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REVISÃO

O período entre 1890 e 1940 testemunhou profundas mudanças nas sociedades


americanas e européias que influenciaram a produção artística. Exemplos dessas
mudanças foram a industrialização acelerada, descoberta de novas tecnologias,
migração do campo para a cidade e o nacionalismo. Além disso, o mundo presenciou
as catástrofes que foram as guerras mundiais.

Nesse período, os psicólogos questionaram sobre o que é ser humano. Freud


desenvolveu a psicanálise, teorizando que o comportamento humano deriva de
desejos inconscientes que são abafados pela cultura. Nesse período também houve
uma busca pela explicação do sonho humano, teorizado como janelas para os
conflitos internos.

Essas abordagens desafiaram o ponto de vista romântico que coloca os indivíduos


como protagonistas de suas ações, colocando então o ser humano como dependente
das forças internas e sociais.

Na noção romântica da arte como janela para o divino os artistas valorizavam seu
trabalho como um fim em si mesmo. O sucesso era alcançado não pela aceitação do
povo, mas pela admiração e reconhecimento nos altos círculos intelectuais e artísticos.

No final do século XIX muitos artistas procuravam criar obras de maneira não usual.

O períodos da música classificados como modernismo e contemporâneo englobam


uma ampla gama de tendências e sub estilos tornando este um período de grande
riqueza e variedade na produção musical. Apesar dessa variedade, podemos apontar
como um denominador comum entre estas tendências a quebra de padrões,
experimentações radicais e inovação. Algumas características relacionadas à música
desse período são:

A) melodias, curtas e fragmentadas, dissonantes, não cantáveis e complexas; b)


harmonias dissonantes, acordes formados por aglomerados sonoros e muitas vezes a
ausência de regras harmônicas; c) ritmos vigorosos, dinâmicos, exóticos e complexos,
com polirritmia, métricas não usuais e mudança frequente de compasso no decorrer
da peça e d) exploração de diferentes combinações de timbres, novos instrumentos,
texturas sonoras, maior exploração da percussão e uso de novos tipos de
instrumentos, tais como instrumentos exóticos e eletrônicos.

IMPRESSIONISMO

Técnica de pintura desenvolvida por pintores franceses na qual as representações


eram claras e exatas, apenas capturando as impressões e sugestões dos objetos e
paisagens relacionados. Apesar deste estilo ser reconhecido nos dias atuais, na época
foi mal recebido, sendo alvo de duras críticas tais como falta de técnica ou talento ou
que os quadros estavam inacabados, inclusive o termo impressionismo foi dado de
forma pejorativa.

O SIMBOLISMO foi um movimento claramente não realista, surgido logo após o


impressionismo, predominantemente nas artes literárias. Os poetas simbolistas se
revoltaram contra o realismo das palavras sendo usadas com a intenção de dar a
exata definição de algo. Eles queriam que as palavras desempenhassem funções mais
livres o possível, sem ter que se enquadrar em frases ou sentenças. O significado de
um conjunto de palavras seria vago, ambíguo e esotérico, mas também rico, musical e
sugestivo.

A música era exatamente o que os simbolistas desejavam. Eles eram fascinados


com o drama musical de Wagner e com os símbolos. A música de Debussy é
geralmente associada ao impressionismo, embora seja mais próxima ao simbolismo.
Ele procurou investigar novas sonoridades para a orquestra e o piano, desenvolveu
novas harmonias e combinações de timbres e novas formas de expressão musical.
Pode-se observar em sua música que ele evita sonoridades pesadas, mergulhando no
sutil, misterioso, subjetivo e sugestivo. Seus temas são geralmente fragmentários, sua
harmonia vaga e a tonalidade, muitas vezes, vaga. A música orquestral consiste
geralmente em uma simples totalidade onde os instrumentos, individualmente,
combinam em certos momentos, enriquecendo a cor e a textura, associando-se com
as sensações da pintura impressionista.

A música de Debussy evoca estados de alma, sentimentos, atmosferas e cenas.


Assim como na poesia simbolista, a sintaxe natural é interrompida e a nossa atenção
se dispersa. Ele cria imagens musicais através dos motivos, harmonias, escalas
exóticas e justaposições. Os motivos não são desenvolvidos, mas são repetidos com
algumas mudanças. Geralmente sua música é associada às águas, vento e vistas
naturais, por exemplo, chuva, jardins e misticismo.

