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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

POR:

GUILHERME GUISSO DO PATROCÍNIO – RA 71141800044

CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO.

ARAÇATUBA

2019

0
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

POR:

GUILHERME GUISSO DO PATROCÍNIO – RA: 71141800044

CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO.

Monografia apresentada à UNIP -


Universidade Paulista, no curso de pós –
graduação “lato sensu” em engenharia de
segurança do trabalho sob orientação do
professor: Renato Mendes.

ARAÇATUBA
2019

1
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

PÓS – GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

POR:

GUILHERME GUISSO DO PATROCÍNIO – RA: 71141800044

CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO.

Data da aprovação: ........../......./..........

Nota:..................................(.......)..........

.............................................................
Avaliador

ARAÇATUBA/SP

2019

2
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, autor da vida, por ter me capacitado e acompanhado neste


desafio, sendo minha base forte em todos os momentos.
À minha família, pelo incentivo e confiança. Aos professores pela dedicação e
colaboração em prol do conhecimento.

3
RESUMO

Este trabalho de monografia tem por objetivo a abordagem qualitativa e


exploratória para o tema Caldeiras e vasos de pressão, alem de um estudo de caso
de um vaso de pressão na indústria otico no qual foram avaliadas as condições,
instalações e procedimentos na operação vaso de pressão, tomando por base
dispositiva de segurança na indústria brasileira.
Com os seguintes planos de ação, verificação, elaborados segundo a
legislação pertinente, e a avaliação do conhecimento dos operadores e dos
responsáveis ou técnicos das empresas.
A partir do resultado da avaliação, pôde-se observar que os proprietários das
empresas estão buscando atender aos requisitos da NR 13, porém alguns itens
precisam ser implantados, pois nem todos os operadores possuem a qualificação e
certificação obrigatórias para exercício da função, bem como, alguns operadores
ainda negligenciam os riscos que a atividades oferecem.
O que pode contribuir com esse problema é que os acidentes com caldeiras e
vasos de pressão são divulgados em menor proporção em comparação aos demais
acidentes de trabalho.
Outro fator que pode contribuir com o não atendimento à norma vigente é a
pouca fiscalização pelos órgãos competentes. A recente revisão da NR 13, abril de
2014, veio fortalecer a questão de segurança na operação das caldeiras e vasos de
pressão.
O não cumprimento de qualquer item previsto da norma, que possa causar
acidente ou doença relacionada ao trabalho, constitui risco grave e iminente.
Portanto, como conclusão, observa-se a necessidade de conscientização por
parte dos empresários e funcionários, de que essa atividade é perigosa e que
precisa ser operada de modo eficiente e seguro, para evitar acidentes muitas vezes
com danos irreparáveis aos trabalhadores, bem como consideráveis prejuízos
financeiros ao estabelecimento.

Palavras - chaves: Caldeiras. Vaso de pressão. Operação. Segurança.


Norma Regulamentadora NR 13.

4
ABSTRACT

This monograph has as objective the qualitative and exploratory approach


to the theme Boilers and pressure vessels, besides a case study of a pressure
vessel in the optical industry in which the conditions, facilities and procedures in
the pressure vessel operation were evaluated. , based on safety provisions in the
Brazilian industry.
With the following action plans, verification, prepared in accordance with the
relevant legislation, and the assessment of the knowledge of the operators and
those responsible or technicians of the companies.
From the evaluation result, it was observed that the business owners are
seeking to meet the requirements of NR 13, but some items need to be
implemented, because not all operators have the required qualification and
certification to perform the function, as well as , some operators still neglect the
risks that activities pose.
What may contribute to this problem is that boiler and pressure vessel
accidents are reported to a lesser extent compared to other work-related
accidents.
Another factor that may contribute to the non-compliance with the current
rule is the poor supervision by the competent agencies. The recent revision of NR
13, April 2014, strengthened the safety issue of boiler and pressure vessel
operation.
Failure to comply with any provision of the standard that may cause work-
related accident or illness constitutes a serious and imminent risk.
As a conclusion, therefore, there is a need to raise awareness among
business owners and employees that this activity is dangerous and needs to be
operated efficiently and safely to avoid accidents that are often irreparably
damaged as well as serious. financial losses to the establishment.

.
Keywords: Boilers. Pressure vessel. Operation. Safety. Regulatory Standard NR 13

5
LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de sistema de gestão da SST.......................................................17


Figura 2 - Caldeira Flamotubular................................................................................21
Figura 3 - Caldeira Multitubular..................................................................................22
Figura 4 - Espelhos da caldeira..................................................................................22
Figura 5 - Caldeira Aquotubular.................................................................................23
Figura 6 - Autoclave gravitacional..............................................................................29
Figura 7 - Compressor de ar......................................................................................34
Figura 8 - Vaso de pressão........................................................................................35
Figura 9 - Válvula de segurança.................................................................................38
Figura 10 – Manômetro..............................................................................................38
Figura 11 - Porta de saída do vaso de pressão em ambiente fechado......................50
Figura 12 - Refrigeração do ambiente do vaso de pressão.......................................51

6
LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos fluidos (NR 13)............................................................26


Tabela 2 - Categorização dos vasos de pressão (NR 13).........................................27
Tabela 3 - Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR
13)..............................................................................................................................27
Tabela 4 - Prazos para estabelecimentos com Serviço próprio de Inspeção (NR
13)..............................................................................................................................28
Tabela 5 - Check list para Vasos de Pressão............................................................42
Tabela 6 - Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR
13)..............................................................................................................................52

7
SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... 4
ABSTRACT ............................................................................................................... 5
LISTAS DE FIGURAS ............................................................................................... 6
LISTAS DE TABELAS ............................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
1. SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS DE PRESSÃO ....................................... 12
1.1. CÓDIGO ASME ................................................................................................ 12
1.2. NORMAS REGULAMENTADORA Nº 13 .......................................................... 13
1.3. INSPEÇÕES EM EQUIPAMENTOS ................................................................. 14
2. NORMA REGULAMENTADORA PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO,
TUBULAÇÕES - NR-13 .......................................................................................... 16
2.1. SISTEMAS DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ............... 16
2.2. RISCOS DAS ATIVIDADES ENVOLVENDO CALDEIRAS E VASOS .............. 18
2.3. CALDEIRAS...................................................................................................... 19
2.3.1. CALDEIRAS FLAMOTUBULARES ...................................................... .........20
2.3.2. CALDEIRAS AQUOTUBULARES ................................................................. 23
3. OTIMIZAÇÃO E FALHAS QUE PODEM OCORRER NO PROCESSO ............ 25
3.1 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA CALDEIRAS .............................................. 25
3.2. VASOS DE PRESSÃO ..................................................................................... 26
3.3. AUTOCLAVES .................................................................................................. 28
3.4. DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA PARA AUTOCLAVE .................................. 29
3.5. PARÂMETROS MÍNIMOS PARA VASOS DE PRESSÃO ................................ 29
4. ESTUDO DE CASO INDÚSTRIA ÓTICA.......................................................... 32
4.1. COMPOSIÇÕES DE UM COMPRESSOR TOTALPACK ................................. 32
4.2. PRINCIPAIS VANTAGENS GARANTIDAS ...................................................... 33
4.3. MANUTENÇÕES COMPRESSOR ................................................................... 33
5. VASOS DE PRESSÃO ..................................................................................... 35
5.1. MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO DOS VASOS DE PRESSÃO ........................ 35
5.2. DISPOSITIVOS OBRIGATÓRIOS NR13 .......................................................... 37
6. DOCUMENTAÇÕES DO VASO DE PRESSÃO ............................................... 40
6.1. PRONTUÁRIO .................................................................................................. 40
6.2. PROJETOS DE INSTALAÇÃO ......................................................................... 40
6.3. PROJETOS DE ALTERAÇÃO OU REPARO.................................................... 40
6.4. RELATÓRIOS DE INSPEÇÃO. ........................................................................ 41
7. MODELO DE CHECK LIST .............................................................................. 42
8. INSTALAÇÕES DE VASOS DE PRESSÃO ..................................................... 49
8.1. SITUAÇÕES DA INSTALAÇÃO DO VASO DE PRESSÃO SAIDA DE

8
EMERGÊNCIA ........................................................................................................ 49
8.2. SITUAÇÕES VENTILAÇÃO.............................................................................. 50
9. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA .......................................................................... 51
9.1. INSPEÇÃO PERIÓDICA ................................................................................... 51
9.2. INSPEÇÃO EXTRAORDINÁRIA ....................................................................... 51
9.3. RELATÓRIO DE INSPEÇÃO ............................................................................ 52
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 53
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 54

9
INTRODUÇÃO

O aumento de produção e o crescimento econômicos aliados as péssimas


condições de trabalho e a exploração do trabalho humano, desde a Revolução
Industrial, resultaram no aumento expressivo do número de acidentes laborais A Lei
8.213/1991 conceitua acidente de trabalho da seguinte forma:

“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço


da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho. (BRASIL, 1991).”

