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“Cândido Tostes”, Ma r/Abr, nº 385, 67: 42-51, 2012

Artigo Técnico

ATRIBUTOS TECNOLÓGICOS DE CONTROLE PARA PRODUÇÃO


DO DOCE DE LEITE
Technological control attributes for doce de leite production

Ítalo Tuler Perrone 1 *


Rodrigo Stephani 2
Braz dos Santos Neves 3
Jaqueline Flaviana Oliveira de Sá 4
Antônio Fernandes de Carvalho 5

SUMÁRIO

Du ra nte a produ çã o do doce de leite algu ns a tribu tos tecnológicos devem ser
controla dos por motivos de regu la menta çã o, de cu stos, de segu ra nça opera ciona l, de
segurança alimentar e de padronização do produto final. Serão apresentados os principais
atributos tecnológicos dentro de cada um dos cinco motivos apresentados que justificam o
seu controle.
Te rmos para inde xação: tecnologia, pa droniza ção, inocu idade.

SUMMARY

A few technological attributes should be controlled during the Doce de Leite production
for different reasons: regulations, costs, operational security, food safety and standardization
of the final product. This work shows the main technological attributes for the production
of doce de leite.
Inde x te rms: technology, sta ndardization, safety.

1 INTRODUÇÃO produ tos em u m la ticínio. Mina s Gera is,


responsá vel por a proxima da mente 3 0 % da
Dados sobre a produção de doce de leite no produção nacional de leite, possui o maior parque
Bra sil sã o esca ssos, o qu e impossibilita a industria l de la ticínios do pa ís com 34 ,4 % do
determina çã o da qu a ntida de tota l produ zida e total das empresa s. Detém a proximadamente 50
consumida. Estima-se que sua produção represente % da produ çã o bra sileira de doce de leite,
aproximada mente 0,6 % da quantidade total de desta ca ndo-se como o principa l produ tor

1 Doutor em Tecnologia de Alimentos. Professor da Universidade Federal de Viçosa no Departamento de Tecnologia


de Alimentos, Avenida Peter Henry Rolfs S/N, Campus Universitário, CEP36571-000, Viçosa, MG, Brasil. E-
mail: italo.perrone@ufv.br
2 Doutorando em Química. Gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Gemacom Tech, Juiz de Fora, MG,
Brasil. E-mail: rodrigo@gemacomtech.com
3 Administrador de Empresas. Consultor Técnico da Gemacom Tech e da São Caetano Projetos e Consultoria, Juiz
de Fora, MG, Brasil. E-mail: braz@gemacomtech.com
4 Mestre em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados. Professora e Pesquisadora do Instituto de Laticínios
Cândido Tostes – EPAMIG, Juiz de Fora, MG, Brasil. E-mail: jaquelinesa@epamig.br
5 Doutor em Scienceset Techniques des Industries Agricoles et Alimentaire. Professor da Universidade Federal
de Viçosa no Departamento de Tecnologia de Alimentos, Viçosa, MG, Brasil. E-mail: antoniofernandes@ufv.br
* Autor para correspondência: Departamento de Tecnologia de Alimentos, Avenida Peter Henry Rolfs S/N, Campus
Universitário, CEP36571-000, Viçosa, MG, Brasil. E-mail: italo.perrone@ufv.br

