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ANO -02 EDIÇÃO -09

S.O.S Baia de Guanabara


SUMÁRIO

Poluição da Baía de
Guanabara gera 4 Bairro do Recreio
cada vez mais verde
prejuízo de bilhões
3 Por ano.

5 PLANETA TERRA 2050


Floresta do Camboatá
pode dar lugar
8 Autódromo.

Coluna - 9
Noticias da rede - 6 Seminário CENÁRIOS DA
AGRICULTURA E

A escassez e mau uso da água doce são uma realidade conhecida e


7 MEIO AMBIENTE

incontestável. Frente a todo sofrimento e retrocesso que a falta de


água potável acarretará para a vida, urge a necessária a
mobilização da sociedade para que se entenda a imensa magnitude
desse problema e a responsabilidade de todos nós afim de
promover a recuperação dos corpos hídricos e garantir condições de
vida para as futuras gerações
Um indivíduo tem muita força, vários indivíduos, tem muito mais
força, uma rede sólida capaz de fazer as mudanças necessárias
Colaboradores: Marcelo Silveira, Denise Lima,
para as transformações ao nosso redor e expandindo além do Camilo Borges, Luiz Nelson, Carolina Frankling.
horizonte. Neste desafio, que em 2019, temos que participar para
organizar e mudar nossos caminhos, juntando nossas idéias, Alcance inicial 500 mil contatos
projetos e ações numa grande rede de luta e modificações,
transformando o intransformavel. Temos que juntas todas as nossas
forças, mesmos que abaladas, sem deixar nenhum dos nossos pelo
caminho. Todos juntos sempre junto e ninguém solta o outro.
Por uma sociedade mais igualitária, justa e com qualidade de vida,
onde se respeite a vida, a natureza e o direito de todos.
Nós da rede pela água e sustentabilidade temos um papel
importante nestas mudanças. Estamos nesta estrada á décadas. E
cabe a nós deixá-la perfeita para as gerações que já estão nela e aos
que vão caminhá-la.
Marcelo Silveira
Coordenador da
Rede Pelas Águas
e Sustentabilidade
Revista Águas 2
CAPA

Poluição da Baía de Guanabara gera prejuízo de bilhões por ano


Causa da intensa
A Baía de Guanabara
poluição na Baía.
recebe diariamente 1
Atualmente, esses
bilhão de litros de
pescadores
chorume por ano.
sobrevivem da
Estima-se que a
catação de
quantidade de
embalagens
chorume estocado em
plásticas
lagoas ou tanques de acumulação nos aterros
(principalmente
sanitários e lixões licenciados e/ou controlados são de
garrafas PET) no
500 mil m3 ou seja, 500 milhões de litros de chorume
poluído Rio
altamente poluente. Além disso, 90 toneladas de lixo
Sarapuí e no
são despejadas por dia em suas águas.
mangue.
A Baía de Guanabara recebe 18 mil litros de esgoto
A Baía de Guanabara é caracterizada por uma
por segundo. Com a crise econômica a partir de 2015,
junção de elementos geomorfológicos, físicos,
foram paralisadas as obras do PSAM e do PDBG
químicos e ecológicos, além de pela influência
projetos destinados à despoluição da Baía.
humana dos municípios do entorno, que conferem a
Cerca de 200 ela uma complexidade de interações muito ricas e
pescadores específicas. No entanto, a urbanização desprovida
artesanais das de infra-estrutura e saneamento básico tem
comunidades de degradado intensamente a qualidade da água desse
Saracuruna e da ambiente, especialmente em virtude do lançamento
chacrinha, não de esgotos sem o devido tratamento.
conseguem mais Fonte G1.
tirar o sustento de suas famílias do manguezal por

