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CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA
6. Constituição de 1976
1ª Génese e versão originária: consagração de um regime político-
económico de natureza mista: influência ideológica socialista (terminologia)
garantia da propriedade e da iniciativa privada.
2ª Evolução:
1º. Revisão – 1982 – actualização da linguagem;
2º. Revisão – 1989 – actualização estrutural – consagração de um
regime político-económico intervencionado;
3º. Revisão – 1992 – Revisão extraordinária;
4º. Revisão – 1997 – apuramento do regime de mercado.
9. A Constituição Económica
A tipologia das Constituições Económicas, consiste nos vários modelos
consagrados ao longo do tempo para ordenar as relações de produção no
contexto das Constituições Políticas; existem três tipos fundamentais que podem
ser encontrados durante o séc. XX:
· Tipo Liberal: caracterizando-se por um mínimo de normas económicas
e pela garantia da propriedade e da iniciativa privada;
· Tipo Socialista: que foi adoptada na URSS e surgiu ao longo do séc.
XX em todos os Estados que adoptaram o Sistema Socialista baseando-se
na intervenção do Estado na planificação da Economia e na restrição por
vezes total do Sector Privado;
· Mercado regulado: este tipo contempla diversas formas desde o
dirigismo visível na nossa Constituição de 33 até ao actual modelo de
mercado intervencionista e caracteriza-se pela atitude activa do Estado
face à Economia.
REGULAÇÃO DO MERCADO
CONTRATOS DE FINANCIAMENTO
36. Factoring
É a actividade parabancária, que consiste na aquisição de créditos a curto
prazo, derivados da venda de produtos ou da prestação de serviços, no mercado
interno e externo. Encontra-se previsto no ordenamento jurídico português
desde 1965, na qualidade de actividade parabancária típica, e já em 1986, foram
regulamentadas as sociedades de factoring (DL 171/95 de 18 de Julho):
a) A actividade de factoring é definida com uma cessão de financeira,
consistindo na aquisição de créditos de curto prazo, derivando da venda
de bens ou da prestação de serviços, tanto no mercado interno como no
externo;
b) Aquela actividade só pode ser desenvolvida por sociedades de factoring
e pelos bancos;
c) O contrato de factoring tem sempre forma escrita e nele intervêm o
factor ou cessionário e o aderente ou cedente dos créditos;
d) O direito subsidiário aplicável às sociedades de factoring é o regime
geral das Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras.
As sociedades que tenham por objecto a actividade de factoring têm que
constituir-se sob a forma de Sociedade Anónima, não podendo desenvolver
qualquer outra actividade. Modalidades:
· Serviço completo (Full Factoring): trata-se de um acordo
consubstanciado através de um contrato do qual o fornecedor se
compromete a ceder sistematicamente a uma sociedade de factoring todos
os seus créditos provenientes da venda de mercadorias ou da prestação
de serviços e que esses créditos se encontram representados por facturas
ou por outra documentação equivalente.
· Factoring com recurso: os aspectos da cobrança e antecipação dos
fundos são privilegiados, o factor não classifica os devedores, limitando-se
a uma análise sumária da sua credibilidade, não garante o risco de crédito
e reserva o direito de regresso sobre o aderente no caso de insucesso das
cobranças; obriga o factor a uma análise mais complexa e pormenorizada
da aderente e do produto ou serviços fornecidos.
· Matority factoring: a grande incidência nesta versão verifica-se na
prestação de serviços, não sendo praticamente contemplada a
componente financeira.
· Bulk factoring: o factor apenas procede à antecipação dos fundos e
não efectua qualquer prestação de serviços; consiste no desconto de
facturas, com a diferença que os créditos são efectivamente cedidos ao
factor (na prática).
· Factoring confidencial: destina-se a aderentes que necessitam da
antecipação dos fundos mas que têm o seu próprio serviço de cobranças
pelo que não pretendem usar o factor.
37. Franchaising
Este não é propriamente um contrato de financiamento, embora esta
operação esteja presente, mas reflexamente, pelo que constitui uma das
características do contrato.
Trata-se essencialmente de um contrato de expansão e desenvolvimento,
para o franquiador, e a possibilidade de iniciar uma nova etapa da sua vida
empresarial, para o franquiado. Dispondo de um mercado mais vasto, com um
mínimo de investimento, ao contrário das filiais, em que o investimento é
integralmente suportado por uma única estrutura empresarial, no franchaising o
franquiador conta ainda com os pagamentos do franquiado: prestações
periódicas e preços de aquisição dos produtos, residindo aqui, o elemento
dinamizador de expansão e desenvolvimento. Juridicamente o franchaising é um
contrato atípico. Isto quer dizer que se trata dum contrato que não tem regime
jurídico próprio, ao contrário da locação financeira e do factoring, os quais são
contratos tipificados na lei. O contrato de franchaising, consiste num sistema de
distribuição em que uma parte (o franchisador) concede a uma outra parte (o
franchisado) o direito de distribuir os produtos ou prestar serviços e a explorar
um negócio de acordo com um dado sistema de marketing, com o mínimo de
risco e de investimento. Atendendo a este facto, toda a sua disciplina, no nosso
ordenamento jurídico se reporta à parte geral dos contratos, onde impera o
princípio da liberdade contratual das partes (art. 405º e segs. CC). À luz deste
princípio (autonomia privada), cabe às partes fixarem, em termos vinculativos, a
disciplina que mais lhe aprouver, desde que conforme com a lei.
a) Contrato de franchaising de distribuição: é o contrato pelo qual o
franquiado se obriga a vender determinados produtos num
estabelecimento seu, mas com o nome e imagem do franquiador, ou seja,
o contrato visa a comercialização de determinados produtos do
franquiador.
b) Contratos de franchaising de serviço: o franquiado oferece serviços
sobre a insígnia, o nome comercial ou a marca do franquiador, garantir a
qualidade dos serviços fornecidos por operadores independentes sob a
imagem e indicação dos franquiadores.
c) Contrato de franchaising de produção industrial: o franquiado fica
autorizado, mediante o fornecimento know-hout, por parte do franquiador,
a produzir bens que depois vende sob a marca deste, resumindo, o
sistema franquiado tem por objecto o fabrico e venda de um determinado
produto.
Os direitos permanentes (do franchisador) são normalmente indicados como
principal fonte de rendimento do franchisador e constituem a maior contribuição
para as suas despesas centrais, podem ser pagos numa das três formas:
- Um royalty, uma percentagem fixa do volume de negócio, sobre o
volume dos negócios.
- Uma margem sobre o preço dos materiais adquiridos ao franchisador;
- Um montante regular fixo por estabelecimento.