Você está na página 1de 15

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/317014058

A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO PERIÓDICA DE FREQUÊNCIA DE VAZÕES


MÁXIMAS PARA BARRAGENS EXISTENTES. ESTUDO DE CASO: UHE SALTO
CURUCACA

Conference Paper · May 2017

CITATIONS READS

0 71

2 authors, including:

Ramon Sade Zapata Rivas


Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR)
2 PUBLICATIONS   2 CITATIONS   

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Ramon Sade Zapata Rivas on 19 May 2017.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS
XXXI - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS - SNGB
BELO HORIZONTE – MG, 15 A 18 DE MAIO DE 2017
T.4 – A.1

A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO PERIÓDICA DE FREQUÊNCIA DE VAZÕES


MÁXIMAS PARA BARRAGENS EXISTENTES. ESTUDO DE CASO: UHE SALTO
CURUCACA.

Aislan Silveira ZAPZALKA


Engenheiro Civil, Esp – FLUZ Engenharia Ltda.

Ramon Sade Zapata RIVAS


Geólogo, Msc – FLUZ Engenharia Ltda.

RESUMO

A análise de frequência de vazões máximas é fundamental para o dimensionamento


de estruturas hidráulicas, em especial extravasores de barragens. A estimativa da
vazão de projeto em geral é feita por método estocástico, utilizando ajustes às
distribuições estatísticas para extrapolação aos períodos de retorno recomendados.
O objetivo deste trabalho é verificar o impacto sobre a frequência de vazões máximas
para uma barragem existente com a atualização da série de dados fluviométricos
disponíveis após a construção. O estudo de caso foi feito sobre a barragem da UHE
Salto Curucaca, no Rio Jordão. Para o ajuste de vazões máximas, foi utilizada a
distribuição de Gumbel e os indícios de não-estacionariedade foram confirmados
através da distribuição t de Student. A revisão indicou um aumento da vazão de projeto
de 124% em relação ao período que a barragem foi projetada e construída, justificando
a importância da reavaliação periódica de vazões máximas para barragens já
construídas.

ABSTRACT

The peak flow frequency analysis is critical for the design of hydraulic structures,
especially for dam’s spillways. Overall, the maximum streamflow is evaluated by
stochastic methods using statistical distributions for extrapolation to the recommended
return periods. The aim of this paper is evaluate changes on frequency peak flows to
update hydrologic data by including post construction period. The Case Study has
done at Salto Curucaca Powerplant’s Dam in the Jordão River. The peak streamflow
adjust was made by Gumbel distribution and non - stationarity indications has been
confirmed by the Student's t distribution test. The review indicated an increase of 124%
of design flow in the period that the dam was designed and constructed, justifying the
importance of periodic review of maximum flows to already built dams.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 1


1. INTRODUÇAO

O escoamento superficial como parte do ciclo hidrológico tem conceito geral simples,
que corresponde basicamente ao movimento das águas na superfície terrestre.
Porém, integrar, de modo determinístico, todas as variáveis envolvidas no processo
em um modelo hidrológico, eleva o problema a um nível de complexidade que
impossibilita uma modelagem precisa em macro escala, em função das infinidades de
interações e incertezas envolvidas entre as variáveis. Como alternativa para
determinar os processos hidrológicos faz-se o uso de modelos estocásticos.
Tais modelos são comumente utilizados em projetos de engenharia, onde se estimam
a probabilidade de ocorrência de vazões máximas ou vazões de enchentes,
necessárias para embasar o correto dimensionamento hidráulico de estruturas de
condução, retenção e extravasamento de cheias, em especial para as barragens.
Quando se configura um eixo de barramento em um corpo hídrico,
independentemente do tamanho e finalidade, a integridade e segurança da obra é
diretamente relacionada à capacidade da estrutura civil em suportar os eventos
excepcionais de vazão a que estará sujeita ao longo da sua vida útil.
Para conhecimento e minimização dos riscos, na fase de projeto, são aplicados
métodos de estimativa de vazões máximas com base em históricos diários de registro
de dados hidrometeorológicos mais extensos e relevantes possíveis, de modo a se
obter estatisticamente a regionalização das vazões para o eixo de interesse.
Ocorre que, após a instalação da obra, possíveis mudanças climáticas e uso e
ocupação do solo, podem alterar significativamente o regime do rio caracterizado pelo
monitoramento do período anterior a consolidação do projeto. De tal modo que se
justifica a revisão periódica dos estudos hidrológicos e de todos os demais aspectos
relacionados à segurança de barragens.
A reavaliação no estudo de frequência de vazões máximas para uma barragem
existente fundamenta-se na possibilidade de identificar tendências ou saltos no
comportamento hidrológico que possam levar a uma eventual vulnerabilidade ou ruína
da obra. Mais especificamente, permitiria a quantificação periódica do risco
relacionado à falha hidrológica. Tal conhecimento pode auxiliar o proprietário na
tomada de decisão quanto a intervenções que venham a ser necessárias.
O que se pretende abordar nesta pesquisa é a revisão da frequência de vazões
máximas para uma usina existente a partir da atualização do histórico de vazões
provenientes do monitoramento do rio no período pós-construção. Para tal objetivo,
foi realizado um estudo de caso na barragem da usina UHE Salto Curucaca, no Rio
Jordão, Estado do Paraná, em função do evento extremo de chuva e vazão ocorrido
no ano de 2014, especialmente com maior intensidade na bacia do rio Iguaçu.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FALHAS EM BARRAGENS ASSOCIADAS À HIDROLOGIA