Rede pelas

Águas
Sustentabilidade

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Açôes

Bairro do Recreio cada vez mais verde


. O bairro do Recreio tem muitas peculiaridades, uma delas é a sensação de estar vivendo numa pequena cidade de praia há 40
minutos de carro do centro do Rio. Além, disso o movimento /
ritmo do bairro é outro, mais devagar, onde há possibilidade dos
moradores se conhecerem mais muitas vezes em atividades
nada comuns de uma cidade grande. Uma delas é o que o grupo
Patativas está fazendo no recreio em tentar resgatar o
sentimento de pertencimento do nosso bairro e cidade.
O Grupo Patativas foi criado há um pouco mais de um ano
por moradores que queriam marcar encontros com seus
cachorros na Alameda Sandra Alvim, percebendo que o lugar
poderia ser melhorado, surgiu a ideia de se fazer mutirões para
limpeza. Uma das moradoras, arqta. Isabelle de Loys, a então
adotante da Alameda Sandra Alvim, dentro do projeto da
prefeitura ADOTE.RIO pela FPJ, deu a ideia na época em fazer
plantios. Esse movimento deu certo, a Alameda já ganhou
centenas de mudas, biblioteca popular, placas de
conscientização em madeira de descarte feitas pela moradora Marta Albuquerque e hoje o grupo
conta com mais de 80 pessoas. Esse movimento tomou mais força quando uma escola privada abriu um processo de abertura de ruas
na Alameda. Para quem não conhece, a Alameda é o maior corredor verde do Rio com maior número de espécies nativas de restinga
além de ser uma área de amortecimento do Parque Municipal Chico Mendes.
Com a abertura do processo houve um grande movimento contra a abertura, abaixo assinados (4 mil
assinaturas), reportagens de TV e jornais, o plantio de mais de 700 mudas e a ajuda do CONSEMAC e
da AMOR. Recentemente o Sec. De Meio Ambiente Marcelo Queiroz determinou o arquivamento do
processo, entendendo a grande importância desta área verde para o bairro e agora o grande desafio e
torna-la protegida. Esse movimento de ajudar um ao outro é especial e tem apenas um único objetivo:
preservar e manter o nosso bairro do Recreio cada vez mais verde, belo e impar comparado com outros
bairros do Rio. Esse é o verdadeiro espirito do bairro do Recreio.

Revista Águas 4
Mundo

PLANETA TERRA 2050


Um relatório com 740 páginas traz um panorama completo suficiente para garantir saúde, produtividade e realização para as
da situação do mundo atualmente em três grandes sistemas 10 bilhões de pessoas no futuro.
econômicos e sociais energia, alimentação e água. Ele serve As inovações tecnológicas desde a década de 1990, segundo o
como um guia para as metas de 2030 e de 2050 e foi GEO, trouxeram mais benefícios para a vida das pessoas do que
montado após análise extensa das pesquisas científicas mais malefícios. A organização aponta que novas abordagens aliadas
relevantes sobre esses setores. O texto será discutido em à tecnologia podem reduzir as consequências negativas para a
Nairóbi, no Quênia, até a próxima sexta-feira (15), durante a saúde e dos ecossistemas. Do ponto de vista ambiental, os
4ª Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), maior países que priorizarem as políticas de baixo carbono terão
fórum mundial para questões de meio ambiente. vantagens econômicas, segundo os estudos analisados.
Alguns dos pontos abordados no Panorama Ambiental Mudanças do clima
Global (Global Environmental Outlook, GEO): As mudanças climáticas são prioridade. Elas afetam todos os
 As análises focaram no tema "Planeta saudável, sistemas da Terra ligados à vida: ar, diversidade biológica, água
pessoas saudáveis"; potável, oceanos, solos.
 O GEO busca mostrar os estudos científicos que Por isso, relatório reforça que o mundo está em vias de
podem guiar os governos e demais interessados; ultrapassar o limite de temperatura estabelecido no Acordo de
 Com base nas informações do Panorama, as metas Paris, feito em 2015. A ONU já havia divulgado um outro
para 2030 e 2050 podem ser estabelecidas pelas estudo em 2017 com a previsão de que as metas estabelecidas
autoridades; naquele ano representam um terço do que é necessário para
combater o aquecimento global.
 Desde o primeiro relatório, lançado em 1997, a Os riscos da degradação do meio ambiente e das mudanças do
condição geral do meio ambiente no mundo continuou se clima deverão afetar mais profundamente as pessoas em
deteriorando; situação de vulnerabilidade, particularmente mulheres e crianças
 É fundamental: buscar a redução da degradação do ar, em países em desenvolvimento. Boa parte das mudanças serão
da água, do solo e da biodiversidade. irreversíveis.
Estarão na UNEA: chefes de estado, ministros do Meio Poluição e espécies ameaçadas
Ambiente, CEOs de companhias multinacionais, ONGs, A poluição do ar é o principal contribuinte para o aumento das
ativistas ambientais e outros convidados. O ministro do Meio doenças no mundo, liderando entre 6 milhões e 7 milhões de
Ambiente no Brasil, Ricardo Salles, não comparecerá ao mortes prematuras e uma perda financeira estimada em US$ 5
evento porque está em missão na Antártica para visitar o trilhões todos os anos. No mundo todo, a diminuição da emissão
Programa Antártico Brasileiro. de poluentes em determinados locais é compensada por um
O cientistas mostram o que poderá acontecer em 2050 caso aumento em outras regiões.
nenhuma medida seja tomada pelos países, quando a Oceanos
população atingirá a marca de 10 bilhões de pessoas na A pesca e a aquicultura geram US$ 252 bilhões (R$ 960 milhões)
Terra: por ano. A pesca em pequena escala garante a subsistência de
 Mais pessoas viverão nas cidades: a população até 120 milhões de pessoas. Os peixes fornecem a mais de 3
urbana deverá crescer 66% até 2050 - aproximadamente bilhões mais de 20% de suas proteínas e nutrientes importantes
90% disso irá ocorrer na África. para a saúde.
 Desenvolvimento econômico tirou bilhões de pessoas  Mesmo assim, a poluição dos oceanos ainda não foi
da pobreza e trouxe acesso à educação e saúde na maior controlada.
parte das regiões do mundo. Por outro lado, as abordagens  Estimativas apontam que são 8 milhões de toneladas de
econômicas em algumas regiões não se preocuparam com plástico despejadas anualmente devido à má gestão dos
as mudanças climáticas, com a poluição e com a degradação resíduos.
dos sistemas naturais.  Há um aumento da presença de microplásticos com
 Essas abordagens econômicas acabaram aumentando potencial de causar efeitos adversos na saúde de todos os
a desigualdade entre os países esse modelo não será o organismos marinhos e humanos.
Fonte G1.