Recebido / Received: 23/11/2011


Aprovado / Approved: 02/03/2012
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brasileiro. Segundo especialistas, apesar de existir concentração máxima de 0,5% sobre o volume de
um bom merca do em potencial pa ra o consu mo leite. São ingredientes opcionais: creme de leite,
do doce de leite, alguns fatores limitam a evolução sólidos de origem láctea, cacau, chocolate, coco,
do negócio, como a necessidade da existência de amêndoas, amendoim, fru tas secas, cereais e/ou
centros urbanos de médio e grande porte, a pequena ou tros produ tos a limentícios isola dos ou
ca pa cida de de produ çã o da s indú stria s, con- misturados em uma proporção entre 5 % e 30 %
corrência a cirra da , fa lta de pa droniza çã o do m.m -1 do produto final.
produ to e va ria çã o do preço de a ta ca do. A É importa nte ressa lta r qu e se a dmitirá
produ çã o do doce de leite em escala industria l ta mbém a presença dos a ditivos a tra vés dos
requer o conhecimento e o controle de diversos ingredientes opciona is de conformidade com o
a tribu tos de tecnologia . Pequ ena s indú stria s Princípio de Tra nsferência dos Adi-tivos
produ tora s de doce de leite depa ram-se com a Alimentares (Cod ex Alime nta riusVol. 1A, 1 99 5
necessidade de controle destes diferentes atributos Seção 5.3 ) e su a concentraçã o no produto final
qu ando bu sca m a mplia r a esca la de produ çã o, não deverá superar a proporção que corresponda
tra nsita ndo de u m processo ma is a rtesa na l de à concentração má-xima admitida no ingrediente
produção para um processo mais industrializado. opcional e, quando se tratar dos aditivos indicados
Os a tribu tos a serem controla dosinicia m- no Regulamento Técnico específico, não deverá
sena seleçã o do leite, pa ssa ndo pela pressã o de su pera r os limites má ximos a u toriza dos pelo
tra ba lho do equ ipa mento a té o controle da mesmo.O doce de leite poderá denomina r-se
temperatura e o tempo do envase. Estes controles «Doce de Leite pa ra Sorveteria » ou “ Doce de
visam atender exigências da legislação, dos custos Leite pa ra Sorveteria com _ _ _ _ _ ” segu ndo
de produ çã o, da segu ra nça opera ciona l, da corresponda e quando for destinado à elaboração
inocuidade alimentar e de padronização do produto de sorvetes. Esta denomina çã o de venda é
final. Neste tra ba lho os principais atributos de obriga tória qu a ndo o produ to é a dicionado de
controle serão abordados dentro de cada subitem cora nte Cara melo (INS 150 a,b,c,d).O doce que
a presenta do. tenha sido a diciona do de a ditivos espessa ntes/
esta bilizantes e/ou u mecta ntes a presenta dos na
2 Atr ibuto s de re g ulame ntaç ão Tabela 1, deve-se denominar “Doce de Leite para
Confeita ria” .
Dentro deste item deve-se observar qua is Quando o doce de leite for exclusivo para
os ingredientes e a ditivos que sã o permitidos o uso industrial como matéria-prima para elaboração
uso durante a tecnologia de fabricação do doce de de outros produtos alimentícios e contenham uma
leite, bem como as respectivas concentrações de concentração de Ácido Sórbico e/ou seus sais de
a plica çã o. Ou tro ponto de controle é a com- Na, K ou Ca maior que 600 mg.kg-1 até 1000 mg.kg-
posição do produto final. 1
(ambos expressos em á cido sórbico), deverá
De a cordo com o Regu la mento T écnico obrigatoriamente indicar no rótu lo a ex-pressão
para Fixação de Identidade e Quali-dade de Doce “Exclusivo Para Uso Industrial”.
de Leite aprovado pela Portaria n° 354, de 4 de A composiçã o do produ to final também é
setembro de 1997, do Ministério da Agricultura regulamentada e seu controle fa z-se necessá rio
Pecu ária e Aba stecimento do Brasil, entende-se nesta indústria. Na Tabela 2 são apresentados os
por doce de leite o produto, com ou sem adição de valores exigidos para cada atributo.
ou tra s su bstâ ncia s a limentícia s, obtido por O controle do teor de gordura no doce de
concentração e a çã o do calor à pressão norma l leite é rea liza do por meio da padroniza çã o do
ou reduzida do leite ou leite reconstitu ído, com teor de gordura do leite. Estima-se que para uma
ou sem adiçã o de sólidos de origem láctea e/ou fabricação tradicional de doce de leite em pasta o
creme e a diciona do de sa ca rose (parcia l-mente teor mínimo de gordu ra no leite deve ser de
su bstitu ída ou nã o por monossa ca rídeos e/ou a proxima da mente 2 ,6 %m/m. O processo de
ou tros dissa ca rídeos). Desta forma , du ra nte a pa droniza çã o do leite ocorre na s centrífu ga s
produ çã o do doce de leite devem-se emprega r pa droniza dora s e consiste na incorpora çã o
somente sólidos de origem lá ctea como com- controlada de parte do creme ao leite desnatado
plementos a ma téria prima (leite ou leite provenientes do processo de centrifugação. Uma
reconstitu ído), nã o sendo permitido o emprego geometrizaçã o deste processo é apresentada na
de ou tra s fontes de proteína s ou gordu ra s nã o Figura 1.Durante a centrifugação do leite integral
lácteas. O máximo de sacarose a ser adicionado é ocorre a formação do creme e do leite desnatado,
de 30% sobre o volume de leite, podendo esta ser que pode ser adicionado de parte da massa do creme
pa rcia lmente substitu ída em até 4 0% por mono visa ndo à obtenção de leite padronizado com o
ou dissacarídeos, da mesma forma permite-se a teor de gordura desejado. O somatório das massas
a diçã o de a mido ou a mido modifica do em de creme excedente e de leite padroniza do deve
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ser igu a l a o soma tório da s ma ssa s de leite = massa de creme; MLD = massa de leite desnatado;
desnatado e de creme, e este deve ser igual à massa MCRe = massa de creme excedente; MLP = massa
de leite integral. O raciocínio anterior pode ser de leite padronizado; MSNGli = massa de sólidos
definido como o ba la nço de ma ssa globa l do não gordurosos do leite integral; MSNGcr = massa
processo, entretanto o mesmo pode ser a plicado de sólidos não gordurosos do creme; MSNGld =
a os sólidos não gordu rosos e a gordura . Esta s massa de sólidos não gordurosos do leite desnatado;
a ná lises nã o leva m em considera çã o pequ ena s MSNGcre = massa de sólidos não gordurosos do
perda s de ma ssa inerentes a o processo de creme excedente; MSNGlp = massa de sólidos não
centrifu ga çã o. Desta forma os ra ciocínios gordurosos do leite padronizado; MGDli = massa
apresentados podem ser sintetizados nas equações de gordura do leite integral; MGDcr = massa de
1,2 e 3.Sendo: MLI = massa de leite integral; MCR gordura do creme; MGDld = massa de gordura do

