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Sistemas de equações

Métodos Numéricos e Estatı́sticos


Parte I-Métodos Numéricos
Sistemas de equações

Luı́sa Morgado

Lic. Eng. Biomédica e Bioengenharia-2009/2010

Luı́sa Morgado Sistemas de equações


Sistemas de equações

Sistemas de equações lineares


Muitos problemas da Fı́sica, Matemática, Engenharia, Biologia, economia e outras
ciências, conduzem a sistemas de equações lineares da forma

 a11 x1 + a12 x2 + . . . + a1n xn = b1
 a21 x1 + a22 x2 + . . . + a2n xn = b2


..
 .



an1 x1 + an2 x2 + . . . + ann xn = bn
Estes podem ser escritos na forma matricial

a11 a12 ··· a1n x1 b1


    
 a21 a22 ··· a2n  x2   b2 
.. .. .. .. = .. ,
    
 .. 
 . . . .  .   . 
an1 an2 ··· ann xn bn
| {z }| {z } | {z }
A x b

A → matriz dos coeficientes


i.e, na forma Ax = b, x → matriz das incógnitas .
b → matriz dos termos independentes

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Sistemas de equações

Para os resolver:
Métodos directos: Metodo de eliminação de Gauss, regra de
Cramer, entre outros.
Metodos iterativos: Método de Jacobi e método de
Gauss-Seidel, entre outros.
O método de eliminação de Gauss pode conduzir a soluções
erróneas devido aos erro de arredondamento e sua propagação.

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Exemplo
O sistema de equações lineares

0.003000x1 + 59.14x2 = 59.17
5.291x1 − 6.130x2 = 47.78

tem como solução exacta x1 = 10.0 e x2 = 1.0.


Suponhamos que o resolvemos, pelo método de eliminação de Gauss, num
computador que usa um sistema F (10, 4, −10, 10).
5.291
Através da operação elementar OL : L2 ← L2 − 0.003000 L1 , transformamos o sistema
num outro equivalente
 
0.003000x1 + 59.14x2 = 59.17 −→ 0.003000x1 + 59.14x2 = 59.17
5.291x1 − 6.130x2 = 47.78 OL −104300x2 = −104400

que tem como solução

−0.1044 × 106 59.17 − (59.14 × 1.001)


x2 = = 1.00096 ≈ 1.001 e x1 = = −10.0
−0.1043 × 106 0.003000

|1.0−1.001|
ou seja, um pequeno erro em x2 : rx2 = 1.0
= 0.001 (0.1%) resultou num
|10.0−(−10.0)|
grande erro em x1 : rx1 = 10.0
= 2 (200%)

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No entanto de tivessemos trocado a ordem das equações:


 
5.291x1 − 6.130x2 = 47.78 −→ 5.291x1 − 6.130x2 = 47.78
0.003000
0.003000x1 + 59.14x2 = 59.17 L2 − 5.291
L1 59.14x2 = 59.14

que tem como solução x1 = 10.0 e x2 = 1.0.

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Pesquisa de pivot

Parcial: No passo k do método de eliminação de Gauss, escolhe-se para


elemento pivot o elemento de maior valor absoluto na coluna k. Em linguagem
grosseira, vamos considerar candidatos a elementos pivot todos os que estiverem
abaixo do actual elemento pivot. Escolhe-se o maior em valor absoluto e
trocam-se as equações. Foi o que se fez no exemplo anterior.
Total: Consideramos como candidatos a elementos pivot todos os que estiverem
abaixo e à direita do actual elemento pivot. Escolhe-se, de entre eles, o maior
em valor absoluto. No exemplo anterior, esta técnica conduziria ao sistema

59.14x1 + 0.003000x2 = 59.17
−6.130x1 + 5.291x1 = 47.78

Nota: A pesquisa total de pivot é a técnica que permite uma maior redução dos erros
de arredondamento. Contudo, requer um maior tempo computacional, não sendo por
isso a mais utilizada.

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No caso de certas matrizes, o método de eliminação de Gauss tem


um comportamento estável, não sendo assim necessário recorrer à
técnica de pesquisa de pivot.

Uma matriz An×n diz-se Pnestritamente diagonal dominante


por linhas sse |aii | > |a |, i = 1, 2, . . . , n;
j = 1 ij
Pj 6= i
por colunas sse |ajj >| n |a |, j = 1, 2, . . . , n;
i = 1 ij
i 6= j

Exemplo
 
4 2 0
A matriz A =  −2 3 1  não é estritamente diagonal dominante por linhas
1 0 2
pois |3| = | − 2| + |1|.
Mas é estritamente diagonal dominante por colunas uma vez que |4| > | − 2| + |1|,
|3| > |2| + |0| e |2| > |1| + |0|.