Em projetos hidráulicos, segundo Tucci (2007) [1], a determinação da cheia de projeto


do vertedor deve estar associada a uma probabilidade de ocorrência da mesma ao
longo da vida útil da obra. Na fase de projeto esta determinação é realizada para
conduzir a construção da obra, porém, a reavaliação desta vazão faz-se importante
para as atividades de gestão de risco da barragem.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 2


Um estudo apresentado no ICOLD (2011) [2] sobre as falhas em barragens no Brasil
indica que o galgamento é responsável por 65% das falhas, seguidos por piping com
12%, instabilidade de taludes com 12% e todos os outros casos somam outros 12%.
O galgamento ocorre quando a vazão a ser descarregada supera a vazão para qual
o vertedor foi dimensionado. Pode-se classificar como desastre natural resultado de
uma condição climática com uma probabilidade extremamente baixa de ocorrer, mas
o galgamento também pode ser considerado com um erro humano no caso de
subestimação da cheia de projeto (ICOLD, 2011) [2].

2.2 VAZÕES MÁXIMAS

No caso particular de obras hidráulicas, mesmo quando não são destinadas ao


controle de cheias, uma das informações básicas de maior relevância para o seu
projeto e o dimensionamento é a cheia de projeto, definida como a vazão máxima ou
a sequência de vazões extremas que a obra possa suportar sem danos significativos
para si e para populações e melhoramentos a jusante (FILL, 1981) [3].
A previsão das vazões num determinado local pode ser realizada a curto prazo (tempo
real) ou a longo prazo. A previsão a curto prazo envolve o acompanhamento da
enchente quando a precipitação é conhecida ou prevista. Nesse processo, é utilizado
um modelo matemático que calcula a vazão ou nível no rio com base na precipitação
conhecida ou prevista. A previsão da precipitação ainda apresenta grandes erros, mas
pode ajudar na determinação da vazão. Como a previsão meteorológica não permite
a determinação da precipitação e da vazão com muita antecedência, a previsão de
longo prazo num determinado lugar é estatística, ou seja, é determinada a
probabilidade de que ocorra um nível ou vazão com base em dados históricos
registrados anteriormente naquele local (TUCCI, 2002) [4].
Para a quantificação numérica da cheia de projeto duas abordagens constam da
prática da engenharia: (1) a cheia máxima provável definida como uma estimativa da
vazão ou outras características da cheia (nível de água, volume, duração) resultante
da combinação das piores condições meteorológicas e de estado da bacia que
possam ocorrer no local considerado e (2) a análise de frequência de cheias que
considera as características de interesse da enchente como uma variável aleatória
cujo valor é descrito por uma distribuição de probabilidades, que deve ser estimada a
partir dos dados disponíveis (SANTOS, 2012) [5].
Na fase de projeto a cheia máxima pode ser determinada com base estatística,
observando o passado e supondo que a série futura será estacionária e seguirá o
mesmo padrão de distribuição estatística no futuro. Todavia, as mudanças climáticas
e alterações no uso da bacia podem levar a alterações no comportamento do rio.
Se a Cheia Afluente de Projeto (CAP) é estatisticamente determinada, a confiabilidade
da análise estatística de cheias existente deve ser confirmada ou uma nova análise
deve ser desenvolvida. Se um evento excepcional tiver sido registrado, desde que a
cheia estatística tenha sido avaliada, ou caso o período de observação tenha sido
aumentado em mais de 50%, uma nova análise de cheias deve ser executada (Manual
da Integração Nacional – Secretaria de Infraestrutura Hídrica, 2002) [6].
Como referência, a Eletrobrás recomenda o seguinte: Para barragens de altura inferior
a 30m ou com reservatório com volume menor que 50.000.000 m³ e, não havendo
risco de perdas de vidas humanas (inexistência de habitações permanentes a
jusante), a cheia de projeto será definida através de uma análise de risco, respeitada
a recorrência mínima de 1000 anos (ELETROBRÁS, 2003) [7].

