Fixos de Exploração
Quanto mais longe do ponto crítico das vendas, mais baixo será o GEA. Na vizinhança desse Com base na Teoria do CVR, e uma vez determinados os valores do GEA, Ponto Crítico e
ponto crítico as flutuações dos resultados são muito mais acentuadas; Margem de Segurança, poder-se-á afirmar que o Risco Económico é tanto maior quanto:
Contudo, o GEA pode ser alterado, e com ele o Risco do Negócio, através de decisões de
investimento e outras decisões estratégicas (como, por ex., o recurso à subcontratação).
ocorre no RAI (ou no Resultado Líquido) em resultado de uma variação percentual do Resultado
80
de Exploração (EBIT).
60
40
30
40
20
Resultado de Exploração (-) Resultados Financeiros = RAI Resultado de Exploração (-) Resultados Financeiros = RAI
>1 → RF < 0
1) RAI > 0 =1 → RF = 0 <0 → RF > 0 →RF > EBIT
<1 → RF > 0
>1 → RF > 0
Métodos e Técnicas
2) RAI < 0 <0 → RF < 0 →RF > EBIT =1 → RF = 0 de Análise 4. Análise do Risco
<1 → RF < 0 Económica e c) Risco Global
Do quadro anterior pode concluir-se que a pior situação para a empresa é a 2a), pois os seus
Financeira
resultados económicos não são suficientes para cobrir o valor negativo dos resultados
financeiros, gerando um RAI negativo.
variação percentual ocorrida no Resultado Líquido em resultado de uma variação 1.000 500 950 475
percentual do Volume de Actividade. 1.000
- 62,5%
800
100 75
200 60 60
40 15
0
Rendimentos (-) GV = MC (-) GF = EBIT (-) R Fin = RAI Rendimentos (-) GV = MC (-) GF = EBIT (-) R Fin = RAI
DR Alfa Beta
Vendas 160 000 160 000
CMVMC 120 000 80 000
Margem Bruta 40 000 80 000
Gastos Fixos 20 000 60 000
EBIT 20 000 20 000
Gastos de Financiamento 0 0
RAI 20 000 20 000
IRC 8 000 8 000
Resultado Líquido 12 000 12 000
800 - 100%
400
100 60
200 60
40 60
0
0
Rendimentos (-) GV = MB (-) GFE = EBIT (-) R Fin = RAI Rendimentos (-) GV = MB (-) GFE = EBIT (-) R Fin = RAI
4. Análise do Risco
100 60
200 60
40 60
0
0
Rendimentos (-) GV = MB (-) GFE = EBIT (-) R Fin = RAI Rendimentos (-) GV = MB (-) GFE = EBIT (-) R Fin = RAI
Rendibilidade de Exploração
Objectivo
Pretende-se determinar qual a parcela de Rendimentos de Exploração que gerou Resultado de
Exploração e quais os factores inerentes justificativos.
Fórmula
Métodos e Técnicas
de Análise 5. Análise da Rendibilidade A Rendibilidade de Exploração pode ser decomposta em dois factores:
Económica e a) Rendibilidade de
1. Efeito dos Gastos Variáveis;
2. Efeito dos Gastos Fixos.
Financeira Exploração
Rendimentos
Efeito dos Gastos Efeito dos Gastos
Variáveis Fixos
1. Efeito dos Gastos Variáveis: traduz, em termos %, a parcela de proveitos de exploração que gera 65.000 30.000
margem bruta, após a cobertura dos gastos variáveis. Assim, quanto maior for este rácio:
RendExp 21,67% 46,15% 10%
300.000 65.000
1. Menor o peso dos gastos variáveis nas vendas;
2. Maior é o distanciamento relativo entre o preço de venda unitário e o custo variável unitário Comentários
2. Efeito dos Gastos Fixos: traduz , em termos %, a parcela de margem bruta que gera Resultado de Por cada 100 euros de proveitos operacionais, são obtidos 22 euros de Margem Bruta;
exploração, após a cobertura dos gastos fixos. Assim, quanto maior for este rácio: Por cada 100 euros de Margem Bruta são obtidos 46 euros de Resultado Operacional.
1. Menor o peso dos gastos fixos na margem bruta;
2. Menor a elasticidade entre o nível de actividade e o EBIT (menor GEA, menor risco).
Métodos e Técnicas e Análise Económica e Métodos e Técnicas e Análise Económica e
Financeira Financeira
[111] [112]
5. Análise da Rendibilidade
Fórmula
Métodos e Técnicas
de Análise 5. Análise da Rendibilidade
Económica e b) Rendibilidade do Comentários
Financeira Investimento Permite analisar em que medida a o capital investido na actividade, independentemente da fonte
de financiamento (capital próprio ou alheio), foi capaz de gerar meios para remunerar esse
mesmo investimento;
Quanto maior for o rácio, maior a capacidade dos activos gerarem resultados.
