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TREINAMENTO PREPARATÓRIO

PARA A ATUALIZAÇÃO DA
CERTIFICAÇÃO ANBIMA

CPA-10
Módulo 3
Fundos de Investimento

Proporção de 25% a 35%


MÓDULO 3 – Fundos de Investimento
3. Fundos de Investimento ...................................................................................... 4
3.1. Definições Legais ................................................................................................ 4
3.1.1. Fundos de Investimento (FI) e Fundos de Investimento em Cotas (FIC):
definições ............................................................................................................................ 4
3.1.2. Condomínio. Fundos Abertos e Fundos Fechados.......................................... 5
3.1.3. Constituição e registro na CVM ...................................................................... 7
3.1.4. Comunicação com o cotista ............................................................................ 7
3.1.5. Cota. Valor da cota e transferência de titularidade ........................................ 7
3.1.6. Propriedade dos ativos de Fundos de Investimentos – excluindo fundos
imobiliários .......................................................................................................................... 8
3.1.7. Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros - Barreira de
Informação .......................................................................................................................... 8
3.1.8. Assembleia Geral de Cotistas (competências e deliberações). Convocação .. 9
3.1.9. Direitos e obrigações dos condôminos ......................................................... 10
3.1.10. Divulgação de informações e de resultados ............................................... 10
3.1.11. Administração ............................................................................................. 12
3.2. Dinâmica de Aplicação e Resgate .................................................................... 14
3.2.1. Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores. Cota do
dia (D+0) e cota do dia seguinte ao da data de aplicação (D+1) ....................................... 14
2 3.2.2. Resgate de recursos e venda de ativos por parte dos gestores ................... 14
3.2.3. Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no
resgate) ............................................................................................................................. 14
3.2.4. Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate): conceito e limite . 14
3.2.5. Prazo de carência para resgate ..................................................................... 15
3.2.6. Fechamento dos fundos para resgates e aplicações .................................... 15
3.3. Diferenciais do produto para o investidor ....................................................... 16
3.3.1. Acessibilidade ao mercado financeiro .......................................................... 16
3.3.2. Diversificação ................................................................................................ 16
3.3.3. Liquidez ......................................................................................................... 17
3.4. Política de Investimento .................................................................................. 17
3.4.1. Objetivo......................................................................................................... 17
3.4.2. Fundos com gestão ativa e passiva: definição .............................................. 18
3.4.3. Dificuldades de replicação dos índices de referência (benchmarks) e suas
principais causas: custos, impostos, dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo e
regras de contabilização a mercado.................................................................................. 18
3.4.4. Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade:
regulamento, lâmina de informações essenciais, demonstração de desempenho,
formulário de informações complementares e termo de adesão. Diferença no uso dos
documentos e acesso ao público investidor. .................................................................... 19
3.5. Carteira de Investimentos ................................................................................ 21
3.5.1. Principais mercados (juros pré-fixados e pós-fixados, câmbio, inflação,
ações; seus derivativos) .................................................................................................... 21
3.5.2. Alavancagem: conceito, vantagens e desvantagens. Risco para o investidor
........................................................................................................................................... 21

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
3.5.3. Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação sobre os tipos de
fundos: consequências ...................................................................................................... 22
3.6. Taxas de Administração e Outras .................................................................... 23
3.6.1. Taxa de administração, taxa de performance, taxa de ingresso e taxa de
saída: conceitos e formas de cobrança. Fundos que podem cobrar taxa de performance.
Impactos na rentabilidade para o investidor .................................................................... 23
3.7. Classificação CVM ............................................................................................ 26
3.7.1. Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial................................................ 26
3.8. Tributação ........................................................................................................ 30
3.8.1. IOF ................................................................................................................. 31
3.8.2. Imposto de Renda (IR): fato gerador, alíquotas (conforme tipo de fundo –
curto prazo, longo prazo e ações, segundo a Secretaria da Receita Federal e tempo de
permanência da aplicação), bases de cálculo e responsabilidade de recolhimento ........ 32
3.8.3. Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”: fato gerador, alíquotas (conforme
tipo de fundo – curto prazo e longo prazo), datas de incidência e responsabilidade de
recolhimento ..................................................................................................................... 32
3.8.4. Compensação de perdas no pagamento de IR ............................................. 34

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3. FUNDOS DE INVESTIMENTO

3.1. Definições Legais

Simples como morar em um prédio


Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos
de um conjunto de investidores (cotistas), com o objetivo de obter ga-
nhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valo-
res mobiliários.
É a comunhão de recursos sob a forma de condomínio onde os co-
tistas têm os mesmos interesses e objetivos ao investir no mercado fi-
nanceiro e de capitais.
Funciona exatamente como um condomínio de apartamentos, on-
de cada condômino é dono de uma cota (um apartamento) e pagam a
um terceiro para administrar e coordenar as tarefas do prédio (jardineiro, pessoal da limpe-
za, porteiro, manutenção de elevadores etc.). Neles são estabelecidas as regras de funciona-
mento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas depen-
dências dos apartamentos, entre outras). Estas regras são seguidas por todos os moradores,
sem exceção.
4 Fonte:www.comoinvestir.com.br/fundos/

3.1.1. Fundos de Investimento (FI) e Fundos de Investimento em


Cotas (FIC): definições
Provavelmente você observou que os fundos que você distribui para seus clientes são
FICs – Fundos de Investimento em Cotas.
Qual é a diferença entre um FI (Fundo de Investimento) e um FIC (Fundo de Investi-
mento em Cotas)?

A diferença diz respeito à composição da carteira. Veja a seguir:

Títulos Públicos
CDB
FI – FUNDO DE Debêntures
INVESTIMENTO Aplica recursos em Ações
Etc.

FIC – FUNDO COTAS DE


DE INVESTI- Aplica mínimo 95% FI
dos recursos em
MENTO EM
COTAS

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Por que os bancos normalmente vendem FICs e não FIs?
Para atender à necessidade de segmentação dos clientes, as instituições financeiras
oferecem os FIC – Fundos de Investimento em Cotas, que compram cotas de um mesmo FI.
Assim, um mesmo FI “alimenta” vários FICs, para segmentos diferentes (por exemplo:
Varejo, Alta Renda, Funcionários etc.) com diferentes valores mínimos de aplicação e taxas
de administração. Embora a carteira seja idêntica, os FICs terão rentabilidades diferentes, em
função da maior ou menor taxa de administração cobrada.

FIC 95% dos recursos


em cotas do FI
A “mãe” Títulos Públicos
FI – FUNDO CDB
95% dos recursos DE INVESTI-
FIC em cotas do FI MENTO
Debêntures
B “MÃE” Ações
“mãe”
Etc.
95% dos recursos
FIC em cotas do FI
C “mãe”

DICA PRACTA

A carteira do FIC Renda Fixa Referenciado DI Gold é composta de cotas do FI Renda Fi-
xa Referenciado DI Platinum. O percentual mínimo do PL investido em cotas é de:
A. 100%.
B. 95%.
C. 80%.
D. 50%.

Alternativa correta: B. Conforme a IN 555 da CVM os FICs são compostos de, no míni-
mo, 95% de cotas de um mesmo FI, salvo nos Fundos Multimercado.

3.1.2. Condomínio. Fundos Abertos e Fundos Fechados


Condomínio
Como já vimos, um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um con-
junto de investidores (cotistas), com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aqui-
sição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários.
Esta comunhão de recursos pressupõe que os cotistas têm os mesmos interesses e objetivos
ao investir, assim como direitos e obrigações idênticos.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento
Fundos abertos
Não têm vencimento. O investidor não precisa renovar sua aplicação.
Admite aquisição e resgate de cotas a qualquer momento.
O resgate do fundo aberto pode ser sem carência ou com carência.

Fundos fechados
Pode ter vencimento (ou não).
Existe um período determinado para subscrição de cotas.
O investidor poderá reaver os recursos investidos no vencimento, se houver, no caso de li-
quidação do fundo, ou no mercado secundário, vendendo suas cotas para um outro investi-
dor.

