Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
b) Estabilidade do leite
A estabilidade térmica do leite é avaliada na plataforma de recebimento
do laticínio, e deve estar presente quando este for submetido ao processo de
aquecimento (pasteurização), caso contrário, ao ser submetido ao processo de
pasteurização pode ocorrer coagulação das proteínas, pela elevada acidez ou
desequilíbrio salino. Os testes de estabilidade do leite utilizam uma solução
alcoólica para determinar a desestabilização das micelas de caseína do leite e
auxilia na seleção do leite que será submetido ao aquecimento, evita que essa
coagulação ocorre nas placas do pasteurizador.
Os testes para estabilidade do leite são chamados testes rápidos: testes
do álcool e o teste do alizarol. Eles garantem que ao ser submetido ao
tratamento térmico ele permaneça estável, evitando coagulação nas placas do
pasteurizador. Alguns fatores podem influenciar na formação de coágulos,
como ação de microrganismos sobre a caseína, vacas que apresenta mastite
com elevado número de células somáticas, presença de colostro e vacas no
final da lactação (Figura 1).
Figura 1 – Chave prática para interpretação do teste de alizarol.
e) Teor de gordura
O teor de gordura do leite é importante para determinar o pagamento
pelo produto. Existe uma variação na quantidade de gordura dependendo da
individualidade, da idade do animal, período de lactação, etc., entretanto a
média de gordura presente no leite apresenta-se estável pela mistura do leite
entre os animais. É possível determinar os valores através de testes rápidos
que utilizam equipamentos eletrônicos ou de técnicas tradicionais (Butirômetro
de Gerber). As técnicas clássicas baseiam-se na destruição do estado globular
da gordura e a seguir determinam a quantidade de gordura separada ou por
métodos volumétricos ou por métodos gravimétricos.
O resultado é dado em porcentagem e o percentual esperado no leite
cru é de no mínimo 3% de gordura. Existe uma variação normal na quantidade
de gordura dependendo da individualidade, da idade do animal, período de
lactação, etc., entretanto a média de gordura presente no leite apresenta-se
estável pela mistura do leite entre os animais. Dificilmente o leite apresentará
níveis de gordura acima de 6%, entretanto os níveis abaixo de 3% indicam que
houve desnate na propriedade rural, o que é proibido. Para o leite pasteurizado
semidesnatado e desnatado, os índices de gordura devem ser de 0,6 a 2,9% e
máximo de 0,5%, respectivamente.
g) Índice crioscópico
Corresponde à determinação do ponto de congelamento do leite, e tem
como objetivo principal detectar fraudes por adição de água. O leite é composto
maioritariamente por água, porém não é o único componente, sendo os sólidos
solúveis responsáveis pela diferença entre o ponto crioscópico (PC) do leite e
da água. O PC é a temperatura em que o leite passa do estado líquido para o
estado sólido, e por ser a análise mais constante dentre as citadas
anteriormente é considerada uma prova de precisão.
O crioscópio é o aparelho que revela a temperatura de congelamento do
leite, que deve ser em -0,512ºC a -0,531ºC (-0,530 a -0,550ºH). Por isso,
quando ocorre adição de água ao produto, seu PC aproxima-se de zero (ponto
de congelamento da água), pela diluição que ocorre nas concentrações dos
componentes que estão na água do leite. A fraude por adição de água é a mais
antiga e a mais comum, utilizada para aumentar o volume e a lucratividade e
diminuir os custos de produção, além de poder contaminar o produto com
adição de água de qualidade duvidosa. Por outro lado, quanto mais distante do
ponto de congelamento da água, pode significar a adição de reconstituintes
(sal, açúcar, álcool, etc.) para mascarar a aguagem do leite (Figura 3).
h) Fosfatase alcalina
O teste de fosfatase é aplicado ao leite tratado termicamente, ou seja,
submetido ao processo de pasteurização (72º a 75ºC/ 15 a 20 segundos) ou
para detectar uma possível mistura de leite pasteurizado com leite cru. A
enzima fosfatase é natural do leite, sendo sua concentração variável de acordo
com a estação do ano, estádio de lactação, produção de leite do animal, etc.
Ela apresenta uma razoável resistência térmica, entretanto quando submetida
a temperatura de 62,5ºC por 30 minutos torna-se inativa, dessa forma, ao
realizar o teste ela deve apresentar-se NEGATIVA.
i) Peroxidase
A peroxidade também é um componente natural do leite, porém ao
contrário da fosfatase ela resiste ao tratamento térmico, não sendo inativada
pelo processo de pasteurização. Sua inativação completa só ocorre se o leite
for submetido ao superaquecimento, acima de 80ºC. Esse teste detecta
conformidade com a pasteurização, pois se ela não estiver presente, significa
que houve temperatura ou tempo maior que o preconizado, devendo manter-se
POSITIVA.
Quadro 1 – Principais causas de condenação do leite e suas respectivas finalidades.
5
* Onde tem-se 105, leia-se 10
a) Contagem Bacteriana Total (CBT)
A CBT indica contaminação bacteriana do leite em reflexo da higiene de
obtenção (ordenha) e conservação do leite na temperatura adequada. As
bactérias podem ser provenientes de todos os lugares, como na água, na
poeira, na terra, na palha, no capim, nos corpos e pelos das vacas, nas fezes,
na urina, nas mãos do ordenhador, nos insetos e utensílios utilizados na
ordenha e seu processamento na indústria. A CBT é expressa em unidades
formadoras de colônia por mililitros (UFC/mL).
Como as bactérias estão presentes em todos os lugares, existem causas
para elevada contagem de CBT: ordenha ineficiente; falta de resfriamento
(fazenda); manipulação deficiente; contaminação pelo ambiente; sanitização
deficiente; pasteurização e resfriamento deficiente.
b) Creme com corpo entranho (insetos, roedores, urina, fezes, etc.), aspecto
repugnante, neutralizante de acidez, ranço ou putrefação:
Condenação – fabricação de sabão.
c) Creme com acidez fora do padrão:
Aproveitamento condicional – fabricação de manteiga de classificação
inferior (desce uma categoria): Até 20°D (manteiga extra), entre 21 e 30°D
(manteiga de 1ª qualidade) e acima de 30°D (manteiga comum).
2.6. MANTEIGA:
a) Manteiga com corpo estranho, substâncias estranhas (margarina, gorduras
animais), aspecto repugnante, ranço ou com conservantes/inibidores:
Condenação – fabricação de sabão
2.7. Queijos:
a) Queijo com impurezas:
Aproveitamento condicional quando superficiais – liberar após limpeza
Aproveitamento condicional quando incorporadas – fusão
Condenação quando disseminadas – alimentação animal
b) Queijo com defeito na crosta:
Aproveitamento condicional – fatiar, ralar ou fusão