Fórmula
Métodos e Técnicas
de Análise 5. Análise da Rendibilidade
Económica e c) Rendibilidade dos
Comentários
A Este rácio traduz a relação entre os capitais investidos pelos accionistas e a parte dos
Financeira Capitais Próprios resultados que está disponível para lhes ser distribuída, ou seja, após remunerados os credores
por via do pagamento de juros (Banca) e impostos (Estado).
Quanto mais elevado for o valor do ROE, tanto mais atraente será a empresa para os investidores
(contudo, um valor elevado pode resultar de níveis insuficientes de Capital Próprio).
35.000
Rendibilidade do Capital Próprio ROI 17,5%
Comentários 200.000
Estrutura de capital: inverso da AF; quanto maior o valor, maior o peso do Capital Alheio
relativamente ao Capital Próprio (o que, isoladamente, aumenta o ROE); No entanto, quanto mais ROE 17,5% 200.000 19.000 14.250 14,25%
Efeito fiscal: pretende medir o grau de absorção pelo IRC dos resultados da empresa. Para
valores positivos, quanto maior o valor do rácio menor a taxa de imposto efectiva suportada.
Métodos e Técnicas e Análise Económica e Métodos e Técnicas e Análise Económica e
Financeira Financeira
[125] [126]
Pedido Comentários
Calcular ROI e ROE no triénio (modelo aditivo) Perda de ROI e alteração dos efeitos de alavanca financeira explicam a descida do ROE, em
conjugação com um ligeiro agravamento fiscal.
Comentar
Comentários Comentários
Degradação da Margem Bruta, eventualmente via política de descontos Ano 1 para Ano 2:
Estrutura de Gastos cada vez mais pesada. A partir do Ano 2, a empresa alterou a sua estratégia, Aumento do Capital Próprio para financiar os investimentos;
adoptando uma estrutura de gastos mais pesada. No entanto, a degradação da MB impediu que o Consequentemente, os indicadores de crédito melhoraram e a taxa de financiamento baixou;
aumento nas vendas se reflectisse positivamente no Resultado Operacional (que é praticamente No entanto, com a alteração do mix de financiamento, o rácio de leverage diminuiu, facto que
todo aborvido pelos gastos de financiamento); teve mais impacto no Efeito de Alavanca do que o acréscimo do spread financeiro.
A Rotação do Activo aumentou mas à custa de vendas a baixo preço. Ano 2 para Ano 3:
A taxa de financiamento é superior ao ROI
b. Custos Indirectos:
• Ignora o risco na rendibilidade dos capitais próprios
i. Perda de negócio decorrente da impossibilidade de operar e da perda de
• Com um nível de endividamento superior, o risco do accionista aumenta, não sendo
Risco garantido que o aumento do ROE compense esse risco confiança de clientes e fornecedores, saída de quadros;
Empresas com activos fixos tangíveis mais líquidos podem ter um maior
nível de endividamento na medida em que têm uma reserva de liquidez
Tipo de activos mais facilmente utilizável (em caso de falência, o valor de liquidação é
maior)
Métodos e Técnicas
Empresas com elevado risco económico (GEA) têm maior probabilidade
Características do
Negócio
de enfrentar financial distress e não terem capacidade de dedução fiscal
dos juros (resultados negativos), logo tenderão a escolher um menor
de Análise 6. Impacto do SNC na Análise
rácio de endividamento
Económica e Financeira
Pecking order O gestor procura, na medida do possível, evitar o escrutínio e
monitorização externa das suas decisões (hierarquia das fontes de Financeira
theory financiamento: 1º autofinanciamento; 2º dívida; 3º aumento de capital)
Mudança de Paradigma
Métodos e Técnicas
de Análise 6. Impacto do SNC na Análise
Económica e Financeira
Financeira a. Enquadramento
ii. Ao nível da informação divulgada: as demonstrações financeiras publicadas são baseadas na Maioria das normas pressupõe sólidos conhecimentos de matemática financeira;
informação usada pelo órgão de gestão acerca da posição financeira, desempenho e alterações na
No relacionamento com os restantes stakeholders, espera-se que o responsável financeiro actue
posição financeira da entidade;
como uma espécie de investor relations.
iii. Ao nível das políticas contabilísticas:
É ao órgão de gestão que compete aferir da adequação das diferentes normas à realidade
do seu negócio.