Fundos com carência


É estabelecido um prazo mínimo de permanência para que o cotista tenha direito a receber
os rendimentos.
O investidor pode solicitar resgate a qualquer momento, porém, nos resgates realizados an-
tes do prazo de carência, o investidor não terá direito de receber os rendimentos do período
(para fixar o conceito, lembre-se do saque na poupança fora da data de aniversário).

Fundos sem carência


6 O cotista pode pedir resgate a qualquer momento e com direito à rentabilidade auferida no
período.

PRACTA ALERTA

Fundo Aberto: basta pedir resgate e aguardar o crédito em conta.


Fundo Fechado: o resgate NÃO É POSSÍVEL.
Fundo COM Carência: se o cotista solicitar resgate antes desse prazo da carência,
perde os rendimentos.
Fundo SEM Carência: resgate a qualquer momento com rendimentos.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento

DICA PRACTA

1. Em relação aos conceitos de fundos, é correto afirmar que:


I. Fundo fechado pode ter vencimento.
II. Fundo com carência não permite resgates.
III. Fundo aberto permite resgates a qualquer momento.
É correto o que se afirma apenas em:
A. I, II e III.
B. II e III.
C. I e III.
D. I e II.

Alternativa correta: C. Afirmação II é incorreta: Fundo com carência permite resga-


tes, porém existe o cumprimento de uma carência para fazer jus aos rendimentos.

2. Há dois meses, Denise investiu recursos no fundo TopTen. Hoje, devido a um im-
previsto, teve que resgatar os recursos investidos, não fazendo jus aos juros auferi-
dos no período. Baseados apenas nessas informações, podemos afirmar que Denise
aplicou num fundo:
A. Aberto sem carência.
B. Aberto com carência, superior a 60 dias.
C. Fechado sem carência.
D. Fechado com carência, superior a 60 dias.
7
Alternativa correta: B. Denise aplicou num fundo com carência superior a 60 dias (ela
fez a aplicação há dois meses e não teve direito aos rendimentos). C e D são incorre-
tas porque fundos fechados não permitem resgates.

3.1.3. Constituição e registro na CVM


O fundo é constituído por deliberação de um administrador a quem incumbe aprovar o
seu regulamento. O funcionamento do fundo depende do prévio registro na CVM.

3.1.4. Comunicação com o cotista


As informações ou documentos do fundo devem ser encaminhados por meio físico aos
cotistas. A nova Instrução da CVM autoriza, desde que expressamente previsto no regula-
mento, que as informações ou documentos sejam disponibilizados aos cotistas por meio de
canais eletrônicos ou pela Internet.
Admite-se também que a possibilidade de que os cotistas deem ciência, concordância
e até manifestação de voto por meio eletrônico.

3.1.5. Cota. Valor da cota e transferência de titularidade


Cota é a fração de um fundo. Todo o patrimônio de um fundo de investimento é, na
verdade, a soma de cotas que foram compradas por diferentes investidores. O investidor em
fundos é denominado cotista.

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PRACTA ALERTA

Patrimônio Líquido =Valor de Mercado dos ativos + valores a receber – despesas au-
torizadas – taxa de administração – taxa de performance

Valor da cota = Patrimônio Líquido / Quantidade de cotas

Transferência de titularidade nos fundos


FUNDOS ABERTOS: a cota não pode ser objeto de cessão ou transferência, exceto em
casos específicos (exemplo: sucessão, divórcio, execução de garantias).
FUNDOS FECHADOS: a cota pode ser transferida mediante termo de cessão e transfe-
rência, ou por meio de negociação no mercado secundário.

PRACTA ALERTA

Cota de Fundo de Investimento é valor mobiliário.


Portanto, todos os Fundos de Investimentos são regulados e fiscalizados pela CVM.
Fundos não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos – FGC.

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3.1.6. Propriedade dos ativos de Fundos de Investimentos – exclu-
indo fundos imobiliários
Todos os ativos que compõem a carteira do Fundo de Investimento pertencem aos co-
tistas. Lucros e perdas são distribuídos igualmente entre os cotistas na valorização (ou desva-
lorização) da cota.

3.1.7. Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros


- Barreira de Informação
A CVM determina que a instituição responsável pela gestão de recursos de terceiros
mantenha essa atividade separada da atividade de gestão de recursos próprios. O objetivo
principal dessa medida é evitar situações de conflitos de interesses ou interesses concorren-
tes. Esta prática é conhecida como “chinese wall” (Muralha da China/ Barreira de Informa-
ção).
Na prática, observamos que esta segregação pode ser feita de duas maneiras.

O Administrador contrata a prestação de serviço de uma empresa especializada na


gestão de recursos de terceiros – uma “Asset Management”, ou
O Administrador cria uma diretoria separada dentro da própria estrutura da institui-
ção, responsável exclusivamente pela gestão de recursos de terceiros.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento

Gestão de Recursos
de Terceiros
“Asset management”

Gestão de Recursos
de Próprios
“Tesouraria”

DICA PRACTA

O conceito de Chinese Wall envolve:


A. Gestão segregada das carteiras de renda fixa e de renda variável.
B. Gestão segregada dos recursos próprios da instituição dos recursos de tercei-
ros.
C. Gestão segregada das contas correntes dos demais produtos de captação.
D. Gestão segregada dos produtos de crédito dos produtos de captação.

Alternativa correta: B.

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3.1.8. Assembleia Geral de Cotistas (competências e deliberações).
Convocação
A Assembleia Geral de Cotistas é a instância máxima do fundo com poderes para apro-
var, além das demonstrações contábeis, todos os assuntos relevantes para os cotistas, dentre
outros:

A substituição do administrador, do gestor ou do custodiante;


A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou liquidação;
O aumento da taxa de administração; taxa de performance ou taxas de custódia;
A alteração da política de investimento.
A assembleia ocorre anualmente para aprovar as demonstrações contábeis do fundo.
Pode ocorrer excepcionalmente para aprovar outros assuntos de interesse comum dos con-
dôminos.
A convocação deve ser encaminhada, com 10 dias de antecedência da data de realiza-
ção, a todos os cotistas e disponibilizada na Internet.
Desde que previsto em regulamento, a convocação da assembleia pode ser feita por
meio eletrônico, e a assembleia também poderá ser realizada por meio eletrônico. Nesse ca-
so, os cotistas podem votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica.
As deliberações da Assembleia Geral serão tomadas por maioria de votos, cabendo a
cada cota 1 (um) voto. O resumo das decisões da Assembleia Geral deverá ser disponibilizado
aos cotistas no prazo de até 30 dias após a data de realização da mesma, podendo ser utili-
zado para tal finalidade o extrato de conta.

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PRACTA ALERTA

Quem pode convocar a assembleia?


O administrador, o gestor, o custodiante, ou o (s) cotista (s).
1 COTA = 1 VOTO

3.1.9. Direitos e obrigações dos condôminos


Já vimos que fundo de investimento é condomínio, e que o cotista é condômino, seme-
lhante ao morador de um prédio. Quem mora em prédio sabe que todos os condôminos têm
direitos e obrigações. Vejamos quais são eles:

Direitos
Ter acesso ao Regulamento, à Lâmina e ao Formulário de Informações Complementa-
res;
Ter ciência da política de investimento e dos riscos decorrentes;
Ser informado sobre o local utilizado para divulgação de informações do fundo e as ta-
xas cobradas;
Ter acesso ao valor do patrimônio líquido do fundo, ao valor da cota e à rentabilidade
acumulada no mês e no ano e a composição da carteira;
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Ter acesso, anualmente, aos documentos contendo informações sobre os rendimentos
obtidos no ano civil, o número de cotas de sua propriedade e seu respectivo valor;
Ter acesso mensalmente ao extrato dos investimentos.

Obrigações
Talvez você esteja se perguntando: “Como assim, obrigações? Afinal, eu sou o dono do
dinheiro, só deveria ter direitos! ”. Pois é, assim como os moradores de um prédio tem certas
obrigações, o cotista do fundo também deve:

Analisar os fundos disponíveis e verificar a compatibilidade deles com seus objetivos


pessoais;
Ao aderir ao fundo, concordar com as regras estabelecidas no seu regulamento.
Ler o regulamento, a lâmina e o formulário de informações complementares;
Monitorar se o fundo vem cumprindo a estratégia descrita no regulamento.
Observar as recomendações de prazo mínimo de investimento;
Comparecer nas Assembleias Gerais para exercer seu direito de voto;
Manter seus dados cadastrais atualizados.