Tabela 1 – Aditivos permitidos para a produção de doce de leite para confeitaria.

ADITIVOS FUNÇÃO CONCENTRAÇÃO MÁXIMA


NO PRODUTO FINAL
Ácido sórbico e seus sais de Na, K ou Ca Conserva dor 600 mg.kg -1 (em ac. sórbico)
1000 mg.kg -1 em ac. sórbico
em Doce de leite para uso
industrial exclusivo
Natamicina em superfície livre Conserva dor 1mg.dm - 2
Lacta to de cá lcio Textu r iza nte b.p.f.
Aromatizante de baunilha, vanilina e/ou
etil vanilina isolada ou em mistura Ar oma ti za n te b.p.f.
Citrato de sódio Esta biliza nte b.p.f.
Sorbitol Ume c t a n t e 5 g.100 -1 g
Caramelo (INS 150 a,b,c,d) Cora nte b.p.f.
Ácido Algínico Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Algina to de Amônio Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Alginato de Cálcio Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Carragenas incluídas furcelarana e seus
sais de sódio e potássio Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Pectina e Pectina Amidada Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Alginato de Potássio Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Alginato de Propilenoglicol Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Alginato de Sódio Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Agar Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Ca rboximetilcelulose Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Carboximetilcelulose sódica Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Metilcelulose Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Metiletilcelulose Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Hidroxipropilcelu lose Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Arábica Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Xanta na Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Garrofin Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Caraia Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Gellan Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Tadragante Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Goma Konjak Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Gelatina Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Celulose microcristalina Esp./Est. 5000 mg.kg - 1
Sendo: b.p.f. = segundo boas práticas de fabricação; Esp./Est. = espessante/estabilizante.Observação: O uso destes
estabilizantes/espessantes quando utilizados em mistura não po-derá ser superior a 20000 mg.kg-1 do produto final.
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leite desnatado; MGDcre = massa de gordura do a proxima da mente 2 ,6 %m/m. O processo de


creme excedente; MGDlp = massa de gordura do pa droniza çã o do leite ocorre na s centrífu ga s
leite padronizado. Massa de Leite Integral (MLI) pa droniza dora s e consiste na incorpora çã o
O controle do teor de umidade do produto controlada de parte do creme ao leite desnatado
fina l é realizado por meio da determina çã o do provenientes do processo de centrifugação. Uma
teor de sólidos solú veis a o se emprega r u m geometrizaçã o deste processo é apresentada na
refra tômetro. Esta determinaçã o ocorre ao final Figura 1.
da produçã o e cara cteriza o ponto do processo, Durante a centrifugaçã o do leite integra l
ou seja , momento no qu a l deve-seencerra r a ocorre a formação do creme e do leite desnatado,
eva pora çã o da á gu a do doce de leite a o se que pode ser adicionado de parte da massa do creme
interromper o fornecimento de va por a o tacho. visa ndo à obtenção de leite padronizado com o
Segundo Santiago (2 00 9), a relação que existe teor de gordura desejado. O somatório das massas
entre o teor de sólidos solúveis e o teor de sólidos de creme excedente e de leite padroniza do deve
totais pa ra o doce de leite em pa sta é ex-pressa ser igu a l a o soma tório da s ma ssa s de leite
pela equação 1: desnatado e de creme, e este deve ser igual à massa
de leite integral. O raciocínio anterior pode ser
TSTD = 0,8891 x (TSSD) + 8,5976 (R2 =0,9847; definido como o ba la nço de ma ssa globa l do
P<0 ,0 00 1)(1 ) processo, entretanto o mesmo pode ser a plicado
a os sólidos não gordu rosos e a gordura . Esta s
Sendo: TSTD = teor de sólidos tota is do a ná lises nã o leva m em considera çã o pequ ena s
doce de leite em pasta; T SSD = teor de sólidos perda s de ma ssa inerentes a o processo de
solúveis do doce de leite em pasta; R2 = coeficiente centrifu ga çã o. Desta forma os ra ciocínios
de correlação linear; P = Signi-ficância estatística apresentados podem ser sintetizados nas equações
do modelo. 1,2 e 3.
Na Tabela 3 é apresentado o resultado da
aplicação da equação 1 em diferen-tes valores de
sólidos solúveis no doce de leite em pasta.
O controle do teor de gordura no doce de
leite é rea liza do por meio da padroniza çã o do
teor de gordura do leite. Estima-se que para uma
fabricação tradicional de doce de leite em pasta o
teor mínimo de gordu ra no leite deve ser de Sendo: MLI = massa de leite integral; MCR

