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PROJUDI - Processo: 0001816-78.2013.8.16.0183 - Ref. mov. 16.

1 - Assinado digitalmente por Pollyane Celi Gusso,


21/11/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CÍVEL DA
COMARCA DE SÃO JOÃO - ESTADO DO PARANÁ.

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDRA PCNCL 4MET8 DT3GA


Autos nº 0001816-78.2013.8.16.0183

DELCIR COELHO DO ROSARIO, já devidamente qualificado nos autos


em epígrafe, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio
de seus advogados constituídos, para apresentar IMPUGNAÇÃO À
CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

De inicio cumpre ressaltar que o Requerido em sua oportunidade da


contestação apenas refutou os argumentos de uma maneira geral,
sendo que não juntou quaisquer documentos comprobatórios do
afirmado e muito menos algum que desvalorizasse os protocolados
pela Requerente. Porém, mesmo assim, passa-se agora a analisar todos
os argumentos trazidos pelo Requerido.

PRELIMINAR
Da Suposta Ilegitimidade Ativa

Ora Excelência, totalmente infundada esta preliminar uma vez que é


sim o Requerente o beneficiário do seguro, basta analisar na apólice o
Segurado e a assinatura do mesmo, onde consta de forma clara o
Requerente Delcir Coelho do Rosário.

Ademais, alega o Requerido eventuais débitos do Requerente com o


Banco do Brasil. Esta alegação é totalmente descabida uma vez que, SE
CASO houvesse qualquer débito entre o BB e Delcir isto deveria ser
resolvido entre os mesmos, sendo que o próprio BB pode entrar com a
ação cabível para tanto, o que de fato não se cabe analisar ora.

Desta feita, totalmente descabida esta preliminar, a qual de fato e


com certeza deverá ser rejeitada de pleno.

MÉRITO
PROJUDI - Processo: 0001816-78.2013.8.16.0183 - Ref. mov. 16.1 - Assinado digitalmente por Pollyane Celi Gusso,
21/11/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Do Contrato de Seguro e o Código de Defesa do Consumidor

O Requerido se limitou em afirmar que o contrato de seguro em


questão obedece estritamente às normas do Código de Defesa do

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Consumidor.

Neste tópico nos resta apenas ratificar o contido na inicial,


reafirmando que de fato o Requerente se configura sim como
consumidor e a empresa requerida como fornecedora, conforme
conceitos trazidos pelo próprio Código de Defesa do Consumidor.

Desta forma, não merece guarida este tópico apresentado pelo


Requerido, sendo que sem qualquer dúvida resta a aplicabilidade do
Código de Defesa do Consumidor, devendo portanto ser analisados
todos os princípios e artigos pertinentes a este diploma, inclusive a
inversão do ônus da prova.

Do Contrato de Seguro

Neste tópico o Requerido apenas trouxe conceitos do que vem a ser


contrato de seguro, o que nada acrescenta ou interfere na lide ora
exposta.

Do Contrato de Seguros e Limites Garantidos

O Requerido neste tópico menciona que “não pode ser


responsabilizado por valor maior do que o valor do dano ocorrido no
maquinário sob pena de enriquecimento ilícito”, ocorre Excelência, que
o Requerido não considerou nesta afirmação de que o acidente
ocasionou PERDA TOTAL na colheitadeira. Sendo assim, conforme já
juntados inúmeros julgados na inicial, quando da perda total, o valor a
ser pago pela seguradora é o valor total da apólice.

Ademais, o valor do prêmio pago (R$ 530,40 – quinhentos e trinta reais


e quarenta centavos) era observando-se o valor total da apólice (R$
120.000,00 – cento e vinte mil reais). Desta forma, o Requerente tem o
direito de receber o valor total da apólice tendo em vista a perda total
do bem, independentemente do valor de mercado atual de tal bem,
qual seja, uma máquina agrícola Colheitadeira, Marca SLC, modelo
7700, Ano 1.994.
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Não se esta falando de “outros danos não cobertos pela apólice”
conforme mencionado pelo Requerido, mas sim dos danos decorrentes
da perda total do bem, o qual se encontrava totalmente segurado,
conforme documentos já anexados, e que por este motivo, deve ser

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pago em sua totalidade.

Da Suposta Impossibilidade de Aplicação de Dano Material

Afirma o Requerido a “impossibilidade de se realizar qualquer pedido


em virtude de sequer ser possível o recebimento da indenização,
impugnando todos os valores apontados na inicial, pois indevidos”,
ocorre Excelência, que todos os valores mencionados na inicial a título
de dano material estão devidamente comprovados através de
documentos.

Não são meras afirmações sem fundamento ou comprovação, aliás


muito pelo contrário, todas os documentos juntados tem plena
validade e apenas retração a realidade sofrida pelo Requerente.