3.1.10. Divulgação de informações e de resultados


Informações periódicas
Para a CVM
O administrador deve remeter à CVM via Internet:

I – Informe diário, no prazo de 1(um) dia útil;

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II – Mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a que se referirem:
a) balancete;
b) demonstrativo da composição e diversificação de carteira;
c) perfil mensal; e
d) Lâmina de informações essenciais, se houver.
III – Formulário de informações complementares, sempre que houver alteração do seu
conteúdo, no prazo de 5 dias de sua ocorrência;
IV – Anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento do
exercício a que se referirem, as demonstrações contábeis acompanhadas do parecer do audi-
tor independente.

Divulgação de cota e rentabilidade


O administrador é responsável pelo cálculo e divulgação do valor da cota e do patri-
mônio líquido do fundo aberto.
Ele deve disponibilizar mensalmente aos cotistas extratos de conta contendo, dentre
outras informações, saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação
ocorrida ao longo do mesmo.
A rentabilidade a ser divulgada é auferida entre o último dia útil do mês anterior e o
último dia útil do mês de referência do extrato.

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DICA PRACTA

A rentabilidade do fundo divulgada no extrato mensal considera a rentabilidade aufe-


rida entre:
A. O primeiro dia útil e o último dia útil do mês de referência.
B. O último dia útil do mês anterior e o último dia útil do mês de referência.
C. O primeiro dia útil e o último dia útil do mês anterior.
D. O último dia útil do ano anterior e o último dia útil do ano de referência.

Alternativa correta: B.

Atos ou Fatos Relevantes


O administrador é obrigado a divulgar à CVM qualquer ato ou fato relevante ocorrido
ou relacionado ao funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua car-
teira.

PRACTA ALERTA

O que é fato relevante?


É qualquer ato ou fato que possa afetar de modo significativo o valor das cotas ou a
decisão dos investidores de comprar, vender ou manter tais cotas. Exemplo: fecha-
mento do fundo para resgates.

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3.1.11. Administração
Administrador
É o responsável legal pelo fundo, responsável pelas informações aos cotistas e aos ór-
gãos de regulação e autorregulação. A ele compete:
Registrar o fundo,
Elaborar o regulamento, a lâmina e o formulário de informações complementares,
E contratar os demais prestadores de serviços que realizarão as diferentes atividades neces-
sárias ao funcionamento do fundo,
Responsável pela Marcação a Mercado.

PRACTA ALERTA

É o administrador quem cria o fundo, faz o registro na CVM e contrata todos os pres-
tadores de serviços. Ele é responsável pela Marcação a Mercado.

Gestor
É o responsável pela gestão dos recursos aplicados. Sua principal atribuição é escolher
12 os ativos que irão compor a carteira, sempre de acordo com a política de investimento do
Fundo.
Pode ser a mesma instituição financeira responsável pela Administração do Fundo,
desde que mantenha diretoria constituída especificamente para essa finalidade. Pode, ainda,
ser uma empresa especializada, pertencente ou não ao mesmo conglomerado do adminis-
trador (“Asset Management”).

Distribuidor
É quem vende as cotas do Fundo de Investimento aos investidores. Pode ser o próprio
administrador ou um terceiro contratado para esse fim. Tem a responsabilidade do cadas-
tramento do cliente e da assessoria de investimento. É do distribuidor também a responsabi-
lidade pelos controles de lavagem de dinheiro, bem como pelos procedimentos de Suitability
(adequação do investimento ao perfil de risco do investidor).

PRACTA ALERTA

Cuidado para não confundir:


Gestor: escolhe os ativos.
Distribuidor: vende as cotas e faz o processo de Suitability.

Custodiante
É quem realiza a liquidação física e financeira dos ativos, sua guarda e a administração
de proventos decorrentes desses ativos. Pode ser o próprio administrador (se for credencia-
do pela CVM) ou uma outra instituição credenciada para esse fim.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
Auditor Independente
Audita, anualmente, as demonstrações contábeis do fundo. O auditor independente
deve ser registrado na CVM para esse fim. Os honorários e despesas do auditor independen-
te constituem encargo do fundo (não estão incluídos na taxa de administração).

Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor


Algumas operações são proibidas (vedadas), tanto para o administrador quanto para o
gestor. Dentre elas, citamos:

Receber depósito em conta corrente;


Contrair ou efetuar empréstimos;
Prestar fiança ou aval.
Verifique a lista completa das vedações no link
http://www.cvm.gov.br/legislacao/inst/inst555.html

Dentre as obrigações, citamos:


Diligenciar para que todos os registros, pareceres e demais documentos relativos ao
fundo sejam mantidos em perfeita ordem.
Providenciar as informações indicadas no item 3.1.10 desta apostila;
Manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados;
Manter serviço de atendimento ao cotista; 13
Adotar as políticas, procedimentos e controles internos necessários para gerenciar a li-
quidez da carteira.
Verifique a lista completa das obrigações do administrador e do gestor no link
http://www.cvm.gov.br/legislacao/inst/inst555.html

Normas de Conduta
O administrador e o gestor devem adotar as seguintes normas de conduta:

Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, empre-
gando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo1 costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios;
Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do pa-
trimônio e das atividades do fundo; e
Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias.

PRACTA ALERTA

É vedado ao administrador, ao gestor e ao consultor o recebimento de qualquer re-


muneração, benefício ou vantagem, que potencialmente prejudique a independência
na tomada de decisão de investimento pelo fundo.

1 Probo: de caráter íntegro; honesto, justo, reto.


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3.2. Dinâmica de Aplicação e Resgate


3.2.1. Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos ges-
tores. Cota do dia (D+0) e cota do dia seguinte ao da data de aplicação
(D+1)
Diariamente um fundo de investimento recebe solicitações de aplicações e resgates.

Sempre que o valor de aplica- O gestor terá de COMPRAR


ção for superior ao valor res- títulos e valores mobiliários
gatado no mesmo dia – situa- para a carteira, realizando
ção de aplicação líquida novos investimentos.

3.2.2. Resgate de recursos e venda de ativos por parte dos gesto-


res
Sempre que o valor de resga- O gestor terá de VENDER títu-
te for superior ao valor apli- los valore mobiliários da car-
cado no mesmo dia – situa- teira, para gerar caixa sufici-
ção de resgate líquido ente para pagar os resgates
14

3.2.3. Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na


aplicação e no resgate)
Cotização é a transformação do dinheiro em cotas ou cotas em dinheiro.
Na EMISSÃO das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia (D+0) ou do
dia seguinte (D+1), segundo o disposto no regulamento.
O RESGATE de cotas de fundo obedecerá às regras estabelecidas no regulamento.

Cota de fechamento
A CVM estabelece que o valor da cota do dia seja apurado no encerramento do dia, ou
seja, após o horário de fechamento dos mercados em que o fundo atue.

Cota de abertura
A CVM permite que alguns fundos utilizem a chamada cota de abertura, calculada a
partir do patrimônio líquido do dia anterior, atualizado por um dia. A utilização de cota de
abertura é permitida em todos os fundos de Renda Fixa com carteira de até 365 dias, com
exceção do Fundo Renda Fixa Dívida Externa.

3.2.4. Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate): con-


ceito e limite
O pagamento do resgate será processado, creditado em conta corrente, em um prazo
máximo de 5 dias úteis a partir da data da conversão.

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PRACTA ALERTA

Lembre-se das regras dos fundos de varejo:


Para aplicações, conversão de cotas no dia (D0) ou no dia seguinte (D+1).
Para resgates: conversão conforme estabelecido no regulamento.
Para pagamento dos resgates: máximo 5 dias após a conversão.