Tabela 2 – Atributos de composição centesimal permitidos para doce de leite

Requisito Doce de leite Doce de leite com creme Método de análise


Umidade g/100 g Má x. 3 0,0 Ma x. 3 0,0 FIL 15B: 1998
Matéria Gorda g/100 g 6.0 a 9,0 Maior de 9,0 FIL 13C: 1987
Cinzas g/100 g Má x. 2 ,0 Má x. 2 ,0 AOAC 15 a Ed. 1990
- 930.30
Proteína g/1 00 g Mín. 5,0 Mín. 5,0 FIL 20B: 1993

Tabela 3 – Relação entre o teor de sólidos solúveis e o teor de sólidos totais em doce de leite em pasta
segundo a equação 1.

Teor de sólidos solúveis no doce Teor de sólidos totais no doce de leite em


de leite em pasta (ºBrix) pasta calculado pela equação 1 (%m/m)
6 8 ,5 6 9 ,5
6 9 ,0 6 9 ,9
6 9 ,5 7 0 ,4
7 0 ,0 7 0 ,8
7 0 ,5 7 1 ,3
7 1 ,0 7 1 ,7
7 1 ,5 7 2 ,2
7 2 ,0 7 2 ,6
7 2 ,5 7 3 ,1
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= ma ssa de creme; MLD = ma ssa de leite determina r a s ma ssa s de leite desna ta do, leite
desna tado; MCRe = massa de creme excedente; integra l e creme que devem ser mistu ra da s no
MLP = massa de leite pa dronizado; MSNGli = intuito de obter o leite padronizado ao final do
massa de sólidos não gordurosos do leite integral; processo. Pa ra ta l, emprega -se o qu a dra do de
MSNGcr = ma ssa de sólidos nã o gordurosos do Pea rson a ditivo como ferra menta de cá lcu lo,
creme; MSNGld = massa de sólidos não gordurosos apresentado na Figura 2.
do leite desnatado; MSNGcre = massa de sólidos De acordo com o qu a drado de Pea rson a
não gordurosos do creme excedente; MSNGlp = proporção de misturas de massa entre o creme e o
ma ssa de sólidos nã o gordu rosos do leite leite desna ta do pa ra a obtençã o de leite
padronizado; MGDli = massa de gordura do leite padronizado obedece à seguinte relação:
integral; MGDcr = massa de gordu ra do creme; 3 ,4 pa rtes de creme + 4 1 ,5 pa rtes de leite
MGDld = ma ssa de gordu ra do leite desnatado; desnatado = 44,9 partes de leite padronizado
MGDcre = massa de gordura do creme excedente; Por meio desta relação é possível realizar a
MGDlp = massa de gordura do leite padronizado. padronização mantendo-se um volume final de leite
Du ra nte a pa droniza çã o pode-se bu sca r padronizado ou sem a manutenção deste volume.

Figur a 1 – Geometrização do processo de padronização da gordura.

Figura 2 – Quadrado de Pearson aditivo


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Du ra nte a pa droniza çã o pode-se bu sca r MDL = [(MLI x %SLLI)+(MLD x %SLLD)+(MS


