Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEGRAVAÇÃO
Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD)
Quadra 08 Conjunto B, Lote 11, Varjão, Lago Norte, Brasília, DF CEP.: 71.540-400 Tel.: 55 + (61) 3468-2482 / 7816-0909
CONVENÇÕES NO TEXTO:
Pauta
Então para que nós não ficássemos esperando mais tempo, eu conversei
com o Ministro agora e decidimos começar a nossa agenda e assim que ele se
desvencilhar lá do compromisso com a Presidenta ele virá aqui dar posse aos novos
conselheiros e trazer a sua mensagem a todos nós. Então mais uma vez eu peço
desculpas em nome do Ministro e em meu nome.
Então, Ministro Everto seja muito bem-vindo. Por favor, a palavra está com o
senhor.
Como nós havíamos conversado, talvez esta minha breve apresentação não
seja novidade para muitas das senhoras e dos senhores, mas nós achamos que
seria interessante, nessa oportunidade, um breve sumário do panorama
internacional de compromissos que o Brasil assumiu e dos foros em que o Brasil
participa sempre que surge a temática da discussão sobre drogas como uma forma
de nivelarmos o conhecimento e a partir daí então podemos fazer um
acompanhamento, talvez, mais específico em temas que nos interessam.
Essa Comissão é integrada por cinquenta e três países que são eleitos no
Conselho Econômico e Social da ONU, que é um dos órgãos diretivos das Nações
Unidas para temas econômicos e sociais, por mandatos de quatro anos. Como eu
falei, ele é o órgão central para a discussão e elaboração de políticas globais
relativas a drogas e também monitoramento de tendências. Ela adota
recomendações, tem reuniões anuais onde são negociadas recomendações ao
Conselho Econômico e Social e à Assembleia Geral da ONU. Também tem a
competência para decidir sobre a inclusão de novas substâncias ou a retirada de
substâncias das tabelas de controle que estão previstas naquelas convenções que
eu mencionei anteriormente.
Além disso, uma terceira vertente é a cooperação trilateral. Nós temos muita
demanda por cooperação por parte de países desenvolvidos como, por exemplo, eu
listei aqui a União Europeia e Estados Unidos. Nós precisamos contar com o apoio
desses países, por quê? Nós sabemos que eles também têm o seu próprio histórico
Este quadro está se revertendo. Este quadro está, hoje, com essa mudança
histórica que nós estamos percebendo no Brasil na própria projeção internacional do
Brasil, está demandando para o país cada vez mais a cooperação por parte
daqueles países que querem contar com nossa experiência e com nosso apoio.
Então esse é um debate importante, por quê? Como nós ainda não estamos
aparelhados para responder à altura, nós precisamos contar com a construção de
parcerias, seja com organismos internacionais como a UNODC, como a OEA, como
UNASUL ou mesmo MERCOSUL, seja com parceiros selecionados que podem
apoiar esse tipo de demanda que nós temos recebido.
Eu não vou me estender, porque a pauta de política externa, até listei aqui,
vocês reconhecerão, os tópicos que estão aqui são na verdade os tópicos que
constam da nossa política e que estão em constante discussão e atualização no
âmbito deste Conselho. Então o que eu quero dizer com isso é que a nossa pauta
de política externa sobre drogas precisa ser, necessariamente, um reflexo de nossa
Para terminar, eu apenas listei alguns debates e tendências atuais que estão
surgindo no plano internacional e que eu acho que estão relacionados com a missão
e com o mandato deste Conselho. Agora, justamente neste ano, por iniciativa do
Presidente da Guatemala, Pérez Molina, iniciou-se no âmbito intergovernamental
uma discussão sobre possíveis cenários para liberalização e descriminalização de
drogas. O Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, agora na Cúpula de
Cartagena da qual participou a Presidenta Dilma, ele propôs um debate no nível dos
Presidentes de todo o Hemisfério, porque a Cúpula era uma Cúpula das Américas,
sobre a liberalização e descriminalização. Enfim, um estúdio de cenários e a partir
daí estipulou-se um mantado para a OEA que vai passar agora a trabalhar e
elaborar esses tais possíveis cenários não no sentido de rever totalmente os
Enfim, com isso, eu quis dar esse breve panorama, passei por esses quatro
pontos do roteiro a que me propus e me coloco à disposição para outros
esclarecimentos.
Leon?
Oi? Mas você não vai ficar na reunião do Conselho? Quem que vai ficar do
Ministério da Saúde?
Bom, então o Leon não vai poder ficar. Vou fazer outra proposta. Então
apresentamos o início do Plano Crack, o “Eixo Cuidado” e à tarde, depois do
almoço, retomamos à discussão desse tema da Política Internacional porque nós
vamos precisar uma participação efetiva do CONAD inclusive em relação aos temas
finais colocados pelo Ministro Everton em relação à posição do Brasil sobre essa
discussão toda que está acontecendo em nível de políticas internacionais.
Como no caso, o Dr. Leon vai fazer a apresentação do eixo “Cuidado”, que
tem um componente muito forte de saúde, mas também um componente muito forte
de Assistência Social. Nós teremos aí a participação da nossa colega do Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Garantir direitos significa garantir ao usuário de drogas aquilo que ele perde
muitas vezes em função do próprio uso. É o jovem que perde a possibilidade de
estudar, porque não consegue ir à escola; é o adulto que perde a possibilidade de
trabalhar porque não consegue manter os compromissos de trabalho, que perde o
direito ao convívio da família; a mãe que às vezes perde o direito de estar com o seu
filho porque não tem condições de cuidar.
Então há uma série de ameaças à coesão social que são listadas nesse
relatório e dentre as quais nós podemos reconhecer situações pelas quais nosso
Segundo ponto básico é que nós precisamos lembrar que como se fala em
saúde mental em geral e também especificamente da questão sobre drogas...
É muito importante frisar o papel que esse Conselho tem nesse contexto,
neste momento histórico que nós usamos.
Então por isso, embora com o tumulto da agenda do dia de hoje que está
bastante confusa, Paulina, mas eu não poderia deixar de passar aqui e agradecer a
vocês pela predisposição e energia que vão trazer e pela colaboração. A
colaboração ela não é com o Governo Federal, não é com a Presidenta Dilma, não é
com o ministro da Justiça ou da Saúde. A colaboração é com a sociedade brasileira
e com o Estado Brasileiro.
