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PCC – Primeiro Semestre

Tipo: Gênero: Lendas urbanas, fait divers, rumores

Texto I – Lendas Urbanas

Texto II – Em busca do Gênero Lenda Urbana

1) Quais são as características principais desse gênero?

Conforme apresentado nas considerações finais do texto: Em busca do


gênero lenda urbana de Carlos Renato Lopes, esse gênero para ser
interpretado necessita ser trabalhado em categorias, quais sejam: lendas
urbanas, fait divers ou rumores, a posteriori, deve-se levar em conta a fluidez
dessas categorias o que permite dizer que não se tratam de formas puras e
que são articuladas entre si. Portanto, após essas considerações, torna-se
impossível classificar as lendas como um gênero narrativo puro e simples.

Entretanto, conforme levantamento de Lopes há alguns fatores


observados que podem ser apontados como característica comum desses
gêneros, tais como, a ideia de antecipação e contradição, ou seja, as lendas
apresentam a capacidade de destacar opiniões contrárias. Além disso, as
lendas são destacadas por sua continuidade e por sua inserção em
comunidades específicas. Assim segundo, Lopes a vida de uma lenda não se
limita de uma vez por todas a essa circulação local, mas reinscreve-se
sempre, reencena-se e toma corpo e voz só mesmo aí num tal espaço, nessa
prática discursiva (Lopes, p-381).

Outro aspecto a observa-se nesse gênero é a dialogicidade entre


interlocutor e receptores, trata-se de um texto que traz para si o
reconhecimento do outro que possivelmente irá opor-se ao emissor.

Assim, Lopes aponta que as lendas são performances sociodiscursivas,


portanto, não se trata de um acervo de texto categorizado, mas sim, um
processo comunicativo localizado em contexto cultural específico. Além disso,
as lendas trazem consigo uma ideia de medo e crença. Muitas lendas são
compartilhadas no sentido de extravasar medos e ansiedades comuns e, com
isso, trazer o sentimento de libertação.

2) Qual a diferença entre lenda urbana, fait divers e rumores?

Conforme apontado na questão anterior, as lendas urbanas são


performances narrativas atreladas a um contexto socio histórico e que têm
como características a constância e continuidade da narrativa ainda que
interlocutores tenham a tendência de oporem-se a ela em um movimento
de medo e crença. As lendas nascem, muitas vezes, de um contexto de
medo e insegurança e têm por finalidade, proporcionar o alívio dessa
tensão via o compartilhamento.

Alguns autores apontam os fait divers e os rumores como uma


derivação das lendas. Assim sendo, os rumores têm a característica de
não trazerem elementos narrativos e não se perpetuarem. A principal
marca do rumor, no entanto, é sua capacidade de difusão, que se muito
ampla, pode levar à lenda. No entanto, tanto o rumor quanto a lenda
trazem em si o aspecto semelhante de desafiar a crença e criar opostos.

Além disso, os rumores quando disseminados em boatos podem


crescer e partir desse instante tornarem-se lendas, pois ganham força
narrativa. Lopes, aponta que temas perigosos e virulentos podem facilitar
ainda mais o arrastamento desses rumores levando-os ao status de
lendas.

Os fait divers, no entanto, são um tipo de notícia que ecoa, geralmente


advindo de um fato curioso. Nesse caso, há um elemento de surpresa e
de reviravolta nos fait divers, que justamente o faz disseminar, pois quebra
com a expectativa da narrativa. Portanto, um evento casual e socialmente
presumível acaba apresentando um final diferente do estereótipo do
momento.
3) Quais as considerações feitas no ensaio sobre o conceito de gênero?

Segundo os estudos de Lopes, o gênero é a interpretação do real a partir


da produção de linguagem. Assim, essas produções apresentam certas
regularidades ou convencionalidades que estão consubstanciadas em
conhecimentos enciclopédicos que nos permitem interpretação.

É, portanto, o reconhecimento dessas regularidades que permitem ações


interpretativas. Ainda assim, o gênero vai além da estrutura e apresenta
também uma prática social e histórica que envolve os indivíduos, a língua e
sua história. Segundo Lopes, autores apontam, ainda, que o gênero por essa
natureza dupla não pode ser visto como algo estanque, mas sim fluido, e que
um texto traz em suas fronteiras gêneros diversos. Assim sendo, o gênero se
insere no texto e em suas partes.

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