Revista Águas 5
Rede
GEODIA NA RPPN FAZENDA BOM RETIRO

geossítio fluvial de alto curso, com a presença de


Em 10 de junho de 2019, segunda-feira, a equipe
cachoeiras e até meandros, passando pelos
do Geoparque Costões e Lagunas do RJ realizou
depósitos de leques aluviais de sopé de serra.
mais um GeoDia! O local escolhido foi a RPPN
Houve, também, a inauguração de um painel
Fazenda Bom Retiro, situada no vilarejo de Aldeia
interpretativo referente ao rio, informando
Velha, no limite entre os municípios de Casimiro de
didaticamente sobre o processo de escultura da
Abreu e Silva Jardim. O objetivo do evento é
paisagem. Ao final, houve um delicioso lanche de
promover aos participantes uma integração com a
confraternização, marcando a parceria do
Geodiversidade dos locais e compartilhar
Geoparque Costões e Lagunas do RJ com a RPPN
conhecimentos sobre os diversos valores que a ela
Fazenda Bom Retiro, baseada nas boas práticas
podem ser atribuídos, como científico, turístico,
ambientais e sociais. Para maiores informações
ecológico, educativo e cultural! As atividades
sobre o Geoparque Costões e Lagunas, acesse o
aconteceram no período da tarde e contaram com a
website oficial através do link:
participação de aproximadamente 70 pessoas,
https://www.geoparquecostoeselagunas.com
dentre estudantes e professores da Escola
Municipal Aldeia Velha e de universidades (UFRJ e
UERJ), além de moradores e simpatizantes,
recepcionados pelo proprietário da RPPN, Luiz
Nelson Faria Cardoso, e família. Destacamos a
pesquisa sobre rochas e minerais presentes no leito
do Rio Aldeia Velha, que representa um importante

Limpeza das Praias - Route 94, Grupo Patativas e Rede Pelas Águas e Sustentabilidade.

