A hermenêutica da Sagrada Escritura na Igreja deve seguir três princípios: 1) A Bíblia deve ser interpretada na Igreja e com a Igreja; 2) Deve considerar os métodos histórico-críticos sem descartar a dimensão teológica e a tradição da Igreja; 3) Busca entender o sentido literal levando ao sentido espiritual, sempre com Cristo como centro da revelação.
A hermenêutica da Sagrada Escritura na Igreja deve seguir três princípios: 1) A Bíblia deve ser interpretada na Igreja e com a Igreja; 2) Deve considerar os métodos histórico-críticos sem descartar a dimensão teológica e a tradição da Igreja; 3) Busca entender o sentido literal levando ao sentido espiritual, sempre com Cristo como centro da revelação.
A hermenêutica da Sagrada Escritura na Igreja deve seguir três princípios: 1) A Bíblia deve ser interpretada na Igreja e com a Igreja; 2) Deve considerar os métodos histórico-críticos sem descartar a dimensão teológica e a tradição da Igreja; 3) Busca entender o sentido literal levando ao sentido espiritual, sempre com Cristo como centro da revelação.
A Bíblia é o livro da Igreja e por isso deve ser interpretada na
Igreja e com a Igreja. A Palavra de Deus deve ser lida e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrito, por isso é necessário que aqueles que a estudam e todo o Povo de Deus se aproximem dela por aquilo que ela realmente é: como Palavra de Deus que se nos comunica através de palavras humanas. Como diz Santo Agostinho, “não acreditaria no evangelho se não me movesse a isso a autoridade da Igreja Católica”. (P. 45) São Jerônimo recorda-nos que sozinhos nunca podemos ler a Escritura, pois a Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus. Uma autêntica interpretação da Bíblia deve estar sempre em harmônica concordância com a fé da Igreja Católica, em comunhão com a Igreja. Bento XVI ressalta que a Igreja reconhece os benefícios que a exegese histórico-crítica e os outros métodos de analise do texto, desenvolvidos em tempos mais recentes, trouxeram para a vida da Igreja. A história da salvação não é uma mitologia, mas uma verdadeira historia e, por isso, deve-se estudar com os métodos de uma investigação histórica séria. O Concílio Vaticano II da ênfase a dois aspectos. Por um lado, o estudo dos gêneros literários e a contextualização, ou seja, na visão histórico- crítica; e por outro lado, indica que a mesma deve ser interpretada, como já foi dito, com o mesmo Espírito com que foi escrita observando ainda a unidade de toda a Bíblia, a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé, ou seja, na visão teológica. Bento XVI, pede para que observamos esses dois modos que não podem ser separados. Não podemos ficar preso no texto passado para que não fazermos um história de literatura, não reduzirmos tudo ao elemento humano e não por em dúvida os mistérios fundamentais da Igreja. Como lembra João Paulo II, a fé e a razão são dois pilares fundamentais e inseparáveis, por um lado, é necessária uma fé que, mantendo uma adequada relação com a reta razão, nunca se estreite em leituras fundamentalistas. Por outro, é necessária uma razão que, investigando os elementos históricos presentes na Bíblia, se mostre aberta e não recuse conhecimentos previamente adquiridos pelos exegetas. No tocante ao sentido literal e o sentido espiritual da Escritura, lembra o documento da Igreja que “só se é fiel a intencionalidade dos textos bíblicos na medida em que se procura, no coração da sua formulação, a realidade de fé que os mesmos exprimem e em que se liga esta realidade com a experiência crente do nosso mundo”(P. 57). Diante disso, nos detemos no entendimento da partirmos do sentido literal para o sentido espiritual, buscando sempre superar uma superação da “letra”. Transcender o texto escrito, ir além, assim com São Paulo viveu plenamente em sua vida esta passagem. “ A letra mata, mas o Espírito vivifica”(2 Cor 3, 6). A Bíblia é uma coletânea de livro, porém, não o podem ser lidos e interpretados separadamente. Ela constitui, apesar de vários, “um único livro e este livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo sua realização”(P. 59). Existe uma unidade intrínseca em todos os textos, e isso caracteriza também a unidade entre o Antigo e o Novo Testamento, ou seja, eles se completam entre si, como Jesus declara no Evangelho de João, “ninguém pode anular a Escritura”. No Novo Testamento, se da o comprimento as Escrituras do povo judeu, no aspecto de continuidade, ruptura, cumprimento e superação com a revelação do Antigo Testamento. “Por isso os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado.”(P. 61). Neste contexto da relação do Antigo e Novo Testamento, ressalta o documento da Igreja que os que estudam a fundo os textos considerados obscuros e de difícil interpretação sejam exemplificados a todos os fieis, pois nenhuma parte da Escritura deve ser desconsiderada por aparecerem problemáticos. Chama atenção, este documento para as interpretações fundamentalistas que não respeitam o texto sagrado em sua natureza autêntica, promovendo interpretações subjetivas e arbitrárias, difundindo por exemplo interpretações anti-clericais das próprias Escrituras. A Igreja, estuda as Escrituras desde a antiguidade. O documento ressalta a importância do dialogo entre os pastores, teólogo e exegetas, pois esta cooperação ajudará no trabalho em favor da Igreja inteira. Mesmo que a Bíblia, não comunga de uma igualdade total no referente a alguns textos, a Igreja destaca os estudos bíblicos no dialogo ecumênico, observando que a Bíblia é um exímio instrumento da mão de Deus para a unidade que o Salvador oferece a todos os homens. Destaca-se o culto ecumênico, entretanto, não se pode substituir a participação na Santa Missa nos dias de preceito por um culto ecumênico. Além do mais, a interpretação bíblica não pode ficar só na intelectualidade. Devem ser usados métodos interpretativos adequados e que os estudantes tenham uma profunda vida espiritual, pois só é possível compreender a Escritura se a viverem. Por certo, que é na Igreja, que a Palavra de Deus deve ser rezada e interpretada, pois foi a Igreja quem por toda a história a carregou consigo. A Bíblia é a Palavra de Deus, é a história escrita do povo escolhido e foi através da Igreja que a Palavra se conservou até nos dias de hoje. A interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se não com a total colaboração dos que a vivenciaram verdadeiramente, os Santos. A santidade na Igreja representa uma interpretação da Escritura da qual ninguém pode prescindir. Não existe santidade sem a Palavra e é na santidade que a Palavra se torna viva.