3.2.5. Prazo de carência para resgate


Quase a totalidade dos fundos de varejo adotam critério de conversão de D+0 ou D+1
para resgate. Entretanto, alguns fundos mais sofisticados estabelecem um prazo maior para
conversão da cota e efetivação do resgate, por exemplo, D+30. Isto significa que, se o inves-
tidor solicitar resgate hoje, ele terá que aguardar 30 dias para conhecer o valor da cota, cor-
rendo o risco de mercado durante esse período.

3.2.6. Fechamento dos fundos para resgates e aplicações


Fechamento para resgate
Em casos de fechamento dos mercados e/ou em casos excepcionais de falta de liqui-
dez dos ativos componentes da carteira do fundo, o administrador poderá declarar o fecha-
15
mento do fundo para a realização de resgates.
O administrador deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por oca-
sião do fechamento, quanto da reabertura do fundo.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 dias consecutivos, o admi-
nistrador deve obrigatoriamente convocar Assembleia Geral Extraordinária, no prazo máximo
de 1 dia, para deliberar, no prazo de 15 dias, sobre as providências a serem tomadas.
O fechamento do fundo para resgate deverá ser imediatamente comunicado à CVM.

PRACTA ALERTA

O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto estiver fechado para a
realização de resgates.

Fechamento para aplicações


É facultado ao administrador suspender, a qualquer momento, novas aplicações no
fundo, desde que tal suspensão se aplique indistintamente a novos investidores e cotistas
atuais. A suspensão do recebimento de novas aplicações em um dia não impede a reabertura
posterior do fundo para aplicações.

PRACTA ALERTA

O fundo fechado para novas aplicações continua processando solicitações de resgate


normalmente.

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DICA PRACTA

O fundo de ações XPTO adota os seguintes critérios para conversão e resgate de cotas:
Aplicação: conversão em D+1
Resgate: conversão em D+1 – Liquidação Financeira em D+4.
Isto significa que, se o investidor solicitar resgate hoje (segunda-feira).
A. Ele recebe o crédito na conta em D+1 (terça-feira).
B. O valor da cota será definido em D+4 (sexta-feira).
C. A conversão da cota será feita amanhã (terça-feira).
D. A conversão da cota será realizada hoje e o crédito em conta será feito na sex-
ta-feira.

Alternativa correta: C. A solicitação de resgate é na segunda, portanto a conversão se-


rá na terça (D+!).

3.3. Diferenciais do produto para o investidor


3.3.1. Acessibilidade ao mercado financeiro
A principal vantagem de se investir em um fundo é não
precisar ser nenhum "mestre" em investimentos e nem ter
muito dinheiro para se beneficiar das oportunidades disponí-
16
veis no mercado financeiro.
Investindo em fundos, o cotista acessa mercados que
talvez não conseguiria acessar individualmente, seja porque
desconhece as complexas operações do mercado financeiro,
seja porque a quantia que tem para investir é pequena.

3.3.2. Diversificação
Um dos benefícios para o pequeno investidor é a redução
dos diversos riscos inerentes às aplicações financeiras, pois está
investindo seus recursos numa carteira com diferentes títulos,
prazos e riscos de crédito. Numa diversificação eficiente, o risco
da carteira será menor do que o risco individual dos ativos que
a compõem.

Limites de concentração por emissor


Para um adequado gerenciamento do risco de crédito, os fundos têm limites máximos
de exposição por emissor.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
Veja no quadro: (Esses limites não se aplicam aos fundos de ações)

Emissor % Máxino do PL
Títulos Públicos (União Federal) 100%
Instituição Financeira (inclusive o administrador e
20%
empresas coligadas - CDB e LCI, por exemplo)
Fundo de Investimento 10%
Instituição não-financeira de capital aberto
10%
(Debêntures e Notas Promissórias, por exemplo)
Instituição não-financeira de capital fechado ou
5%
Pessoa Física (CCB, por exemplo)

Limites por modalidade de ativos


O fundo deve observar o limite de 20% do patrimônio para o conjunto dos seguintes
ativos:

Cotas de FI e FIC regulados pela IN 555 da CVM.


Cotas de FI e FIC destinados exclusivamente a investidores qualificados.
Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário.
17
Cotas de FI e FIC em Direitos Creditórios.
Cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado organizado.
Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI.

3.3.3. Liquidez
Os fundos abertos, sem carência - os mais comuns do mer-
cado - oferecem liquidez diária. Alguns fundos podem ter um pra-
zo de carência inicial, e esta informação estará estabelecida no
regulamento.

3.4. Política de Investimento


3.4.1. Objetivo
O objetivo de investimento estabelece qual é a meta que o gestor pretende alcançar.
Já a política de investimento descreve como esse objetivo será alcançado.
Veja o exemplo do Fundo Renda Fixa Referenciado DI ABCD:

OBJETIVO DO FUNDO POLÍTICA DE INVESTIMENTO

•Acompanhar à taxa de juros básica da •O fundo investe 100% do seu PL em


economia. títulos Públicos Federais pós-fixados,
atrelados à taxa SELIC.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

3.4.2. Fundos com gestão ativa e passiva: definição


Gestão Passiva
É o caso dos Fundos Renda Fixa Re-
15
ferenciados DI, por exemplo, onde o
10 gestor procura acompanhar o re-
FUNDO torno da taxa DI. É importante a
5 BENCHMARK mensuração da "aderência" do re-
torno dos fundos ao retorno gerado
0 pelo referencial
1 2 3 4 5

Gestão Ativa
O gestor do fundo constitui uma
20 carteira em que tentará obter uma
15 rentabilidade superior à do índice
FUNDO estabelecido como benchmark.
10

5 BENCHMARK

0
18
1 2 3 4 5

DICA PRACTA

Um fundo cujo objetivo descrito em seu Regulamento seja de obter uma performan-
ce acima do benchmark de mercado, apresenta uma gestão:
A. Dinâmica.
B. Analítica.
C. Passiva.
D. Ativa.

Alternativa correta: D.

3.4.3. Dificuldades de replicação dos índices de referência (bench-


marks) e suas principais causas: custos, impostos, dinâmica de cálculo
da rentabilidade do fundo e regras de contabilização a mercado
Para conseguir que a rentabilidade de um fundo de investimentos tenha aderência ao
benchmark escolhido, o gestor do fundo deverá aplicar os recursos em títulos atrelados ao
índice de referência escolhido.
Entretanto, observa-se que o desempenho do fundo não reflete exatamente o desem-
penho do índice de referência, devido a algumas limitações que impedem que a aderência
seja plena:

Custos do fundo (ex.: taxa de administração, cartório, auditoria etc.)

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
Dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo: o fundo de investimento sempre calcu-
la sua rentabilidade considerando o valor da cota do último dia do mês anterior até o
último dia do mês de referência. As taxas de referência, como DI e SELIC, são calcula-
das considerando o acumulado do mês do primeiro dia útil até o último dia útil.
Regras da marcação a mercado. Cada administrador define e aplica as regras definidas
pela instituição, podendo variar de uma para outra.

3.4.4. Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e


rentabilidade: regulamento, lâmina de informações essenciais, de-
monstração de desempenho, formulário de informações complementa-
res e termo de adesão. Diferença no uso dos documentos e acesso ao
público investidor.
Termo de
Demonstração Formulário de Lâmina de
Adesão e
Regulamento de Informações Informações
desempenho Complementares Essenciais Ciência de
Risco

Regulamento
Elaborado pelo administrador:
Deve ser registrado em cartório; 19
Deve conter o objetivo, a política de investimento, taxas (administração e performan-
ce), despesas, riscos, público alvo e todas as demais informações sobre o seu funcio-
namento;
Sua alteração depende da prévia autorização da assembleia de cotistas.

Demonstração de desempenho
Elaborado pelo administrador, deve seguir modelo estabelecido pela CVM. As informa-
ções mais relevantes deste documento são:
Rentabilidade mensal dos últimos 12 meses;
Rentabilidade anual dos últimos 5 anos;
Detalhamento das despesas do fundo.

