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Todo comportamento reflete uma função adaptativa, implícita ou explícita,

contribuindo para a preservação da espécie. Segundo Trivers (1972), o comportamento


parental é definido como um investimento do progenitor para a prole, com a finalidade
de garantir sua sobrevivência e seu crescimento. Portanto, durante o período de
dependência dos filhotes, os genitores cuidam providenciando alimentação, abrigo e
proteção, e esses cuidados aumentam a probabilidade de sobrevivência e perpetuação da
espécie.

O sistema de cuidado parental é dinâmico e modulado por diferentes variáveis


neuroendócrinas, genéticas, biológicas ou ambientais, tais como variações hormonais,
estímulos sociais vindos dos filhotes e dos parceiros, experiência prévia no cuidado dos
filhotes, variações da temperatura, disponibilidade de alimento, coabitação, cópula e
sistema de acasalamento. É determinado pela quantidade de investimento necessária para
gerar e criar a prole, pela probabilidade de conseguir futuros acasalamentos e pela
sobrevivência dos filhotes se algum dos pais não está presente.

No caso dos aspectos que envolvem a reprodução, é preciso converter os recursos


disponíveis no ambiente em descendentes, o que envolve escolhas como quando começar
a reproduzir, quantos descendentes produzir a cada vez e ainda, a relação parental a ser
estabelecida com os mesmos. Nesse sentido, observa-se na natureza diferentes estratégias
de reprodução dentre elas, as K e r. De modo geral, aponta-se que os estrategistas K em
relação aos estrategistas r: 1. Demoram mais tempo para chegar a idade reprodutiva; 2.
Têm um período de gestação e amamentação longos com um longo intervalo entre eles;
3. O tamanho da ninhada é menor; 4. A responsividade materna é caracterizada por um
forte vínculo mãe-filhote; e, 5. Geralmente há presença de ajudantes no cuidado com a
prole (Machado, 2004).

Evolução da parentalidade na ordem primatas

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