A questão das drogas hoje é uma questão de Estado, não é apenas uma
questão de governo. E nós temos que aproveitar, portanto, a sociedade brasileira
nas suas diversas perspectivas, nas suas diversas inserções para que possa estar
junto conosco nesse momento.
Então agradeço a vocês, faço uma saudação muito especial. Não vou
interromper mais o trabalho de vocês, vocês têm uma pauta aí, é um trabalho
pesado.
Obrigado.
Dr. Leon García (Ministério da Saúde) – Retomando então essas ações do Plano
Crack, eu já havia falado da expansão da Rede, como o Ministro ilustrou, isso vai
envolver uma quantidade de recursos, boa parte desses 4 bilhões é destinado ao
Eixo Cuidado.
E, por fim, reforçando aquilo que eu já havia falado, da inclusão social que
deve ser feita na integração com outros setores governamentais e não
governamentais. Daí o desenho do Plano Crack ser um desenho de integração não
só entre esferas de governo, municípios estados e Governo Federal, mas também
entre os entes, os diferentes entes desse governo e a sociedade civil, as políticas da
Assistência Social, da Educação, Saúde, Segurança etc.
Primeiro, essa Rede precisa ser aberta, ela precisa ter a capacidade de
receber o usuário a qualquer momento desde aquele usuário que se acidenta
fazendo uso de drogas ou de álcool e vai parar no Pronto Socorro e tem um
atendimento traumatológico, mas precisa sair desse atendimento com alguma
conversa e algum tipo de Cuidado voltado para a questão da droga, algum
encaminhamento com relação a isso; até aquele que vem espontaneamente – o que
infelizmente não é o mais comum, procurar à Rede; aquele que não vem ao serviço,
mas vem à sua família desesperada com a situação que ele vem oferecendo. Então
Segundo, essa Rede tem que ter responsabilidade, o que nós chamamos de
responsabilidade ética e sanitária. Como isso se traduz na prática? Os serviços de
Saúde assumem a responsabilidade pela saúde daquelas pessoas que estão no seu
território de abrangência. Por isso que o esforço de que os Serviços de Saúde sejam
sempre territorializados, ou seja, assumam claramente o compromisso de Cuidado
de um determinado grupo de pessoas, no seu entorno; na região geográfica do seu
entorno. A consequência disso é que, às vezes, será necessário de que o Serviço vá
atrás daquele usuário que a princípio não está procurando o Serviço. E vá oferecer,
não vá lá para prendê-lo, ou para obrigá-lo a um tratamento, porque isso é
contraproducente e fere os direitos desse cidadão, mas que vá oferecer essa
possibilidade de Cuidado.
A Rede ela precisa ser diversa, ou seja, ela precisa ter uma variedade de
serviços que atenda à diversidade de momentos de vida daquela pessoa que tem
problema com a droga; ela passa por momentos diferentes na sua vida em relação
com a droga e pessoas diferentes. Então ela precisa ser capaz de atender pessoas
diferentes em momentos de vida diferentes. Cada um vai ter um ponto de entrada e
um ponto de sequencia, um caminho a ser traçado dentro dessa Rede de Cuidados.
E vai ser diferente.
E nós precisamos uma Rede Integrada. Integrada significa que essa Rede
não pode ser um amontoado, uma sobreposição de serviços e pontos de Atenção,
de locais de Cuidado. Ela precisa efetivamente ser uma roda, uma Rede de pontos
que se conversam, que se comunicam porque os usuários necessariamente vão
circular por essa Rede. Num momento vão estar num lugar, vão estar em outro, vão
estar em mais de um lugar. E nós precisamos manter essa conversa e essa ligação,
porque senão o usuário fica no meio do caminho. É um desafio na questão das
drogas manter essa continuidade, essa longitudinalidade do Cuidado.
Ali em cima, naquela faixa vermelha vocês veem alguns, como a gente
chama, componentes da Rede ou Pontos de Atenção.
A direção que foi dada nesse governo com forte determinação da Presidenta
Dilma, inclusive, pede que o Centro de Atenção Psicossocial, em sua maioria, eles
terão que ser capazes de oferecer o acolhimento aos usuários de drogas, inclusive
com acolhimento noturno. Eu falo ‘acolhimento’ diferenciando claramente de
‘internação’. Aquilo que é oferecido pelo CAPS AD 24 Horas, é acolhimento. Não é
internação médica, não é internação hospitalar. O que é esse acolhimento? É o
usuário que chega às cinco e meia da tarde, após uma briga com a família, saiu de
casa, foi expulso e resolve então que vai iniciar o tratamento naquela hora. Vocês
imaginem a situação de uma equipe que atende às cinco e meia, e às sete horas
quando o serviço fecha, você dizer: “Olha, infelizmente você vai precisar voltar aqui
no dia seguinte”, se não há uma indicação de internação ou coisa assim.
Agora acho que nós abrimos a palavra então para perguntas, discussão,
esclarecimentos que o Leon pode nos fazer como representante do Ministério da
Saúde.
Dr. Leon García (Ministério da Saúde) – Isso mostra o alinhamento que nós temos.
Na última vez que nos reunimos aqui em Brasília, antes de lançar, aquilo
que nós tivemos com o Ministro Padilha que nós pontuamos quase 20 itens. Uma
coisa foi o ministro, senhores Conselheiros, falar que realmente a gente ia construir
a quatro mãos ali. De pronto, foi o que não foi construído. Então foi de novo para a
rua todo remendado. Então quando se apresenta, eu até faria uma sugestão para o
Ministério da Saúde de tirar as Comunidades Terapêuticas, porque é isso que a
gente, de pronto, porque nós temos primeiro... O ato terrorista que tem sido feito
A gente sabe que há um sistema, mundialmente. Acho que isso não tem
discussão. Mas a gente trabalha com o fenômeno do crack e nós não estamos
conseguindo dar resposta mesmo que a 1%. Nós não conseguimos dar resposta. E
nas Comunidades Terapêuticas a largas penas, nós temos dado. Então a gente
gostaria que o CONAD se posicionasse, se estudasse a questão dos Editais, porque
realmente apresenta-se... A gente vê que a Presidente tem vontade, mas nós não
queremos financiamento. Primeiro que nós, foi o mesmo discurso das quatro
federações. Nós precisamos ser, primeiro respeitados, para depois ser financiados.