RAVEL

É geralmente associado ao Debussy como impressionista e muitos de seus


trabalhos se encaixam nesta definição entretanto, sua música engloba uma grande
variedade de influências desde impressionistas até as formas tradicionais com
melodias diatônicas e linguagem tonal.

O lado impressionista de Ravel pode ser representado pela peça jeux d’eau (fontes/
chafariz). Pode-se ver uma técnica Lisztiana (virtuosa) com texturas aquáticas similares
as de Debussy.

Nas peças como Gaspard de la nuit, minoirs e rapsódia espanhola, Ravel incorpora
ideias da antiga escola francesa e da tradição clássica. Podemos ver as influências da
tradição barroca francesa (suítes e danças) em Le tombeau de Couperin (memorial
para Couperin). O interesse nas formas clássicas pode ser observado na Sonatina.

MÚSICA POPULAR

O crescimento desses estilos estava paralelo a maior prosperidade econômica,


tecnologia e a crescente importância dos EUA no cenário mundial.

Um tipo de música que estava presente em vários contextos foi a canção popular,
tocada em cabarets, cafés, salões, teatros e publicadas para o mercado doméstico.
Cada região tinha seu estilo e repertório próprios.

Um importante gênero que surgiu foi o musical ou comédia musical que continha
canções e danças oriundas da música popular com um libreto cômico ou romântico.
George Edwards estabeleceu esse gênero após várias coletâneas de shows e musicais
em Londres em 1890.

Muitas produções musicais britânicas se instalaram nos EUA fazendo a Broadway


se tornar o principal centro de musicais.

MÚSICA PARA FILMES MUDOS

No início os filmes ainda não possuíam áudio, dessa forma era comum a presença
de músicos, especialmente pianistas e organistas que tocavam trechos de peças ou
improvisavam algo que estivesse relacionado com o drama de determinada cena do
filme. Em grandes teatros e produções, conjuntos musicais tocavam músicas
arranjadas ou compostas para cada filme. A ópera influenciou muito o
desenvolvimento da música para os filmes.

MÚSICA PARA BANDAS

A tradição de bandas amadoras e militares continuava forte na Europa e América do


Norte. Nos EUA e Canadá as bandas se estabeleceram em escolas e faculdades
tocando em eventos esportivos e festividades. O século XX esforçou-se para
estabelecer um repertório sério para bandas para competir com o repertório já
consolidado da orquestra, já que as bandas são culturalmente associadas ao
amadorismo.

As bandas de metais eram uma das principais formas que os afro-americanos


apreendiam música, junto com as Igrejas e orquestras para danças. Essas bandas
tocavam pela notação com pouca improvisação adicionando bastante swingue à
execução.

RAGTIME

Foi um popular estilo, principalmente no piano, que predominou por volta de


1890-1910. É caracterizado por ritmo sincopado contra um ritmo regular de marcha no
baixo. Esta síncope é aparentemente derivada de ritmos de palmas e batuques
africanos, pois a ênfase nos tempos fracos em uma voz contra outra regular é comum
na música africana. Scott Joplin (1867-1917) foi um dos maiores expoentes. Filho de
escravo, estudou música em Texas Kana, Texas, EUA.

BLUES

Possui elementos rurais e afro-americanos. As letras geralmente falam de


desilusões, problemas e sofrimentos que produzem um estado mental de tristeza.
Utiliza como forte elemento expressivo o bend (glissando de semitom) na terça, quarta,
quinta e sétima da escala musical além da síncope.

INÍCIO DO JAZZ

Parece ter começado com a mistura de ragtime, dança e elementos do blues.

New Orleans: berço do jazz. Esta cidade possui características francesas e


espanholas diferenciando-se das demais partes dos EUA. Antes da emancipação foi
um dos únicos lugares onde escravos podiam se reunir em público. Além disso, a
cidade possui influências do Caribe, Haiti e Cuba. As bandas de dança misturaram
elementos musicais oriundos dessas culturas com elementos europeus. As pessoas
passaram a denominar de Jazz o ragtime tocado em New Orleans popularizando o
termo jazz.

O jazz se diferenciou do ragtime na maneira de tocar: O ragtime segue estritamente


a notação enquanto no jazz, os músicos faziam arranjos próprios às peças e
realizavam improvisações, fazendo cada execução da mesma peça ser única e
diferente para cada músico.

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