Formulário de informações complementares


Elaborado pelo administrador, deve conter, no mínimo:
Periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo;
Local, meio e forma de divulgação das informações e de solicitação de informações pe-
lo cotista;
Exposição dos fatores de riscos inerentes à composição da carteira do fundo;
Descrição da política relativa ao exercício de direito do voto;
Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas;
Descrição da política de administração de riscos, inclusive risco de liquidez;
Quando houver, identificação da agência de classificação de risco de crédito contrata-
da pelo fundo, bem como a classificação obtida;
Apresentação detalhada do administrador e do gestor;
Relação dos demais prestadores de serviços do fundo;

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento
Política de distribuição de cotas;
Quaisquer outras informações que o administrador entenda relevantes.

O Administrador deve:
a) disponibilizar versão atualizada ao investidor antes da sua aplicação no fundo de in-
vestimento;
b) enviar à CVM versão atualizada sempre que houver alteração do seu conteúdo, no
prazo de 5 (cinco) dias úteis de sua ocorrência.

Lâmina de Informações Essenciais


Elaborada pelo administrador;
Trata-se basicamente de um compilado das principais características do fundo estabe-
lecidas no regulamento;
Deve incluir o histórico de rentabilidade do fundo; a composição da carteira; um com-
parativo de custos do produto, bem como simulação de despesas.

Termo de Adesão e Ciência de Risco


Na primeira aplicação em um fundo de investimento, o cotista deve atestar, mediante
termo próprio, que:
I. Teve acesso ao inteiro teor:
20 Do regulamento;
Da lâmina, e
Do formulário de informações complementares.
II. Tem ciência:
Dos fatores de risco relativos ao fundo;
III. De que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam
ser incorridas pelo fundo;
IV. O registro do fundo não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das in-
formações prestadas ou julgamento sobre a qualidade do fundo ou de seu admi-
nistrador, gestor e demais prestadores de serviços; e
V. Se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em
perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

PRACTA ALERTA

O termo de Adesão e Ciência de Risco deve ter no máximo 5.000 caracteres, e conter:
Identificação dos 5 (cinco) principais fatores de risco inerentes à composição da
carteira do fundo; e
Aviso de que informações mais detalhadas podem ser obtidas no formulário de
informações complementares.
Dispensa de nova assinatura para aplicação de “ex-cotista” (2).

2 Ex-cotista: Cotista que detinha cotas do fundo no passado, encerrou sua aplicação e está retornando com novos recursos hoje

no mesmo fundo, sem que tenha havido alteração no regulamento.

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3.5. Carteira de Investimentos


3.5.1. Principais mercados (juros pré-fixados e pós-fixados, câm-
bio, inflação, ações; seus derivativos)
Os principais mercados são:

Títulos de renda fixa, públicos ou privados, de taxa pré ou pós-fixada, corrigidos pela
variação da taxa de câmbio e/ou índices de preços.
Títulos de renda variável: ações.
O gestor pode aplicar o patrimônio do fundo nos mercados citados acima de duas ma-
neiras:
a) comprando títulos no mercado à vista.
b) assumindo posições no mercado de derivativos3 (swap, por exemplo).

Marcação a Mercado. Conceito, finalidade e relevância para o investidor


Marcar a mercado significa registrar todos os ativos que fazem parte da carteira de um
fundo pelos preços negociados no mercado. Em casos de ativos que não sejam negociados
com frequência, (chamados ilíquidos), ou quando não for possível se obter o preço deste ati-
vo, o registro deverá ser feito pela melhor estimativa de preço que o ativo teria em uma
eventual negociação no mercado.
Este procedimento tem como principal objetivo evitar a transferência de riqueza entre 21
os cotistas de um fundo, evitando que aplicações e resgates de cotas sejam feitos com o pre-
ço dos ativos fora do valor de mercado, deixando o lucro ou prejuízo para os demais cotistas.
A Marcação a Mercado é de responsabilidade do administrador, que pode contratar
prestador de serviço habilitado para o exercício desta função, sem prejuízo à sua responsabi-
lidade.

PRACTA ALERTA

Marcação a Mercado: responsabilidade do Administrador.


Objetivo: evitar a transferência de riqueza entre os cotistas.

3.5.2. Alavancagem: conceito, vantagens e desvantagens. Risco pa-


ra o investidor
Imagine que um investidor queira comprar R$ 50 mil em determinada ação e disponha
de apenas R$ 30 mil. Esse investidor tem tanta certeza de que vai obter lucro com o papel,
que pede um empréstimo de R$ 20 mil para cobrir o restante da operação. Se as previsões
dele se concretizarem, ao fim de determinado período poderá vender o papel e apurar di-
nheiro suficiente para pagar o empréstimo e ainda lucrar, mas se a ação se desvalorizar, ele
terá que conseguir mais dinheiro para cobrir o prejuízo. A isso, o mercado dá o nome de ala-
vancagem.

3 O tema “Derivativos” não faz parte do programa da CPA-10.


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Portanto, um fundo alavancado é aquele que investe um montante acima do seu pa-
trimônio e se endivida para obter maiores ganhos.
Como isto pode ser realizado? Através de operações de derivativos4 que não necessi-
tam de caixa no instante zero.

PRACTA ALERTA

Com a estratégia de alavancagem o tamanho da posição de risco é MAIOR do que o


patrimônio do fundo. A alavancagem potencializa os ganhos e as perdas.
Somente um fundo que opera alavancado poderá apresentar patrimônio líquido nega-
tivo.

3.5.3. Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação


sobre os tipos de fundos: consequências
Carteira pós-fixada
Fundos com carteiras de títulos e valores mobiliários de taxa pós-fixada, que acompa-
nham a flutuação da taxa de juros de mercado. São indicados em cenário de incerteza e/ou
de elevação da taxa de juros.
22
Exemplo: Fundo Renda Fixa Referenciado DI.

Carteira pré-fixada
Fundos com carteiras de títulos de taxa pré-fixada, cujo preço oscila diariamente em
função do cenário da taxa de juros de mercado, provocando marcações negativas de cota
quando a taxa de juros sobe. São indicados em cenário de queda na taxa de juros.
Exemplos: Fundos Renda Fixa e Fundos Multimercado com posições de taxa pré-fixada.

Carteiras atreladas à taxa de câmbio


Carteiras compostas por títulos corrigidos pela variação cambial, além de uma taxa de
juros (pré) denominada de cupom cambial.
São indicados em cenário de elevação da taxa de câmbio.
Ganham quando a taxa de câmbio sobe e a taxa do cupom cai (mesmo raciocínio da
taxa de juros pré).
Perdem quando a taxa de câmbio cai e a taxa do cupom sobe.
Exemplos: Fundo Cambial e Fundos Multimercado com posições cambiais.

Carteiras atreladas à taxa de inflação


Carteiras compostas por títulos corrigidos pela variação de índices de preços (inflação)
além de uma taxa de juros (pré) denominada de cupom.
São indicados em cenário de elevação da inflação. Ganham quando a inflação sobe e a
taxa do cupom cai (mesmo raciocínio da taxa de juros pré). Perdem quando a inflação cai e a
taxa do cupom sobe.

4 Como já apontado, o tema “Derivativos” não faz parte da CPA-10


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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
Exemplo:
Fundos de Renda Fixa e Fundos Multimercado com posições em taxa de inflação.

DICA PRACTA

O cenário é de alta da inflação e da taxa de juros. Neste cenário, podemos afirmar


que:
A. O fundo que aplica em taxa pré-fixada perde.
B. A rentabilidade do fundo que aplica em taxa pré-fixada supera a rentabili-
dade do fundo que aplica em pós.
C. O fundo que aplica em taxa pós-fixada perde.
D. Quem aplica em Fundo Cambial está protegido da alta da inflação.

Alternativa correta: A. Diante de aumento das taxas de juros, as aplicações em ativos


pré-fixados apresentarão marcação a mercado negativa. O fundo que aplica em taxas
pós-fixadas será ganhador.

3.6. Taxas de Administração e Outras


3.6.1. Taxa de administração, taxa de performance, taxa de ingres-
so e taxa de saída: conceitos e formas de cobrança. Fundos que podem
cobrar taxa de performance. Impactos na rentabilidade para o investi- 23

dor
Taxa de administração
A taxa de administração remunera os seguintes serviços:
A gestão da carteira do fundo;
A consultoria de investimentos;
As atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos;
A distribuição de cotas;
A escrituração da emissão e resgate de cotas.