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Normas vectoriais e matriciais


Uma norma em Rn é uma função real, denotada por k · k, satis-
fazendo
1 kxk ≥ 0, ∀x ∈ Rn ;
2 kxk = 0 ⇔ x = 0;
3 kαxk = |α|kxk, ∀α ∈ R, ∀x ∈ Rn ;
4 kx + y k ≤ kxk + ky k, ∀x, y ∈ Rn .

As normas vectoriais mais usadas em Rn são as seguintes

kxk∞ = max {|xi |}


1≤i≤n
n
X
kxk1 = |xi |
i=1

n
!1
X 2
kxk2 = |xi |2
i=1

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Exemplo
T
Sendo x = −1 2 0 ,

kxk∞ = max {|xi |} = max {|−1| , |2| , |0|} = 2


1≤i≤3
3
X
kxk1 = |xi | = |−1| + |2| + |0| = 3
i=1
n
!1
X 2  1 √
2
= |−1|2 + |2|2 + |0|2 = 5.
2
kxk2 = |xi |
i=1

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Uma norma de matriz é uma função real definida no conjunto das


matrizes quadradas reais, k · k : Rn × Rn → R, satisfazendo
1 kAk ≥ 0, ∀A;
2 kAk = 0 ⇔ A = 0;
3 kαAk = |α|kAk, ∀α ∈ R, ∀A;
4 kA + Bk ≤ kAk + kBk, ∀A, B;
5 kABk ≤ kAkkBk, ∀A, B.
As normas matriciais mais usadas são as seguintes
 
n
X
kAk∞ = max  aij  ;

1≤i≤n
j=1
n
!
X
kAk1 = max aij ;
1≤j≤n
i=1
   1
2
kAk2 = ρ AAT ;

onde ρ AAT é o raio espectral da matriz AAT .




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O raio espectral de uma matriz quadrada A denota-se por ρ (A)


e é definido por

ρ (A) = maxk |λk | , onde λk é valor próprio de A.

Exemplo
Consideremos a seguinte matriz:
 
1 2 −1
A= 0 3 −1 
5 −1 −1

P3 
i =1 |a1j | = 1 + 2 + 1 = 4
Pj=1


3
i =2 j=1 |a2j | = 3 + 1 = 4 =⇒ ||A||∞ = 7
P3 
i =3 j=1 |a3j | = 5 + 1 + 1 = 7

P3 
j =1 |ai1 | = 1 + 5 = 6
Pi=1
3

j =2 i=1 |ai2 | = 2 + 3 + 1 = 6 =⇒ ||A||1 = 6
P3
i=1 |ai3 | = 3

j =3

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Erro absoluto e erro relativo

Seja x ∈ Rn um vector e x̄ uma aproximação de x.


ex̄ = x − x̄, é chamado de erro de x̄ (um vector);
4x̄ = kex̄ k = kx − x̄k, é o erro absoluto de x̄;
ex̄ kx−x̄k
krx̄ k = kxk = kxk é o erro relativo de x̄.

Quando se pretende resolver um sistema Ax = b, muitas das vezes os dados (A e b)


são arredondados. Para avaliarmos até que ponto a solução do sistema é sensı́vel à
propagação de erros de arredondamento, vamos supor que o sistema original é
substituı́do por um outro Āx = b̄, no qual Ā e b̄ são aproximações (perturbações) de
A e b, respectivamente.

Um sistema linear diz-se bem condicionado se a pequenas perturbações nos dados


linear corresponderem pequenas perturbações na solução. Caso contrário, o sistema
diz-se mal condicionado.

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Sistemas de equações

Exemplo
Consideremos o sistema

1.0001x1 + 2x2 = 3.0001
x1 + 2x2 = 3

cuja solução é x1 = 1.0 e x2 = 1.0.


Se perturbarmos o lado direito:

1.0001x1 + 2x2 = 3.0003
x1 + 2x2 = 3
Este último sistema tem como solução x1 = 3.0 e x2 = 0.0.
Calculemos o erro de b̄ e o consequente erro na solução, usando, por exemplo, a
norma k · k∞ .
T
eb̄ = b − b̄ = −0.0002 0.0
T
ex = −2 1
donde
keb̄ k 0.0002
krb̄ k = = = 0.000067 ≈ 0.007%
kbk 3.0001
kex̄ k 2
krx̄ k = = = 2 ≈ 200%
kxk 1

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Sistemas de equações

Seja A uma matriz quadrada não singular. Define-se número de


condição de A por

cond(A) = kAk A−1 .