O extraordinário avanço tecnológico, ao contrário do esperado, é apontado


como uma das atuais causas mediatas do acidente de trabalho em parceria com a
globalização que impõe um modo de produção agressivo sob condições extremas
de trabalho à segurança e a saúde do trabalhador.
A agroindústria canavieira é um dos segmentos industriais no qual a grande
aplicação da tecnologia intensifica a severidade das condições de trabalho.
Em franca expansão de empregos, o setor sucroalcooleiro verifica seus
índices de ocorrências de acidentes de trabalho acompanhar essa tendência
mundial devido ao fato de submeter seus colaboradores a tarefas arriscadas como,
por exemplo, a operação de equipamentos de alta pressão, com grau de risco
elevado.
Considerando especificamente os acidentes causados pelos equipamentos
submetidos a altas pressões e temperaturas, o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) publicada em 08 de Junho de 1978, através da Portaria GM nº 3.214, a
Norma Regulamentadora nº13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações que,
devido a grande presença dos tipos de equipamentos abordados pela mesma, é
uma das mais aplicadas ao setor sucroalcooleiro.
Pressupondo-se que danos específicos de acidentes com caldeiras, vasos
de pressão e tubulações podem tirar a vida de colaboradores e que esses
equipamentos possuem constante presença no segmento industrial abordado, uma
simples e eficiente proposta de adequação dos mesmos às normativas publicadas
pelo MTE auxilia a diminuição dos riscos de sinistros deste perfil, assim como reduz
o prejuízo da empresa com processos e queda do quadro de funcionários
resultando em aumento da capacidade produtiva da mesma.

10
O presente trabalho tem como objetivo geral a elaboração de diretrizes de
orientação à adequação da indústria a esta Norma Regulamentadora nº 13 e os
objetivos específicos foram organizados em: a) Analisar as necessidades de
adaptações; b) Elaborar documento periódico de orientação a setores da indústria
em geral; c) Um estudo de caso sobre vasos de pressão na indústria oftálmica.
O tema foi escolhido devido à formação do autor da pesquisa em Engenharia
Segurança do trabalho e, também, pelo fato de o mesmo trabalha na indústria
oftálmica, e por ter feito visitadas técnicas a indústria suco energético e instituições
hospitalares e verificar a necessidade de formalização destas orientações para a
redução das chances de acidentes de trabalho.

11
1. SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS DE PRESSÃO

As Normas Regulamentadoras – N.R., relativas à segurança e medicina do


trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e
pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (BRASIL, 2009). Todas as normas
regulamentadoras, que são no total de trinta e seis, são criadas e alteradas por
uma comissão tripartite composta por representantes do governo, empregadores e
empregados. As N.R. são publicadas pelo MTE, Portaria n° 3.214/78, para
estabelecer os requisitos técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de
Segurança e Saúde do Trabalhador e são de caráter obrigatório para empresas que
possuam empregados regidos pela CLT, sejam elas públicas ou privadas, em que
cabe as Delegacias Regionais do Trabalho, DRT – s, a fiscalização. O não
cumprimento das normas pode gerar penalidades previstas na legislação.
(SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM, 2008

1.1. CÓDIGO ASME

Segundo Falcão (2015, p.1), os equipamentos englobados na NR – 13 são


usados principalmente em indústria de processo, refinarias de petróleo,
usinas sucroalcooleiras, indústrias alimentícia e Fratura frágil a baixa
temperatura;
 Fadiga;
 Corrosão.
 Um código tem como finalidade estabelecer regras seguras para
projeto e fabricação apresentando métodos e critérios para
dimensionamento, fabricação, realização de ensaios não destrutivos, além
de materiais aplicáveis com respectivas tensões admissíveis. (Falcão,
2015, p.1)
Conforme Falcão (2015, p.1), o primeiro código criado para equipamentos
que trabalham com pressão é datado de 1925, produzido pelo ASME
(American Society of Mechanical Engineers) com o título de “Rules for
Construction of Pressure Vessels”, Section VIII, 1925 Edition.

12
1.2. NORMAS REGULAMENTADORA Nº 13

A Norma Regulamentadora que estabelece as medidas de segurança na


operação de caldeiras, vasos de pressão e tubulação, no Brasil teve sua
primeira versão em 1978, a qual nasceu a NR-13 em que eram abordados
apenas caldeiras e vasos. Sua primeira revisão foi em 1983 e 1984, 1994,
2008 e 2014 foram os anos das seguintes revisões sendo que no último, a
presente Norma sofreu sua mais significativa alteração: a inclusão de
normativas para tubulações. (INECON, 2015)
O principal objetivo da Norma Regulamentadora nº 13 é a condução de
ações de prevenção aos acidentes em qualquer estabelecimento, tendo
como resultado a proteção do trabalhador em todo o tipo de situação que
contenha caldeiras, vasos de pressão e, mais recentemente, tubulações.
(RODRIGUES, 2013).

Conforme Sousa (2008, p. 17), a NR-13 encontra respaldo jurídico, a nível


de legislação ordinária, através dos artigos 187 e 188 da CLT, a seguir
transcritos: “Art. 187. “As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral
que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros dispositivos
de segurança, que evitem que seja ultrapassada a pressão interna de
trabalho compatível com a sua resistência. Parágrafo único.

“O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à


segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, 16 especialmente
quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros
meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais
instalações ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada
empregado.”
Art. 188. “As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de
segurança por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do
Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.

a. 1° Toda caldeira será acompanhada de “prontuário”, com


documentação original do fabricante, abrangendo no mínimo: especificação técnica,
desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e montagem,
características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta
última indicada em local visível, na própria caldeira.

b. O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e


apresentar, quando exigido por autoridade competente, o Registro de Segurança,
no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas,

13
inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.

Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão


deverão ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente
em matéria de segurança do trabalho”. (BRASIL, 2007).

A Norma Regulamentadora nº 13 deve ser vista como uma indicadora


de rumos e fixadora de padrões e não como um empecilho, pois se não há
regulamento pertinente arrisca-se vidas investimentos devido às condições
de trabalho desses equipamentos serem severas.
(Sousa, 2008, p.19)

1.3. INSPEÇÕES EM EQUIPAMENTOS

Chainho (2013) destaca que a inspeção de segurança em equipamentos


surge devido ao alto índice de explosões de caldeiras, nos Estados
Unidos, entre 1870 e 1910. Avaliada a necessidade de regulamentação de
projeto e fabricação de equipamentos pressurizados, a Associação Norte -
americana de Engenheiros Mecânicos (ASME) foi fundada em 1880 e
apenas em 1914 foi aprovada a Seção I do “Boiler ano Pressure Vessels
Code”.

