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Material Teórico
Histórico e Importância
Revisão Textual:
Profa. Ms Rosemary Toffoli
Histórico e Importância
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Unidade: Histórico e Importância
Contextualização
http://dc344.4shared.com/doc/F-pZZXXx/preview.html http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/
detalhe.php?foto=6&evento=1
Não dá mais para imaginar nosso País e o Mundo tratando o meio ambiente de forma
irresponsável, sem limites. O planeta Terra, até o momento, é a única “casa” que temos. E como
temos tratado a nossa casa?
Mal..., muito mal...
Desmatando florestas, jogando lixo nos rios e nas ruas, poluindo o ambiente. De acordo
com a Constituição Federal de 1988, a natureza e os outros elementos que a compõem são
essenciais para uma sadia qualidade de vida.
Por essa razão, o Direito Ambiental é fundamental para que possamos atingir o objetivo de ter
um País sustentável, com um meio ambiente saudável e preservado para nós e para as gerações
futuras. Nesta Unidade, vamos ver quais foram as bases históricas nacionais e internacionais
que formaram o Direito Ambiental atual.
Vamos estudar?
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Introdução
O Direito Ambiental visa reconhecer o ser humano como elemento essencial e integrante
da natureza. O direito de viver em um ambiente sadio e, por consequência, livre de poluição e
preservado, é um direito fundamental, pelo que se verifica do artigo 225 da Constituição Federal:
Por suas peculiaridades, o direito ambiental se relaciona com vários outros ramos do Direito
e de outras áreas do conhecimento, como a Biologia, Ecologia, Geografia, Direito Civil, Penal,
Administrativo, Constitucional e outros.
Mas o que, efetivamente, engloba o meio ambiente? É o que veremos a seguir.
O Direito Ambiental costuma ser relacionando sempre à natureza. Entretanto, o meio ambiente
envolve vários aspectos, não apenas o natural. Também interessam ao Direito Ambiental o meio
artificial, cultural, o meio ambiente do trabalho e o patrimônio genético, pois todos eles afetam
a vida do homem no planeta, direta ou indiretamente.
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Unidade: Histórico e Importância
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Esse conceito abrange condições físicas e biológicas, como o solo, o clima, a vegetação; mas
também diz respeito aos seres humanos, as considerações de ordem social, cultural, econômica e
política. Desse modo, é possível afirmar que o meio ambiente é o lugar onde se manifesta a vida,
seja ela humana ou de qualquer outro tipo, e ainda, todos os elementos que dela fazem parte.
O conceito jurídico de meio ambiente está disposto na Lei 6938/81, conhecida como PNMA
– Politica Nacional do Meio Ambiente, no art. 3º, inc. I:
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A Lei 6938/81 é uma das mais importantes da legislação ambiental brasileira. Foi a primeira vez que
uma lei tratou de implementar uma política nacional de proteção ao meio ambiente, de forma direta
e incisiva. Representou um marco no Direito Ambiental Brasileiro, e continua em vigor. Para conhe-
cer seu texto integral e atualizado, consulte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.html
A Constituição Federal de 1988 ampliou o conceito jurídico de meio ambiente dado pela Lei
6938/81, criando um verdadeiro subsistema jurídico- ambiental, cuja base é o artigo 225:
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1 AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental Esquematizado, p.11. São Paulo: Editora Gen- Método, 2011
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A proximidade do Direito Ambiental com o Direito Administrativo é ainda maior, pois as
disposições gerais dessa disciplina fundamentam o Direito Ambiental no que for compatível. Já
o Direito Constitucional, através da Constituição Federal, fornece todos os fundamentos básicos
da legislação ambiental, principalmente nos artigos 216 ( meio ambiente cultural) e no artigo
225 (maio ambiente natural).
O Direito Penal tipifica as condutas mais agressivas contra o patrimônio ambiental, punindo
as condutas humanas que causem danos ou exponham a risco o meio ambiente.
Também existem relações do Direito Ambiental com o Direito Tributário, Econômico, e
Processual Civil.
Com a certeza de que o meio ambiente precisava ser protegido do próprio Homem,
a partir dos anos 60 do século XX, os países começaram a editar normas jurídicas mais
severas para sua proteção.
O marco mundial dessa proteção foi a Conferência de Estocolmo (Suécia), ocorrida
em 1972, promovida pela ONU, com a participação de 113 países, quando se deu um
alerta mundial sobre os riscos para a existência da humanidade trazidos pela degradação
excessiva do meio ambiente.