Pode mostrar-se que

para qualquer norma induzida,


cond(A) ≥ 1, ( );
embora dependa da norma utilizada
1
kr k ≤ krx̄ k ≤ cond(A) krb̄ k .
cond(A) b̄
Nota: No caso de um sistema ser mal condicionado, a pesquisa de pivot não melhora
grandemente os resultados, já que o mau condicionamento resulta sempre em
instabilidade numérica.

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Métodos iterativos

Recordemos que para equações do tipo f (x) = 0, obtiveram-se métodos iterativos do


ponto fixo xk+1 = g (xk ), k = 0, 1, 2, . . . depois de se reescrever a equação na forma
x = g (x).
No caso de um sistema de equações linear Ax = b, vamos reescrever o sistema numa
outra forma equivalente
Ax = b ⇔ x = Cx + d ,
| {z }
M(x)

onde C é uma matriz apropriada e d um vector.


Tal como no método do ponto fixo para a resolução de uma equação
f (x) = 0 ⇔ x = g (x), diferentes funções g geravam métodos (sucessões de
aproximações diferentes), também no caso da resolução de um sistema de equações,
diferentes escolhas da função M conduzirão
 a métodos diferentes.

(0) (0) (0)
Dada uma aproximação inicial x0 = x1 x2 · · · xn , o método iterativo
associado a G será
x k+1 = Cx k + d, k = 0, 1, 2, . . .

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Sistemas de equações

Seja x ∗ a solução de Ax = b e x (k) a aproximação de ordem k


dada pelo método iterativo. A

e (k) = x ∗ − x (k)

chamamos erro da iteração k. O método iterativo

x (k) = Mx (k−1) + c

diz-se convergente sse lim e (k) = 0. Caso contrário diz-se diver-


k
gente.

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O método iterativo converge qualquer que seja a aproximação


inicial x (0) , se e só se
lim M k = 0.
k

Dem.: Sendo x ∗ a solução exacta do sistema e xk a aproximação de ordem k:

x (k) = Mx (k−1) + c e x ∗ = Mx ∗ + c

Então
 
e (k) = x ∗ − x (k) = M x ∗ − x (k−1) = Me (k−1)
   
= M 2 x ∗ − x (k−2) = M k x ∗ − x (0) = M k e (0) , k = 1, 2, . . . .

Fazendo k → ∞, obtém-se lim e (k) = 0, ou seja, o método converge qualquer que seja
k
a aproximação inicial x (0) .
O método iterativo converge para qualquer x (0) se e só se ρ(M) < 1.

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Sistemas de equações

Se ||M|| < 1 então o método iterativo converge qualquer que seja a a proximação
inicial x (0) , e tem-se
||x ∗ − x (n) || ≤ ||M||n ||x ∗ − x (0) ||
||M||n
||x ∗ − x (n) || ≤ ||x (1) − x (0) ||
1 − ||M||

Dem.: É fácil concluir que ||e (k) || ≤ ||M||k ||e (0) ||, k = 1, 2, . . .
Como ||M|| < 1, então lim ||e (k) || = 0, o que prova a convergência do método
k→+∞
iterativo.
Para provar a segunda fórmula de majoração do erro, fazemos:
m
X m
X
x (m) − x (n) = x (j) − x (j−1) ⇒ ||x (m) − x (n) || ≤ ||x (j) − x (j−1) ||.
j=n+1 j=n+1

Por outro lado x (j) − x (j−1) = M (j−1) ||x (1) − x (0) ||, donde
   
m
X m−n−1
X
(m) (n) j−1  (1) (0) n j
||x −x || ≤  ||M|| ||x −x || = ||M||  ||M|| ||x (1) − x (0) ||
j=n+1 j=0
 

X ||M||n
≤ ||M||n  ||M||j  ||x (1) − x (0) || = ||x (1) − x (0) |
j=0
1 − ||M||

Fazendo m → +∞ obtemos o pretendido.


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Sistemas de equações

Critérios de paragem

||x (k) − x (k−1) || ≤ δ


||x (k) − x (k−1) ||
≤ δ.
||x (k) ||
Atendendo a que
 
x (k) − x ∗ = M x (k−1) − x ∗ + c,

isto é
(k) (k−1)
e ≤ ||M|| e , k = 1, 2, . . .

facilmente se conclui que a ordem dum método deste tipo é 1.