Logo após, em 1919, foi criada a Comissão Nacional de Inspetores de


Caldeiras e Vasos de Pressão, a “National Board”, que atendia a necessidade de
capacitar técnicos para controlar a qualidade e a deterioração 17 de equipamentos
pressurizados. Estes dois importantes fatos históricos simbolizam o nascimento da
Inspeção de Equipamentos.
O risco é inevitável a qualquer atividade do ser humano. Desde o início dos
tempos o ser humano tem convivido com riscos. O homem tem aprendido a
reconhecer os riscos aos quais tem de enfrentar diariamente em um processo de
avaliação continua e sistemática representando um processo contínuo de
aprendizagem no gerenciamento dos riscos.
Embora de difícil conceituação, o risco é algo inerente as nossas atividades
diárias e em todos os processos de tomada de decisão.
A maioria das pessoas tem um sentimento intuitivo de que os perigos e
riscos são indesejáveis, embora inerente ao ato de viver.
O risco pode ser formalmente expresso como: “A probabilidade da
ocorrência de um evento que poderá causar um nível especifico de perda a

14
pessoas, ao meio ambiente, à propriedade e às finanças dentro de um
determinado período de tempo.”
A atividade de gerenciamento das unidades industriais nos dias de hoje é
altamente afetada pelo gerenciamento dos riscos inerentes ao processo produtivo.
A evolução desta atividade associada à ocorrência de acidentes industriais de
elevada intensidade promoveram o desenvolvimento da segurança do processo
dentro das empresas operadoras de processos contendo equipamentos dotados
de energia acumulada como as caldeiras, vasos de pressão e fornos.

15
2. NORMA REGULAMENTADORA PARA CALDEIRAS E VASOS DE
PRESSÃO, TUBULAÇÕES - NR-13

A Norma Regulamentadora para caldeiras e vasos de pressão (tubulações)


- NR-13 foi publicada pelo Ministério do Trabalho pela primeira vez em 1978.
Este regulamento técnico de segurança estabelece parâmetros e
responsabilidades relativos às atividades de instalação, operação, manutenção e
inspeção de caldeiras e vasos de pressão. Este regulamento, de caráter
compulsório, foi revisado pela última vez em 1994.
A revisão foi feita por um Grupo Técnico Tripartite (empresas, governo e
trabalhadores), indicado pelo Ministério do Trabalho e teve ampla participação da
comunidade e técnicos ligados a atividade. Nesta revisão foram incluídos no texto
importantes e inéditos avanços para a época.
A partir de Dezembro de 1994 as caldeiras instaladas no Brasil devem
atender aos requisitos estabelecidos na Norma Regulamentadora NR-13 Caldeiras
e Vasos de Pressão. A NR-13 por ser parte constituinte da Consolidação das Leis
do Trabalho CLT constitui-se em documento legal e caracteriza situações em que
uma unidade pode ser interditada.

2.1. SISTEMAS DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Partindo, então, do aparto teórico, verifica-se que a proteção contra doenças


e lesões relacionadas ao trabalho fazem parte do contexto de qualquer
organização, possuindo impacto positivo tanto na redução de fatores de riscos e
perigos como no aumento da produtividade. O sistema de gestão da segurança e
saúde no trabalho (SST) passou a ser uma exigência legal, bastante estimulada e
reconhecida e que deve ser planejado de forma a contemplar as condições e
necessidades específicas de cada organização, levando em consideração seu
porte, tipos e fatores de riscos.
O cumprimento das exigências contidas na legislação nacional em relação à
política de saúde e segurança no trabalho constitui responsabilidade e dever do
empregador.

Conforme a OHSAS (18001:2007), além de estabelecer objetivos e

16
processos para atingir a política de SST é necessário monitorar e medir os
processos e resultados, executando ações para melhoria contínua do desempenho,
conforme metodologia representada na figura abaixo.

Figura 1: Modelo de sistema de gestão da SST

Fonte: OHSAS, 2007.

A participação dos trabalhadores constitui um elemento essencial do sistema


de gestão da SST de qualquer organização. Estudos mostram que o sucesso
destes sistemas é sempre resultado da participação em conjunto da direção,
gestores e colaboradores, vindos do sentimento de responsabilidade coletiva.
A prevenção de acidentes proporciona implicações sociais e econômicas
relevantes e, por isso, deve que ser tratada com muita seriedade e rigor.
O progresso tecnológico e as intensas pressões competitivas direcionam a
mudanças rápidas nas condições, nos processos e na organização do trabalho.
Nesta constante evolução e aprimoramento, são diversos os obstáculos
encontrados na implantação de um sistema eficiente. Conforme Salomone (2008):

dentre os diversos obstáculos, os principais são os altos custos,


dificuldades em encontrar recursos humanos competentes, escassez de
informações, falta de transparência das normas, insuficiente apoio
financeiro e dificuldade em mudar a mentalidade e a cultura das pessoas
envolvidas no processo.

Neste contexto vivem as instituições hospitalares, consideradas uma das


mais complexas da atualidade enfrentam continuamente os desafios para o
gerenciamento da segurança e saúde de seus trabalhadores, pois devido à

17
abrangência e diversidade de processos, vários são os riscos a que seus
profissionais estão submetidos. Pequena parte deste cenário é objeto deste estudo.

2.2. RISCOS DAS ATIVIDADES ENVOLVENDO CALDEIRAS E VASOS

Independentemente da atividade todos os trabalhadores estão sujeitos a


diversos males quando estão exercendo suas funções laborativas. Os riscos
associados aos processos onde é empregado o uso de caldeiras e/ou vasos de
pressão são definidos pela combinação da probabilidade ou frequência de falhas
com a consequência associada. As consequências mais comuns são: fatalidades,
envolvendo danos às pessoas; danos materiais aos equipamentos; financeiros,
decorrentes, sobretudo da perda de produção; danos ao meio ambiente,
envolvendo custo da limpeza, sanções legais pertinentes, indenizações, entre
outros.
Caldeiras e vasos de pressão são equipamentos construídos para suportar
e/ou armazenar substâncias a pressões e temperaturas muitos diferente das
condições normais. Assim, são empregados recipientes fechados e resistentes
capazes de suportar pressões e temperaturas demasiadamente baixas ou altas e
por operarem em condições críticas são considerados equipamentos de alto risco.
Estes tipos de equipamentos requerem atenção desde o projeto de
fabricação, montagem e teste até o encerramento de sua vida útil. A construção
de um vaso de pressão envolve inúmeros cuidados já que exerce um papel
importante na continuidade de um processo, nesta instituição em estudo uma
parada pode interromper o processo hospitalar inteiro.
Quando mal projetados, mantidos e/ou operados inadequadamente podem
se tornar equipamentos perigosos capazes de provocar acidentes de graves
consequências. Assim, a implantação e gerenciamento destes equipamentos são
de grande responsabilidade dos proprietários e profissionais habilitados, que
conforme a NR 13, item 13.1.2, é:

“Aquele que tem competência legal para o exercício da profissão de


engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção,
acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de
inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a
regulamentação profissional vigente no país.”

18
2.3. CALDEIRAS

“Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular


vapor sob pressão atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia.” (NR, 13, p.1).
São recipientes metálico cuja função é, entre muitas, a produção de vapor
através do aquecimento da água.
A primeira tentativa em produzir vapor na evolução da história da
humanidade foi no século II A.C, quando Heron de Alexandria concebeu um
aparelho que vaporizava água movimentando uma esfera em torno de seu eixo.
Entretanto, foi na época da revolução industrial que teve impulso o uso do vapor
sobre pressão para movimentar máquinas.
Conforme Bazzo (1995), os primeiros equipamentos destinados a gerar
vapor surgiram estimulados pela necessidade de encontrar uma fonte de calor que
substituísse os inconvenientes apresentados pela queima direta do carvão. O
objetivo era captar e centralizar a energia liberada pelo combustível e distribuí-la
aos pontos de consumo.
Atualmente o vapor d’água é usado em grande escala e com inúmeras
aplicações é indispensável em muitos processos industriais. Sua preferência é
justificada pelo alto poder calorífico que possui pela ampla disponibilidade da água
no meio industrial.
Os geradores de vapor atuais e popularmente denominados caldeiras são
definidos também como trocadores de calor. Na definição de Braga (2001, p. 285):
Em um trocador de calor os fluidos com temperaturas diferentes
permanecem separados e o calor é transferido continuamente através de uma
parede, pela qual se realiza a transferência de calor, no contato direto ou indireto.
Estes equipamentos possuem estruturas bastante diversificadas, sendo
construídos de forma a melhor aproveitar a energia liberada pela queima do
combustível. São capazes de operar, em grande parte das aplicações industriais,
com pressões vinte vezes maiores que à atmosférica, podendo constituir durante
sua operação, um risco grave e iminente para a integridade física dos
trabalhadores.
Caldeiras são construídas com chapas e tubos, o calor liberado pelo queima
do combustível faz com as partes metálicas da mesma se aqueça transferindo calor
à água e produzindo o vapor.
Para Alves (2002), todos os tipos de caldeira possuem três partes