É uma taxa fixa, expressa em % ao ano, base 252 dias úteis, calculada sobre o patrimô-
nio líquido do fundo, e provisionada diariamente no valor da cota.

Isto significa que o valor da cota divulgado diariamente já é líquido de taxa de adminis-
tração, ou seja, essa taxa já foi deduzida. Em outras palavras, a cobrança da taxa de adminis-
tração afeta o valor da cota.

A taxa de administração é cobrada enquanto o cotista fizer parte do fundo, indepen-


dentemente da rentabilidade.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

DICA PRACTA

A respeito da taxa de administração, é correto afirmar que:


I. Trata-se de um percentual ao ano, calculado sobre a rentabilidade.
II. É cobrada independentemente da rentabilidade ser positiva ou negativa.
III. É provisionada diariamente, afetando o valor da cota.
IV. Não inclui os honorários do auditor independente, que serão cobrados separa-
damente.
É correto o que se afirma apenas em:
A. I, II e IV.
B. II, III e IV.
C. I, II e III.
D. I, III e IV.

Alternativa correta: B. A afirmação I é falsa, pois a taxa de administração é calculada


sobre o patrimônio líquido, não sobre a rentabilidade. Observe que os honorários do
auditor independente, assim como outras despesas (emolumentos, custódia etc.)
não estão incluídas na cobrança da taxa de administração.

Taxa de performance
O regulamento do fundo pode determinar que, além da taxa de administração, o fun-
24 do cobre uma taxa de performance, sempre que a rentabilidade do fundo superar determi-
nado benchmark.
Normalmente é expressa como um percentual sobre o que exceder o benchmark, por
exemplo, 20% sobre o que exceder a taxa DI.
Para os fundos distribuídos ao investidor comum, a CVM estabelece algumas normas
em relação à cobrança desta taxa. São elas:
I. O parâmetro de referência deve ser compatível com a política de investimento do
fundo, ou seja, não é possível utilizar o IBOVESPA como benchmark de um fundo de
Renda Fixa.
II. O percentual mínimo de 100% do parâmetro de referência. Não se pode cobrar per-
formance se atingiu, por exemplo, 99% do benchmark.
III. O período para efeito de cobrança é de, no mínimo, semestral.
IV. A cobrança se aplica após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de ad-
ministração.
V. Não pode ser cobrada quando o valor da cota do fundo for inferior ao seu valor por
ocasião da última cobrança efetuada. Este é o chamado conceito da linha d’água. A
taxa de performance só será cobrada quando o valor da cota for superior ao valor na
época da última cobrança.

PRACTA ALERTA

TAXA DE PERFORMANCE NÃO PODE SER COBRADA NOS FUNDOS


Renda Fixa Curto Prazo
Renda Fixa Referenciado (com carteira de até 365 dias de prazo médio)
Renda Fixa Simples
Renda Fixa (com carteira de até 365 dias de prazo médio).

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento

DICA PRACTA

O fundo Multimercado Max cobra taxa de performance de 20% sobre o que exceder o
CDI. Num período de 6 meses, a variação do CDI foi de 6% e a rentabilidade do fundo
foi de 7%. Este fundo:
A. Cobra taxa de performance de 1%.
B. Não cobra taxa de performance, pois a periodicidade mínima é de 1 ano.
C. Cobra taxa de performance de 0,20% (20% s/1%).
D. Cobra taxa de performance de 1,40% (20% s/7%).

Alternativa correta: C. Rentabilidade excedente = 7%-6%= 1%, sobre 1% cobra taxa de


Performance (20% sobre 1%).

Taxa de Ingresso
Taxa cobrada pelas instituições financeiras e/ou seguradoras para a entrada do inves-
tidor em alguns tipos de investimentos. Esta taxa é, normalmente, expressa em termos per-
centuais. A cobrança dessa taxa não é frequente no Brasil.

Taxa de Saída
Taxa cobrada pelas instituições financeiras e/ou seguradoras por ocasião do pedido de
resgate de cotas. É, normalmente, expressa em termos percentuais. Alguns fundos de inves- 25
timento que estabelecem prazo longo de carência para resgate aplicam esta taxa para quem
não quiser aguardar esse tempo e resgatar na hora. Funciona, neste caso, como uma penali-
dade.

Regras de alteração
O aumento das taxas de administração, performance, ingresso e saída deve ser apro-
vado em Assembleia Geral. Já o administrador poderá, unilateralmente, diminuir essas taxas,
comunicando esse fato aos cotistas e a CVM, e promovendo a alteração no regulamento.

Outras despesas
Além da taxa de administração e performance, outras despesas podem ser reduzidas
do Patrimônio do Fundo. Veja a lista de despesas que NÃO estão incluídas na taxa de admi-
nistração e que podem ser debitadas pelo administrador diretamente do PL do fundo:
Despesas com o registro de documentos em cartório, impressão, expedição e publica-
ção de relatórios;
Despesas com correspondência de interesse do fundo, inclusive comunicações aos co-
tistas;
Honorários e despesas do auditor independente;
Emolumentos e comissões pagas por operações do fundo;
Despesas com custódia e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

DICA PRACTA

Das despesas abaixo, assinale as que NÃO estão incluídas na taxa de administração e
podem ser debitadas pelo administrador.
A. Gestão da carteira, honorários do auditor, emolumentos.
B. Despesas com custódia, registro de documentos em cartório, honorários do
auditor.
C. Despesas com a elaboração da lâmina, registro de documentos em cartório,
honorários do auditor.
D. Gestão da carteira, despesas com a elaboração da lâmina, assessoria de in-
vestimentos.

Alternativa correta: B.

3.7. Classificação CVM


3.7.1. Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial
Ativos elegíveis e composição do patrimônio.
Fatores de risco inerentes a cada classe.

26 Características das subclassificações: Curto Prazo, Referenciado, Simples, Dívida Ex-


terna, Crédito Privado e Ações – Mercado de Acesso. Limites de alocação por emissor e por
tipo de ativo. Risco para o investidor

A Instrução CVM 555 de 17 de dez de 2014, classificou os fundos em 04 grandes grupos, con-
forme abaixo:

CAMBIAL
RENDA FIXA Mínimo 80% do PL em
Mínimo 80% do PL em ativos atrelados à
ativos relacionados a variação cambial.
variação da taxa de Proibida cota de
juros e/ou de índice de abertura. Uso livre de
preços. derivativos. Pode
cobrar performance.

MULTIMERCADO AÇÕES
Títulos pré e pós- Mínimo 67% do PL
fixados, atrelados à aplicados em ações,
inflação, ao câmbio, recibos de ações ou
ações etc. Gestor tem fundos de índice.
livre escolha de risco de Proibida cota de
crédito. Proibida cota abertura. Uso livre de
de abertura. Pode derivativos. Pode
cobrar performance. cobrar performance.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
FUNDO RENDA FIXA
O principal fator de risco de sua carteira é a variação da taxa de juros ou de índice de
preços, ou ambos.
Características da carteira:

Mínimo de 80% do PL em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via deriva-


tivos, ao fator de risco que dá nome à classe.
Uso livre de derivativos.
Pode utilizar cota de abertura somente para fundo curto prazo (Fundo Renda Fixa
longo prazo deve utilizar cota de fechamento).
Proibida a cobrança de taxa de performance, exceto em fundos de Longo Prazo ou
para investidor qualificado.
Permitida a alocação de até 20% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior.

FUNDO DE AÇÕES
67%, no mínimo, de seu patrimônio líquido deverão ser aplicados em:
Ações negociadas em bolsa ou balcão organizado;
Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações admitidas à ne-
gociação em bolsa ou balcão organizado;
Cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações negociadas em bolsa
ou balcão organizado; 27
BDR (Brazilian Depositary Receipts) classificados como nível II e III;
Os 33% restantes poderão ser aplicados em quaisquer outras modalidades de ativos.
Uso de derivativos livre;
Proibida cota de abertura;
Pode cobrar taxa de performance;
Permitida a alocação de até 20% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior;

FUNDO CAMBIAL
O principal fator de risco de sua carteira é a variação de preços de moeda estrangei-
ra, ou a variação do cupom cambial.
Características da carteira:
No mínimo, 80% (oitenta por cento) da carteira deverá ser composta por ativos atre-
lados ao câmbio.
Uso de derivativos livre.
Proibida cota de abertura.
Pode cobrar taxa de performance.
Permitida a alocação de até 20% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior.