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 3


2.3 CONCEITOS BÁSICOS DE HIDROLOGIA ESTATÍSTICA E VAZÕES EXTREMAS

Os processos hidrológicos são aleatórios. Isto significa que suas realizações não
podem ser conhecidas. Por exemplo, não é possível saber qual a evolução dos valores
de temperatura, vento, insolação, precipitação, evaporação, vazão em determinada
seção fluvial, ao longo do tempo ou do espaço. Diante disso, desde o instante em que
o ser humano buscou planejar seus empreendimentos ele se preocupou em
estabelecer instrumentos para o tratamento da aleatoriedade (TUCCI, 2002) [8].
Segundo TUCCI (2002) [4] a quantificação dos processos hidrológicos depende da
observação das variáveis que os descrevem ao longo do tempo. Essas variáveis
possuem comportamento estocástico e necessitam de amostras confiáveis e
representativas para a sua estimativa.
Para que uma série de dados seja considerada adequada TUCCI (2007) [1] admite os
seguintes princípios básicos: (1) as séries de vazões devem ser homogêneas ou
estacionárias, ou seja, as suas estatísticas não variam com o tempo; (2) as amostras
utilizadas devem ser estatisticamente representativas.
A previsão estatística das vazões máximas é realizada pelo ajuste de uma distribuição
aos valores máximos anuais. O ajuste de uma distribuição teórica a uma distribuição
empírica de probabilidades é, na sua essência, a determinação dos valores
adequados dos parâmetros de forma que a primeira se torne a mais idêntica possível
à segunda. (TUCCI, 2002) [8].
Um modelo de distribuição de probabilidades é uma forma matemática abstrata, a
qual, por suas características intrínsecas de variabilidade e conformação, devem ser
capazes de representar, de modo conciso, as variações possíveis de uma variável
aleatória. Um modelo de distribuição de probabilidades também é uma forma
paramétrica, ou seja, um modelo matemático prescrito por parâmetros, cujos valores
numéricos o definem completamente e o particularizam para uma certa amostra de
observações de uma variável aleatória (NAGUETTINI & PINTO,2007) [9].
Cheias resultam na natureza da interação de fenômenos altamente complexos e ainda
não completamente entendidos, como chuvas intensas e sua variabilidade espacial e
temporal combinadas com a resposta não linear e variável da bacia de drenagem.
Desta forma imagina-se que a verdadeira distribuição de probabilidades de vazões de
enchente seja complexa e com parâmetros demais para ser de uso prático. Daí resulta
que na prática a distribuição adotada para descrever as vazões máximas de um rio
nunca é a verdadeira, mas sim uma distribuição substituta razoavelmente simples.
(SANTOS, 2012) [5].
Segundo NAGUETTINI & PINTO (2007) [9], a distribuição de Gumbel é a distribuição
extremal mais utilizada na análise de frequência de variáveis hidrológicas, com
inúmeras aplicações, entre elas o estudo de vazões de enchentes. Trata-se de uma
distribuição assintótica com exponencial dupla. Esta distribuição foi utilizada neste
trabalho para estimativa das vazões máximas para diversos períodos de retorno. A
função de probabilidades acumuladas da distribuição de Gumbel é dada por:
𝑦−𝛽
𝐹𝑦(𝑦) = 𝑒𝑥𝑝 [−𝑒𝑥𝑝 (− 𝛼
)] (1)

Em hidrologia é comum a associação da probabilidade de falha a um tempo de


retorno, portanto é de interesse direto o conhecimento da função de quantis da
distribuição de Gumbel, a qual associa a probabilidade F de não superação de um
evento com o tempo de retorno estatístico.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 4


1
𝑦(𝐹) = 𝛽 − 𝛼. 𝑙𝑛 [−𝑙𝑛 (1 − )] (2)
𝑇

O ajuste da distribuição de probabilidade pode ser testado pela comparação da curva


teórica com os valores de frequencia relativa da amostra. Neste caso o ajuste das
amostras à distribuição Gumbel foi feita pelo teste não-paramétrico de Kolmogorov-
Smirnov descrito por NAGUETTINI & PINTO (2007) [9]. Tanto o ajuste à distribuição
quanto os testes de hipótese foram feitos através do software ALEA.

