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Aula 1 – TCC – Projeto de Pesquisa – Prof Dani

 Anatomia da Pesquisa
 Qual é a pergunta que desejo responder na
pesquisa? Quais respostas eu posso encontrar?
Qual tipo de estudo precisa ser feito?
 Variáveis: características especificas daquela
população que eu quero pesquisar.
 Aspectos Estatísticos: depende do tipo de estudo
e tamanho do estudo; número de indivíduos que
farão parte do estudo e local de realização da
pesquisa.
 Critérios de inclusão: sujeitos, idade, local
(HNSC)...
 Critérios de exclusão: alguma situação que por
algum motivo que entraria na pesquisa não pudesse entrar. Ex: prontuário incompleto, comorbidade associada,
MTX não relacionada ao CA pesquisado...
**Menor de 18 anos não é um critério de exclusão, pois ele já não entraria no trabalho.

 Aspectos Gerais
 HG: Hora Glúteo -> tempo sentado e dedicado ao TCC. Em média 200 HG em todo o processo (3h/sem)
 Inicialmente:
1. Estabelecer a pergunta de pesquisa;
2. Determinar qual será a população abordada;
3. Identificar as variáveis que serão necessárias;
4. Escolher a melhor forma de coletar dados;
5. Como fazer e analisar o banco de dados;
6. O objetivo da pesquisa;
**É a incerteza sobre algum tema na população que o investigador quer resolver, através de aferições nos sujeitos de
pesquisa.
 A pergunta é FINER?? Factível, Interessante, Nova, Ética, Relevante.
Factibilidade: se é possível de fazer; número adequado de sujeitos; viável quanto a tempo, dinheiro e alcance.
Interessante: confirma ou rejeita achados prévios; amplia achados prévios; proporciona novos resultados; motivação
dos investigadores.
Ética: deve atender as questões éticas
Relevante: para o conhecimento científico; para políticas de saúde e clínicas; para o futuro da pesquisa.
 Uma boa resposta depende de uma boa pergunta
 Componentes de uma boa questão de pesquisa: Critérios PICO -> População, Intervenção, Controle (comparação),
Outcome: variável de desfecho
Exemplo: Qual a efetividade do ATBC norfloxacino no tratamento da infecção urinária em mulheres? P=mulheres,
I=ATBC, D=infecção
 Uma boa questão de pesquisa exige conhecimento amplo do problema a ser investigado -> Imersão no assunto;
Revisão de literatura; Organizar as ideias; Tornos o problema concreto e explícito; Discussão com pessoas
experientes no tema.
 Questão de pesquisa -> formulação dos objetivos: questão definida e clara; de
forma direta e com brevidade; frases concisas, redigidas de forma impessoal;
verbos no infinitivo; sequência lógica.
 POPULAÇÃO: É a população para a qual serão inferidos os resultados do
estudo. Depende de qual é a pergunta científica. São todos os indivíduos. EX:
Todos os indivíduos com CA colorretal acompanhados no HNSC -> AMOSTRA é
uma parcela dessa população, quando não se tem condições de trabalhar com
todos.
População Externa: todos os indivíduos para quem deseja-se
generalizar os resultados. Outras populações.
População Alvo: grupo restrito de pessoas sobre o qual o
estudo poderá fazer inferências. Ex: todos os indivíduos
admitidos em hospitais com diagnóstico de IAM.
População Real/Fonte: Indivíduos elegíveis para o estudo. Ex:
todos os indivíduos admitidos nos 10 hospitais com
diagnóstico de IAM no ano de 2014
População em estudo/amostra: subconjunto da população
real efetivamente estudado. Ex: 1000 individuos admitidos em
10 hospital com diagnóstico de IAM no ano de 2014

 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: define as principais características da população alvo que são pertinentes a questão de
pesquisa: sexo, área geográfica, idade...
 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: define as principais características da população alvo que podem influenciar a condução
do estudo: incapacidade em responder o questionário; características que implique em perdas durante o estudo;
características clínicas que podem causar confundimento...

 Quantas pessoas entrevistar?