19
essenciais, que são: a fornalha ou câmara de combustão, a câmara de água e a
câmara de vapor. Os acessórios para descarga dos gases e a chaminé não formam
parte integral da caldeira, pois constituem construções independentes que são
adicionadas ao corpo resistente da mesma, não estando expostas à pressão do
vapor.
Conforme Chd Válvulas (2005), de maneira geral, as caldeiras podem ser
classificadas de acordo com:
 Classes de pressão;
 Grau de automação;
 Tipo de energia empregada; e
 Tipo de troca térmica.
Segundo a NR 13, pelas classes de pressão as caldeiras foram classificadas
em:
 Categoria A: Pressão de operação é superior a 1960 KPa (19,98
kgf/cm²);
 Categoria C: Pressão de operação igual ou inferior a 588 KPa (5,99
kgf/cm²) e volume interno igual ou inferior a 100 litros; e
 Categoria B: caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores. Conforme o grau de automação, as caldeiras podem se classificar em:
 Manuais;
 Semi-automática; e Automática.
 Com relação ao tipo energia empregada (combustíveis), elas podem
ser:
 Sólido;Líquido;Gasoso;
 Caldeiras elétricas; e Caldeiras de recuperação.
Existem outras maneiras particulares de classificação, como por exemplo:
quanto ao tipo de montagem, circulação de água, sistema de tiragem e tipo de
sustentação, (ALVES, 2002). Porém, segundo uma classificação mais genérica, as
caldeiras são flamo tubulares e aquo tubulares. A seguir segue a apresentação
destas duas classes, com maior ênfase ao tipo em estudo – a flamo tubular.

2.3.1. CALDEIRAS FLAMOTUBULARES

Nas caldeiras flamo tubulares os gases de combustão circulam por dentro

20
dos tubos, ao redor dos quais está a água a ser aquecida e evaporada. Os tubos
são montados à maneira dos feixes de permutadores de calor, com um ou mais
passos dos gases quentes através do mesmo conforme mostra a figura abaixo.

Figura 2: Caldeira Flamotubular

Fonte: HowStuffWorks, 2008.

Este tipo de caldeira é o de construção mais simples, e pode ser classificado


quanto à distribuição dos tubos, que podem ser tubos verticais ou horizontais.
As caldeiras utilizadas pela instituição em estudo são do tipo mista, sendo
que na fornalha as águas passam pelos tubos e no seu corpo ocorre o contrário. Os
combustíveis utilizados são sólido (lenha) e líquido (óleo). A queima do combustível
é efetuada em uma fornalha externa, construída em alvenaria instalada abaixo do
corpo cilíndrico. Os gases quentes passam pelos tubos. Na figura a seguir, tem-se
um exemplo de caldeira multi tubular horizontal.

21
Figura 3: Caldeira Multitubular

Fonte: Chd Válvulas, 2005

Segundo Chd Válvulas (2005), as caldeiras flamo tubulares apresentam as


seguintes partes principais: corpo, espelhos, feixe tubular ou tubos de fogo e caixa
de fumaça.
O corpo da caldeira, também chamado de casco ou carcaça, é construído a
partir de chapas de aço carbono calandradas e soldadas. Seu diâmetro e
comprimento estão relacionados à capacidade de produção de vapor. As pressões
de trabalho são limitadas pelo diâmetro do corpo destas caldeiras.
Os espelhos são chapas planas cortadas em forma circular, soldadas nas
duas extremidades do corpo da caldeira. Neles estão fixos os tubos formando o
feixe responsável pela absorção do calor contido nos gases de exaustão e
transferido à água. A apresentação desta descrição está na figura abaixo.

Figura 4: Espelhos da caldeira

Fonte: Chd Válvulas, 2005.

22
A caixa de fumaça é o local por onde os gases da combustão fazem a
reversão do seu trajeto, passando novamente pelo interior da caldeira.

2.3.2. CALDEIRAS AQUOTUBULARES

As caldeiras aquotubulares são de uso mais abrangente, a água circula por


dentro dos tubos e os gases quentes envolvendo-os. Nesse tipo de caldeira, os
tubos conduzem a água, o que aumenta muito a superfície de aquecimento,
aumentando bastante a capacidade de produção de vapor. A figura abaixo mostra
uma caldeira aquotubular de duplo passo.

Figura 5: Caldeira Aquotubular

Fonte: HowStuffWorks, 2008.

São caldeiras de maior rendimento, rapidez de geração de grandes


quantidades de vapor com níveis de pressão mais elevados. Estas podem ser
constituídas de tubos retos, curvos ou de circulação forçada.
Conforme Chd Válvulas (2005), as caldeiras aquotubulares de tubos retos
consistem de um feixe tubular de transmissão de calor, com uma série de tubos
retos e paralelos, interligados a uma câmara coletora. Já as caldeiras de tubos

23
curvos não apresentam limites de capacidade de produção de vapor. As mais
compactas possuem capacidade média de produção de vapor em torno de 30 ton/h
e são equipamentos apropriados para instalação em locais com espaço físico
limitado.

24
3. OTIMIZAÇÃO E FALHAS QUE PODEM OCORRER NO PROCESSO

A vida útil de uma caldeira depende fundamentalmente do método de


trabalho que é realizado, do sistema de vaporização (regime constante ou variável),
da qualidade da água de alimentação, freqüência das limpezas externas e internas,
etc.
Conforme Pipesystem (2004), as falhas que podem ocorrer estão ligadas ao
superaquecimento, fadiga térmica (corrosão/trincas) e ocultamento (falta da
concentração de sais minerais na água). As falhas e na maioria dos casos,
os acidentes, ocasionadas no funcionamento de uma caldeira dependem muito da
qualificação e responsabilidade do operador. Para o desempenho do equipamento
é função dele desempenhar as seguintes ações básicas:
 Descargas de fundo e atenção ao tratamento da água: Evitando as
incrustações e consequentemente a baixa condutividade para a troca de calor;
 Remoção/limpeza da fuligem dos tubos: Garante melhor eficiência já que
os tubos não estarão incrustrados;
 Tiragem: A movimentação dos gases da entrada influencia na queima e na
troca de calor;
 Utilização do condensado: Aumento da eficiência da queima.
Na grande maioria das vezes, a água utilizada no processo de geração de
vapor depende de um pré tratamento que permita reduzir suas impurezas, pois a
água de alimentação não deve corroer os metais e acessórios da mesma, depositar
incrustações prejudicando seu funcionamento ou arraste de impurezas pelo vapor.

3.1 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA CALDEIRAS

De acordo com a NR 13, os dispositivos de segurança das caldeiras têm por


finalidade proteger o pessoal e os equipamentos de possíveis falhas em seu
funcionamento. Os principais são:
 Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou
Inferior a Pressão Máxima de Trabalho Admissível;
 Manômetro: instrumento que indica a pressão do vapor acumulado;
 Injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema
principal, em caldeiras a combustível sólido;
 Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que

25
evite o superaquecimento por alimentação deficiente.