2.4 ESTACIONARIEDADE DAS SÉRIES HIDROLÓGICAS

As variáveis hidrológicas e hidrometeorológicas têm sua variabilidade registrada por


meio das chamadas séries temporais, as quais reúnem as observações ou medições
daquela variável, organizadas no modo sequencial de sua ocorrência no tempo (ou
espaço).
As séries hidrológicas podem apresentar uma tendência, ou um “salto”, ou uma
periodicidade ao longo do tempo, como resultado de variações naturais do clima ou
alterações induzidas pela ação do homem. Nesse caso, as séries hidrológicas seriam
ditas não estacionárias ao longo do tempo.
Por outro lado, quando certas propriedades estatísticas de uma série hidrológica não
se alteram ao longo do tempo, a série é dita estacionária. A série é considerada
homogênea se o padrão de variabilidade, em torno de seu valor médio, é único e
idêntico, ao longo do tempo.
Na maioria das aplicações da hidrologia estatística, as séries hidrológicas reduzidas
devem ter como pré-requisito os atributos de estacionariedade e homogeneidade.
Finalmente, as séries hidrológicas devem ser representativas ou, em outras palavras,
que seus valores constituintes sejam representativos da variabilidade presente no
fenômeno hidrológico em questão (NAGUETTINI & PINTO,2007) [9].
Se a existência de registros longos possibilita uma inferência mais precisa das
características estatísticas do comportamento de longo prazo, por outro lado
possibilita também o surgimento da hipótese de que estas características possam
variar devido a mudanças nos regimes hidrológicos das bacias, as quais podem estar
ligadas a variações naturais ou antrópicas do clima ou do uso do solo (TOZZI, 2014)
[10].
Quando se trabalha com dados hidrológicos, um dos problemas que se apresentam é
a detecção de tendências ou alterações bruscas em séries temporais. Para facilitar a
detecção de tendências abruptas ou graduais nas séries temporais, primeiramente
indica-se uma análise visual dos dados.
A análise exploratória permite, entre outras conclusões, estimar a época da mudança
em caso de alterações mais ou menos concentradas nas séries e também verificar a
suspeita de variações contínuas ou periódicas (TOZZI, 2014) [10].
Para confirmar possível ocorrência de não-estacionariedade na média entre os
períodos pré e pós implantação da obra foi utilizado o teste de hipótese paramétrico
de Student.

2.5 TESTE T DE STUDENT

O teste 𝑡 para duas amostras é utilizado na verificação da diferença entre a média


populacional de duas distribuições de probabilidades normais. A hipótese nula H 0 é
que as médias são iguais a menos de um delta que pode ser assumido igual a zero
para caso de igualdade das médias. A estatística do teste 𝑡 é calculada como:

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 5


𝑋̅ −𝑌̅−∆0
𝑡= (3)
2 𝑆 2
√𝑆𝑥 + 𝑦
𝑛 𝑚

Onde 𝑋̅ e 𝑌̅ são as médias das amostras; 𝑆𝑥2 e 𝑆𝑦2 são as respectivas variâncias
amostrais e 𝑛 e 𝑚 são os tamanhos das amostras.
Este valor pode ser comparado ao t crítico da distribuição de Student e a hipótese nula
é aceita se 𝑡 < 𝑡 crítico.

3. ESTUDO DE CASO: UHE SALTO CURUCACA

3.1. LOCAL DE ESTUDO

A UHE Salto Curucaca é um aproveitamento hidrelétrico com arranjo tipo derivativo


que aproveita um desnível concentrado de quedas do rio Jordão, município de
Guarapuava, Estado do Paraná (figura 01).
Esta usina foi inicialmente construída como Pequena Central Hidrelétrica entrando em
operação no ano de 1982. O eixo de barramento está posicionado cerca de 400m à
montante do Salto Curucaca. Neste eixo a bacia do Rio Jordão conta com 2220 km².
Desde a sua implantação a usina passou por alguns eventos de cheias extremas, a
destacar aqueles ocorridos em 1983, 1992 e o maior de todos em 2014. Este último
tendo provocados avarias em uma das casas de força.

Guarapuava

UHE Salto Curucaca

Figura 1 – Localização da UHE Salto Curucaca em relação ao estado do Paraná.

3.2. LOCAL DE ESTUDO

Os dados básicos utilizados neste trabalho foram os registros das estações


fluviométricas existentes no próprio Rio Jordão conforme exposto na figura 2. Estas
estações são do tipo linimétricas com duas leituras diárias. O acesso a estes dados
foi pelo sistema Hydroweb do Portal da Agência Nacional de Águas.
Entre as estações disponíveis selecionaram-se aquelas com maior representatividade
para a seção de estudo, seguindo critérios de proximidade com o eixo da usina e maior
extensão temporal de registros. Selecionaram-se três estações, sendo que duas delas

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 6


encontravam-se no próprio eixo da usina (65815000 - Salto Curucaca e 65815050 -
Salto Curucaca Jusante) e a terceira à jusante (65825000 - Santa Clara).