E hoje o que tem acontecido conosco, que tem sido um desrespeito que tem feito
conosco. E a gente gostaria que o CONAD se posicionasse neste momento sobre
realmente, a funcionabilidade das Comunidades Terapêuticas.
Muito obrigado.
Agora, queria pontuar duas questões que acho que a gente precisa investir,
e investir muito, e estão propostas aqui. Mas ainda acho que é uma coisa que
mesmo que a gente tente correr mais, a gente ainda não vai dar conta dela. A
questão das próprias Enfermarias. Pelo menos há 20 anos que se tenta abrir
unidades de desintoxicação, pelo menos em Recife, e a gente não consegue abrir. A
gente fica sempre dependendo de um técnico ou de um profissional que se
responsabilize pela equipe. Acho que a medida de que você estar financiando com
um valor maior a unidades de desintoxicação talvez a gente consiga agora ter mais
Então queria saber que caminhos vamos seguir, o que tem sido pensado a
respeito de capacitar esses profissionais, porque não adianta os CAPS hoje, chegar
e não ter profissionais à noite trabalhando. Fica bastante complicado.
Olha, essa discussão ela teima já há tantos anos e nós temos uma efetiva
preocupação com as estratégias governamentais que não têm surtido o efeito
desejado. Isso é efetivamente uma realidade. Mas existem coisas basilares para se
compreender nessa discussão. É preciso que se compreenda que o seu
estabelecimento de assistência médica e a hospitalização que a lei brasileira
defende de locais onde se presta assistência médica e se hospitaliza. E quais são os
outros equipamentos de apoio social, para que a gente então defina as estratégias?
Então acredito, Dra. Paulina, que essa nova realidade da formação, repetir
os editais que nós estamos concluindo agora na capacitação da Atenção Básica que
é um outro Curso do Centro Regional de Referência, vamos ter uma ampliação
realmente do SUS no atendimento ao dependente químico.
Então eu acho que para a gente colocar também as coisas no seu devido
lugar, que quando se coloca críticas em relação à Lei, que não está sendo
implementada como deveria se implementar, e aí o Ministério da Saúde vem: “A
gente quer implementar, a gente quer fazer como a Lei coloca, a gente quer seguir o
modelo que tem uma cobertura maior como o da Atenção Básica” e também aí a
ideia dos Consultórios de Rua e inclusive também procedimentos como o
procedimento de internação.
E, aí, nos teríamos que interromper porque nós teríamos uma questão
prática, que o restaurante a partir de uma hora fica muito complicado porque muitas
pessoas de outros Ministérios almoçam aqui e aí nós teríamos dificuldade em
conseguir lugares.
Então o que nos deixou muito chateados, na verdade e que foi colocado pelo
Conselho, de que nós nunca, nas Comunidades, o Conselho se chegou para perto
para perguntar se tinha profissional lá dentro. E a forma que foi feita a coisa, eu acho
que tem um critério para a gente poder fazer a efetividade de o serviço funcionar.
Também gostaria que o contraponto fosse que o CRP fizesse das boas
práticas, das visitas nas Comunidades Terapêuticas no Brasil, que vêm realmente
prestando nossos serviços.
Dr. Leon García (Ministério da Saúde) – Obrigado. Eu vou tentar dar conta de todo
o que foi dito aqui.
Agora, quando ela for necessária, ela será feita. Todo psiquiatra passou por
isso, mas nós queremos que isso assuma, no contexto do debate nacional, a
dimensão que realmente deve ter. Isso é colocado, às vezes, em primeiro lugar, e a
gente deixa de falar, dentro das complexidades que é, por exemplo, fazer integração
da própria Rede de Saúde ou da Rede de Saúde com a Assistência Social, que acho
que hoje à tarde vai ser tema de debate aqui.
Então o CAPS 24 Horas nós não consideramos que são leitos de internação.
São vagas de acolhimento. É uma outra coisa, é algo diferente. Nós estamos
criando alguma coisa diferente. Então os princípios antigos que se aplicam aos
hospitais, não podem se aplicar a isso. Nós precisamos ter abertura e descobrir
quais são. E o processo mundial que é a desospitalização, não da Saúde Mental, da
Saúde em geral, da possibilidade de poder fazer cirurgia ambulatorial, hospitais dia.
Enfim, uma série de iniciativas que tentam manter a pessoa na sua casa o mais
possível ou num ambiente mais parecido com uma casa – porque aqui eu não
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
Então o CAPS 24 Horas ele está nesse contexto, ele está colocado nesse
contexto. É uma criação que nós estamos fazendo. Nós vamos experimentar. Nós
temos já alguns anos de experiência muito bem sucedida. Não tivemos tragédias, eu
não vou entrar nos detalhes da discussão para não aborrecer os colegas aqui que
não são médicos, e todo o mundo está esperando o almoço, mas é uma aposta que
a gente precisa fazer.
Obrigado.
Queria dar um oi bem especial para a Paulina. Para mim é um prazer estar
aqui, Paulina, de volta a essa casa, rever os colegas e participar dessa discussão.
Então a notícia que eu trago é que a gente está nessa discussão grande,
inclusive nessa perspectiva que o Leon colocou, que é de interiorização da
Residência Multiprofissional e da Residência em Psiquiatria. Então isso é uma
discussão que está sendo feita e será, de fato, implementada em função do Plano
Crack, mas também para a implementação da Rede de Atenção Psicossocial.
Então eram essas informações. Então você vai ter, com certeza, a notícia do
recurso do PET e Pro-Saúde muito em breve.
Obrigada.
Dr. Leon García (Ministério da Saúde) – Eu não fiz essa cobrança. Eu só quis
dizer que é um universo diverso. E todos nós sabemos disso.
Dr. Leon García (Ministério da Saúde) – Vocês são sempre recebidos com essa
legitimidade. Isso é uma inverdade.
Então existe efetivamente o que o Pastor Wellington fala, que existem muito
boas práticas, como o próprio Leon reconhece que trabalhou articulado, enfim, como
muito bem existem situações que o Marcelo coloca de absurdos que nós sabemos
que o Ministério Público tem tomado diversas medidas em relação a isso.
Porque hoje nós nem podemos falar em avaliação, porque nós nem
sabemos onde estão, o que são e o que fazem. Nós conhecemos algumas, mas nós
não sabemos efetivamente onde estão.