3.2. VASOS DE PRESSÃO

Vasos de pressão são todos os reservatórios, de qualquer tipo, dimensões


ou finalidades, não sujeitos à chama, fundamentais nos processos industriais, que
contenham fluidos e sejam projetados para resistir com segurança a pressões
internas diferentes da pressão atmosférica, ou submetidos à pressão externa.
Vasos de pressão são equipamentos cujo produto PV < 8 (oito), onde "P" é a
máxima pressão de operação "V" o seu volume geométrico interno. Incluem-se
nesta os permutadores de calor, evaporadores e similares; vasos de pressão ou
partes sujeitas a chama direta; vasos de pressão encamisados, autoclaves e
caldeiras de fluido térmico que não o vaporizem e vasos que contenham fluido da
classe "A", independente da relação PV.
Conforme a NR13, “Os vasos de pressão estão classificados em categorias
segundo o tipo de fluido e potencial de risco.” Os fluidos contidos nos vasos são
segmentados conforme a tabela abaixo:

Tabela 1: Classificação dos fluidos (NR 13)


Classes Fluido
Fluidos inflamáveis;
Combustível com temperatura superior ou igual a 200º C;

Classe "A" Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
Hidrogênio;
Acetileno.

Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200º C;


Classe "B"
Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20
ppm.

Classe "C" Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes "A", "B" ou


Classe "D"
"C", com temperatura superior a 50ºC.

Desta forma, a categorização dos vasos ocorre conforme a tabela abaixo:

26
Tabela 2: Categorização dos vasos de pressão (NR 13)
Grupo de Potencial de Risco

1 2 3 4 5
Classe dos P.V 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
fluidos P.V 30 P.V 2,5 P.V 1

Categorias

“A” I I II III III

“B” I II III IV IV

“C” I II III IV V

“D” II III IV V V

Os vasos que operam sob a condição de vácuo enquadram-se na categoria I


(fluidos inflamáveis ou combustíveis) ou categoria V (outros fluidos).
O projeto, construção e operação destes vasos envolve uma série de
cuidados especiais e exige o conhecimento de normas e materiais adequados para
cada tipo de aplicação, pois as falhas em vasos de pressão podem acarretar
consequências catastróficas até mesmo com perda de vidas, sendo considerados
equipamentos de grande periculosidade.
Assim como as caldeiras, os vasos de pressão exigem diversos dispositivos
de segurança, registros/documentações, profissionais qualificados para operação e
inspeções periódicas. As inspeções de segurança periódica, constituída por exame
externo, interno e teste hidrostático, devem obedecer a prazos máximos
estipulados pela legislação vigente, estabelecidos conforme a seguir nas tabelas
abaixo.

Tabela 3: Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR 13)
Categoria do Vaso Exame Externo Exame interno Teste Hidrostático
I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos

27
Tabela 4: Prazos para estabelecimentos com Serviço próprio de Inspeção (NR 13)
Categoria do Vaso Exame Externo Exame interno Teste Hidrostático
I 3 anos 6 anos 12 anos
II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10anos a critério
IV 6 anos 12 anos a critério
V 7 anos a critério a critério

Além destes, para alguns vasos devem ser observadas as considerações e


limitações previstas na norma. Os equipamentos utilizados pela instituição
hospitalar e abordados neste estudo referem-se a autoclaves, compressor,
reservatório criogênico, calandra, cafeteira, leiteira e panelões industriais.

3.3. AUTOCLAVES

São equipamentos utilizados para esterilizar artigos através do calor úmido


sob pressão. Consistem em uma câmara de aço inoxidável, com uma ou duas
portas. Para esterilização de artigos termo resistentes é o processo mais utilizado
em hospitais sendo o mais econômico e de maior segurança.
O principio de funcionamento destes aparelhos é a exposição do material ao
vapor saturado seco em temperatura, pressão e tempo necessário. Essa
combinação resulta na desnaturação irreversível de enzimas e proteínas,
acarretando na destruição dos microorganismos.
A temperatura do processo varia conforme os materiais a serem esterilizados
situando-se entre 121º e 134 °C. A pressão para esterilização situa-se entre 1,2
kgf/cm² (121 °C) e 2,2 kgf/cm² (134 °C). A operação de uma autoclave está
baseada nas fases de remoção do ar, penetração do vapor e secagem. A remoção
do ar diferencia os tipos de autoclaves em:
 Alto vácuo: o vapor é introduzido na câmara interna sob alta pressão com
ambiente em vácuo;
 Ciclo flash: esterilização rápida, pré programada baseada no tipo da carga;
e
 Gravitacional: onde o vapor é injetado forçando a saída do ar; conforme
apresentado na figura abaixo.

28
Figura 6: Autoclave gravitacional

Fonte: Midlandstech, 2004.

3.4. DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA PARA AUTOCLAVE

Os principais dispositivos de segurança da autoclave é a válvula de


segurança, manômetro de pressão e indicador de temperatura.

3.5. PARÂMETROS MÍNIMOS PARA VASOS DE PRESSÃO

A NR13 estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural,


vasos de pressão, suas tubulações de interligação e tanques metálicos de
armazenamento nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e
manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.
a) vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é a
pressão máxima de operação em kPa, em módulo, e V o seu volume interno em
m³;
b) vasos de pressão que contenham fluido da classe A, especificados na
alínea "a" do subitem 13.5.1.2, independente das dimensões e do produto P.V;
c) recipientes móveis com P.V superior a 8 (oito) ou com fluido da classe A,
especificado na alínea "a" do subitem 13.5.1.2.
d) tanques metálicos de superfície para armazenamento e estocagem de
produtos finais ou de matérias primas, não enterradas e com fundo apoiado sobre o

29
solo, com diâmetro externo maior do que 3 m (três metros), capacidade nominal
maior do que 20.000 l (vinte mil litros), e que contenham fluidos de classe A ou B,
conforme a alínea "a" do subitem 13.5.1.2 desta NR.
Os equipamentos abaixo referenciados devem ser inspecionados sob a
responsabilidade técnica de PH, considerando recomendações do fabricante,
códigos e normas nacionais ou internacionais a eles relacionados, bem como
submetidos a manutenção, ficando dispensados do cumprimento dos demais
requisitos desta NR:
a) recipientes transportáveis, vasos de pressão destinados ao transporte de
produtos, reservatórios portáteis de fluido comprimido e extintores de incêndio;
b) recipientes transportáveis de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP - com
volume interno menor do que 500 L (quinhentos litros) e certificados pelo
INMETRO;
c) vasos de pressão destinados à ocupação humana;
d) vasos de pressão que façam parte de sistemas auxiliares de pacote de
máquinas;
e) vasos de pressão sujeitos apenas à condição de vácuo inferior a cinco kpa
(cinco quilo pascais) em módulo, independente da classe do fluido contido;
f) dutos e seus componentes;
g) fornos e serpentinas para troca térmica;
h) tanques e recipientes de superfície para armazenamento e estocagem de
fluidos não enquadrados em normas e códigos de projeto relativos a vasos de
pressão e que não estejam enquadrados na alínea "f" do subitem 13.2.1 desta NR;
i) vasos de pressão com diâmetro interno inferior a 150 mm (cento e
cinqüenta milímetros) para fluidos das classes B, C e D, conforme especificado na
alínea "a" do subitem 13.5.1.2, e cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é
a pressão máxima de operação em kA, em módulo, e V o seu volume interno em
m3;
j) trocadores de calor de placas corrugadas gaxetadas;
k) geradores de vapor não enquadrados em códigos de vasos de pressão;
l) tubos de sistemas de instrumentação com diâmetro nominal £ 12,7 mm
(doze milímetros e sete décimos) e com fluidos das classes A ou B, conforme
especificado na alínea "a" do subitem 13.5.1.2;
m) tubulações de redes públicas de distribuição de gás;

30
n) vasos de pressão fabricados em Plástico Reforçado de Fibra de Vidro -
PRFV, contendo fluidos das classes A ou B, conforme especificado na alínea "a" do
subitem 13.5.1.2, com volume interno maior do que 160 L (cento e sessenta litros) e
pressão máxima de operação interna maior do que 50 kPa (cinquenta quilo
pascais);
o) vasos de pressão fabricados em PRFV, sujeitos à condição de vácuo,
contendo fluidos das classes A ou B, conforme especificado na alínea "a" subitem
13.5.1.2, com volume interno maior do que 160 L (cento e sessenta litros) e vácuo
maior do que 5 kPa (cinco quilo pascais) e cujo produto P.V seja superior a 8 (oito),
onde P é a pressão máxima de operação (vácuo) em kPa, em módulo, e V o seu
volume interno em m³.