Figura 2 – Localização das estações fluviométricas utilizadas no estudo hidrológico.

Código 65815000 65815050 65825000


Salto Curucaca
Nome Salto Curucaca Santa Clara
Jusante
Rio Rio Jordão Rio Jordão Rio Jordão
Responsável ANA INSAM ANA
Latitude -25º32'11" -25º32'2" -25º38'17"
Longitude -51º49'6" -51º48'56" -51º58'2"
Área de Drenagem (km²) 2220 2220 3930
Tipo de Informação Cotas e curva de Cotas, curva de Cotas, curva de
Disponibilizada descarga descarga e vazões descarga e vazões
Quadro 1 – Estações Fluviométricas Selecionadas

A estação Salto Curucaca dispõe apenas de informações de cota e as vazões foram


determinadas a partir de curvas das leituras de descarga realizadas. O mesmo
ocorreu com os registros de ano de 2012 para a estação Salto Curucaca Jusante.
A transformação de cotas em vazões foi feita sobre os registros diários através da
equação a seguir, cujos parâmetros de ajuste para cada curva são apresentados no
Quadro 2.

𝑄 = 𝑎. (ℎ − ℎ0 )𝑏 (4)

Onde Q é a vazão; h é a cota lida na régua linimétrica, h0 é a cota que resulta em


vazão nula; a e b são parâmetros de ajuste.

.Código 65815000 65815050


Nome Salto Curucaca Salto Curucaca Jusante
Período 1950 a 1980 1981 a 2006 1988 a 2006
a 91,384 90,564 77,192

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 7


b 2,992 1,471 1,752
ho (m) 0,700 0,100 0,000
Quadro 2– Parâmetros para ajuste da curva-chave das estações.

Selecionaram-se as vazões máximas diárias para cada ano em cada estação. A partir
destes dados compôs-se a série de vazões máximas para o eixo da UHE Salto
Curucaca seguindo o seguinte critério de prioridade e disponibilidade de dados.
Para regionalização os dados da estação Santa Clara foram corrigidos pela relação
entre áreas de drenagem conforme equação a seguir.
𝐴𝑑𝐶𝑈𝑅
𝑄𝐶𝑈𝑅 = 𝐴𝑑𝑆𝐶
. 𝑄𝑆𝐶 (5)

Onde 𝑄𝐶𝑈𝑅 é a vazão no eixo da UHE Salto Curucaca; 𝑄𝑆𝐶 é a vazão no eixo da
estação Santa Clara, 𝐴𝑑𝐶𝑈𝑅 é a área de drenagem da estação Salto Curucaca e 𝐴𝑑𝑆𝐶
é a área de drenagem da estação Santa Clara.
Apesar da simplicidade da metodologia de transferência, comparando-se os períodos
comuns de observação pode-se verificar que as vazões obtidas a partir da estação
Santa Clara são muito próximas daquelas observadas na estação Salto Curucaca
Jusante com erro médio de 5% e não sistemático.
Durante a passagem da cheia de 2014 mediu-se o nível do reservatório e pela carga
imposta determinou-se hidraulicamente a vazão vertida, a qual resultou em 2509 m³/s,
que corrigida pelo fator de Fuller para abater o pico resultou em 1896,20m³/s.
A série de vazões máximas para o eixo da UHE Curucaca a partir das estações de
origem é apresentada na Tabela 1.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 8


Est. Salto Est. Salto
Est. Salto Est. Santa Est. Salto Est. Santa
Curucaca UHE Salto Curucaca UHE Salto
Curucaca Clara Curucaca Clara
Jusante Curucaca Jusante Curucaca
(65815000) (65825000) (65815000) (65825000)
(65815050) (65815050)