Nesse momento, agora é uma hora da tarde, eu penso que nós poderíamos
voltar às 2h15, dar uma tolerância de 15 minutos para a gente não almoçar tão
correndo, pode ser?
Pauta
17h – Encerramento
Então a visão da Assistência Social é que o usuário deve ser entendido sob
a perspectiva da integralidade, com atenção aos aspectos da saúde e fortalecimento
de outros campos de sua vida, como eu falei. Então enquanto a saúde lida com as
questões da doença e tudo mais, nós lidamos basicamente com a questão do
rompimento dos vínculos. Então, a ação, a tentativa de restabelecimento de vínculos
sociais e familiares é para a Assistência Social a essência do nosso trabalho.
Bom, vocês já sabem o que tem lá embaixo, que esse que esse programa,
ele é coordenado pelo Ministério da Justiça. Enfim, e a Saúde e Assistência Social
entram, então, na questão do Cuidado, como eu acabei de falar.
Esse fluxo, então, mostra... Esse fluxo é um fluxo que a gente tem que
mostrado nos municípios e que onde a gente entende, por exemplo, que a gente
entende que a primeira que existem vários espaços onde...
Onde é feita a identificação do uso da droga, que pode ser feito do usuário
da droga, que pode ser feito através do Centro POP, segurança pública, escolas,
CRAS, CREAS, órgãos de defesa de direitos, Conselhos tutelares, saúde,
consultório de rua, enfim. E a partir daí isso o tratamento e a internação é feito
através... Passa esse o usuário por uma avaliação da saúde, que pode, então,
encaminhar para o órgão gestor da Assistência Social, então o atendimento à
família, do CAPS AD ou para alguns outros serviços da área da saúde, SAMU,
hospitais, ou comunidades terapêuticas. A intenção é que o pós-tratamento, o
acompanhamento, o indivíduo tenha um retorno ao convívio familiar, e esse retorno
do indivíduo ao convívio familiar, ele é estabelecido através dos CRAS e dos
CREAS, que é feito esse serviço de construção de vínculos.
E aqueles indivíduos que não tem condições do retorno familiar, então eles
seriam, então, colocados no serviço de abrigamento ou, então, no Centro POP, onde
também tem um serviço de acolhimento. Mas particularmente, então, passando
agora aos serviços que nós temos dentro da nossa rede.
Uma outra importância dos CRAS, porque muitas vezes a questão, como a
gente tem discutido, às vezes a questão não passa por simplesmente construção de
vínculos familiares ou a questão de remédio, mas a pessoa precisa de uma rede
inserção social e uma forma de reinserção social é através dos programas que nós
temos no nosso Ministério. Então o programa Bolsa Família, por exemplo, têm os
indivíduos que precisam e são cadastrados no cadastro único e podem receber o
benefício do Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada, eles também
indivíduos que não têm documentação dos pessoal, isso é facilitado, então, através
do serviço do CRAS.
Então, como eu falei, a ação visa viabilizar a inclusão do social para o meio
da articulação intersetorial. Então o CRAS essa avaliação do que o indivíduo
precisa, de quais os serviços que são necessários para a reintegração social do
mesmo.
Uma abordagem de ruas. São equipes que funcionam nos CRAS e nos
CREAS, e o objetivo é atender as populações, essas populações mais vulneráveis,
que se encontram nos territórios de uso de crack. Então a equipe se dirige até esses
espaços, esses territórios de abuso de álcool e drogas, e atua com os consultórios
de rua, tentando encaminhá-los para os serviços de saúde ou para os serviços da
Assistência Social, que tratem, que cuidem, então, especificamente da questão de
álcool e droga.
Dra. Raquel Silva Barros (Organização do Terceiro Setor) – Eu, na verdade, sou
fã do SUAS, e acho o CREAS, POP um máximo.
A única questão, hoje junto com a SENAD, também a gente viu hoje de
manhã o Ministério da Saúde, já está existindo um movimento enorme de integrar o
SUS e SUAS, a gente tem os CRRs que já formaram o SUS e SUAS. A gente
percebe essa integração grande entre os técnicos, não essa é uma Brastemp, mas
está começando a funcionar. Eu acho que isso é uma proposta a longo prazo e a
gente está conseguindo já ver alguns resultados.
Obrigada.
Eu acho que é nesse ponto que eu queria também chegar aí para ajudar, até
na reflexão que o MDS traz é que os vínculos intrafamiliares dependem da coesão
social. Então não dá para a gente ficava brincando de resolver o problema, às
vezes, focando muito, não que não vá ser de serventia, não que não possa de
alguma forma minorar o sofrimento do ser humano. Mas se a gente quer de fato
resolver o problema do cidadão, que aí tem como uma liberdade constitucional como
direito e garantia do mesmo, é a gente também ter essa compreensão que as
famílias não vivem no vácuo, as famílias vivem em uma sociedade e que eu acho
que é isso um pouco que o Ministério da Saúde mostrou pela manhã com aquela
questão da coesão social. Cuidando da coesão social de que estamos cuidando
também das famílias, estamos cuidando de outras dimensões também do sofrimento
humano.
Sr. Carlos – Bom, talvez eu não tenha sido muito claro na forma de falar, mas eu
não quis dizer que esse trabalho é feito separado, primeiro momento e depois outro.
O trabalho do SUS com o SUAS, que ele é um trabalho conjunto desde o início. Os
nossos fluxos não são lineares, a apresentação ali é uma apresentação mais
didática, gráfica, mas aquelas setas vão e vêm a todo tempo.
Então eu acho assim, esse Conselho tem um papel fundamental. E nós não
estamos aqui só mostrando para os senhores, porque cada um de vocês, cada fala
que vocês fazem, com crítica, com observação, com elogio, é um elemento para
nós, que estamos aqui, melhorarmos essa política. E eu acho que esse Conselho
tem um papel fundamental. É talvez o Conselho, é talvez o Conselho não, esse é o
Conselho que têm a legitimidade para cobrar do governo, como vocês estão
cobrando. E eu acho que é isso que a gente quer. É a intenção do plano certamente
é essa, é de uma vez por todas dar um tratamento adequado para essa questão da
droga. Não só um tratamento, como já houve em outras épocas, de trabalhar uma
área e achar que é só internamento e que resolve, ou só redução de danos, ou só
pesquisa, ou só a capacitação, ou só o enfrentamento ao tráfico. Não é, está
provado. Se nós não conseguirmos fazer essa grande ação, nós não vamos ter
resultado. E os resultados nós estamos sentindo, a gente já vê uma série de
resultados, a gente vê o educador, que é capacitado pela SENAD e pelo MEC,
buscando, se informando para implantar um projeto, para articular com o CRAS, com
o CREAS. Então, eu acho que é o caminho gente, esse Conselheiro tem um papel
muito importante, importante, inclusive em apontar situações de diminuição de
vulnerabilidades, de diminuição de riscos do próprio programa.