Cálculo de tamanho de amostra: prevalência do meu desfecho; número total da população.
Não é preciso calcular: quando será abordada toda a população em sua totalidade; quando a pesquisa irá abranger
um período específico.

 Desfecho e Exposição
 Desfecho ou variável dependente: é o evento em investigação supostamente causado pelo fator em estudo, por
exemplo: doença. Complicação, efeito terapêutico... Consequência.
 Exposição, Fator em estudo, variável preditora ou variável independente: o que determina o desfecho de
interesse, por ex: fator de risco, de exposição, prognóstico, etc. A variável preditora “causa” o desfecho. Causa.
 Como Diferenciar?? Ordem temporal: a variável que ocorre primeiro é a independente -> é o fator determinante
para que ocorra um determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou consequência;
é o estímulo que condiciona uma resposta.
Fumo materno -> Peso do RN
Aleitamento materno -> resistência a infecções na infância.
 Variável dependente: é aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado, consequência ou resposta de algo
que foi estimulado; não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação da variável
independente.
Ex: variáveis relacionáveis. As crianças que foram bloqueadas em suas ações mostram-se mais agressivas do que
aquelas que não o foram.
- Variável independente: ter ou não ter o bloqueio; Variável dependente: grau de agressividade
 Variáveis:
 Qualitativas (Qualidade, não estão relacionadas a números)
1) Nominais: a) Dicotômica (Ex: sexo; 2 possíveis situações) ou b)
Politomica
2) Ordinais (Respeita uma ordem Ex: escolaridade)
 Quantitativa
1) Discretas (Números inteiros; Ex: número de alunos)
2) Contínuas (Médias, com números fracionados; Ex: média de peso,
altura, idade)

Uma variável pode assumir valores que expressam:


 Qualidades ou categorias -> Qualitativas (Bom, ruim, bonito, feio, alto, baixo)
 Quantidade ou número -> Quantitativas (1,2,3,4.5,51678)

 Variável Qualitativa
Apresenta como possíveis valores, qualidades ou atributos dos indivíduos pesquisados, e pode ser expressa de duas
fomas: Nominal ou Ordinal
a) Ordinal: quando a ordem dos valores interfere na interpretação. Os dados se distribuem em categorias que têm
uma ordem hierárquica. EX: Grau de instrução (fundamental, médio, superior); Escola de coma de Glasgow (3 a
15); Estadiamento de cânceres (I,II,III,IV)
b) Nominal (categórica): quando a ordem dos valores não interfere na interpretação. Os dados se distribuem em
categorias nominais.
Dicotômica: 2 categorias -> sexo, doente (sim/não)
Politômica: mais de 2 categorias -> raça/cor, grupo sanguíneo
Variáveis categóricas podem ser:
- Escolha múltipla: quando mais de uma resposta é aceita. Ex: sintomas – febre, cefaleia, etc
- Mutuamente excludente: quando apenas uma opção é possível. Ex: qual a ocupação da pessoa entrevistada 1.
Professor 2. Estudante.

 Variável Quantitativa
- Informações relativas a uma população expressas em valores ou quantidades numéricas, que podem ser medidos ou
contados. Expressas de duas formas: discreta ou contínua
Discreta: número contável de valores (números inteiros). Ex: número de filhos; de leitos hospitalares; anos completos;
episódios de diarreia
Contínua: intervalos quantificáveis que podem assumir qualquer valor e entre dois pontos. Admite infinitos valores,
inclusive fracionais. Ex: idade, PA, BT, Hematimetria.
Vantagens das variáveis contínuas: fornecem níveis de informações maiores; Podem ser transformadas em
qualquer tipo de variáveis; Aceitam transformações matemáticas (log, raiz quadrada..)

 Coleta de Dados
 Elaboração de questionário; Recrutamento dos participantes
*Caract sociodemográficas: Sexo, idade, etnia, escolaridade, procedência
 Logística da coleta de dados (busca de dados 1x por semana por ex)
 Controle de qualidade *Muitas vezes é feito um estudo piloto antes
da coleta de dados para avaliar a confiabilidade dessas informações.
Sempre buscar as informações de forma fiel; Estudo piloto; Ética.

