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OFÍCIO-CIRCULAR Nº 56/2020/DIPOA/SDA/MAPA
Brasília, 27 de julho de 2020.
À CGI,
Senhores Chefes,
A Instrução Normativa Nº 30, 26 de junho de 2018, que estabeleceu como oficiais os métodos
constantes do Manual de Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal, alterou o método de
referência de análise de acidez em leite fluido, que até então utilizava como referência o método constante na
Instrução Normativa Nº 68, de 12 de dezembro de 2006, revogada pela nova norma.
Assim, os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária - LFDA passaram a realizar o método da
norma AOAC, conforme indicado no Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite UHT, Portaria Nº
370, 04 de setembro de 1997.
A partir disto, vem sendo observado um aumento nos resultados na faixa inferior do limite oficial
de acidez que é 0,14 g ácido lático /100mL em todas as apresentações de leite fluido: cru, pasteurizado e UHT.
Após levantamento realizado pela CRISC/CGPE com resultados de acidez emitidos por todos os
LFDAs em 2018 e 2019 para leite fluido, verificou-se um aumento superior a quatro vezes nos valores entre 0,11 e
0,14 g ácido lático /100mL, conforme gráfico abaixo:
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Para obter uma avaliação estatística mais refinada destes dados, o DIPOA/SDA solicitou a análise
da Coordenação Geral de Risco e Inteligência Estratégica/DSN/SDA que, dentre outros aspectos, testou a hipótese
quanto à alteração no perfil dos resultados de acidez titulável do leite cru, pasteurizado e UHT em função do
método laboratorial empregado.
Pelos resultados encaminhados pela CGRI/DSN é possível afirmar que o método AOAC apresenta
consistentemente valores inferiores ao método da IN nº 68/2006, sendo a estimativa da diferença entre AOAC e
IN nº 68/06 de 0,0137 g de ácido láctico/100 ml de leite.
Devido à constatação de diferenças também em seus países, Argentina e Uruguai pleitearam a
revisão do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite UHT, Portaria nº 370/1997, para tratar
especificamente do padrão de acidez no leite UHT.
Assim, considerando que é necessário o aprofundamento interno do assunto para balizar
posicionamento do Brasil na discussão no âmbito Mercosul;
Considerando que os protocolos de reuniões deste Mercado Comum demandam tempo, podendo
demorar anos para que se tenha um novo regulamento publicado;
Considerando a insegurança jurídica do uso de um método revogado para as ações de fiscalização e;
Considerando que a não realização da análise de acidez prejudica sobremaneira a avaliação de
possíveis fraudes no leite;
Oriento que, enquanto este Departamento realiza estudo científico para redefinição do parâmetro de
acidez titulável de leite fluido compatível com o método oficial vigente, em casos de resultados oficiais de acidez
titulável entre 0,12 e 0,14 g ácido lático/100mL em leite fluido (UHT, cru e pasteurizado) os produtos sejam
autuados e retidos apenas quando existirem outras evidências de fraude além da análise de acidez.
Resultados laboratoriais inferiores a 0,12 g ácido lático/100mL ou superiores a 0,18 g ácido
lático/100mL devem seguir as determinações dispostas no parágrafo 2º do artigo 250, do Decreto 9.013, de
29 de março de 2017.
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Art. 250. O estabelecimento industrial é responsável pelo controle das condições de recepção e seleção do leite
destinado ao beneficiamento ou à industrialização, conforme especificações definidas neste Decreto e em
normas complementares (...)
§ 2º Quando detectada qualquer não conformidade nos resultados de análises de seleção do leite, o
estabelecimento receptor será responsável pela destinação adequada do leite, de acordo com o disposto neste
Decreto e em normas complementares.
Tendo em vista a constatação da diferença entre os métodos, os estabelecimentos sob SIF deverão
adequar a metodologia de análise de acidez nos procedimentos de seleção e processamento do leite, ficando
inválida a orientação disposta na pergunta nº 16 para a análise de acidez titulável do Perguntas e Respostas das
IN1 76/2018 e IN 772/2018 - 2ª edição, que sofrerá adaptação.
Atenciosamente,
Documento assinado eletronicamente por ANA LUCIA DE PAULA VIANA, Diretor(a) do Departamento
de Inspeção de Produtos de Origem Animal, em 27/07/2020, às 15:57, conforme horário oficial de Brasília,
com fundamento no art. 6º,§ 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Esplanada dos Ministérios, Bloco D, Anexo Ala A, 4º Andar, Sala 401, - Bairro Zona Cívico-Administrativa – Telefone: (61)
3218-2014/2684
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