determinar as massas de leite desnatado e creme x %SLS)+(MSC+MR+ME)+(MG x %SG)](3)
que são formadas a partir da massa de leite integral %ST DL
empregado no início do processo de centrifugação.
Pa ra ta l, emprega -se o qu a dra do de Pea rson Sendo: MLI = massa de leite integral (kg) ou
su btra tivo como ferra menta de cá lcu lo, a pre- volu me de leite (L); %SLLI= porcenta gem de
sentado na Figura 3. sólidos láticos do leite integral expresso em (m/m)
ou expresso em (m/v); MLD = ma ssa de leite
3 ATRIBUTOS DE CUSTOS desnatado (kg) ou volume de leite desnatado (L);
%SLLD = porcenta-gem de sólidos láticos do leite
Importa ntíssimo ponto de controle desnatado expresso em (m/m) ou expresso em (m/
indu stria l u ma vez qu e está direta mente v); MS = massa de soro (kg) ou volume de soro (L);
relacionado a viabilidade financeira da produção %SLS = porcentagem de sólidos lácti-cos do soro
do doce de leite. Por meio da a plica çã o dos expresso em (m/m) ou expresso em (m/v); MSC =
conceitos do balanço de massa é possível prever a massa se sacarose (kg); MR = massa de redutor
qu a ntida de de produ to fina l, qu e deve ser (kg); ME = massa de espessante (kg); MG = massa
maximizada objetivando a redução dos custos de de glicose (kg); %SG = porcentagem de sólidos da
produção. Durante o processo de fa brica çã o do glicose (kg); % STDL = porcentagem de sólidos
doce de leite os ingredientes são adiciona-dos ao totais do doce de leite expresso em (m/m).
evapora dor e após a retirada da massa de água A análise da equação 2 indica os pontos que
desejada, determina-se o final da fabricação, por devem ser controlados para um maior rendimento
meio da determinação do ponto. O somatório da de fabricação, a saber:
massa de todos os ingredientes a dicionados a o 1 - O controle do teor fina l de u mida de:
eva pora dor é igu a l à soma da ma ssa de á gu a quanto maior o teor final de umidade do
evaporada e a ma ssa de doce de leite obtida. A doce de leite, menor será o denominador
equação 2 relaciona a massa dos in-gredientes com da equ a çã o e ma ior qu a ntida de de
a massa de água evaporada e a massa de doce: produ to será obtida . Entretanto, deve-
se ressaltar que a legislação estipula um
MLI + MLD + MS + MSC + MG + MR + ME = má ximo de u mida de (3 0 %) e qu e
MAE + MDL (2) dependo das características desejadas no
produ to fina l (consistência por
A massa do doce de leite pode ser dividida exemplo) teores eleva dos de u mida de
entre a massa de sólidos totais e a massa de água. não são desejados.
Os sólidos totais no doce compreendem a massa 2- Seleção de matérias primas: quanto maior
de sacarose, de glicose, de sólidos de origem láctea, for o teor de sólidos solúveis no leite,
de redutor de acidez e a massa de espessante. A soro e leitelho maior será a quantidade
equação 3 que determina a quantidade de doce de de produto final obtida. Elevado teor de
leite ao final de uma produção é a seguinte: sólidos solú veis ta mbém impa cta m

Figura 3 – Quadrado de Pearson subtrativo


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favoravelmente na diminuição do tempo produtora de doce de leite. As principais partes de


de evaporação e desta forma na redução um tacho e suas respectivas funções são:
dos gastos com va por. 1 ) MANÔMET RO: instru mento medidor da
O tacho para fabricação do doce de leite é pressão do interior da camisa de vapor. Peça
ponto crítico na qualidade do produto final e o seu importante no controle do tempo de fabricação
correto fu nciona mento e operaçã o são deter- e obrigatória para a segurança do processo. Cada
minantes para o custo final do processamento. O equ ipa mento foi constru ído pa ra uma
estudo realizado por de Ramón Molina Valle em capacidade máxima de pressão de vapor na qual
1984, intitulado “Racionalização do uso do óleo tra balha de forma segu ra . Desta forma , é
de combustível nas indú strias de la ticínios” , imperioso qu e os operadores controlem a
apresenta importantes pontos de controle durante pressão de trabalho visando evitar acidentes.
a fabricação do doce de leite. Nas Tabelas 4 e 5 são Em algumas fábricas são instaladas válvulas na
apresentadas as perdas energéticas decorrentes de linha de va por que a limenta os tachos pa ra
diferentes espessuras de isolamento da camisa de controle da pressão de entrada, o que aumenta
vapor, perdida pela válvula de segurança e perdida a segurança de todo o processo.
no condensado. 2 ) PURGADOR: elimina o condensado da camisa
Em muitas fábricas o condensado de vapor de va por, a u menta ndo a eficiência do
é reaproveitado como água quente pa ra limpeza processo de troca de energia na forma de calor.
de utensílios e para a produção de vapor, aca r- 3 ) EIXO-AGITADOR: promove a movimentação
retando economia de combustível na caldeira. da calda durante o processo de concentração,
homogeneizando a temperatura, facilitando a
4 SEGURANÇA OPERACIO NAL evaporação da água e impe-dindo a queima do
produto. Normal_mente a rotação dos tachos
A base da tecnologia de produção do doce varia entre 74 e 80 rotações por minuto.
de leite consiste na evaporação da água por meio 4 ) CAIXA REDUT ORA: redu z a rota çã o do
da a plicaçã o de energia na forma de ca lor em motor e tra nsfere movimento pa ra o eixo-
equ ipa mentos denomina dos eva pora dores. Os agitador.
evaporadores mais empregados na indústria de doce 5 ) CAMISA DE VAPOR: promove o a qu eci-
de leite sã o os ta chos. Sã o equ ipa mentos de mento indireto do leite, a partir da circulação
u tiliza çã o simples e de ma nu tençã o ba ra ta , do vapor. Está instalada em aproximadamente
entretanto requer controles no intuito de aumentar 1/3 da altura do tanque.
a sua vida útil e a segurança dos seus operadores. 6 ) VÁLVULA DE SEGURANÇA: proteção contra
É possível rea liza r a fabricação de doce com o sobrepressão na camisa de vapor; abre e expele
tempo de concentração vari-ando de 30 minutos vapor quando a pressão do tacho está acima
a até 6 horas de duração com o mesmo volume de da pressão segura de trabalho do equipamento.
leite. Isto mostra o quão importante é a escolha É importa nte qu e esta vá lvu la esteja fu n-
do equipa mento, pois este fator pode impa cta r cionando correta mente e qu e receba ma nu -
na fa lta de competitivida de de u ma indú stria tenção periódica.