 Um Questionário deve ter/ser:


- Apropriado; claro; sem viéses (questões diretas para evitar questões duplas); capaz de conter todas as possíveis
respostas; testado (preferencialmente); ético
**Depende muito do tema, em algumas situações, auto-aplicável é melhor, mais dinâmico (ex: adulto, alunos de
medicina); Situações mais especificas como ambulatório em idosos, talvez seja melhor entrevista.
**Importante ter o número de cada questionário/prontuário, pois pode faltar informações. Se souber o indivíduo pelo
número, pode procurar no sistema/prontuário, caso contrário, o paciente será desclassificado da pesquisa.
**Protocolos bem elaborados podem ser desenvolvidos várias vezes.

 Características de um bom questionário:


a) Reprodutibilidade: habilidade de consistência dos resultados obtidos, quando repetido em tempos diferentes ou
por observadores diferentes.
b) Validade: habilidade para mensurar o que realmente se propõe a medir.
c) Sensibilidade às mudanças: habilidade da escala em detectar alterações em razão de um tratamento ou mudanças
associadas à própria história natural da doença.

 Como montar o questionário?


 Agrupas as questões de acordo com o tipo de informações obtidas: dados demográficos, comportamento,
conhecimento...; Uma ideia, uma questão.
 Evitar: perguntas ambíguas; perguntas capciosas (Ex: “Você concorda com a maioria da população que afirma que
o SUS não funciona bem?); perguntas duplas (Ex: “Você acha que o brasileiro deve comer menos e se exercitar
mais”); perguntas com jargão e terminologia técnica; excesso de siglas e abreviações.

 Qual o formato e a sequência das perguntas?


 Instruções claras; Definir a temporalidade das questões: presente, passado, futuro
 Agrupas as questões de acordo com área; Evitar questões controversas logo no início: “conquistar” o entrevistado
 Preferir ir do geral para o particular.
Formatos: Categorias simples -> SIM/ NÃO; Fácil entendimento -> NÃO SEI/ NÃO SE APLICA
Rápidas para resposta e análise; Questões abertas
Escalas: Discordo totalmente (1); Discordo (2); Sem opinião (3); Concordo (4); Concordo totalmente (5)
Símbolos: Circule a alternativa mais adequada

 Recrutamento
 Abordagem do paciente: explicar o estudo; Mostrar o que ele pode ter de benefício através dos resultados.
 Recusas: quando o indivíduo se recusa a participar; não tem interesse; não entendeu; medo ou constrangimento.
 Perdas: não conseguiu contato (pelo menos 3 tentativas em diferentes horários).
**TCLE juntamente com os questionários devem ser completos e guardados por no mínimo 5 anos.

 Análise das Respostas


 Digitação dos dados: programas específicos -> Epinfo, Epidata são os mais usados; Evitar o uso do Excel
 Análise dos dados: programas específicos -> Epinfo, SPSS, Stata.... Tipo de testes específicos que serão utilizados:
depende das variáveis que serão coletadas.

Estudo Piloto -> Estudo preliminar com objetivos de: testar o questionário elaborado; avaliar a logística da coleta de
dados; realizado em uma população que não fará parte do estudo.

Logística -> Toda a organização do trabalho de campo, o cronograma e o orçamento; Definir o nº de entrevistados/dia;
Tipo de transporte para o entrevistador; Tempo gasto com a aplicação do questionário; Detalhes práticos da pesquisa

Controle de Qualidade -> Preocupação em todas as fases dos estudos: aplicação dos questionários; mensurações;
supervisão do trabalho de campo; codificação e entrada de dados.

 Aspectos Éticos
 CEP
 TCLE: explicar claramente os objetivos da pesquisa; solicitar a permissão para realizar a entrevista; ao ser
identificação um problema de saúde encaminhar para o serviço de saúde; Em pesquisas com dados coletados de
prontuário, não é necessário TCLE.

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