Ad (km²) 2220 2220 3930 2220 Ad (km²) 2220 2220 3930 2220
Ano Vazões Máximas Anuais (m³/s) Ano Vazões Máximas Anuais (m³/s)
1950 504,20 284,82 1984 662,40 374,18
1951 476,90 269,39 1985 414,50 234,15
1952 578,60 326,84 1986 449,60 253,97
1953 512,00 289,22 1987 1449,00 818,52
1954 1081,00 610,64 1988 666,60 376,55
1955 1009,00 569,97 1989 464,40 854,80 464,40
1956 535,40 302,44 1990 334,90 662,40 334,90
1957 908,60 513,25 1991 317,30 604,20 317,30
1958 457,40 258,38 1992 1446,80 2536,10 1446,80
1959 437,90 247,36 1993 647,50 941,20 647,50
1960 319,57 615,00 319,57 1994 232,60 625,80 232,60
1961 186,73 488,60 186,73 1995 736,25 1178,10 736,25
1962 173,85 473,00 173,85 1996 360,80 641,40 360,80
1963 244,61 461,30 244,61 1997 523,20 865,60 523,20
1964 277,55 449,60 277,55 1998 1086,40 1396,50 1086,40
1965 332,31 782,80 332,31 1999 356,20 805,60 356,20
1966 319,57 434,00 319,57 2000 588,00 995,80 588,00
1967 165,60 322,60 165,60 2001 325,00 629,40 325,00
1968 108,77 163,80 108,77 2002 296,40 263,88 607,80 296,40
1969 219,23 395,00 219,23 2003 229,30 208,76 500,30 229,30
1970 512,40 574,00 512,40 2004 293,10 261,08 533,45 293,10
1971 401,08 738,00 401,08 2005 399,90 354,42 675,00 399,90
1972 642,57 724,80 642,57 2006 165,45 165,45
1973 603,37 683,20 603,37 2007 529,20 529,20
1974 191,17 476,90 191,17 2008 404,50 404,50
1975 454,47 746,80 454,47 2009 418,30 418,30
1976 313,32 469,10 313,32 2010 543,60 543,60
1977 124,84 251,80 124,84 2011
1978 173,85 523,70 173,85 2012 703,76 703,76
1979 603,37 662,40 603,37 2013
1980 446,57 649,80 446,57 2014 1896,20
1981 267,64 418,40 267,64
1982 667,06 1126,50 667,06
1983 1418,79 3157,80 1418,79

Tabela 1 – Série de Vazões Máximas Anuais

Uma vez composta a série de vazões máximas anuais, inicialmente fez-se uma
avaliação se tais dados atendem aos critérios de independência, estacionariedade e
representatividade.
Segundo TUCCI (2002) [4], os eventos são considerados independentes quando não
existe correlação entre os valores da série. No caso de vazões extremas, a
independência significa que não existe correlação entre um pico de vazão e os
eventos que o sucederam. No caso deste estudo, o próprio intervalo anual justifica a
independência.
A representatividade está associada, entre outros, ao tamanho da amostra. Pequenas
amostras podem estar sujeitas a tendências sazonais e, portanto, não seriam
representativas da população. Não é o caso, pois os registros acessados para a
realização deste trabalho permitiram a composição de uma série de 63 anos de dados.
Segundo TUCCI (2002) [4], uma série de vazões é estacionária quanto não ocorrem
modificações nas características estatísticas de sua série ao longo do tempo. Cita
ainda que uma série também pode possuir características não-estacionárias quando
a amostra não é suficientemente representativa.
Conforme proposto no trabalho de TOZZI (2014) [10], fez-se inicialmente uma análise
exploratória da série para detectar indícios de não-estacionariedade, localizar pontos

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 9


de eventual mudança e fornecer pistas sobre a ocorrência de tendência ou mudanças
bruscas nas características da série.
Esta análise foi feita de forma simplificada e visual sobre o fluviograma de vazões
máximas, onde já pode-se perceber, coincidentemente, que a partir do ano de 1982,
quando foi instalada a UHE Curucaca, os picos de cheia começaram a ser mais
pronunciados. Nota-se também uma aparente elevação nas cheias anuais de menor
magnitude.

Vazões Máximas Anuais (UHE Salto Curucaca)


2000

1800

1600 PERÍODO PRÉ-OBRA PERÍODO PÓS-OBRA


Vazão Máxima Anual (m³/s)

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
1950

1955

1960

1965

1970

1975

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2010
Figura 3 – Fluviograma de vazões máximas anuais.

A diferença entre as séries fica evidente também ao confrontar os períodos sobre um


gráfico tipo histograma de frequência relativa, onde passa-se a observar
probabilidades de ocorrência em classes mais elevadas de vazão no período mais
recente.

Figura 4 – Histograma de Vazões Máximas Médias (Relativa).

A partir desta constatação decidiu-se separar a amostra em dois períodos: pré-


construção da barragem (1950 a 1982) e pós-construção da barragem (entre 1983 a
2014) e confrontá-las através de testes estatísticos para que comprovem ou rejeitem
a hipótese estacionariedade da série.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 10


3.3. AVALIAÇÃO DA ESTACIONARIEDADE

Conforme aplicado por TOZZI (2014) [10], a avaliação da estacionariedade entre as


amostras dos dois períodos foi feito através do teste t de Student, que visa identificar
possível não-estacionariedade quanto a média das amostras. A hipótese nula (H 0)
deste deste é que não há uma diferença significativa entre as médias.
Tratando de teste paramétrico, as amostras precisam adequar-se ao comportamento
normal. Para tal correção os testes foram aplicados sobre a série dos logaritmos das
vazões máximas, cuja distribuição relativa pode ser observada no gráfico da figura.