Tabela 4 - Perdas energéticas para o ambiente através da parede externa da camisa do tacho

Espessura do Perda de energia na Eficiência do Tempera tura da


isola mento(in) forma de calor(kcal/h) isola nte(%) superfícieexterna (ºC)
Sem isolamento 1 1 6 2 ,0 0,0 110
1" 1 7 7 ,0 8 4 ,7 5 3 ,5
1 ½” 1 3 9 ,0 8 8 ,0 4 7 ,0
2" 1 1 3 ,5 9 0 ,0 4 2 ,5

Tabela 5 - Perdas energéticas no tacho de fabricação de doce de leite.

Atributo avaliado kcal.h - 1 %


Energia total fornecida na forma de calor pelo vapor 4 8 3 5 2 ,5 1 0 0 ,0
Energia perdida no condensado 9 4 3 5 ,0 1 9 ,5
Energia perdida pela válvula de segurança 6 4 4 7 ,0 1 3 ,3
Energia perdida pela falta de isolamento 1 0 4 8 ,5 2,2
Total 35
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7 ) VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO: Hentgeset al. (2010) recuperaram isolados de L.


ma ntém constante a pressã o na camisa de monocytogenes, Salmonella Thyphimurium, E. coli
vapor, evitando, principalmente, valores acima O157:H7 e S. aureus após 30, 30, 5 e 10 dias de
da pressão de segurança para trabalho do tacho. inoculação, respectivamente. Desta forma, o am-
8 ) EXAUST OR: acelera o processo de concen- biente de processamento, a temperatura e o tempo
tração, visto que retira o evaporado proveniente de envase e a higienização eficiente dos equipamentos
do aquecimento, evitando sua condensação. empregados, principalmente os de envase, devem ser
9 ) TAMPA: a tampa do tacho de doce de leite é controlados. Os critérios microbiológicos para doce
geralmente um complemento do equi-pamento de leite, segundo a Portaria 354 do MAPA, são
que todas as empresas fabricantes enviam, apresentados na Tabela 6.
juntamente com o mesmo, no momento da
compra. Tabela 6 – Critérios Microbiológicos e
tolerâncias para doce de leite segundo
5 INOCUIDADE DO ALIMENTO M APA.

De acordo com Timm et al. (2007), a pos- Micro-organismos Critério de Aceitação


sibilidade de bactérias patogênicas em doce de leite (UFC/g)
não pode ser excluída, apesar deste produto Stap hyloco ccus n=5 c=2 m=10 M=100
apresentar baixa atividade de água devido à alta Coagulase Positiva/g
concentração de carboidratos. Segundo Alais (1985), Fungos e Leveduras/g n=5 c=2 m=50 M=100
o doce de leite propicia além do desenvolvimento de
fungos filamentosos e leveduras osmofílicas, a Os critérios analisados para o doce de leite
multiplicação de Staphylococcus resistentes a alta segundo a RDC Nº 12 de 2001 da Agência Nacional
pressão osmótica do meio, sendo estes, potenciais de Vigilâ ncia Sa nitá ria (ANVISA, 2 0 0 1 ) sã o
produtores de enterotoxinas causadoras de intoxicação apresentados na Tabela 7 .
alimentar. Sousa (2002) analisou doces de leite
produzidos a partir de leite de búfala na Ilha de Marajó 6 PADRONIZAÇÃO DO PRO DUTO FINAL
e enumerou alta contagem de leveduras. Os fungos
filamentosos e as leveduras são importantes Na indú stria de produtos lá cteos concen-
indicadores das condições higiênicas do ambiente de trados e desidratados a padronização da compo-
produção de alimentos. Além disso, podem estar siçã o final é determina nte pa ra a consolida çã o
associados à produção de metabólitos tóxicos e das tecnologias, uma vez que auxilia no controle
deterioração de alimentos (FRANCO; LANDGRAF, de atribu tos sensoria is e reológicos, impacta ndo
2008). Segundo Evangelista (1994), as leveduras ta mbém no processo de enva se e a condicio-
podem alterar muitos produtos lácteos, como queijos, na mento em embalagens com ma ssa de produ to
manteiga, doces e leites condensados, por sua ação previa mente definida . A pa droniza çã o desta s
sobre a lactose, resultando na produção de CO 2 , tecnologia s ocorre por meio da u tiliza çã o de
originando um offflavor pelo processo fermentativo fa tores de pa droniza çã o, sendo o fa tor de
além de estufamento da embalagem, entretanto, sua pa dronizaçã o (RF) o ma is empregado. Consiste
patogenicidade em alimentos é praticamente na porcenta-gem de gordu ra (%Gd) do produto
desconhecida. Timmet al. (2007) estudaram a final dividida pela sua porcentagem de sólidos não
qualidade microbiológica de 28 amostras de doce de gor-durosos (%S.N.G.). Na produção do doce de
leite fracionado em porções, para serem vendidos a leite com 8%m/m de gordura e com 18%m/m de
granel, em supermercados na cidade de Pelotas e sólidos não gordurosos o valor do RF desejado é
isolaramSalmonella de uma das amostras. Em um de 0,4444. Para atingir este valor de RF pode-se
estudo com doces de leite artificialmente inoculados, adicionar leite desnatado ou creme ao leite a ser