FUNDO MULTIMERCADO
Sua política de investimento envolve vários fatores de risco, sem o compromisso de
concentração em nenhum fator em especial.
Características da carteira:
Pode investir em títulos pré e pós-fixados, atrelados à inflação, ao câmbio, ações etc.
Pode investir até 20% do patrimônio em cotas de Fundo Imobiliário e cotas de FIDC.
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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento
FIC Multimercado destinado a Investidores Qualificados pode investir em FIDC, FIEE
e FIP, nos limites previstos em seu regulamento.
Uso de derivativos livre.
Proibida cota de abertura.
Pode cobrar taxa de performance.
Permitida a alocação de até 20% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior.

Além dos quatro grandes grupos acima, a IN 555 também prevê a utilização de sufixos
(subclassificações) dentro dos grupos Renda Fixa e Ações, com o objetivo de auxiliar o inves-
tidor a identificar corretamente a alocação da carteira.
Detalhamos a seguir as características das subclassificações que serão solicitadas na
sua prova CPA-10:

FUNDO RENDA FIXA CURTO PRAZO


Características da carteira:
100% da carteira composta por Títulos Públicos Federais ou privados, considerados de
baixo risco de crédito pelo administrador ou gestor, pré ou pós-fixados, ou indexados a
índices de preços, ou ainda cotas de fundos de índices;
Prazo médio da carteira: inferior a 60 dias;
Vencimento mais longo de seus títulos: 375 dias (desde que mantenha prazo médio
28 acima);
Uso de derivativos apenas para proteção;
Pode utilizar cota de abertura;
Proibida a cobrança de taxa de performance;
Até 20% do patrimônio líquido em ativos no exterior.

FUNDO RENDA FIXA REFERENCIADO


Devem identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho (por exemplo,
a taxa DI).
Características da carteira:
Mínimo 80% do PL em Títulos Públicos Federais ou privados, considerados de baixo ris-
co de crédito pelo gestor, ou ainda em cotas de fundos de índices;
Mínimo 95% da carteira aderente ao benchmark;
Uso de derivativos apenas para proteção;
Pode utilizar cota de abertura somente para fundo curto prazo (carteira de prazo mé-
dio de até 365 dias);
Proibida a cobrança de taxa de performance, exceto em fundos com carteira de prazo
médio superior a 365 dias;
Até 20% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior.

FUNDO RENDA FIXA SIMPLES


Características da carteira:
Mínimo 95% aplicado em;
Título Público Federal;
Títulos emitidos ou garantidos por Instituição Financeira, que possuam classificação de
risco atribuída pelo gestor, equivalente aos títulos públicos federais;
Operações compromissadas;
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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
Uso de derivativos apenas para proteção;
Pode utilizar cota de abertura somente para fundo curto prazo (carteira de prazo mé-
dio de até 365 dias);
Proibida a cobrança de taxa de performance;
Informações disponibilizadas aos cotistas preferencialmente por meio eletrônico.
Benchmark SELIC.

PRACTA ALERTA

O Renda Fixa Simples é um fundo de baixo risco de crédito, que não pode aplicar em
ativos no exterior nem concentrar mais de 50% da carteira em créditos privados.
No ingresso neste fundo, fica dispensada a assinatura do Termo de Adesão e a verifi-
cação do API, na hipótese de o investidor não possuir outros investimentos no merca-
do de capitais.

FUNDO RENDA FIXA DÍVIDA EXTERNA


Principais fatores de risco: Variação de preços dos títulos da dívida externa brasileira
no mercado internacional e, como os títulos são denominados em moeda estrangeira, a vari-
ação cambial.
Características da carteira: 29
Mínimo, 80% do patrimônio em títulos da dívida externa da União;
Recursos remanescentes podem ser alocados em ativos de crédito no exterior, respei-
tada a concentração máxima de 10% por emissor;
Uso de derivativos (no Brasil e no exterior) apenas para proteção (hedge).
Pode cobrar taxa de performance;
Permitida somente cota de fechamento.

FUNDO DE CRÉDITO PRIVADO


O fundo de investimento Renda Fixa, Cambial ou Multimercado que investir em títulos
privados acima de 50% do PL deverá observar as seguintes regras adicionais:

Na denominação do fundo deverá constar a expressão “Crédito Privado”;


Incluir o destaque para o risco de crédito adicional do fundo no termo de adesão e ci-
ência de risco.

NOVIDADE - FUNDO DE AÇÕES – MERCADO DE ACESSO


É um fundo de ações que aplica, no mínimo, 2/3 do seu patrimônio líquido em ações
de companhias listadas em segmento de negociação de valores mobiliários, voltado ao
mercado de acesso5;
Devem ter no nome “Ações – Mercado de Acesso”.

5
Mercado de Acesso: o Mercado de Acesso (ou Bovespa Mais), é um segmento de listagem de empresas criado pela
BM&FBOVESPA com o objetivo de estimular o crescimento de companhias de pequeno e médio porte, permitindo o acesso gra-
dativo destas companhias ao mercado de capitais brasileiro.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

3.8. Tributação
Introdução
Nosso estudo sobre a tributação necessita do conhecimento prévio de vários conceitos
e da linguagem da legislação que estudaremos. Assim, nosso primeiro desafio será compre-
ender estes conceitos gerais, que detalhamos a seguir:

•Diz respeito a QUANDO o imposto é devido. O fato ou evento que gera


Fato gerador o incidência do imposto é por exemplo: rendimento, ganho de capital,
resgate etc.

•O valor sobre o qual incide a alíquota do imposto. Diz respeito a O


Base de Cálculo QUE é tributado. Por exemplo: O IR é calculado sobre o rendimento
do Fundo, portanto a base de cálculo é o rendimento.

•É o percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de


cálculo para chegarmos ao valor de um tributo. Diz respeito a
Alíquota
QUANTO é o imposto: Por exemplo, em fundos longo prazo, resgate
após 720 dias, alíquota de 15%.

30 •Ganho obtido pelo investidor quando negocia seu título no mercado


Ganho de secundário; diferença positiva entre o preço de venda (alienação) e
Capital compra do título.

•O responsável por recolher o imposto devido à Receita Federal. Diz


respeito a QUEM recolhe o imposto.
Responsável
pelo •Exemplo: Nos fundos de Investimento o agente responsável pelo
recolhimento é o administrador. No caso do CDB o agente
Recolhimento responsável pelo recolhimento é a instituição pagadora dos
rendimentos.

•A legislação tributária também prevê, em certos casos, compensação


Compensação de eventuais perdas auferidas com futuros ganhos. A compensação de
de Perdas perdas evita que o investidor somente pague imposto sobre o que
seria apenas recuperação de perdas passadas.

•No Brasil há basicamente 3 regimes de tributação:


•Regime Tributável utilizado para Pessoa Jurídica , pagamentos de IR
Regime de na fonte podem ser compensados na declaração final de IR.
Tributação •Regime Definitivo ou Exclusivo de fonte: Pessoa Física. Imposto pago
na fonte não poderá ser compensado com outras despesas na
declaração de IR.
•Isenção: situações específicas, previstas na Lei.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento

3.8.1. IOF
As aplicações em Fundos de Investimento em geral – exceto os Fundos de Ações, estão
sujeitas à incidência do IOF sempre que o prazo da operação for inferior a 30 dias.

Fato gerador
Incide sobre resgate de cotas de fundos de investimento (exceto os de ações), cujo
prazo de permanência tenha sido inferior a 30 dias.

