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Zonas Húmidas De Cabo

Poster · June 2005


DOI: 10.13140/RG.2.2.32327.60328

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Aline Rendall Monteiro


University of Cape Verde
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JORNADAS DO INIDA - Instituto Superior de Educação 24 de Junho de 2005

Aline Rendall Monteiro


Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário
Departamento de Ciências do Ambiente

INTRODUÇÃO

As zonas húmidas são áreas em que a água é o principal factor que controla o meio e a vida vegetal ou animal relacionada com ele. De acordo com a Convenção de Ramsar as zonas húmidas são:
“Extensões de marismas, pântanos e turfas, ou superfícies cobertas de agua, sejam estas de regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias, estagnada ou corrente, doces, salobras ou
saladas, incluindo as extensões de água marinha cuja profundidade em maré baixa não exceda de seis metros".
Compreendem uma ampla variedade de tipos de habitat, inclusive rios e lagos, lagoa costeiras, mangais e até recifes de corais. Por outro lado, existem zonas húmidas artificias, como criadores de
peixes e camarões, terras agrícolas irrigadas, salinas, diques e canais. Um dos ecossistemas mais produtivos da terra, sendo fontes de uma vasta diversidade biológica. Sustentam elevadas
concentrações de aves, mamíferos, repteis, anfíbios, peixes assim como vários grupos de espécies de invertebrados.

IMPORTÂNCIA

Abastecimento de água (quantidade e qualidade);


Pesca (mais de dois terços de peixes capturados no mundo);
Agricultura, (manutenção de lençóis freáticos e a retenção de nutrientes);
Produção de madeira;
Recursos energéticos (turfa e material vegeta)l;
Biodiversidade (habitat de vida silvestre- Aves e plantas principalmente);
Transportes;
Possibilidades recreativas e de turismo.
Património cultural da humanidade;
Zigophyllum fontanesi
Fontes de inspiração estética, Arenaria intrepres na lagoa de Pedra Badejo

ZONAS HÚMIDAS DE CABO VERDE

O arquipélago de Cabo Verde, devido a sua situação geográfica e condições climáticas, é um país pobre em recursos hídricos, não existindo nenhum curso de água doce estagnada permanente. Na
maioria dos casos a existência e a tipologia de zonas húmidas descritas pela convenção de Ramsar é reduzido a extensões de água salgadas temporárias e permanentes. No entanto, são relevantes tanto
pela ocorrência de agrupamentos de espécies vegetais halófitas, como pela presença e reprodução de aves migratórias. Foram identificadas sete lagoas salinas com importância à luz da convenção de
Ramsar, a saber: Lagoa de praia da Varandinha, Lagoa de Porto Ferreira, Lagoa de Curral Velho, Lagoa de João Barrosa, Lagoa de Rabil, Lagoa de Cabeça de Salina (Boa vista), e Lagoa de Pedra
Badejo (Santiago), que são relevantes tanto pela ocorrência de agrupamentos de espécies vegetais halófitas, como pela presença e reprodução de aves migratórias.

Lagoa De Rabil
Lagoa De Pedra Badejo
Situada a noroeste da ilha de Boavista, aproximadamente à 3,5 km a sul
de Sal Rei, a vila principal entre a N 16º 08 16 e W 22º 54. Com cerca de
Lagoa salgada, permanente, situado a este da ilha de Santiago e a sul de
2Km (este- oeste) e cerca de 0.7Km Norte – Sul, ocupa uma área de
Pedra badejo, a área de cerca de 1 ha, a 1,5m do nivel do mar, entre as
3km2, sendo o maior curso de água da ilha. É alimentada pelo mar e
coordenadas N15º 08 e W 23º32. É alimentada na época das cheias pelas
pela pelas cheias que chegam da Ribeira grande durante a época das
Ribeiras dos picos, Ribeira Montanha e Ribeira seca.
Lagoa de Pedra badejo
Lagoa de Rabil chuvas (Hazevoet, 2003; IUCN, 2003).