Frequência de Log Qmáx


40%

35% 1950 a 1982 (período pré-projeto)

30% 1983 a 2014 (período pós-projeto)


% dos Registros

25%

20%

15%

10%

5%

0%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0
Log Qmáx

Figura 5 – Distribuição de frequência relativa do Logarítmo das Vazões Máximas.

O teste de hipóteses foi aplicado sobre as amostras correspondentes ao períodos pré-


construção da barragem (1950 a 1982) e pós-construção da barragem (entre 1983 a
2014). Os parâmetros e resultado deste teste são apresentados no Quadro 3.

Amostra Y Amostra X
Período 1950 a 1982 Período 1983 a 2014
Número de Registros 33 30
Média do LN Qmáx. 2,49 2,67
Desvio Padrão LN Qmáx 0,21 0,26
a 5%
TESTE T-STUDENT
n 61
t 2,92
t crítico 2,04
Resultado Rejeita H0
Quadro 3 – Aplicação do teste paramétrico para verificação da estacionariedade
entre duas amostras.

Uma vez rejeitada a hipótese de estacionariedade é comprovada a hipótese


alternativa de não-estacionariedade relacionada as médias amostrais ao nível de
significância de 5%.

3.4. ANÁLISE DE FREQUÊNCIA DE VAZÕES MÁXIMAS

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 11


Visto a confirmação da hipótese de não estacionariedade, a série de vazões máximas
anuais foram separadas em três amostras:
 AMOSTRA 1: período 1950 e 1982, corresponde ao período de registros disponíveis
na época de implantação da usina;
 AMOSTRA 2: período entre 1983 e 2014, correspondendo ao período recente e
homogêneo de registros pós obra;
 AMOSTRA 3: período entre 1950 e 2014, correspondendo à totalidade dos dados
disponíveis.
Apenas para fins de comparação, cada uma destas amostras foi ajustada
individualmente a uma distribuição de Gumbel típica para máximos e, a partir destas
curvas teóricas, foram determinadas as vazões associadas a tempos de retorno pré-
estabelecidos. A qualidade dos ajustes foi verificada pelo teste Kolmogorov-Smirnov.
Nesta etapa, tanto os processos estatísticos para verificação da hipótese de ajuste à
distribuição de Gumbel, quanto o cálculo das vazões associadas aos tempos de
retorno foram feitos através do software ALEA (Análise de Frequência Local de
Eventos Anuais).
O resultado é apresentado a seguir.

TR
Período 1950 a 1982 Período 1983 a 2014 Período 1950 a 2014
(anos)
10000 1438,61 3303,95 2606,55
5000 1350,89 3083,56 2433,20
1000 1147,17 2571,73 2030,60
500 1059,39 2351,19 1857,13
200 943,24 2059,39 1627,61
100 855,21 1838,22 1453,64
50 766,85 1616,23 1279,03
25 677,84 1392,59 1103,12
10 557,85 1091,13 866,00
5 462,89 852,54 678,33
2 319,45 492,19 394,88
Tabela 2 –Vazões Máximas Calculadas

Comparando-se as vazões máximas obtidas para cada tempo de retorno em função


da base amostral ajustada, nota-se que o período que antecedeu a obra leva à
estimativa de vazões mais baixas. Por outro lado, o período mais recente conduz a
vazões mais elevadas. Se utilizada a amostra com o período completo de dados o
resultado são vazões intermediárias.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 12


3500
Período 1950 a 1982
3000
Período 1983 a 2014
2500 2572
Período 1950 a 2014

Vazão (m³/s)
2000 2031

1500
1147
1000

500

0
1 10 100 1000 10000
Tempo de Retorno (anos)

Figura 6 – Comparação entre Vazões Máximas

Uma análise de probabilidade de falha hidrológica na usina ou o dimensionamento de


intervenções na obra deveria ser conduzido para a TR1000, que pode ser considerada
a cheia de projeto para este tipo de usina. Percebe-se que ao utilizar a série disponível
no período de projeto da usina a vazão TR1000 é de 1147m³/s, porém, utilizando a
série do período mais recente a TR1000 seria de 2572m³/s o que corresponde a um
aumento de 124%.