31
4. ESTUDO DE CASO INDÚSTRIA ÓTICA

O Grupo PEREGO INDÚSTRIA COMÉRCIO LENTES, Rua Vinte e três de


março 421, Bairro: Santana. Araçatuba-SP, CEP: 16050-510. Atua no segmento
óptico, na fabricação, revenda e confecção de lentes oftálmicas em laboratórios
próprios e terceirizados.
Neste mercado dominado por multinacionais, a empresa é 100% brasileira,
localizada no interior do estado de São Paulo em uma sede de 6 mil m² construídos
e possui representações espalhadas pelo território nacional.
São quase 200 colaboradores divididos em cada atividade do grupo. Cada
setor possui equipamentos com sistemas especialmente desenvolvidos para
garantir produção programada com qualidade e alta precisão.
A fabricação de lentes oftálmicas exige da empresa investimentos não só em
tecnologia quanto em profissionais especializados para estudos, elaboração e
manuseio das resinas, e outros elementos químicos presentes no processo de
produção de lentes em CR39 (acrílicas) e diversos materiais exclusivos no cenário
óptico mundial.
A fábrica também produz lentes em cristal, sendo hoje uma das poucas
remanescentes na produção de lentes deste material que atende um público
específico: metalúrgicas e outras indústrias que disponibilizam óculos de
segurança.
As lentes produzidas são comercializadas em todo o país, chegando
inclusive a alguns países da América Latina.

4.1. COMPOSIÇÕES DE UM COMPRESSOR TOTALPACK

Projetado e fabricado no Brasil com tecnologia alemã, o compressor total


pack é de parafuso e possui um variador de velocidade, também contando com um
pré-filtro coalescente e um painel micro processado. O compressor
totalpack também possui um secador e filtros integrados, uma tripla isolação
térmica que garante uma ótima resistência, além disso, o compressor é integrado
com fluxos independentes de arrefecimento.

32
4.2. PRINCIPAIS VANTAGENS GARANTIDAS

O fluxo de ar ambiente que resfria o compressor total pack é independente


do fluxo que resfria o módulo do secador, esse processo se dá por uma única face
e a exaustão é realizada pela parte superior do compressor, o que evita a
recirculação do ar quente e facilitando assim a sua extração. Desse modo, no
interior do compressor total pack os dois fluxos de ar nunca se encontram e o
secador fica protegido contra o superaquecimento, garantindo assim que o
equipamento não apresente problemas e a produção não seja interrompida. Outra
grande vantagem do compressor total pack diz respeito a seu painel micro
processado, pois garante aos clientes um manuseio prático de todas as funções
mais cruciais do equipamento. Por ele é possível checar a temperatura, pressão,
histórico de falhas, saturação dos filtros, programação dos purgadores, sobrecarga
elétrica, saída serial, entre outras importantes funções.

4.3. MANUTENÇÕES COMPRESSOR

A manutenção compressor de ar parafuso atua no sentido de conservar a


estrutura e o funcionamento do produto, de maneira a prolongar sua vida útil.
Tomadas às devidas precauções a respeito do cuidado com o seu compressor de
ar, o investimento nele depositado está salvaguardado, dado que executar a
manutenção preventiva – como é chamada a intervenção nos problemas do
maquinário antes que desencadeiem dores de cabeça ainda maiores – é a melhor e
mais econômica opção.
Caso a manutenção compressor de ar parafuso executada não for a
preventiva, ainda mais se não for feita em frequência regular, será preciso adotar a
manutenção corretiva. Essa modalidade visa consertar os problemas que surgem
no equipamento, reparando-os e conferindo ao produto a sua configuração original
e em perfeito estado.

33
Figura 7: Compressor de ar

Fonte: Própria, 2019.

34
5. VASOS DE PRESSÃO

Figura 8: Vaso de pressão

Fonte: Própria, 2019.

5.1. MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO DOS VASOS DE PRESSÃO

Dados:

Fluido armazenado: ar comprimido


Temperatura de operação: 45°C
Volume interno: 300 litros = 300 dm^3 = 0,3 m^3
Pressão de operação: 500 kpa

1° - passo: Verificar se o vaso de pressão se enquadra na NR13

Para verificar se o vaso se enquadra na NR13, precisamos calcular o produto


( P X V) e maior de 8 caso for o vaso se enquadra nas disposições da norma.

Temos então que:

P X V = 500 x 0,3 = 150, logo P x V e > 8, então o vaso se enquadra na NR13.

35
2° passo: determinar a categoria do vaso de pressão.

Grupo potencial de risco: Também e determinado por P x V, porem a pressão


deve estar em MPa:

Pressão = 500 KPa = 0,5 MPa

Volume = 300 litros = 300 dm^3 = 0,3 m^3

Logo:

Grupo potencial de Risco = P x V = 0,5 x 0,3 = 0,15 m^3

Então o produto e < 1.

3° passo: E o enquadramento na tabela de categoria de Vasos de Pressão

Tabela 1: Classificação dos fluidos (NR 13).


Classes Fluidos

Fluidos inflamáveis;
Combustível com temperatura superior ou igual a 200º C;

Classe "A" Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
Hidrogênio;
Acetileno.

Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200º C;


Classe "B"
Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.

Classe Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.


"C"

Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes "A", "B" ou


Classe "D"
"C", com temperatura superior a 50ºC.

36
Classe de fluido: C
PxV<1
Agora cruzar informações na tabela de categorias de Vasos de Pressão

Tabela 2: Categorização dos vasos de pressão (NR 13)


Grupo de Potencial de Risco

1 2 3 4 5
Classe dos P.V 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
fluidos P.V 30 P.V 2,5 P.V 1

Categorias

“A” I I II III III

“B” I II III IV IV
“C”
I II III IV V
“D”
II III IV V V

Conclusão: o vaso de pressão categoria V.

5.2. DISPOSITIVOS OBRIGATÓRIOS NR13

O vaso de pressão deve ser dotado dos seguintes itens neste caso onde a
categoria do vaso e V.
a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura
ajustada em valor igual ou inferior à PMTA, instalado diretamente no vaso ou no
sistema que o inclui, considerados os requisitos do código de projeto relativos a
aberturas escalonadas e tolerâncias de calibração, valvula de segurança disposta na
figura abaixo.

37
Figura 9: Valvula de segurança

Fonte: Própria, 2019.

A pressão de abertura da válvula de segurança do vaso de pressão deve


estar ajustada em valor igual ou inferior a PMTA.
A ausência de válvula de segurança ou sua operação com pressão de
abertura superior à PMTA é condição que caracteriza risco grave e iminente de
acidentes, devendo levar à interdição do vaso.
c) instrumento que indique a pressão de operação, instalado diretamente no
vaso ou no sistema que o contenha.

Figura 10: Manometro

Fonte: Própria, 2019.

38
Em geral, esse instrumento é o manômetro, que permite a leitura direta da
pressão de operação. O certificado de calibração desse dispositivo deve constar da
documentação do vaso de pressão. O manômetro deve ser instalado diretamente no
vaso ou no sistema que o contenha.

39
6. DOCUMENTAÇÕES DO VASO DE PRESSÃO

a) Prontuário;
b) Registro de Segurança;
c) Projeto de Instalação;
d) Projetos de Alteração ou Reparo;
e) Relatórios de Inspeção;
f) Certificados de calibração dos dispositivos de segurança, onde aplicável.