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Método de Jacobi

Consideremos o sistema linear Ax = b e A escrita na forma A = D − L − U, onde


 0 a12 ... a1n 
a11 0 ... 0 0 0 ... 0
   
 0 .
a22 0 ...   a21 0 0 ... 
 
 . 
; U = −  0 0 a23 .
     
D =
 . ; L = −  . . 
.   . .   .
.

 0 ... . 0   . . 0 
 .

.

. . an−1n

0 ... 0 ann a1n ... a1n−1 0
0 ... 0 0
Então

−1 −1
Ax = b ⇐⇒ (D − L − U)x = b ⇐⇒ Dx = (L + U)x = b ⇐⇒ x = D (L + U)x + D b

isto é
(k) −1 (k−1) −1
x =D (L + U) x +D b,
| {z }
M

M é a matriz de iteração.

Nota: Para que o método iterativo seja aplicável, temos que ter aii 6= 0, ∀i. Se ∃i tal que aii = 0, temos que

efectuar troca de linhas de forma a que esta situação deixe de se verificar;

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Sistemas de equações

Exemplo
Consideremos o sistema cuja solução exacta sabemos ser x = (1, 1, 1).

 10x1 + x2 + x3 = 12
x1 − 5x2 + 3x3 = −2
x1 + x2 + 3x3 = 5

e x (0) = (0, 0, 0) (na prática é costume tomar-se esta aproximação inicial).


    
10 1 1 x1 12
 1 −5 2  x2  =  −2 
1 1 3 x3 5
| {z }| {z } | {z }
A x b

     
10 0 0 0 0 0 0 −1 −1
D= 0 −5 0 ; L =  −1 0 0 ; U= 0 0 −2 
0 0 3 −1 −1 0 0 0 0
 1 1   12 
0 − 10 − 10 10
−1 1 2  e d = D −1 b =  2
M=D (L + U) =  5
0 5 5

− 31 − 31 0 5
3

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Sistemas de equações

O esquema iterativo do método de Jacobi escreve-se:


1 1
 
 0 − 10 − 10  x1(k−1)
  
12

 1 2   (k−1)  10
x (k) = 
 5 0  x
2 + 2
5

 1 5 
(k−1) 5
1 
x3 3
− − 0
3 3
12 2 5
x (1) =

10 , 5 , 3
149 98 17
x (2) =

,
150 75 15 ,
..
.

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Sistemas de equações

Seja A ∈ Mn (R) não singular com aii 6= 0, i = 1, . . . , n e b ∈ Rn e


A = D − L − U, onde D = matriz diagonal, L = matriz triangular
inferior e U = matriz triangular superior.
1 Se D −1 (L + U) ≤ 1, então para ∀x (0) ∈ Rn , o método

iterativo de Jacobi gera uma sucessão vectorial que


converge para a solução única de Ax = b.
2 O método iterativo de Jacobi gera uma sucessão vectorial
convergente para a solução única de Ax = b, ∀x (0) se e só
se ρ D −1 (L + U) < 1.

Se A é estritamente diagonal dominante por linhas (ou por col-


unas) então o método iterativo de Jacobi gera uma sucessão
de aproximações que converge para a solução única do sistema
Ax = b qualquer que seja a aproximação inicial x (0) .

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Sistemas de equações

No scilab:
Exemplo
Exercı́cio 37 dos problemas propostos:
D=[2 0;0 3];L=[0 0;-1 0];U=[0 -0.5;0 0];b=[2.5;0.5];
M=inv(D)*(L+U);B=inv(D)*b;x0=[5/4;-1/4];it=0;tol=1;
while tol>5*10^(-2), xi=M*x0+B;it=it+1;printf(’it=%d\n’,it);
Ab=abs(x0-xi);// abs(A) devolve a matriz cujas entradas s~
ao o módulo das
entradas de A
tol=max(Ab); //max(A) devolve a maior entrada da matriz A
x0=xi;
printf(’xi=%0.8f\n’,xi), end

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Sistemas de equações

Método de Gauss-Seidel

Consideremos novamente o sistema linear Ax = b onde , tal como


anteriormente, A = D − L − U. Então

Ax = b ⇐⇒ x = (D − L)−1 Ux + (D − L)−1 b,

obtendo-se o esquema iterativo

x (k) = (D − L)−1 U x (k−1) + (D − L)−1 b


| {z } | {z }
M c

o que é equivalente a
−1
Dx (k) = Lx (k) +Ux (k−1) +b ⇔ x (k) = D
| {z Lx (k)} + |D −1 Ux
{z
(k−1) −1
} +D b
novo velho