3.5. LIMITAÇÕES DA ANÁLISE

Tratando-se de uma análise de eventos extremos de vazões, os dados dos postos


fluviométricos consultados têm uma clara imprecisão quanto à extrapolação da curva
de descarga, decorrente de falta de calibração no tramo de altas vazões.
Esta extrapolação aqui utilizada foi feita pelo método logarítmico, assumindo que os
coeficientes ajustados para a curva de descarga podem ser extrapolados pelo menos
ao tramo superior.
Este método, segundo SEFIONE (2002) [11] é provavelmente o mais utilizado no
Brasil, porém só tem bons resultados caso a seção escolhida para o posto
fluviométrico mantenha características geométricas e hidráulicas adequadas. Sem ter
como confirmar, assume-se uma possibilidade de imprecisão nos picos de vazão que
compõe a série de vazões máximas utilizadas como base do estudo.
Em relação ao fenômeno de não-estacionariedade, limitou-se apenas a identificá-lo,
não avançando na tentativa de descrevê-lo ou justificá-lo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados das estações fluviométricas disponíveis no Rio Jordão foi possível
compor uma série de vazões máximas com 63 anos de registros, dos quais 33 anos
foram observados após a implantação da barragem objeto do estudo de caso.
A análise exploratória preliminar indicou que a série hidrológica de vazões máximas
para o eixo da UHE Salto Curucaca no Rio Jordão apresenta possível característica
de não-estacionariedade entre os períodos pré e pós implantação da barragem. Tal
hipótese foi comprovada pelo teste estatístico paramétrico t-Student.
Não se entrou no mérito de estudar o motivo da não-estacionariedade encontrada,
limitando-se apenas em identificá-la. Mas, como observado por TUCCI (2007) [1], o
fenômeno da não-estacionariedade ou a representatividade pode estar relacionado a
um ou mais fatores, tais como a variabilidade climática no período de amostra,
modificação climática, modificação do uso do solo e até mesmo alterações nas

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 13


características físico-químicas e biológicas da bacia hidrográfica, devido aos efeitos
naturais e antrópicos.
Através dos ajustes e extrapolações de vazões máximas por meio da distribuição de
Gumbel para os três períodos distintos (pré-construção, pós-construção e período
completo) mostrou uma diferença significativa nas vazões máximas, com enfoque na
vazão milenar que teve um aumento de 124% passando de 1147m³/s para 2572m³/s
se comparada à série disponível no momento do projeto e a série truncada
homogênea mais recente.
Ressalta-se que as vazões consultadas, analisadas e determinadas neste trabalho
são vazões máximas médias diárias, as quais ainda devem ser corrigidas para vazões
de pico para serem utilizadas em dimensionamentos de condições excepcionais.
Os resultados alertam para a necessidade de reavaliação periódica de vazões
máximas para situar e atualizar o empreendedor e a sociedade quanto à evolução das
probabilidades de falha e riscos associados.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] TUCCI, Carlos E. M., Mudanças Climáticas e Impactos Sobre os Recursos


Hídricos no Brasil. Revista Ciência & Ambiente 34 - Mudanças Climáticas.
UFSM, Janeiro/Junho 2007.
[2] ICOLD (International Commision on Large Dams). Small Dams Design,
Surveillance and Rehabilitation. Bulletin 157. 2011.
[3] FILL,Heinz Dieter. Determinação de Cheias de Projeto. In: IV Simpósio
Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Fortaleza, CE. Anais 4, pp 439-451.
1981.
[4] TUCCI, Carlos E. M. Regionalização de Vazões. 1ª edição. Editora da
UFRGS / ABRH. Porto Alegre, 2002.
[5] SANTOS, Peterson. Análise de Frequência e Regionalização de Vazões
Máximas Sazonais na Região Sul do Brasil. Dissertação (Mestrado) – Setor
de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2012.
[6] MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL / SECRETARIA DE INFRA-
ESTRUTURA HÍDRICA. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens.
Brasília – DF, 2002.
[7] Centrais Elétricas Brasileira - ELETROBRÁS, Critérios de Projeto Civil de
Usinas Hidrelétricas. Outubro, 2003.
[8] TUCCI, Carlos E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 3ª edição. Editora da
UFRGS / ABRH. Porto Alegre, 2002.
[9] NAGUETTINI, Mauro; PINTO, Éber José de Andrade. Hidrologia Estatística.
CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Belo Horizonte. Agosto, 2007.
[10] TOZZI , Bruna Kiechaloski Miró. Verificação da Estacionariedade de Séries
Hidrológicas de Vazões na Bacia do Rio Iguaçu. Dissertação (Mestrado) –
Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2014.
[11] SEFIONE, André Luiz. Estudo Comparativo de Métodos de Extrapolação
Superior de Curvas-Chave. Dissertação (Mestrado). UFRGS. Porto Alegre,
Janeiro de 2002.

XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens - SNGB 14

View publication stats

Você também pode gostar