Tipo de fundo Alíquota


Alíquota de 1% ao dia sobre o valor do resgate,
cessão ou repactuação, limitado a certo percen-
Fundos sem carência tual do rendimento da operação, em função do
Todos os Fundos de prazo, conforme tabela regressiva abaixo. NÃO é
preciso decorar a tabela.
Investimento
(Exceto ações) Alíquota 0,5% ao dia sobre o valor de resgate na
hipótese de o investidor resgatar cotas antes de
Fundos com carência
completado o prazo de carência para crédito dos
rendimentos, limitado a 100% do rendimento.

Fundo de Ações Não há IOF nestes fundos

Base de cálculo: O valor de resgate limitado ao rendimento ou a um percentual do 31


rendimento.

Agente responsável pelo recolhimento: Administrador do Fundo

Prazo em % limite do Prazo % limite do


Prazo em dias
dias rendimento em dias rendimento
01 96 11 63 21 30
02 93 12 60 22 26
03 90 13 56 23 23
04 86 14 53 24 20
05 83 15 50 25 16
06 80 16 46 26 13
07 76 17 43 27 10
08 73 18 40 28 6
09 70 19 36 29 3
10 66 20 33 30 0

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

3.8.2. Imposto de Renda (IR): fato gerador, alíquotas (conforme ti-


po de fundo – curto prazo, longo prazo e ações, segundo a Secretaria da
Receita Federal e tempo de permanência da aplicação), bases de cálcu-
lo e responsabilidade de recolhimento

Duas são as variáveis para determinar qual é a alíquota do imposto de Renda que será
pago pelo investidor:
O tipo de fundo, conforme definido pela Receita Federal, e o tempo de permanência
da aplicação:

Carteira com prazo médio de até


CURTO 365 dias
PRAZO 22,5% até 180 dias
20% acima de 180 dias

Carteira com prazo médio superior


LONGO a 365 dias
PRAZO 22,5% até 180 dias
20% de 181 a 360 dias
17,5% de 361 a 720 dias
15% acima de 720 dias
32
AÇÕES 15% no resgate

3.8.3. Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”: fato gerador, alíquo-


tas (conforme tipo de fundo – curto prazo e longo prazo), datas de inci-
dência e responsabilidade de recolhimento

Além de existir tributação no resgate dos fundos de investimento, o governo também


estipulou um sistema de antecipação de IR (o administrador resgata a quantidade de cotas
necessária para gerar o valor do imposto a ser retido) chamado de “Come-cotas”.
Semestralmente, no último dia útil dos meses de maio e novembro, será recolhido IR
antecipado de 15% dos cotistas dos fundos de longo prazo e 20% dos cotistas dos fundos de
curto prazo. Fundos de ações e fundos fechados não têm come-cotas.

PRACTA ALERTA
O come-cotas reduz a quantidade de cotas do investidor.
Fundos de ações e fundos fechados não têm come-cotas.
A responsabilidade pelo recolhimento do IR é sempre do administrador.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento
RESUMO DA TRIBUTAÇÃO DOS FUNDOS

FUNDOS DE LONGO
ALÍQUOTAS “COME-COTAS”
PRAZO
Até 180 dias – 22,5%
Carteira com prazo médio 181-360 dias – 20,0%
15%, maio e novembro.
SUPERIOR a 365 dias 361-720 dias – 17,50%
Acima de 720 – 15,0%
FUNDOS DE CURTO
ALÍQUOTAS “COME-COTAS”
PRAZO
Carteiras com prazo médio Até 180 dias – 22,5%
20%, maio e novembro.
de ATÉ 365 dias Acima de 180 – 20,0%
FUNDOS DE AÇÕES ALÍQUOTA “COME-COTAS”
Fundos com, no mínimo,
15% Não tem
67% da carteira em ações.

DICA PRACTA

1. Assinale as alternativas corretas:


I. Um fundo de ações será tributado no resgate e em maio e novembro à alí-
quota de 15%.
II. A cobrança de IR em fundos de investimento afeta a quantidade de cotas e 33
não o valor da cota.
III. Um fundo curto prazo terá sua alíquota de come-cotas sempre de 20%.
IV. Um fundo longo prazo terá sua alíquota de come-cotas sempre de 15%.
A. I e II.
B. I, II e III.
C. II, III e IV.
D. I e IV.

Alternativa correta C. A afirmação I é incorreta, fundos de ações não tem come-cotas


semestral.

2. Um investidor aplicou recursos em Fundo de Curto Prazo em março de 2012 e


permaneceu 370 dias no investimento. No resgate, a alíquota de IR foi de:
A. 15%, compensado o come-cotas semestral de 15% já cobrado em maio e no-
vembro.
B. 17,5%, compensado o come-cotas semestral de 20% já cobrado em maio e
novembro.
C. 20%, compensado o come-cotas semestral de 15% já cobrado em maio e no-
vembro.
D. 20%, compensado o come-cotas semestral de 20% já cobrado em maio e no-
vembro.

Alternativa correta: D. A alíquota de IR para fundos de curto prazo é de 20% para


permanência acima de 180 dias. O come-cotas também foi cobrado em maio e no-
vembro à alíquota de 20%.

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MÓDULO 3 – Fundos de Investimento

DICA PRACTA

3. Um investidor aplicou recursos em Fundo de Ações em dezembro de 2014 e perma-


neceu 90 dias no investimento. No resgate, a alíquota de IR sobre os rendimentos foi
de:
A. 22,5%.
B. 20%.
C. 17,5%
D. 15%.

Alternativa correta: D. Fundos de ações tributam IR apenas no resgate, à alíquota de


15%, independentemente do prazo de permanência.

4. Um investidor aplicou recursos em um Fundo de Longo Prazo em dezembro de 2010


e permaneceu 750 dias no investimento. No resgate, A alíquota de IR foi de:
A. 15%, compensado o come-cotas semestral de 20% já cobrado.
B. 15%, compensado o come-cotas semestral de 15% já cobrado.
C. 15% apenas.
D. 20%, compensado o come-cotas semestral de 20% já cobrado.

Alternativa correta: B. A alíquota de IR para fundos de longo prazo é de 15% para per-
manência acima de 720 dias. O come-cotas também foi cobrado semestralmente à alí-
quota de 15%.
34

3.8.4. Compensação de perdas no pagamento de IR


As perdas apuradas no resgate de cotas de fundos de investimento poderão ser com-
pensadas com rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores, desde que se-
jam observadas algumas regras:
1) no mesmo ou em outro fundo de investimento do mesmo administrador;
2) desde que os fundos sejam da mesma classificação de perfil de prazo da carteira do
fundo, ou seja:

Perdas em fundos de Curto Prazo devem ser compensadas com ganhos em Fundos de
Curto Prazo;
Perdas em fundos de Longo Prazo somente podem ser compensadas com outros ga-
nhos em fundos de Longo Prazo;
Perdas em fundos de Ações somente podem ser compensadas com ganhos em fundos
de Ações.
3) O administrador deve manter sistema de controle que permita a identificação, em
relação a cada cotista, dos valores compensáveis.

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MÓDULO 3 - Fundos de Investimento

DICA PRACTA

Seu cliente teve rentabilidade negativa nos fundo Multimercado, longo prazo “Bola da
Vez” e gostaria de solicitar resgate deste fundo e aplicar em outro com uma volatilida-
de menor. Sabendo que seu banco tem sistemas eletrônicos para compensação de
perdas passadas com ganhos futuros, assinale a alternativa correta:
A. Se pretende obter compensação de perdas não pode realizar o resgate.
B. Poderá resgatar do multimercado desde que aplique em qualquer outro fun-
do do mesmo administrador.
C. Poderá resgatar do multimercado e aplicar em qualquer fundo do mesmo
administrador, desde que seja um fundo longo prazo.
D. Poderá resgatar do multimercado desde que aplique em qualquer outro fun-
do do mesmo administrador, desde que não seja de ações.

Alternativa correta C. Para obter o benefício da compensação de perdas é necessário


permanecer no mesmo administrador e escolher fundos com o mesmo perfil tributá-
rio. Perdas em fundos de longo prazo somente podem ser compensadas com ganhos
em fundos de longo prazo. Curto com Curto e fundo de ações somente compensa com
outro fundo de ações.

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