Então, nós vamos ter uma apresentação da Cátia, que representa Diretora
da Secretaria Nacional de Segurança Pública. E de depois do César, que é o
Coordenador-Geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal. E depois nós vamos
fazer uma discussão em relação a isso. E no final a Carla, que é a nossa Diretora da
SENAD, vai apresentar as ações de prevenção que estão ao cargo da SENAD e que
perpassam todos os eixos de Prevenção, do Cuidado e da Autoridade.
Ações prioritárias:
Então, não adianta você colocar polícia, não adianta você ter uma rede, se
você não tem os espaços onde a população possa se valer daquele espaço,
trabalhar a questão do pertencimento, tirar as pessoas da clausura e colocá-las na
Tem um fluxo de rotação, lógico, esse fluxo, ele vem aos poucos sendo
construídos com todos os Ministérios, os estados e os municípios, Mas, por
exemplo, está a inteligência e o reconhecimento, qual é o objetivo disso? Quem vai
fazer? Quando que é interessante que se faça? A parte de governança, quais os
objetivos da governança? Quem vai atuar nisso? Quando se antecede, se é antes
ou se é depois? Isso tudo vai ser trabalhado com cada estado. Então, nós temos
diretrizes nacionais do plano, mas nós temos realidades muito distintas para cada
estado da federação, outros mais conflagrados, outros nem tanto, outros que
precisam mais uma articulação até mesmo nem entanto recursos de capitais, precisa
apenas de estruturar rede, fazer com que a coisa aconteça. Temos estados mais
avançados também nessa área, e a gente já pega essa expertise também para fazer
essa reprodução.
Então tem esses tópicos especiais, que eu não vou entrar em detalhes, que
seriam todas essas capacitações. Isso trata mais do pormenorizado de cada tópico
de capacitação.
Muito obrigada.
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
Então eu peço a ajuda do nosso colega operador aí dos slides que coloque a
nossa apresentação, para que eu possa ser mais objetivo e também ser o mais
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
Tendo em vista o nosso público aqui, eu achei muito interessante trazer esse
mapa, e toda vez que eu vou a fazer a apresentação eu coloco esse mapa logo que
começo. É para todo mundo ter a noção de onde o Brasil está colocado no contexto
de recebedor de drogas, principalmente quando falamos de cocaína e maconha. Só
a fronteira com a Colômbia, Peru e Bolívia nós temos algo em torno de 10 mil
quilômetros. Isso é a fronteira fluvial, é a fronteira em plena selva, e é fronteira às
vezes, com mera as ruas, cruzando uma rua você está em outro país. Juntando com
o Paraguai, que temos mais mil trezentos e sessenta e seis quilômetros. O Paraguai,
além de ser o fornecedor da maconha, é uma grande rota de tráfico de drogas.
Então a Colômbia, Peru e Bolívia são os três modos produtores de folha de coca,
sendo já informado por órgãos internacionais de controle de drogas que o Peru
atualmente é o maior produtor de folha de coca, e o país que está muito mais
próximo ao Brasil, propicia grandes rotas de tráfico de drogas, tanto para uso
interno, como também para o mercado internacional, através dos nossos portos e
aeroportos. Sem contar, os senhores podem ver ao final lá, a costa marítima de só
sete mil quatrocentos e oito quilômetros.
Tentei ser o mais rápido possível, trazendo esse último quadro, que
demonstra a ações somente da Polícia Federal no tráfico de drogas de 2008 a 2011.
Como os senhores podem ver, a nossa média de apreensão é algo em torno de 24 a
25 toneladas de cocaína. E isso é só o que a Polícia Federal faz. Infelizmente eu
não tenho os dados dos estados, o que também eu acredito que nós devemos
avançar nisso nos próximos anos. O que nós podemos ter uma real percepção do
que a repressão está fazendo. Mas é muito bom ter a seguinte percepção, nós
temos hoje, tem muitos anos nós atuamos e sem ter uma outra sensação, sem ser
sensível o que faziam as outras áreas. Agora, com a formatação do plano único, que
envolve todas as esferas do estado, como eu estava dizendo: saúde, educação,
Assistência Social, justiça, é possível realmente que nós tenhamos um melhor
panorama de combater o tráfico de drogas, e que não seja apenas ações isoladas,
ser ter um feedback de outras áreas também. Então com isso traz muito mais
estabilidade e segurança nas ações da Polícia Federal, que assim estamos
amparados em ações realmente de estado. e como nós sempre pretendemos atuar,
como uma polícia de estado, com projetos mais prolongados e com objetivos mais
claros e que fica muito bem evidenciado no plano de enfrentamento ao crack.
Tentei ser rápido, para não tomar muito tempo dos senhores, e estarei à
disposição também para eventuais perguntas na sequência. Muito obrigado.
Então dentro das ações de prevenção, o principal foco, que foi eleito no
âmbito do plano do Crack é Possível Vencer, foi a prevenção nas escolas e a
estruturação de uma rede bem informada, para atuar nas questões relacionadas ao
uso de crack e outras drogas, que eu acho que já ficou evidente hoje na fala dos
conselheiros a importância de a gente ter uma rede preparada para acolher essas
demandas. Porque não adianta a gente criar novos equipamentos, se não tiver
pessoas que saibam aportar de uma forma adequada. E, por isso, assim, estão
previstas então várias capacitações presenciais no âmbito dos Centros Regionais de
Referência e também capacitações à distância, que é uma expertise que a SENAD
já desenvolveu há vários anos, mas que estão sendo fortalecidas no escopo da sua
nova fase do plano; além de ações de informação, comunicação e publicidade para
a gente trabalhar essa prevenção no âmbito mais o universal mesmo.