Tabela 7 – Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos segundo a ANVISA.

Grupo de Alimentos Micro-orga nismo Tolerâ ncia pa ra a mostra Tolerâ ncia pa ra


indicativa (UFC/g) Amostra Representa tiva
nc m M
a) Doce de leite, com Coliformes a45ºC/g 50 521050
ou sem adições, exceto
os acondicionados em Stap hyloco ccus
emba lagem hermética Coagu lasePositiva/g 100 5210100
ou a granel. Salmonellaspp. / 25g aus 50aus -
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processado. Caso o RF do leite a ser empregado empregado para determinar em qu antas vezes o
na fabricação do doce de leite seja numericamente volume do leite foi reduzido durante a fabricação
inferior ao RF deseja do no produto fina l entã o do doce de leite, ou para determinar em quantas
deve-se fazer uma adição de creme ao leite. Se o vezes a concentração de cada constituinte do leite
RF do leite a ser empregado na fa brica ção for foi a umentada. Ao em-prega rmos somente leite
superior a o RF do produ to fina l então deve-se na fa brica çã o do doce de leite o fa tor de
adicionar leite desnatado ao leite. Exemplificando concentra ção iguala-se ao rendimento em ma ssa
para obtençã o de um doce de leite com RF de de leite por ma ssa de doce de leite. O fa tor de
0,4444 deve-se adicionar leite desnatado toda vez concentração é definido pela equação 5.
de o RF do leite a ser empregado na fabricação for FC = TSLD / TSLL (5)
maior do que 0, 0,4444 (adição de leite desnatado Sendo: FC = fator de concentração; TSLD
se RFleite> 0,4 44 4) e deve-se a diciona r creme = teor de sólidos láticos no doce de leite; TSLL =
toda vez que o RF do leite a ser emprega do na teor de sólidos láticos no leite.
fa bricação for menor do que 0,4444 (a dição de Por meio da equ a ção 5 é possível deter-
creme se RFleite< 0,4444). A quantidade de leite mina r a composiçã o do doce de leite a o se
desnatado ou creme (MCLD) pode ser determinada conhecer a composição inicial do leite, bastando
pela equação 4 de Van d’ Berg. multiplicar os teores iniciais dos constituintes pelo
fator de concentração. Exemplos de aplicação são
apresentados na Tabela 7.

7 CO NCLUSÃO
Sendo:
MCLD = Ma ssa de creme ou de leite Na tecnologia de produção do doce de leite
desna tado a ser adiciona da (kg); RF = fator de diversos atributos podem ser controlados, desde a
padronização desejado no doce de leite; SNGli = composiçã o do leite, a pressã o de tra ba lho do
teor sólidos não gordurosos do leite integra l (% equ ipa mento a té a tempera tu ra e o tempo do
m/m); SNGld = teor sólidos nã o gordu rosos de envase. Estes controles visam atender exigências
leite desnatado ou creme (% m/m); Gdli = teor de da legislação, dos custos de produção, da segurança
gordura do leite integral (% m/m); Gdld = teor de opera ciona l, da inocu ida de a limenta r e de
gordura do leite desnatado ou do creme (% m/m); pa dronização do produ to final. O conhecimento
QLp = quantidade de leite a ser padronizado. e o controle destes a tribu tos contribu em deci-
Exemplo: Deseja-se produzir doce de leite sivamente para a competitividade das indústrias
com 8%m/m de gordura e 18%m/m de sólidos não produtoras de doce de leite.
gordurosos. O leite de partida é constituído por
10000L com 3,2%m/v de gordura e com 8,2%m/ 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
v de sólidos não gordurosos. Deseja-se determinar
qual a quantidade leite desnatado ou creme de deve ALAIS, C. Ciencia de La lec he . Princ ipio de
ser adicionado. té c nic a le c he r a. 4 . ed Ba rcelona : Editoria l
A primeira eta pa pa ra resolu çã o deste Reverte, 1 98 5 .8 7 3p.
problema consiste na determinação dos RF do doce
de leite e do leite de partida. Desta forma, temos BRASIL. Ministério da Agricu ltura , Pecuária e
que o doce de leite possui RF igual a 0,4444 (8/ Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária.
18) e leite de partida possui RF igual a 0,3902. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Como o RF do leite de partida é menor do que o Animal. Portaria n° 354 , de 04 de setembro de
RF desejado então deve-se fazer a adição de creme 1 99 7 . Regula mento Técnico para Fixa çã o de
ao leite, calculada pela equação 4. Consideremos Identidade e Qualidade de Doce de Leite. Diário
creme com 5 0%m/v de gordura e com 5 ,5 % de O fic ial daRe públic a Fede rativ a do Brasil.
sólidos não gordurosos. Brasília, 8 de set. de1997. Disponível em: <http:/
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setembro 20 11.