Lagoa De Praia De Varandinha Lagoa De Cabeça Salina

Localizada na costa sudeste da ilha de Boavista, entre N16º03 e W22º58 a Situada a sudeste da ilha de Boavista, à 500m do porto de Farrapa e à
Lagoa de praia de varandinha, encontram-se a menos de 500 metros da aproximadamente 4,5 Km da Povoação Velha (população mais próxima),
praia, são de carácter temporárias, paisagem única dentro num lugar entre a N 16º 016 e W 22º 57. Com cerca de 800 m de diâmetro, esta
apropriado a zona de ponta de varandinha deve protegida, tanto pela lagoa de carácter permanente, é alimentada principalmente pelas águas
paisagem única da lagoa quanto pela importância da praia sitio de da praia da de S. Roque. Onde se registrou o maior número de indivíduos
nidificação do guincho. de perna Longa nos meses frios de 2004 /2005 (P. L. Suárez) Lagoa de Cabeça de Salina
Lagoa de Ponta de Varrandinha
Lagoa De João Barosa Lagoa De Curral Velho

Lagoa de Curral Velho é de natureza temporária, encontra-se localizada


Localiza-se a sudeste da ilha de Boavista, a cerca de 5km da lagoa de a sudeste da ilha da Boavista, entre N15º 59 e W22º 47. Tem cerca de
Curral Velho. Dividido em duas zonas alagadas, entre as coordenada 500 m (ou mais) de comprimento e 100 (ou mais) de largura). É
N16º014 W 22º 44 e a outra em N16º 017 W22º 44. Distam cerca de 800m alimentada pelas marés vivas que chegam da partir da praia adjacente
uma da outra. Situadas entre 300 e 700m da costa (praia João Barrosa). de Curral Velho. Assim como as outras lagoas temporárias da ilha, a de
Alimentadas pelas marés vivas e pelas cheias que chegam da Ribeira de Curral Velho também se enche nos meses de chuva e seca nos meses
Lagoa de João Barrosa Outubro 2003* Fonte: Natura
João Barrosa durante a época das chuvas. seco.

Tabela 2: Algumas Espécies de Aves Registradas nas Zonas Humidas de Cabo Verde
Vegetação Das Zonas Humidas
Categoria Lista Verm
A vegetação predominante é constituida principalmente por espécies típicas de Nome
comunidades das praias, onde se pode identificar espécies como: Zygophyllum sp. Vulgar Cientifico
Tamarix senegalensis, Swaeda vermiculata, Zygophyllum waterloti, Cistanches sp. Calidris canutus
(endémica de Cabo Verde), Cyperus maritimus, Sporobulus spicatus, Asparagus Calidris pusilla
squarrosus (endémica de Cabo Verde) e Lotus brunneri (endémica de Cabo Verde), Calidris temminckii
Sesuvium portulacastrum, Arthrocnemum glaucum Pirlito Sanderlingo Calidris alba Residente Nc
Calidris ferruginea Migratório
Tamarix senegalensis
Calidris alpina Migratório Nc
Charandrius hiaticula Migratório Nc
Fauna das zonas humidas de Cabo Verde
Borelho-de-coleira Charandrius alexandrinus Residente Nc

A macrofauna é fundamentalmente constituída fundamentalmentpor espécies de aves Maçarico-galego Numenius phaeopus Migratório Nc
migradoras do Norte de África e do Continente Europeu, das quais se destacam: Numenius arquata Migratório Nc
Calidris alba (Pilrito-sanderlingo), Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta), Numenuis Limosa lapponica Migratório Nc
phaeopus (Maçarico-galego), Arenaria interpres (Rola-do-mar), Himantopus Rola-do-mar Arenaria interpres Migratório Nc
himantopus (Pernalonga) e Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira) Platela Tarambola-cinzenta Pluvialis squatarola Migratório Nc
Aves na lagoa de Pedra Badejo
leucorodia (Colheireiro), Egreta garzeta, Himantopus himantopus.. Pluvialis dominica
Garça branca Egreta garzeta Migratório Nc

Recursos utilizados Garça real Ardea cinera Migratório Nc


Garça boeira Bulbucus ibis
Perna longa Himantopus himantopus Migratório Nc
Geralmente as lagoa são utilizadas para o lazer e extracção de água para uso doméstico (épocas de crise) pelas populações
locais, pesca de peixes (tainha) e camarão. Guincho Pandion haliaetus Residente R
Charadrius hiaticula Migratório Nc
Ameaças Gallinago gallinago Migratório Nc
Perna Verde Tringa nebularia Migratório Nc
As principais ameaças que afetam as zonas humidas de Cabo Verde estão associadas com o desenvolvimento da indústria de Tringa totanus Migratório Nc
turismo, o uso de cal para captura de camarão, assim com a extracção de areia e água para construção civil. Tringa glareola Migratório Nc
Tringa hypoleucos Migratório Nc

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