Aí, além dos cursos presidenciais no âmbito dos CRRs, um outro eixo muito
importante é fortalecer ainda mais as ações de capacitação à distância que a
SENAD já vem realizando desde 2004, principalmente por ser a forma de, com o
menor recurso, a gente conseguir atingir um grande número de profissionais em
todo o Brasil. Porque dificilmente a gente teria recursos para capacitar 20.000
pessoas em uma única capacitação. Então, nesse sentido, é bastante confortável
esse trabalho, e apesar de ser em educação à distância, a gente tem retornos muito
positivos de articulação da rede, de identificação de boas práticas, que tem servido
também para fortalecer ainda mais esse trabalho.
Além disso, não está aqui no slide, mas nós temos a previsão também de
fortalecer as ações de PROERD, articulando melhor a ação desse policial que entra
em sala de aula, com a ação que educador realiza. Então, assim, colocando de novo
o educador como maior protagonista e entendendo, então, o tema drogas como um
tema que tem que ser trabalhado de uma forma transversal na escola, e não como
uma disciplina independente.
Bom, o curso supera, que também foi citado hoje de manhã pelo Leon, que é
outra parceria exitosa que SENAD de já vem realizando há vários anos, inclusive
com um amplo reconhecimento internacional dessa metodologia. Inicialmente esse
curso era focado apenas em profissionais de saúde que atuavam no CAPS, CAPS
AD. Na segunda edição a gente já fez uma parceria com a Estratégia Saúde da
Família, que, inclusive foi produzido um módulo específico sobre a atenção básica. E
agora na edição que finaliza depois de amanhã, com uma teleconferência lá em
Florianópolis, nós já inovamos, incluindo as 5000 vagas; 2000 foram destinadas para
os profissionais de Assistência Social, entendendo que é importante que esses
profissionais também se apropriem desses instrumentos de decretação precoce e
também dessas técnicas de intervenção prévia, que podem ajudar e complementar a
sua atuação no âmbito da Assistência Social. Então a ideia é capacitar mais 35.000
Aí só para finalizar, gente, que talvez muito dos senhores já saibam, que o
serviço Viva-Voz, que operava até o início desse ano como o número 0800, ele foi
transformado em serviço de utilidade pública. Então desde fevereiro ele já está
operando através de um número 132, que é um serviço para ser um número de
melhor e mais fácil memorização. E desde o dia dois de janeiro ele passou a operar
24 horas, sete dias por semana, porque se percebe que também a madrugada e os
finais de semana são momentos às vezes uma maior vulnerabilidade, sensibilidade,
então é importante haver essa disponibilidade do serviço. Já está se estudando uma
ampliação também das ações do Viva-Voz para atender uma demanda, que
certamente irá crescer com esse número. Mas a gente está bastante otimista e feliz,
que finalmente conquistamos o serviço 24 horas.
E aí só para finalizar, que vocês devem saber também, que desde 2010 foi
criado, no âmbito do sítio principal do governo federal, que é o Portal Brasil, um site
Eu só queria aproveitar, Dra. Paulina para dizer, para lembrar que aqui a
gente apresentou as ações que estão no âmbito do Plano do Crack de 2011, mas
existem algumas ações, ainda decorrentes do plano anterior, e que estão sendo
efetivadas. Eu acho que um exemplo são os dois centros colaboradores que estão
sendo implantados como espaços de testar novas metodologias de acolhimento de
usuários, ou seja, um espaço de pesquisa, mas também um espaço de formação.
Nós temos realizado já algumas capacitações preferenciais da rede SUS e SUAS, e
também desses operadores de segurança pública. Então nesse momento são
capacitações no Rio de Janeiro, Espírito Santo, aqui no Distrito Federal, Rio Grande
do Sul e Bahia, mas a ideia é ampliar ainda um pouco mais. Já finalizamos um curso
de especialização em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e
agora no dia 28 de junho iniciará um curso com a Universidade Federal da Bahia
também com essa ideia de a gente focar ainda mais a questão álcool e outras
drogas.
Emmanuel.
Primeiro, para dizer que essa é a parte, mas palpável porque a gente sente
que tem uma rota, tem comando e não há muita consagração no desencadear dos
fatos. Acho que a parte mais vulnerável é lá na Saúde. Ela, sim, ela tem muitos
conflitos e a gente vai ter, de uma forma ou de outra, trabalhar para superar esse
Conselho Federal de Medicina.
Mas eu pedir para falar porque fiquei muito preocupado com a exposição no
que diz respeito aos Gibis, aquelas revistas. Nós temos uma sensação de que sub-
repticialmente (sub-reptício) existe uma anuência para a liberação da maconha. Sub-
repticialmente existe uma satanização do crack, e a maconha uma droga leve não
Era só isso.
A gente então coloca nesses termos. Mas eu acho que também otimista com
as boas iniciativas que foram colocadas aqui. Mas definitivamente colocando o ponto
fundamental e até mesmo como encaminhamento para o Conselho de Políticas
Públicas sobre Drogas que deve haver um zelo explícito em relação a esse controle
social, nesse Conselho. E também, além disso, o que pode aí eu acho que os outros
conselheiros e a própria SENAD pode ajudar o Conselho a pensar no sentido como
é que a gente poderia está criando mecanismos que pudesse zelar e de forma
efetiva implementar essa intersetoriedade. Que eu acho que todos aqui
concordamos sem a qual o Plano Crack não vai dar certo.
Então eu queria deixar bem claro. Gostaria de que em uma próxima reunião
de Conselho pudesse ser convocado alguém do Ministério da Cultura. A gente tem
hoje criado no Governo do Presidente Lula uma coisa espalhada pelo país inteiro e
que hoje está perdendo força, infelizmente, que são os pontos de cultura, ponto de
cultura no país inteiro e que poderia ter uma questão de discussão do plano e de
execução de meta etc. tal.