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Sistemas de equações

Exemplo
Retomemos o exemplo do sistema

 10x1 + x2 + x3 = 12
x1 − 5x2 + 3x3 = −2 .
x1 + x2 + 3x3 = 5

Se o reescrevermos na forma iterativa de Gauss-Seidel, temos:


 6 
1 1
   
1 0 0  (k)
  (m−1)

1 x1  0 − − x1  5
10 10

2
  
 − 1 0   (k)
=
  2  (m−1)  
+

 , m = 1, 2, . . .
 5  x2   0 0  x2   5 
 1 1  (k) 
5
 (m−1)  5
x3 x3

1 0 0 0
3 3 3
 
6 16 79
Com x (0) = (0, 0, 0) vem x (1) = , , ...
5 25 75

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Sistemas de equações

No scilab:
Exemplo
Exercı́cio 37 dos problemas propostos:
D=[2 0;0 3];L=[0 0;-1 0];U=[0 -0.5;0 0];b=[2.5;0.5];
M=inv(D-L)*U;B=inv(D-L)*b;x0=[5/4;-1/4];it=0;tol=1;
while tol>5*10^(-2), xi=M*x0+B;it=it+1;printf(’it=%d\n’,it);
Ab=abs(x0-xi);
tol=max(Ab);
x0=xi;
printf(’xi=%0.8f\n’,xi), end

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Sistemas de equações

Se não usarmos matrizes para resolver iterativamente o sistema dos exemplos


anteriores, começamos por escrever a i-ésima equação em ordem à i-ésima incógnita:
  1
 10x1 + x2 + x3 = 12  x1 = 10
(12 − x2 − x3 )
1
x1 − 5x2 + 3x3 = −2 ⇔ x = (2 + x1 + 3x3 ) ,
 2 5
1
x1 + x2 + 3x3 = 5 (5 − x1 − x2 )

x3 = 3

Método de Jacobi: No lado esquerdo da equações substitui-se xi por xik e no lado


direito, xi é substituı́do por xik−1 , obtendo-se o esquema iterativo
  
(k) 1 (k−1) (k−1)
 x = 12 − x2 − x3
 1 10

 
(k) 1 (k−1) (k−1)
x2 = 5 
2 + x1 + 3x3 , k = 1, 2, . . . ;
 
 x (k) = 1 (k−1) (k−1)

5 − x1 − x2

3 3

Método de Gauss-Seidel No lado esquerdo da equações substitui-se xi por xik e no


lado direito, xi é substituı́do pelas aproximações mais recentes:
  
(k) 1 (k−1) (k−1)
 x = 12 − x2 − x3
 1 10

 
(k) 1 (k) (k−1)
x2 = 5 
2 + x1 + 3x3 , k = 1, 2, . . . .
 
 x (k) = 1 (k) (k)

5 − x1 − x2

3 3

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Sistemas de equações

Seja A ∈ Mn (R) não singular com aii 6= 0, i = 1, . . . , n e b ∈ Rn .


A = D − L − U, onde D = matriz diagonal, L = matriz triangular
inferior e U = matriz triangular superior..
1 Se (I − D −1 L)−1 D −1 U ≤ 1, então para ∀x (0) ∈ Rn , o

método de Gauss-Seidel gera uma sucessão vectorial que


converge para a solução única de Ax = b.
2 O método de Gauss-Seidel gera uma sucessão vectorial
(0)
−1 −1 −1
 única de Ax = b, ∀x se e só
convergente para a solução
se ρ (I − D L) D U < 1.

Se A é estritamente diagonal dominante por linhas (ou por colu-


nas) então o método de Gauss-Seidel gera uma sucessão de aprox-
imações que converge para a solução única do sistema Ax = b
qualquer que seja a aproximação inicial x (0) .

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Sistemas de equações

Sistemas de equações não lineares


Um sistema de n equações não lineares a n incógnitas tem a forma:

 f1 (x1 , x2 , . . . , xn ) = 0
 f2 (x1 , x2 , . . . , xn ) = 0


..



 .
fn (x1 , x2 , . . . , xn ) = 0
onde fi : Rn → R, i = 1, 2, . . . , n.
T T
Definindo x = x1 x2 · · · xn eF = f1 f2 ··· fn o sistema pode
escrever-se na forma matricial F (x) = 0.

