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A MODERNIDADE é um
tempo histórico onde as
relações sociais, econômicas,
culturais e de poder são
definidas,
reguladas e mediadas,
por e dentro de um
Igualdade jurídica perante a lei. Princípio legal que irá legitimar as mais
variadas formas da desigualdade social, todas compatíveis com o liberalismo.
A igualdade perante a lei não quer dizer necessariamente igualdade social. O
membro da pólis grega não tinha porque discutir questões de igualdade
jurídica com seus pares: eram iguais mesmo!
Numa democracia burguesa todos são declarados iguais perante a lei, pois
em termos jurídicos os direitos de cada cidadão são iguais aos de qualquer
cidadão.
Luciano Gruppi compara um dono de uma fábrica com um operário.
Para que serve a igualdade jurídica? Para marx, serve para separar o elemento
da vida econômica do homem da sua figura jurídica de cidadão.
A questão da repressão no exercício do poder
O direito é elitista, tendo em vista que apenas poucas elites intelectuais e econômicas
conseguem compreender e exigir seus direitos em sua plenitude, possibilitando a existência
legal do abismo econômico e social da população brasileira. Contudo, o arcabouço jurídico se
defende alegando a legitimidade e a neutralidade das leis e dos atos jurídicos. Para
desmanchar parte dos conflituosos argumentos dos defenssores dessa ideia é necessário
compreender alguns pontos:
❖ É inerente à lei a ideologia dos legisladores que a fizeram
❖ A dicotomia da construção da lei
❖ A lei como defensora de poder econômico e político
A lei “natural” em oposição a ideológica
Os positivistas alegam que a lei é um produto natural, ou seja, seus principios e fins são
exatos e atendem a fonte natural ou ao cálculo científico das probabilidades sociais.
A filosofia moderna alega que a sociedade é feita de interações ideologicas, culturais e
morais, uma lei que é feita em sociedade, é portanto dotada da forma de pensar de seu
legislador da sua população e de seus costumes, logo é impossível que uma norma se
concretize sem ter esses elementos
A falta desses elementos aconteceria se uma norma de uma sociedade antiga fosse
restaurada para uma sociedade moderna, porém esta norma não teria validade por não
ser aceita por um povo que não partilha dos elementos ideologicos que foram usados
antigamente para cria-la
“A reivindicação da inocência da lei é ideológica. Isto é feito a partir das interpretações
sobre nosso modo de vida, o que se dá à lei uma particular natureza, propósito e valor”
(Valerie Kerruish)
A Dicotomia na construção da lei
Não se deve excluir a situação social em evidência na criação da lei, junto com seus
efeitos e finalidades de mutação social, caso contrário é impossível criticar e inovar o
direito.
A Lei como defensora de poder econômico e
político
Já foi explanado que a lei carrega consigo inúmeras ideologias e finalidades, logo a
intenção de uma lei gera interesses por mudar o contexto real da sociedade que
entrará em vigor. Ademais, e inegável que o poder econômico e o político têm mais
força para influenciar a criação de leis, devido a grande diferencia intelectual e
financeira dos brasileiros, a falta de igualdade social causa falta de representatividade
e de formação crítica nas massas brasileiras, o que resulta em mais regras que
dificultam a ascenssão dessas massas, o que faz elas terem mais dificuldade de
interagir com os poderes estatais e conseguir mudanças sociais por meio de leis, tudo
isso em um ciclo viciado e financiado pelos poderes opressores (econômico e político)
A história reserva vários exemplos nos quais estes poderes definiram o rumo do
direito:
▪ A Lei de terras n 601 de 18 de setembro de 1850 foi feita no mesmo ano que a lei
Eusébio de Queiroz que acabava com o trafico negreiro.
O intuito da lei era proteger a propriedade privada dos latifundiários além de
assegurar que os escravos libertos não possuissem terras. A lei de terras declarava
que so se poderia obter terra por meio de compra e venda, o antigo uso capião da
terra estava proibido, e mesmo as terras nao utilizadas não poderiam ser adquiridas
por outros meios se não compra e venda. Esta lei é um claro exemplo de como o
poder economico influênciou a criação de leis que o sustentasse no poder.
▪ Outro exemplo é a anistia concedida aos ruralistas no novo código florestal, que
praticamente deixaram os agricultores sem penalidades realmente graves e
relevantes por transgredirem leis anteriores, como descreve o site olhar direto “Um
dos pontos mais controvertidos do Novo Código Florestal refere-se aos
dispositivos que tratam das infrações ambientais praticadas antes de
22/06/2008, marco temporal a que se refere a edição do Decreto Federal n.
6.514/2008, o qual trouxe sanções mais graves para a prática de ilícitos contra
o meio ambiente. Em síntese, o Novo Código Florestal permitiu que essas
infrações, após a execução de plano de recuperação ambiental aprovado
e acompanhado pelos órgãos ambientais, sejam consideradas sanadas;
segundo as exatas palavras do código, as penalidades serão convertidas em
“prestação de serviços ambientais”.
As leis raciais de Nuremberg (alemanha nazista): foram legalizadas normas jurídicas que
privavam os judeus de ter cidadania alemã, se um alemão tivesse 3 ou 4 avós judeus, ele era
considerado judeu e perdia seus direitos, foi proibido casamento e relações intimas entre judeus
alemães e católicos. Isso é uma forma de total influencia do poder político, sendo que é
necessario ressaltar que mesmo antes de tomar a alemanha o partido nazista ja conseguia
mandar na legislação de varias lugares pelo seu poder político grande ligado a adolf, dessa
forma promovendo desigualdade social racial e religiosa, segregando o povo por meios legais.
Lei da Virgínia de 1964 (fenômeno do passing racial)
No sul dos Estados Unidos existiram leis que validavam o segregacionismo,dentre elas qa lei do
sangue de virgínia 1964, esta lei declarava que um branco so poderia se casar com um branco,
e tracava as caracteristicas legais para ser considerado “branco” como ter menos de 1/16 de
sangue indio, e nenhum ancestral de sangue negro. Tal norma jurídica foi resultada do poder
econômico e politico da época, que diferente do norte, necessitava da escravidão para o
sistema de plantaition e que queria que os negros nunca conseguissem o status social e
cidadão de um branco
Outro exemplo de fácil compreenssão é o aumento do salário dos parlamentares brasileiros em
meio a crises econômicas, como também o gasto dos cofres públicos com shows populares
bancados pelo estado em festividades como carnaval e aniversário das cidades, o que resulta
em um paradoxo entre as medidas do governo e a realidade brasileira