Dentro dessa área, Paulina, nós dois juntos lutamos juntos muito para que o
Rock in Rio pudesse ter ali uma questão sobre as drogas. Lembro-me de artistas
que se recusaram a participar do vídeo. Até porque não queriam pactuar com uma
certa hipocrisia porque era público e notório que eles consumiam ou consumiram
drogas e, portanto, se recusaram a fazer a campanha. O fato é que a campanha foi
ao ar. Mas depois do Rock in Rio, antes durante e depois muitos outros eventos
aconteceram nesse país, aglutinando centenas e milhares de jovens com show
internacionais, com festivais de músicas eletrônicas, com festas raves, reggaes no
país afora. Eu ao vejo nenhum movimento para que não sejam utilizados,
transformar esses encontros que arrebatam centenas e milhares de jovens de todas
as classes sociais. Transformar esse evento em instrumento de conscientização ou
de pontuar a questão das drogas. Mas uma vez eu aponto aqui um desperdício de
oportunidade. Pois se você exige que o Corpo de Bombeiros faça a liberação disso,
se a Polícia Federal está lá não sei para quer, é histórico de todos os motivos do
mundo, se a Guarda Municipal está se a não sei quem está, por que não tem
também uma exigência qualquer? Ou pelo menos uma conversa uma reunião não
sobre lei? Mas que esses festivais de músicas, principalmente os festivais de música
Então queria colocar, só para encerrar aqui, o que foi colocado no finalzinho
ali da exposição da SENAD. Acho também que deveria está aqui nesse Conselho a
SECON – Secretaria de Comunicação e a Casa Civil. Porque investe-se
quantidades, eu não vou falar absurdo, meu pai, mas gigantesca de dinheiro para
vários tipos de campanha. Será que não estava na hora de o Governo brasileiro, do
Ministério da Justiça e da SENAD planejar uma campanha gigantesca, sabe, com
dinheiro investido nos três veículos de comunicação desse país para falar claro
transparente e com ênfase a respeito das drogas. Como foi feito, por exemplo, com
o cigarro, como foi feito com a questão da AIDS. Há muito preconceito, há muita
timidez, há muita vontade de colocar de baixo do pano esse assunto sobre drogas.
Há uma tendência de discutir tecnicamente com todas as instituições, mas essa
conversa esse diálogo tem que ir para ruas, tem que ir para ruas. Nós temos uma
televisão que arrebata o maior nível de audiência do mundo inteiro. Você não tem
nenhuma televisão americana ou europeia que consegue nível de audiência que a
televisão brasileira consegue. Porque então não colocar um assunto que nos é tão
caro, tão importante, tão vital para formação do caráter e da personalidade da nossa
Eu acho que fica aí também essa colocação, sabe, a gente não ter medo. É
coragem, Paulina, é aquilo que você tem me ensinado nesse convívio que eu tenho
tido. É agir com o coração, mas agir.
Bom, eu acho que você catalisou uma série de assuntos que são assuntos
que efetivamente são os assuntos de fechamento da nossa reunião. Então vamos
por ordem. Primeiro, a questão da saúde e das comunidades terapêuticas.
Agora, eu concordo com você são assuntos que não se esgotou que é o que
eu falei anteriormente. E esse Conselho é o espaço legítimo qualificado para
retomar. Na próxima reunião certamente esse tema retornará.
Na verdade, a Presidenta Dilma tomou uma decisão. E eu acho que foi uma
decisão feliz. Os colegas que participam do Plano com a gente desde o início, ela
tomou a seguinte decisão: chamou todos os Ministros e disse: “Todos irão trabalhar.
Agora, eu quero quatro Ministérios que vão ter a responsabilidade de tocar o Plano”.
Então assim. E ela foi muito objetiva e muito clara, ela disse: “Eu não quero fazer
reuniões de Congresso. Eu quero chamar e quero saber: “Justiça, você fez isso;
Saúde, isso; Desenvolvimento Social, isso”. Na verdade, foi essa decisão.
Então se vocês concordarem, esse pode ser também um tema para nossa
próxima reunião para a gente já discutir, que eu acho que é bem possível e que eu
tenho certeza que o Ministro José Eduardo vai gostar e vai aceitar com
tranquilidade.
O último tema, aí o Ministro Everton teve que sair, ele foi correndo em uma
outra reunião lá. Mas felizmente ele conseguiu voltar. Que é a parte que o Ministro
apresentou hoje que a gente não conseguiu discutir. Mas que eu devolveria a
palavra para o Ministro. E se alguém tiver alguma pergunta em relação ao que foi
discutido, também colocando a seguinte questão: o Ministro apresentou, também foi
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
E essa mandato para a OEA ele tem um prazo. A OEA deve apresentar uma
proposta disso tudo dizendo como estão as políticas, as estratégicas de drogas e
quais são as possibilidades em uma visão técnica. Não foi pedido e foi frisado, o
Ministro Everton pode me ajudar, de que esse estudo apresentado pela a OEA aos
presidentes para a próxima cúpula seja um estudo técnico em relação à
flexibilização ou não das políticas de drogas. Então conversando com o Ministro, nós
pensamos também na seguinte questão: que nós poderíamos, aqui no CONAD,
formar um grupo – claro que nós não podemos fazer todas as reuniões do CONAD
nem todas as pessoas estarão disponíveis – mas nós poderíamos formar um grupo
aqui no CONAD para discutir essa questão para que esse grupo apresentasse ao
plenário do CONAD uma proposta em relação a esse mandato porque certamente
nós seremos chamados. O Brasil vai ter que opinar lá no OEA. Aliás, nós já fomos
convidados a participar. Nós devemos ter uma participação ativa nesse grupo lá da
OEA. Então nenhum lugar é mais legítimo do que nesse Conselho para a gente tirar
daqui uma opinião, uma posição saída do Conselho para ser apresentada pelo
Ministro José Eduardo e pelo Ministro Patriota à Presidenta Dilma para que aí ela
decida se é essa posição que o Brasil quer adotar nessa discussão. Então essa é a
Esse trabalho da OEA vai ocorrer durante todo esse ano. Eles pretendem
que esteja pronto lá para abril ou maio de 2013. Então eu acho que pode, sim, ser
levado aos grupos. Cada um de nós aqui que pertence – o Marcos que é meio
artístico; Raquel tem Terceiro Setor, a UNE, todos nós podemos discutir isso. Os
Conselhos cada um com o seu grupo. Nós podemos, sim, está discutindo isso. Mas
a ideia seria assim: nós formamos um grupo aqui nosso de alguns representantes
desse Conselho e, independente disso, cada membro do Conselho pode buscar e
trazer informações de fora dos seus representados aqui. Eu acho excelente buscar...
Então espera aí, vamos fazer o seguinte: vamos montar esse grupo primeiro
e depois nós voltamos.