Exemplo
O sistema não linear 
 x1 + x2 + x3 = 4
x1 x2 + x1 x3 + x2 x3 = 1
x1 x2 x3 = −6

T
pode ser escrito na forma F (x) = 0, onde x = x1 x2 ··· xn e
   
f1 (x1 , x2 , x3 ) x1 + x2 + x3 − 4
F (x) =  f2 (x1 , x2 , x3 )  =  x1 x2 + x1 x3 + x2 x3 − 1 
f3 (x1 , x2 , x3 ) x1 x2 x3 + 6

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Sistemas de equações

Método de newton para sistemas não lineares


Recordemos que para funções f : R → R a fórmula iterativa do
método de Newton era dada por
−1
xm+1 = xm − f 0 (xm ) f (xm ) .

No caso de funções F : Rn → Rn a generalização do método é:


  −1  
x (m+1) = x (m) − J x (m) F x (m) ,

onde J é a matriz Jacobiana de F :


 ∂f1 ∂f1 ∂f1
···

∂x1 ∂x2 ∂xn
∂f2 ∂f2 ∂f2

∂x1 ∂x2 ··· ∂xn

J(x) =  .
 
.. .. ..
 . . ··· . 
∂fn ∂fn ∂fn
∂x1 ∂x2 ··· ∂xn

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Sistemas de equações

Cálculo de x (m+1)
Dada uma aproximação x (0) , as iteradadas x (m+1) , m = 0, 1, . . . são calculadas através
do esquema iterativo
  −1  
x (m+1) − x (m) = − J x (m) F x (m) .
| {z }
d

Multiplicando ambos os membros por J x (m) obtemos o sistema de equações lineares




   
J x (m) d = −F x (m) ,

no qual d é o vector incógnita.


Uma vez obtido d, a iterada x (m+1) é dada por

x (m+1) = x (m) + d.

Se a matriz J x (m) for não singular ∀m e se x (0) estiver suficientemente próximo de




x (solução exacta), então lim x (m) = x e a convergência do método é quadrática.


m→∞

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Sistemas de equações

Exemplo

Consideremos o sistema não linear y


2

y − x 2 + 2x = 0.5

1.5
,
x 2 + 4y 2 = 4 1
0.5

cujas soluções correspondem aos pontos de intersecção x


-2 -1 1 2
das curvas representadas na figura ao lado. -0.5
-1

Seja,
y − x 2 + 2x − 0.5
   
f1 (x, y )
F (x, y ) = = .
f2 (x, y ) x 2 + 4y 2 − 4
A matriz Jacobiana de F é
 
−2x + 2 1
J(X ) = J(x, y ) =
2x 8y

O esquema iterativo do método de Newton escreve-se, sendo d = X (m+1) − X (m)


 

  2 
y (m) − x (m) + 2x (m) − 0.5
!
−2x (m) + 2 1
   
(m) (m)
J X d = −F X ⇔ d = − 2 2 .
2x (m) (m)
 
8y x (m) + 4 y (m) −4

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Sistemas de equações

!T
0 1
Começando com a aproximação inicial X (0) = |{z} |{z} , calculemos X (1) .
x (0) y (0)
Fazendo m = 0 no esquema iterativo:

2 !
−2x (0) + 2 y (0) − x (0) + 2x (0) − 0.5
 
1
d =− 2 2 .
2x (0) 8y (0) x (0) + 4 y (0) − 4
 
   
2 1 −0.5
⇔ d =− . ⇔ d1 = −0.25, d2 = 0
0 8 |{z} 0
 T
d1 d2

logo

x (1) x (0)
     
d1
X (1) = X (0) + d ⇔ = +
y (1) y (0) d2
x (1)
     
0 −0.25
⇔ = +
y (1) 1 0
x (1)
   
−0.25
⇔ =
y (1) 1

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Sistemas de equações

No scilab:
Exemplo
Exercı́cio 42 dos problemas propostos:
function z=J(x,y), z=[3*x^2-4*x-2 -1;1 -1], endfunction;
function w=F(x,y), w=[x^3-2*x^2-2*x-y+2;x-y], endfunction;
it=0;tol=1;x0=0;y0=0;
while tol>10^(-8),
xi=[x0;y0]-inv(J(x0,y0))*F(x0,y0);it=it+1;printf(’it=%d\n’,it);
Ab=abs([x0;y0]-xi);
tol=max(Ab);
x0=xi(1,1);y0=xi(2,1);
printf(’xi=%0.8f\n’,xi), end

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