_____. Agência Nacional de Vigilância Sanitária


– ANVISA. Resolução RDC n. 12, de 2 de janeiro
de 2 0 01 , dispõe sobre o Regu la mento Técnico
sobre Padrões Microbiológicos pa ra Alimentos,
revoga ndo a porta ria SVS/MS 4 5 1 , de 1 9 de
Outro fator emprega do na tecnologia é o setembro de 1 9 9 7, pu blica do no DOU de 2 de
fator de concentração. O fator de concentração é ju lho de 1 9 9 8 . Diár io O fic ial da Re públic a
Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”, Ma r/Abr, nº 385, 67: 42-51, 2012 Pág. 51

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Tabela 7 – Composição final ca lcula da pa ra o doce de leite a pa rtir de diferentes tecnologia s de


fa bricaçã o.

Ingredientes e aditivos % Unidades Formulação


1 2 3 4 5 6
Leite kg 300 300 300 255 225 195
• EST 1 2 ,2 kg 3 6 ,6 3 6 ,6 3 6 ,6 3 1 ,1 2 7 ,5 2 3 ,8
• Lactose 4,8 kg 1 4 ,4 1 4 ,4 1 4 ,4 1 2 ,2 1 0 ,8 9,4
• Gordura 3,5 kg 1 0 ,5 1 0 ,5 1 0 ,5 8,9 7,9 6,8
• Proteína s 3,1 kg 9,3 9,3 9,3 7,9 7,0 6,0
• Sais 0,8 kg 2,4 2,4 2,4 2,0 1,8 1,6
Soro kg 0 0 0 45 75 105
• EST 6,7 kg 0 0 0 3,0 5,0 7,0
• Lactose 5,3 kg 0 0 0 2,4 4,0 5,6
• Gordura 0,3 kg 0 0 0 0,14 0,23 0,32
• Proteínas 0,8 kg 0 0 0 0,36 0,6 0,84
• Sais 0,3 kg 0 0 0 0,14 0,23 0,32
Ingredientes
• Sacarose kg 60 60 90 60 60 60
• Redutor de acidez kg 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3
• Espessa nte kg 0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
Doce de Leite kg 1 3 8 ,4 1 4 0 ,6 1 8 3 ,4 1 3 7 ,0 1 3 4 ,7 1 3 2 ,3
• Teor de sólidos láticos na kg 1 2 ,2 1 2 ,2 1 2 ,2 1 1 ,4 1 0 ,8 1 0 ,3
mistura leite e soro
• Fator de concentração 2,17 2,13 1,64 2,19 2,23 2,27
do processo
• Massa de água evaporada kg 2 2 1 ,9 2 2 1 ,2 2 0 8 ,4 2 2 4 ,8 2 2 7 ,1 2 2 9 ,5
no processo
• Teor de sólidos solúveis °Brix 69 69 69 69 69 69
• Teor de sólidos totais % 70 70 70 70 70 70
• Teor de sacarose % 4 3 ,3 4 2 ,7 4 9 ,1 4 3 ,8 4 4 ,6 4 5 ,3
• Teor de sólidos láticos % 2 6 ,4 2 6 ,0 1 9 ,9 2 4 ,9 2 4 ,1 2 3 ,3
• Teor de lactose % 1 0 ,4 1 0 ,2 7,9 1 0 ,7 1 1 ,0 1 1 ,3
• Teor de gordura % 7,6 7,5 5,7 6,6 6,0 5,4
• Teor de proteínas % 6,7 6,6 5,1 6,0 5,6 5,2
• Teor de sais % 1,7 1,7 1,3 1,6 1,5 1,4
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