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Dessa forma, o Relatório criou o conceito de desenvolvimento sustentável, com base em três
dimensões principais: ambiental, econômica e social. De acordo com os autores do Relatório,
o desenvolvimento deveria ser ambientalmente sustentável, economicamente sustentado e
socialmente includente.
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Para saber mais sobre as disposições desse importante relatório, consulte o link: http://www.marcou-
niversal.com.br/upload/RELATORIOBRUNDTLAND.pdf
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• D
imensões sociais e econômicas do desenvolvimento: pobreza, produção e consumo,
saúde, aglomerações humanas e processos integrados de decisão.
• C
onservação e gerenciamento de recursos naturais: atmosfera, oceanos e mares, solo,
florestas, montanhas, diversidade biológica, ecossistemas, biotecnologia, água potável e
resíduos em geral.
• F
ortalecimento do papel de grupos: jovens, mulheres, povos indígenas, organizações não
governamentais, autoridades locais, sindicatos, comunidades científicas e tecnológicas.
• M
eios de implementação: finanças, transferências de tecnologias, informação, consciência
pública, educação, instrumentos legais e estruturas institucionais.
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3.1. O Protocolo de Kyoto
Um dos problemas ambientais mundiais mais graves é a emissão de gases-estufa na
atmosfera, o que compromete a camada de ozônio e acelera o aquecimento global. Para discutir
o problema, foi convocada uma reunião mundial em 1997, realizada em Kyoto, no Japão.
Nessa reunião, foi assinado o Protocolo de Kyoto, com a implantação de metas de redução de
gases em torno de 5,2% para o período de 2008 e 2012. Oitenta e quatro países participantes
aderiram ao protocolo e o assinaram, comprometendo-se com a implantação de medidas para
diminuição dos efeitos da emissão de gases.
ZooFari - en.wikipedia.org
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Para saber mais sobre o mercado de carbono e os projetos de MDL, consulte: http://www.institutocar-
bonobrasil.org.br/mercado_de_carbono
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• Conferência do Clima da Onu de Durban, África do Sul, 2011: A conferência reuniu
representantes de 190 países para decidir pela renovação – ou não – do mais importante
protocolo feito até então para conter os gases de efeito estufa: o Protocolo de Kyoto.
Ao final da conferência, ficaram lançadas as bases de um futuro acordo de controle da
poluição que deverá ser discutido e aprovado até 2015, e entrar em vigor só a partir de
2020. Essa disposição gerou fortes críticas de ambientalistas em todo o mundo.
A Legislação ambiental brasileira ainda precisa de uma codificação geral na esfera federal,
ou até mesmo de uma consolidação, pois existem muitas leis esparsas, muitas editadas antes de
Constituição Federal de 1988 e que ainda deixam dúvidas sobre a própria vigência.
Além disso, em Direito Ambiental existe uma variedade de normas regulamentares editadas
pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), sem
contar com os atos normativos estaduais, distritais e municipais.
Historicamente, vejamos, a seguir, como se desenvolveu a legislação ambiental brasileira.
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Em junho de 2010, o STJ publicou uma cronologia da legislação ambiental brasileira, que
reproduzimos a seguir3:
• 1797: Carta régia afirma a necessidade de proteção a rios, nascentes e encostas, que
passam a ser declarados propriedades da Coroa.
• 1799: É criado o Regimento de Cortes de Madeiras, cujo teor estabelece rigorosas regras
para a derrubada de árvores.
• 1850: É promulgada a Lei n° 601/1850, primeira Lei de Terras do Brasil. Ela disciplina a
ocupação do solo e estabelece sanções para atividades predatórias.
• 1911: É expedido o Decreto nº 8.843, que cria a primeira reserva florestal do Brasil, no
antigo Território do Acre.
• 1916: Surge o Código Civil Brasileiro, que elenca várias disposições de natureza ecológica.
A maioria, no entanto, reflete uma visão patrimonial, de cunho individualista.
• 1934: São sancionados o Código Florestal, que impõe limites ao exercício do direito
de propriedade, e o Código de Águas. Eles contêm o embrião do que viria a constituir,
décadas depois, a atual legislação ambiental brasileira.
• 1964: É promulgada a Lei 4.504, que trata do Estatuto da Terra. A lei surge como resposta
a reivindicações de movimentos sociais, que exigiam mudanças estruturais na propriedade
e no uso da terra no Brasil.