6.1. PRONTUÁRIO

O Prontuário é o conjunto de documentos organizados de forma a conter uma


memória dinâmica e atualizada de informações pertinentes ao vaso de pressão.
Deve ser fornecido pelo seu fabricante e conter as seguintes informações.
Obs. não havia prontuario junto ao vaso como estabelece na NR13.

6.2. PROJETOS DE INSTALAÇÃO

O projeto de Instalação deve conter pelo menos a planta baixa do


estabelecimento, com o posicionamento e a categoria de cada vaso e das
instalações de segurança.
Obs. Não e necessário o projeto de instalação.

6.3. PROJETOS DE ALTERAÇÃO OU REPARO.

Como vimos, os Projetos de Alteração ou Reparo devem ser elaborados nos


casos em que as condições do projeto do vaso forem modificadas ou quando houver
correção de danos para restaurar a condição do projeto original.
Obs. Não é necessário.

40
6.4. RELATÓRIOS DE INSPEÇÃO.

Sempre que o vaso for submetido à inspeção de segurança, deverá ser


elaborado Relatório de Inspeção correspondente, em páginas numeradas, que
passará a fazer parte da sua documentação. O relatório de inspeção deve conter, no
mínimo.
Obs. Não havia relatório de inspeção.

41
7. MODELO DE CHECK LIST

Tabela 5: Check list para Vasos de Pressão


3 - VASOS DE PRESSÃO
DESCRIÇÃO SIM NÃO COMENTÁRIOS
O vaso de pressão possui
válvula ou outro dispositivo de
segurança com pressão de abertura
ajustada na PMTA, instalada
diretamente no vaso ou no sistema que
o inclui?
O vaso de pressão possui
dispositivo de segurança contra
bloqueio inadvertido da válvula quando
esta não estiver instalada diretamente
no vaso?
O vaso de pressão possui
instrumento que indique a pressão de
operação?
Todo vaso de pressão possui
afixado em seu corpo, em local de fácil
acesso e bem visível, placa de
identificação indelével ?
Além da placa de identificação,
constam em local visível, a categoria do
vaso, conforme anexo IV, e seu número
ou código de identificação?
Todo vaso de pressão possui, no
estabelecimento onde estiver instalado,
“Prontuário do Vaso de Pressão”, a ser
fornecido pelo fabricante?
Quando inexistente ou
extraviado, o “Prontuário do Vaso de
Pressão” foi reconstituído pelo

42
proprietário, com responsabilidade
técnica do fabricante ou de “Profissional
Habilitado” ?
O Proprietário de Vaso de
Pressão deverá apresentar quando
exigido pela autoridade competente do
Órgão Regional do Ministério do
Trabalho, a documentação do vaso?
O “Registro de Segurança” deve
ser constituído por livros de páginas
numeradas, pastas ou sistema
informatizado ou não?
A documentação está sempre á
disposição para consulta dos
operadores, do pessoal de manutenção,
de inspeção e das representações dos
trabalhadores e do empregador na
CIPA, devendo o proprietário assegurar
pleno acesso a essa documentação,
inclusive á representação sindical da
categoria profissional predominante no
estabelecimento, quando formalmente
solicitado?
Todo vaso de pressão é
instalado de modo que todos os drenos,
respiros, bocas de visita e indicadores
de nível, pressão e temperatura, quando
.existentes, sejam facilmente
acessíveis?
Quando os vasos de pressão
forem instalados em ambiente
confinados, a instalação dispõe de pelo
menos duas saídas amplas,
permanentemente desobstruídas e

43
dispostas em direções distintas?
Quando os vasos de pressão
forem instalados em ambiente
confinados, a instalação dispõe de
acesso fácil e seguro para as atividades
de manutenção, operação e inspeção,
sendo que, para guarda-corpos
vazados, os vãos devem ter dimensões
que impeçam a queda de pessoas?
Quando os vasos de pressão
forem instalados em ambiente
confinados, a instalação dispõe de
ventilação permanente com entradas de
ar que não possam ser bloqueadas?

DESCRIÇÃO SIM NÃO COMENTÁRIOS

Quando os vasos de pressão


forem instalados em ambiente
confinados, a instalação dispõe de
iluminação conforme normas oficiais
vigentes?
Quando os vasos de pressão
forem instalados em ambiente
confinados, a instalação possui sistema
de iluminação de emergência?
O “Projeto Alternativo de
Instalação” é apresentado pelo
proprietário do vaso de pressão para
obtenção de acordo com a
representação sindical da categoria
profissional predominante no
estabelecimento?
A autoria do “Projeto de

44
Instalação” de vasos de pressão é de
responsabilidade de “Profissional
Habilitado”?
O “Projeto de Instalação”
contem pelo menos a planta baixa do
estabelecimento, com o posicionamento
e a categoria de cada vaso e das
instalações de segurança?
Todo vaso de pressão
enquadrando nas categorias “I” ou “II”
possui manual de operação próprio ou
instruções de operação no manual de
operação da unidade onde estiver
instalado, em língua portuguesa e de
fácil acesso aos operadores?
Neste manual há procedimentos
de partidas e paradas?
Neste manual há procedimentos
e parâmetros operacionais de rotina?
Neste manual há procedimentos
para situações de emergência?
Neste manual há procedimentos
gerais de segurança, saúde e de
preservação do meio ambiente?
Os instrumentos e controles de
vasos de pressão são mantidos
calibrados e em boas condições
operacionais?
A operação de unidades que
possuam vasos de pressão de
categorias “I” ou “II” é efetuada por
profissional com “Treinamento de
Segurança na Operação de Unidades
de Processo” , sendo que o não

45
atendimento a esta exigência
caracteriza condição de risco grave e
iminente?
A operação de unidade de
processo está a cargo de pessoa
habilitada?
O profissional cumpriu estágio
prático, supervisionado, na operação de
vasos de pressão?
A reciclagem de operadores é
permanente por meio de constantes
informações das condições físicas e
operacionais dos equipamentos?
Todos os reparos ou alterações
em vasos de pressão respeitam o
respectivo código de projeto de
construção e as prescrições do
fabricante?
Quando não for conhecido o
código do projeto de construção, é
respeitada a concepção original do
vaso, empregando-se procedimentos de
controle do maior rigor, prescritos pelos
códigos pertinentes?
Os projetos de alteração ou
reparo são concebidos previamente
sempre que as condições de projeto
foram modificadas?
DESCRIÇÃO SIM NÃO COMENTÁRIOS
Os projetos de alteração ou
reparo são concebidos previamente
sempre que foram realizados reparos
que possam comprometer a
segurança?

46
Todos as intervenções que
exijam soldagem em partes que operem
sob pressão são seguidas de teste
hidrostático, com características
definidas pelo “Profissional Habilitado”?
Os sistemas de controle e
segurança dos vasos são submetidos a
manutenção preventiva ou preditiva?
Os vasos de pressão são
submetidos a inspeções de segurança
inicial, periódica e extraordinária?
A inspeção de segurança inicial
é feita em vasos novos, antes de sua
entrada em funcionamento, no local
definitivo de instalação, devendo
compreender exame externo, interno e
teste hidrostático?
Vasos de pressão que não
possuem o exame interno por
impossibilidade física são
alternativamente submetidos a teste
hidrostático?
Não havendo outra alternativa, o
teste pneumático pode ser executado,
desde que supervisionado pelo
“Profissional Habilitado”?
As válvulas de segurança dos
vasos de pressão são desmontadas,
inspecionadas e recalibradas por
ocasião de exame interno periódico?
A inspeção de segurança
extraordinária é feita sempre que o vaso
for danificado por acidente ou outra
ocorrência que comprometa sua

47
segurança?
A inspeção de segurança
extraordinária é feita sempre quando o
vaso for submetido a reparo ou
alterações importantes, capazes de
alterar sua condição de segurança?
A inspeção de segurança
extraordinária é feita sempre antes do
vaso ser recolocado em funcionamento,
quando permanecer inativo por mais de
12 (doze) meses?
A inspeção de segurança
extraordinária é feita sempre quando
houver alteração de local de instalação
do vaso?
A inspeção de segurança é
realizada por “Profissional Habilitado”?
Após a inspeção do vaso é
emitido “Relatório de Inspeção”, que
possa a fazer parte da sua
documentação?
Sempre que os resultados da
inspeção determinarem alterações dos
dados da placa de identificação, a
mesma é atualizada?
O sistema de arquivamento de
dados em meio eletrônico e papel é
operacional e permite a rápida
rastreabilidade?