Dra. Débora – Mas aí eu não me sinto confortável em colocar o meu nome para
esse grupo já estando no outro.
Dra. – Na verdade...
Ex.mo Sr. Ministro Everton Frask Lucero (Ministério das Relações Exteriores) –
Obrigado.
Ex.mo Sr. Ministro Everton Frask Lucero (Ministério das Relações Exteriores) –
Em combate. E talvez agora em um processo de autorreflexão, quer dizer o
presidente da Colômbia chega à conclusão de que é preciso estudar alternativas a
esse viés repressivo. Nós temos uma experiência própria que é distinta dá
colombiana. E nós temos elementos que podem ajudar nessa reflexão que não será
só brasileira, que neste nível inicial será hemisférica, envolve todos os países do
Hemisfério Ocidental, envolverá.
Eu acho que isso apenas para poder limitar um pouco qual é o espírito
desse trabalho, que para nós, enfim, como representante do país nos fóruns de
negociações internacionais é extremamente importante, que possamos contar com a
contribuição de todos.
Obrigado.
Podemos nos...
Dra. Roberta Salazar Uchôa (Conselho Federal de Serviço Social) – Agora. Tá.
São duas coisa só.
Eu acho que tem que ser. Aí, assim, a minha fala é um pouco nisso, porque
hoje a gente escutou, a gente viu os projetos intersetoriais, interministeriais, relações
exteriores, saúde, assistencial social e justiça. Quer dizer claramente, pelo menos
quatro dos cincos eixos que estão na SENAD, eu, pelo menos, nesses vinte anos
que eu venho trabalhando nessa área de droga, é a primeira vez que eu vejo
claramente princípios compartilhados, projetos compartilhados. E, assim, eu tenho
uma satisfação muito grande de está vendo isso acontecendo. Os Ministérios, não
só o Ministério da Saúde e da Assistência que está se integrando, eu acho que os
outros Ministérios também estão se integrando.
Dra. Roberta Salazar Uchôa (Conselho Federal de Serviço Social) – Eu sei que
ele está, mas assim eu acho que precisa ter ação por dentro do Ministério fazendo
com que as coisas aconteçam.
E dizer o seguinte: eu acho que está de parabéns o trabalho que está sendo
feito, eu acho fantástico. Tenho um orgulho enorme de está participando disso, pelo
menos, assim, nesses vinte anos está vendo isso. E, assim, ainda espero vê todas
essas propostas efetivamente acontecendo lá na ponta desde que se garanta
financiamento, capacitação e a qualificação. Eu tenho certeza que a gente tem
competência para fazer a coisa bem feita.
Primeiro, pedir desculpas pela minha ausência no período da tarde. Mas tive
alguns problemas de ordem pessoal para resolver. Infelizmente acabei perdendo
boa parte do debate, mas eu acho que cheguei a tempo para fazer algumas
considerações. Principalmente, no que dez respeita, acho que são algumas críticas
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
Minha primeira participação aqui. Espero que, os relatos que eu tenho é que
o Conselho não tem uma periodicidade muito grande de se reunir. Essa última
reunião do Conselho foi realizada dezembro, novembro do ano passado e antes
disso fazia mais de um ano que ele já não se reunia, não é? Então eu acho que isso
são coisas que a gente não pode tolerar.
E acho que é isso, pessoal. Agradecer pela presença. E fazer com que
estabeleça o compromisso aqui, garantir com que a UNE consiga intervir de maneira
qualificada, de maneira compromissada com o combate das políticas de drogas.
Temos nossas opiniões já bem claras no centro da nossa entidade. A gente
defende, a credita, a gente tem a certeza que as políticas proibicionistas não são a
Muito obrigado.
Eu acho, assim, você tem razão. Eu acho importante a gente dar esse
retorno em relação à agenda. Não é uma justificativa, mas nós tivemos dificuldades
em relação à agenda do Ministro de fechar a agenda. Essa é uma questão
realmente que foi, esses dias aí não foram dias muito fácies. Mas você tem razão
nessa questão em relação à periodicidade do Conselho.
Você não estava presente na última reunião, mas foi colocado inclusive
quando o Ministro abriu a reunião que ele disse que ele estava então instalando o
Conselho de Drogas no Ministério da Justiça. Como eu falei no início, da reunião o
ano passado a SENAD passou grande parte do tempo se estabelecendo de forma
administrativamente no Ministério da Justiça. Mas você tem razão sim. E em razão
disso, nós estamos aqui, inclusive era o último assunto, o calendário para gente
estabelecer a pauta de reuniões. Há sim, interesse total da SENAD, eu sou a
Secretária Executiva do Conselho, interesse total do Ministro, que é o Presidente do
Conselho, de que nós tenhamos uma periodicidade que nos permita responder e
opinar, em tempo, a esses assuntos todos que vêm acontecendo. Então você tem
razão, enfim. Podemos inclusive se ninguém mais quiser fazer uso da palavra
podemos definir a nossa pauta de reuniões.
Perpétua, pode...
Dra. Perpétua – Como é a minha primeira participação aqui no CONAD, eu não sei
como é que fica o vínculo com os demais, se a gente se articula, recebe e-mail dos
colegas.
DEGRAVAÇÃO: Reunião Ordinária do CONAD em 15/05/2012
Degravado por: BRASÍLIA DEGRAVAÇÕES | CNPJ Nº. 11.813.122/0001-13
Sra. – Eu só queria dizer que no postal do BID tem o nome da cada Conselheiro e-
mail, telefone para contato de todos no nosso portal.
[risos]
Eu pedi a palavras apenas para dizer algo, para finalizar. Eu estou muito
satisfeito hoje. Eu vim, da primeira vez, e fiz muitas críticas às estruturas. Mas
acredito que agora está restando apenas poucas críticas na estrutura do serviço
social, do apoio social e muitas críticas ainda às estratégias de saúde pública. Acho
que a gente precisa dar uma repaginada, re-estudar as questões para colocar o
Então mais uma vez, muito obrigada. Nós vamos estar entrando em contato
com o grupo com o grupo para marcar já uma primeira reunião. Mas independente
disso, já podemos então marcar agenda de reunião que eu já estava me
esquecendo.
A Débora está avisando que tem um café servido ali para que a gente possa
encerrar a reunião.