Revista Águas 6
Rede
Seminário CENÁRIOS DA AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
O FEEA SENGE-RJ do Seminário, que não se limitou a tratar apenas de discussões
Fórum Estadual dos corporativas. A ampliação do mercado de trabalho, a
Engenherios redistribuição da renda, a recolocação da força de trabalho, a
Agrônomos do abertura de espaço de atuação profissional, devem ser para
Senge-RJ, realizou todos os segmentos sociais.
em 28/06/2019 o
Seminário Participaram do evento representantes das seguintes instituições:
CENÁRIOS DA AFERJ/Assoc. Func. Emater-Rio, APEFERJ, CEAGRO/CREA-
AGRICULTURA E RJ, CEEF/CREA-RJ, ASIBAMA-RJ, BAIA VIVA, Câmara
MEIO AMBIENTE, ampliando a discussão da Agricultura, do Metropolitana, SBMET, CESTEH, ENSP, FIOCRUZ, FECIA,
Meio ambiente, e do Desenvolvimento Rural Sustentável, das DRNR/Clube de Engenharia, CREA-RJ, FEEA SENGE-RJ, EKOS
dificuldades que impactam as instituições federais, estaduais ENGENHARIA, EMATER-RIO, Embrapa Agroindústria de
e municipais no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, com os Alimentos, Embrapa Solos, INEA, IVB, MAPA/SFA-RJ, MST,
demais segmentos da sociedade (ONG`s, produtores, MUTUA, ONDAS-Observatório Nac. Direito Água e Saneamento,
trabalhadores, consumidores, etc.). Prefeitura Rio Janeiro, Rede Águas e Sustentablidade, SEAPA
A defesa da democracia, nas ações voltadas ao ABA/Assoc. Brasileira
desenvolvimento rural, na sustentabilidade, na soberania Agroecologia e UFRRJ.
tecnológica nacional, na inserção social da maioria da
população brasileira, na discussão com diversos DESTACAMOS UMA
DAS PROPOSTAS
pensamentos e opiniões, estão entre os objetivos do FEEA APROVADAS NO
SENGE-RJ SEMINÁRIO: 1-
CONFERÊNCIA
ESTADUAL DE MEIO
O Seminário , avaliou a atual conjuntura do estado e do país,
AMBIENTE DO RJ:
os cenários e as perspectivas de atuação do movimento Mobilizando entidades,
social. Os participantes ressaltaram a importância de lutas instituições e o movimento social e popular. Articular com todas
as entidades para a realização conjunta da Conferência.
conjuntas pela manutenção de direitos, e fortalecimento das
Considerando que os governos atuais não tem interesse em
instituições, que enfrentam dificuldades de ordem pessoal, puxar a Conferência, apoiamos a realização conjunta pelos
material e financeira. Fundamental evitar retrocessos. Sindicatos, Associações, Ambientalistas, e demais entidades que
quiserem somar na realização, promovendo Conferências
Regionais, em todo o Estado, e depois realizar a Conferência
As propostas apresentadas, e aprovadas ilustram a qualidade Estadual

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Sustentabilidade

Revista Águas 7
Local
Floresta do Camboatá pode dar lugar Autódromo.
A construção de um
Esportes. Em junho daquele ano, um estudante da Escola de
autódromo em
Sargentos morreu e dez pessoas ficaram feridas após explosão
Deodoro, orçado em
R$ 697 milhões, de um dispositivo militar. A partir de 2013 foi realizado uma
pode resultar na limpeza no local que retirou cerca de quatro mil artefatos.
derrubada de cerca O relatório do Jardim Botânico do Rio de Janeiro também
de 180 mil das 200 destaca o impacto positivo da floresta na qualidade de vida
mil árvores dos moradores da região de Deodoro.
espalhadas pela "[A presença da floresta do Camboatá é] importante pela
floresta do
manutenção não somente da vegetação, mas de pequenas
Camboatá, na zona
aves, répteis e mamíferos silvestres
oeste do Rio de
Janeiro. A área total que normalmente vivem por ali",
da floresta é de 201 hectares. Desses, 169 hectares destaca o estudo.
comportam vegetação arbórea segundo relatório Os riscos da supressão de espécies
realizado pela Diretoria de Pesquisas Científicas do após a derrubada da área verde
Jardim Botânico do Rio de Janeiro a pedido do Ministério foram apresentados ao procurador
Público Federal (MPF). Boa parte dessa área seria afetada Renato Machado por membros do
pela construção do circuito. Conselho Municipal de Meio Ambiente
da Cidade do Rio de Janeiro
Local escolhido para o autódromo no Rio, a floresta do
Camboatá é o único ponto de grande porte remanescente (Consemac). "É uma loucura destruir o
de Mata Atlântica em área plana no Rio de Janeiro. único ponto remanescente de grande porte de Mata Atlântica
em área plana no Rio de Janeiro para construir um
O primeiro relatório do instituto Jardim Botânico, feito autódromo. É uma região com uma flora tão rica que o
em 2012, aponta que foram inventariadas no local 125 Jardim Botânico explorava para fazer pesquisas, coletar
espécies vegetais, dentre as quais 77 árvores, 18 sementes e produzir mudas", disse o ambientalista Abílio
arbustos, 12 ervas e 18 trepadeiras. Tozini, membro do Consemac.
Os pesquisadores, a partir de 2012, não tiveram acesso ao Mesmo após MPF mover ação civil pública para tentar adiar o
local que pertencia ao Centro de Instruções de Operações processo de licitação, a Prefeitura do Rio de Janeiro acelerou
Especiais do Exército e foi doado para o Ministério do a concorrência.