48
8. INSTALAÇÕES DE VASOS DE PRESSÃO

(Nr13) - 13.7.1. Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que
todos os drenos, respiros, bocas de visita e indicadores de nível, pressão e
temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis. (113.042-0 I2)
13.7.2 Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes
fechados, a instalação deve satisfazer os seguintes requisitos: (Alterado
pela Portaria SIT n.º 57, de 19 de junho de 2008)
a) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas e dispostas em direções distintas; (113.082-0)
b) dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção,
operação e inspeção, sendo que, para guardacorpos vazados, os vãos
devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas; (113.043-9 / I3)
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser
bloqueadas; (113.083-8)
d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes; (113.044-7 / I3)
e) possuir sistema de iluminação de emergência. (113.084-6)

8.1. SITUAÇÕES DA INSTALAÇÃO DO VASO DE PRESSÃO SAIDA DE


EMERGÊNCIA

Figura 11: Porta de saida do vaso de pressão em ambiente fechado

Fonte: Própria, 2019.


Obs. Não confere com a norma NR13 que cita

13.7.2 Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes


fechados, a instalação deve satisfazer os seguintes requisitos: (Alterado
pela Portaria SIT n.º 57, de 19 de junho de 2008)

49
a) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas e dispostas em direções distintas; (113.082-0)

8.2. SITUAÇÕES VENTILAÇÃO

Figura 12: Refrigeraçao do ambiente do vaso de pressão

Fonte: Própria, 2019.

Obs. Condiz com a NR13

c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser


bloqueadas; (113.083-8) NR12

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9. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

A inspeção de segurança inicial de vasos de pressão deve ser feita em vasos


novos, ANTES de sua entrada em funcionamento e no local definitivo de
instalação, devendo compreender exame externo e interno.

Obs. Os vasos de pressão categorias IV ou V de fabricação seriada,


certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(INMETRO), que possuam válvula de segurança calibrada de fábrica, ficam
dispensados da inspeção inicial e do Projeto de Instalação, desde que instalados de
acordo com as recomendações do fabricante.

9.1. INSPEÇÃO PERIÓDICA

A contagem do prazo para a inspeção de segurança periódica inicia-se com


a data de instalação do vaso de pressão, que deve ser anotada no
Registro de Segurança. A inspeção periódica é constituída por exame
interno e exame externo. As tabelas a seguir apresentam os prazos máximos a
serem observados para a realização da inspeção periódica em vasos de pressão:
Os vasos de pressão devem ser submetidos a inspeções periódicas dentro
dos prazos máximos apresentados nas tabelas a seguir.

Tabela 6: Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR 13).
Categoria do Vaso Exame Externo Exame interno

I 1 ano 3 anos
II 2 anos 4 anos
III 3 anos 6 anos
IV 4 anos 8 anos
V 5 anos 10 anos

9.2. INSPEÇÃO EXTRAORDINÁRIA

A inspeção de segurança extraordinária dos vasos de pressão deve ser


realizada:

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a) sempre que o vaso de pressão for danificado por acidente ou outra ocorrência que
comprometa sua segurança;
b) quando o vaso de pressão for submetido a reparo ou alterações importantes,
capazes de alterar sua condição de segurança;

c) antes do vaso de pressão ser recolocado em funcionamento, quando permanecer


inativo por mais de 12 meses;
d) quando houver alteração do local de instalação do vaso de pressão, exceto para
vasos móveis.

9.3. RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Imediatamente após a inspeção do vaso de pressão (seja ela inicial, periódica


ou extraordinária), a sua condição operacional deverá ser anotada no Registro de
Segurança. A partir daí deverá ser emitido o relatório correspondente, em até 60
dias, que passará a fazer parte da sua documentação.
Esse prazo pode ser estendido para 90 dias em caso de parada geral de
manutenção.
O relatório de inspeção deve ser assinado pelo Profissional Habilitado, com a
indicação do seu nome e número do registro no conselho profissional, além do nome
legível e assinatura de técnicos que participaram da inspeção.

52
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, todos os anos morrem no


mundo milhões de pessoas, vítimas de acidentes ou de doenças relacionadas ao
trabalho. Estes possuem um elevado ônus para toda a sociedade, sendo desejo do
governo, empresários e trabalhadores a sua minimização.
Muitos dos índices relativos a mortes, dilacerações e incapacitações
permanentes estão associados aos vasos de pressão, pois são equipamentos de
altíssimo risco, sendo fatais em qualquer inconformidade de gerenciamento.
O propósito deste estudo foi verificar a importância dada pela instituição à
esses equipamentos, assim, pode-se dizer que todos os objetivos inicialmente
estabelecidos foram alcançados, pois por meio das diversas ferramentas aplicadas
foi possível conhecer a gestão de segurança do hospital.
Os resultados foram positivos e surpreendentes, tendo em vista as diversas
necessidades observadas. Notou-se claramente que a instituição possui maior
preocupação com as caldeiras, com grande lacuna aos controles dos vasos de
pressão, o que mostra o seu desconhecimento sobre os riscos e abrangência que
uma possível falha destes pode causar.
As principais não conformidades observadas, de maneira geral, estão
associadas à falta de controle e disponibilização da documentação dos vasos às
áreas pertinentes, a indisponibilidade de manuais e procedimentos padrão para os
operadores, necessidade de manutenções preventivas e corretivas e a falta de
capacitações e treinamentos.
Outro fator importantíssimo a ser levado em consideração é exigir dos
profissionais terceiros, responsáveis técnicos pelos equipamentos as indicações de
melhorias, bem como inspeções mais aprofundadas. E por parte de proprietário,
cabe a realização das melhorias sugeridas por estes nos relatórios de inspeção.
Observou-se uma lacuna entre os responsáveis pela segurança do trabalho e
as áreas que adquirem e as detentoras dos equipamentos, no sentido de exigir as
documentações obrigatórias dos vasos. Falha também do fabricante e fornecedor
que conhecem os requisitos regulamentares e deixam a desejar.

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REFERÊNCIAS

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de Saúde Ocupacional, 32, n115: 7-18; 2007.

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Científico. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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Revista Meio Filtrante. 24ª. Ed. Jan/Fev 2007.

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Janeiro: Ed. Book link, 2001, 342 p.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Caldeiras e Vasos de Pressão. Portaria


GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 - NR 13.

BREMER, H. Manual de Instalação e Operação. Rio do Sul. 1997,47p.

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São Paulo: FDT, 2000.

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em
<http://www.chdvalvulas.com.br/artigos_tecnicos/caldeiras/flamotubulares.html >
Acesso em: 16 de novembro de 2010.

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Pressão. Brasília: MTE, SIT, DSST, 2006.124 p.

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Uma breve análise de consistência. 6ª COTEQ Conferência sobre Tecnologia
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<http://www.aaende.org.ar/sitio/biblioteca/material/PDF/COTE163> Acesso em 20
de abril de 2011.

FUNDACENTRO. Diretrizes sobre sistemas de Gestão da Segurança e


Saúde no Trabalho. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos da


Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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três ed. São Paulo, Centro São Camilo de Desenvolvimento em Administração de
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NEBOIT, M. Abordagem dos fatores humanos na prevenção de riscos


do trabalho. In: ALMEIDA, I.M. (Org.) Caminhos da análise de acidentes do
trabalho. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2000. p. 85-98.

OHSAS 18001 - Occupational health and safety management systems:


requirements. BRITISH STANDARDS INSTITUITION. London, 2007.

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TORREIRA, Raúl Peragallo. Bombas, Válvulas e Acessórios. Brazil. 1996.

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