Os danos emergentes, que significam como já explicado na Exordial, os


gastos pagos pelo autor em decorrência do sinistro após a data do fato,
estão todos devidamente comprovados através de documentos
idôneos.

Tendo em vista a Perda Total da colheitadeira, o Requerente se viu


obrigado a arcar com gastos que não cabiam a ele, quais sejam,
serviços de muck e transporte de pecas da colheitadeira, transporte da
colheitadeira de São Jorge D´Oeste para São João e por fim, e não
menos importante, a efetuação do pagamento referente a serviços de
colheitadeira, da colheita de safra 2012/2013, na Colônia nº 106 e
Parte da Colônia 105, ambos do Bloco “C”, totalizando área de 15,13
h.a. Cumpre salientar novamente que todos os gatos acima afirmados
encontram-se comprovados através de documentos quando da juntada
da Inicial.

Basta dizer por fim, que os gatos acima elencados foram


desembolsados pelo Requerente, para que a Colheitadeira pudesse ser
transportada até a Agroescalvi- São Joao PR, onde encontra-se até os
dias atuais à disposição da Seguradora.
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Da Suposta inexistência do dever de indenizar pelos supostos
lucros cessantes

De início cumpre ressaltar que não se tratam de supostos lucros

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cessantes e sim de efetivos, uma vez que estes estão comprovados
através de documentação devidamente assinada e reconhecida por
tabelionato, tendo por tanto fé pública.

É evidente a necessidade de ressarcimento por lucros cessantes, uma


vez que o Requerente deixou de visa-los tendo em vista a demora
(mora) da empresa Requerida em pagar o valor total devido, tendo em
vista a apólice firmada entre as partes.

Importante mencionar o fato que na Exordial encontram-se elencadas,


declarações de pessoas, as quais o Requerente fez colheita de soja e/ou
milho, no período em que sua colheitadeira ficou parada neste ano,
porém no mesmo período de 2.012.

Justamente a fim de não ver questionada a veracidade das declarações,


as mesmas tiveram firma reconhecida pelo Cartório de Registro Civil e
Tabelionato de São Jorge D´Oeste. Todas elas, com valor e área que fora
colhida, estão elencadas na Exordial, além das declarações em anexo.

Ora, por inúmeras vezes o Requerido tenta se defender utilizando-se


de jurisprudências as quais afirmam que “não pode-se falar em
indenização quando o autor não comprova a existência de dano”. Ora
Excelência, creio que o Requerido não se dignou a ver os anexos que
compõem a Exordial, tendo em vista que lá encontram-se todos os
danos afirmados nesta devidamente comprovados. Portanto o prejuízo
sofrido pelo Requerente, tanto dano emergente como lucros cessantes,
encontram-se cabalmente comprovados.

Não se esta aqui querendo visar “indenização com base em evento


futuro e incerto” como afirma o Requerido, muito pelo contrário, o
valor a que se pretende ressarcimento elencados na Exordial são todos
eventos passados, já acontecidos e com a devida comprovação através
da documentação idôneos.

Sendo assim e com base no acima exposto, é fato que deve ser julgado
totalmente procedente os pedidos elencados na Exordial, sendo estes
a). o pagamento do valor já mencionado, relativo a mora da
seguradora bem como, o restante do valor para se atingir o valor
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máximo da apólice tendo em vista a Perda Total do bem segurado e
com fulcro no ordenamento jurídico brasileiro e também nas
jurisprudências pátrias, elencadas na Inicial; b). reconhecimento e
condenação do Requerido ao pagamento dos valores a titulo de lucros

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cessantes, tendo em vista a falta de pagamento imediato do valor
devido pela colheitadeira, com base nas declarações as quais possuem
fé pública, juntadas com a Exordial; e c). pagamento dos danos
emergentes, referentes aos gastos com o transporte da colheitadeira
até a Agroescalvi, onde se encontra até o presente momento, à
disposição da Seguradora Requerida.

Ademais, pelo exposto na Exordial e também acima mencionado, seja


reconhecida a relação consumerista disposta acima, restando invertido
o ônus da prova, tendo em vista o fato de ser a relação ora discutida,
sem duvida alguma, consumeirista, devendo portanto a observância às
normas dispostas no Código de Defesa do Consumidor.

Pelo deferimento.

Dois Vizinhos, aos vinte dias do mês de novembro do ano de dois mil e
treze (2.013).

MOACIR LUIZ GUSSO


OAB.PR 11.592

CRISTIANE P. DE GODOY
OAB.PR 31.143

POLLYANE CELI GUSSO


OAB.PR 60.933

FERNANDO GUSSO BRASSANINI


Bacharel em Direito.

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