Sempre que tal não se verifique, o mesmo ajuizará quanto ao desenvolvimento e aplicação
de uma política contabilística que resulte em informação que seja relevante e fiável para a
tomada de decisões económicas por parte dos utentes
i. A existência de uma informação por segmentos pressupõe uma moderna contabilidade de De facto, a necessidade de as empresas portuguesas operarem cada vez mais nos mercados
gestão, por centros de responsabilidade, capaz de identificar os rendimentos e gastos mas internacionais, quer ao nível operacional quer financeiro, estava condicionada, do ponto de vista
também os activos e passivos que lhes estão afectos; contabilístico, pela manutenção do Plano Oficial de Contabilidade (POC), demasiado orientado para
a realidade (e fiscalidade) nacional;
ii. Para que a informação seja disponibilizada em tempo útil (e não de acordo com o calendário
fiscal), o SI deverá estar perfeitamente integrado (ERP), com todos os componentes e processos No entanto, no curto prazo, e a nível doméstico, a comparabilidade das Demonstrações Financeiras
da organização dentro da mesma estrutura de informação; sairá prejudicada, uma vez que:
iii. A exigência de uma Demonstração dos Fluxos de Caixa elaborada pelo método directo requer i. As opções de contabilização são agora muito mais amplas, pelo que a discrepância entre
um SI evoluído e cuidadosamente parametrizado políticas contabilísticas utilizadas entre empresas tenderá a ser maior;
iv. A maior separação entre a Contabilidade e a Fiscalidade obrigará a vários ajustamentos às ii. O Anexo, onde essas eventuais discrepâncias serão detalhadamente explicadas, não consta
Demonstrações Financeiras (tanto maiores quanto maior o grau de customização destas), das bases de dados tradicionalmente utilizadas pelos analistas financeiros para emitirem a
praticamente impensáveis sem a intervenção do SI. sua notação de risco;
Activo
Poderá sofrer alterações significativas decorrentes da contabilização no Capital Próprio de rubricas
até então registadas noutras contas:
Activo
Determina a % de capital alheio utilizado para financiamento das actividades da entidade (o Traduz a capacidade da entidade em solver os seus compromissos com Capitais Próprios (é o
remanescente é financiado com Capital Próprio, pelo que Endividamento=1-AF inverso do rácio de alavancagem Debt/Equity)
Poderá sofrer alterações significativas decorrentes da não contabilização no Passivo de rubricas Quanto mais elevado, maior será a estabilidade financeira.
até então aí registadas
Ex. Subsídio não reembolsável de € 200.000 anteriormente registado no passivo (Prov. Diferido)
Ex. Subsídio não reembolsável de € 200.000 anteriormente registado no passivo (Prov. Diferido)
POC SNC
POC SNC Rubricas Valor Rubricas Valor
Rubricas Valor Rubricas Valor Capital Próprio 500.000 Capital Próprio 700.000
Passivo 2 .000.000 Passivo 1.800.000 Passivo 2.000.000 Passivo 1.800.000
Activo 2.500.000 Activo 2.500.000 Solvabilidade 25% Solvabilidade 38,9%
Endividamento 80% Endividamento 72% Debt/Equity 4 Debt/Equity 2,57
Passivo
Traduz o peso do endividamento de curto prazo no endividamento total da entidade Traduz o grau em que o passivo corrente (até 12 meses) está coberto pelo activo corrente
Quanto mais elevado, maior será a pressão sobre a entidade Quanto mais elevado, maior será a capacidade da entidade fazer face aos seus compromissos
correntes
Exemplo POC SNC Impacto
Acréscimos e Exemplo POC SNC Impacto
Diferimentos Passivo Corrente
Diferimentos
Acréscimos e
Diferimentos Passivo Corrente
Diferimentos
Itens não
Activos e/ou
correntes detidos --
Passivo Corrente
para venda
Corresponde à tradução da expressão da dívida líquida Traduz o custo que uma entidade suporta com os financiamentos obtidos , deduzidos dos
Em termos de quantificação, não é influenciado pelas alterações introduzidas pelo SNC juros, dividendos e outros rendimentos similares obtidos.
No entanto, pelo facto de a nova conta 25 – Financiamentos obtidos englobar todas as operações Exemplo POC SNC Impacto
de financiamento (incluindo leasings), verifica-se uma uniformização da fórmula de cálculo Custos de
Custos Gastos
Financiamento
Financeiros Operacionais
(v.g. comissões)
Exemplo POC SNC Impacto
Financiamentos Passivo Passivo Corrente O mesmo acontece com os descontos de pronto pagamento e com as diferenças de câmbio.
Bibliografia
BREALEY, Richard A. and MYERS, Stewart C. (2005), Principles of Corporate Finance, 8th
Edition, McGraw Hill.
CARRILHO, José Manuel, LAUREANO, Luis, PIMENTEL, Luis Vilela, PRATES, Manuel Luis
(2008), Elementos de Análise Financeira – Casos Práticos, 2ª Edição, Publisher Team;
Económica e NEVES, João Carvalho das (2002), Avaliação de Empresas e Negócios, McGraw-Hill, Portugal;
NEVES, João Carvalho das (2002), Análise Financeira – Vol. I – Técnicas Fundamentais, Texto
Financeira Editora, Portugal;
[152]
Métodos e Técnicas e Análise Económica e Métodos e Técnicas e Análise Económica e
Financeira Financeira
[151] [152]