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Coluna

ÁGUA POTÁVEL UM RECURSO CADA VEZ MAIS LIMITADO E PRECIOSO


(*) Por Denise de Mattos Gaudard
No dia 22 de março de 2019, foi comemorado mais um dia Mundial das Águas. A sociedade como um todo precisa, com urgência repensar a
forma como lidamos com os nossos mananciais hídricos e os governos devem assumir mais responsabilidade sobre o fato de que muitos dos
rios que alimentam nossas cidades estão sendo perigosamente contaminados com diversos tipos de venenos advindos das regiões agrícolas,
onde produtores de todos os portes estão usando cada vez mais agrotóxicos danosos à saúde humana e à biodiversidade. Tal fato se
comprova ao recordar as diversas noticias na imprensa em geral sobre a terrível mortandade das abelhas que são nosso principal polinizador.
Temos também o problema do desperdício de água praticado pela maior parte dos brasileiros que ainda mantém uma teimosa convicção de
que as reservas brasileiras de água potável são inesgotáveis, mas, a verdade dos fatos tem mostrado ao contrário, onde o nível dos
reservatórios dos grandes centros tem revelado níveis médios cada vez mais baixo, ano, após ano. Portanto, muitas cidades no interior dos
Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, têm mostrado capacidade cada vez menor de fornecimento de água, ocasionando
transtornos para as populações mais pobres. Mesmo assim, prefeitos e governadores, todo ano, apelam para uma “ajuda divina” vinda das
chuvas para que os reservatórios se mantenham com níveis estáveis e forneçam água para uma população que cresce desordenadamente e
ainda destrói as matas nativas ou degrada as áreas das Unidades de Conservação (UCs) que são diretamente responsáveis pela
manutenção das cabeceiras dos rios e os reservatórios hídricos. Apesar da distribuição da água pelo planeta através das respectivas fases
ter modificado, pois segundo o IPCC (2003) na época de máxima glaciação, o nível médio dos oceanos situou-se cerca de 140 m abaixo do
nível atual. A distribuição da água no planeta é feita em três reservatórios principais: os oceanos, as bacias hidrográficas nos continentes e a
atmosfera, entre os quais existe uma circulação constante ciclo da água ou ciclo hidrológico, também chamados pela bela expressão “Rios
Aéreos” Os futuros donos da Água que eu e você bebemos... Considerado um dos maiores negócios do século XXI, os serviços de
saneamento básico tem sido disputados pelas grandes multinacionais do setor, de olho num mercado potencial estimado em mais US$ 400
bilhões por ano. (ANA 2017) Recordemos que a infindável guerra Israel x Palestina exemplificou muito bem como a água transformou-se em
uma mercadoria de recurso econômico estratégico, fonte de lucros e razão para conflitos desmedidos. Sua escassez atinge mais de dois
bilhões de pessoas e, se não forem adotadas medidas para racionalizar sua exploração, em algumas décadas, 4 bilhões de pessoas não
terão água para as necessidades básicas. (IPCC, 2015) A água - com certeza que vem sendo irresponsavelmente tratada como mercadoria,
será um bem cada vez mais estratégico e não se admirem se num futuro bem próximo começarmos a assistir e quem sabe, até participar de
escaramuças bélicas em nome da cobiça dos países mais ricos por conta desse precioso bem que ainda é um bem difuso e de direito básico
universal para todos os seres vivos, que sem a água, não sobreviverão para contar sua história. Os seres humanos não estão excluídos da
cadeia biológica que compões a biodiversidade do planeta Terra. A se ver..

Denise de Mattos Gaudard é consultora de projetos de sustentabilidade, norteados pelos indicadores dos
ODS. Mestre em Desenvolvimento Local; MBA em Comercio Exterior e Graduada em Administração.
Coordenadora de Sustentabilidade da Câmara Temática da FUNPERJ. Coordenadora, Professora, tutora e
conteudista de diversos cursos de extensão e Pós-graduação, em diversas IESs e institutos de pesquisa,
tais como: UNIGRANRIO, CNEP, Universidade SENAC, SENAI, PUC-RJ, UCP, LATEC-UFF e outros.
Criadora da metodologia de Soluções Cit4Life, diagnóstico para implantação de projetos e processos
sustentáveis para Cidades Inteligentes. Auditora ISO 14001e OSHAS 18001. Atua com projetos de impacto e diversidade coletiva.
Especialista em projetos de microempreendedorismo. Atua no Brasil e exterior em empresas transnacionais (South Pole, ECO-ACT,
Environmental Solutions; Silva Rosa Group Inc e outras). Nos últimos 20 anos responsável por implantação e gestão de Projetos de: Logística
Reversa, Gestão de Resíduos e Mercados de Carbono, além de Coleta Seletiva, Reciclagem. Palestrante e articulista em diversas mídias
nacionais e internacionais.

Revista Águas 9

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