• 1965: Passa a vigorar uma nova versão do Código Florestal, ampliando políticas de
proteção e conservação da flora. Inovador, estabelece a proteção das áreas de preservação
permanente.
• 1967: São editados os Códigos de Caça, de Pesca e de Mineração, bem como a Lei de
Proteção à Fauna. Uma nova Constituição atribui à União competência para legislar sobre
jazidas, florestas, caça, pesca e águas, cabendo aos Estados tratar de matéria florestal.
• 1975: Inicia-se o controle da poluição provocada por atividades industriais. Por meio do
Decreto-Lei 1.413, empresas poluidoras ficam obrigadas a prevenir e corrigir os prejuízos
da contaminação do meio ambiente.
• 1981: É editada a Lei 6.938, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente. A lei
inova ao apresentar o meio ambiente como objeto específico de proteção.
3 HTTP://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=97547
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• 1985: É editada a Lei 7.347, que disciplina a ação civil pública como instrumento processual
específico para a defesa do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
• 1991: O Brasil passa a dispor da Lei de Política Agrícola (Lei 8.171). Com um capítulo
especialmente dedicado à proteção ambiental, o texto obriga o proprietário rural a
recompor sua propriedade com reserva florestal obrigatória.
• 1998: É publicada a Lei 9.605, que dispõe sobre crimes ambientais. A lei prevê sanções
penais e administrativas para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
• 2001: É sancionado o Estatuto das Cidades (Lei 10.257), que dota o ente municipal de
mecanismos visando permitir que seu desenvolvimento não ocorra em detrimento do
meio ambiente.
• Constituição Federal de 1988, sobretudo os artigos 216 e 225, que tratam diretamente
de questões ambientais;
• Lei 6938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) – Foi a primeira lei no
Brasil a tratar com exclusividade de uma Política Nacional uniforme de proteção ambiental,
e para isso, estabeleceu vários instrumentos de proteção ambiental, de prevenção de danos,
de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente etc. Ainda é considerada como
a mais importante lei em matéria ambiental.
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• Lei 9605/98 – Lei de Crimes Ambientais: esta lei foi um marco no sistema ambiental
brasileiro, pois estabeleceu os crimes ambientais e as punições para esses crimes. Inovou
ao instituir a criminalização da pessoa jurídica, que responderá por danos ambientais,
independentemente da responsabilidade da pessoa física.
As Unidades de Conservação constituem, segundo a Lei 6938/81, art. 9º, VI, instrumentos
da Política Nacional de Meio Ambiente, e nos termos do art. 4º, V, da Lei 10257/01 (Estatuto
da Cidade), também instrumentos da política urbana.
• Lei 12651/2012 – Código Florestal: O novo Código Florestal foi promulgado depois
de muita polêmica e discussões entre bancadas ruralistas e ambientalistas no Congresso
Nacional. A principal função do Código é a proteção de áreas de florestas e matas brasileiras.
• Lei 12305/2010 – Politica nacional de resíduos sólidos: Essa lei trata de um dos
mais graves problemas ambientais no Brasil e no mundo: o lixo. O tratamento de resíduos
merece atenção, porque o lixo é uma grande fonte de poluentes, e produz um dos gases
mais agressivos do efeito estufa, o metano ( o gás metano é 21 vezes mais poluente que o
CO2, base para a elaboração do mercado de carbono). A lei estabeleceu prazo para o fim
dos chamados “lixões” e a adequada implementação de aterros sanitários.
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Existem muitas outras leis ambientais, todas importantes e fundamentais para que o país
alcance o tão almejado desenvolvimento sustentável, mas a legislação citada acima é de grande
relevância, e por isso destacam-se no atual Direito Ambiental Brasileiro. Nas próximas Unidades
estudaremos em detalhes a composição do Direito Ambiental Brasileiro e seus reflexos para o
Brasil e até para a comunidade internacional.
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Material Complementar
Além do texto teórico, base de nossa unidade, recomendamos que você assista aos vídeos
abaixo indicados, bem como faça a leitura dos artigos propostos. Essa atividade facilitará a
elaboração do texto na Atividade de aprofundamento proposta. Programe-se e aproveite!
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Referências
AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental Esquematizado, p.11. São
Paulo: Editora Gen- Método, 2011.
SILVA, J. A. Direito Ambiental Constitucional. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.
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Anotações
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