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Realização:
Escola Agrotécnica Federal de Rio Pomba
pH - A concentração de íons de hidrogênio (pH) no leite varia de 6,5 a 6,7. Nos casos
graves de mastite, o pH pode chegar a 7,5 e na presença de colostro, pode cair a 6,0. Na prática,
em vez de se medir o pH do leite, se utiliza uma prova para avaliar o grau de acidez (em graus
Dornic).
ACIDEZ - A acidez do leite pode ser avaliada por meio da determinação do seu pH, em
aparelhos apropriados, ou por métodos de titulação. Neste caso, a acidez é expressa em graus
Dornic (o D). A legislação brasileira considera normal o leite que apresenta acidez titulável entre 15
e 18oD.
Esta acidez titulável, natural do leite (denominada também de acidez aparente) resulta da
presença de CO2, fosfatos, citratos, caseína e de outros constituintes de menor importância do
leite. Estes compostos estão presentes na porção aquosa (soro) do leite e fazem parte dos
“sólidos não gordurosos”.
Portanto, o leite que contém grande quantidade de sólidos não gordurosos pode
apresentar acidez aparente mais alta que o normal.
A acidez que preocupa a indústria de processamento do leite é a acidez desenvolvida
(também chamada de acidez adquirida), que é causada pela ação de bactérias que se
multiplicam no leite e desdobram a lactose (o açúcar do leite) em ácido láctico.
RANÇOSO - A lipase é responsável pelo sabor rançoso do leite ou dos derivados lácteos.
Elas desdobram a gordura do leite, com liberação de ácidos graxos de cadeia curta (butírico,
capróico e caprílico) que conferem sabor e odor rançosos ao leite.
O leite cru apresenta lipase natural, que atua espontaneamente. Esta atividade varia de
acordo com o grau de agitação a que o leite é submetido após a ordenha e no transporte. As
principais bactérias responsáveis pela produção de lipase no leite cru pertencem ao gênero
Pseudomonas.
Pouca informação existe sobre os efeitos da lipase dessas bactérias em cremes de leite e
manteiga, mas outros microrganismos lipolíticos, especialmente fungos e leveduras, podem
causar deterioração desses produtos.
A pasteurização inativa a lipase natural do leite, mas não inativa completamente a
produzida por bactérias. A lipase produzida por Alcaligenes viscolatis no leite cru resiste à
pasteurização e é responsável pela rancificação de queijos.
GRUPOS - Vários grupos de bactérias atuam no leite. O grupo das “bactérias formadoras
de ácido láctico” causa acidez formando ácido láctico a partir da lactose. As bactérias
responsáveis pela acidificação da lactose pertencem a dois grupos principais: os estreptococos
lácticos e os lactobacilos.
Eles encontram condições ideais para se multiplicar no leite conservado acima de 24ºC.
Uma pequena evolução da acidez torna o leite impróprio para consumo, podendo levar à
coagulação da caseína. Os coliformes, que são muito difundidos na natureza, também podem
acidificar o leite. Nesse caso, além da acidez, há a produção de gás, o que explica, por exemplo,
o “estufamento” de certos queijos preparados com leite cru.
Para que a vaca tenha assegurada maior produção de leite, é necessário que a ordenha
seja realizada com eficiência, de modo higiênico, em ambiente calmo e familiar para o animal.
A maioria das vacas, no Brasil e no mundo, ainda hoje são ordenhadas manualmente,
muito embora a ordenha mecânica seja conhecida há mais de cem anos.
A ordenha manual continua sendo um método viável para rebanhos pequenos, bem como
nos casos em que há dificuldade de manutenção dos equipamentos de ordenha, de obtenção de
peças de reposição ou suprimento de energia elétrica.
Após a lavagem e desinfecção, os utensílios devem ser mantidos com a abertura para
baixo, numa bancada limpa, até a próxima ordenha.
ORDENHADOR - As pessoas que irão trabalhar na sala de ordenha devem ser bem
treinadas para a atividade e conhecer a importância do leite na saúde dos consumidores,
considerando sempre os princípios de higiene e a capacidade de a vaca leiteira reagir aos
estímulos externos.
Os ordenhadores devem ter os seguintes requisitos: boa saúde; trabalhar com roupas e
mãos limpas; usar botas e boné; manter as unhas cortadas e os cabelos curtos; não fumar ou
cuspir durante a ordenha.
AUXILIAR - Sua tarefa deve ser limitada à ordenha das vacas. Outras tarefas como
conduzir o animal, apartar, pear, raspar e lavar o piso devem ser realizadas por um auxiliar.
É importante que o ordenhador mantenha ao seu alcance um recipiente com
desinfectante. No caso de identificar uma vaca com mastite clínica, deve lavar e desinfetar as
mãos antes de ordenhar a próxima vaca.
Para que os ordenhadores exerçam suas atividades de maneira correta, é preciso que
sejam treinados em cursos ou estágios específicos e que possam manter-se atualizados.
7 MINUTOS - Uma vez iniciada, a ordenha não pode ser interrompida, devendo ser
concluída em no máximo sete minutos, do preparo das tetas ao esgotamento total do úbere. Essa
é uma tarefa que deve ser realizada exclusivamente pelo ordenhador.
Nesse processo, uma série de cuidados e práticas de higiene deve ser realizada para
evitar que as bactérias cheguem à teta ou contaminem o leite.
* Pré-lavagem: passagem de um ciclo de água morna (35 a 45°C). Não recircular esta água;
* Detergente alcalino clorado: esta solução deve conter 130 ppm de Cloro e um pH mínimo de 11 ou em função da
qualidade da água utilizada. A temperatura de entrada da solução deve ser de 50°C. Utilizar escova específica para a
limpeza de tanques;
* Detergente ácido: esta solução deve apresentar um pH máximo de 3. A temperatura inicial deve ter no mínimo 35
a 45°C (não pode ser superior a 60°C). Utilizá-la diariamente e após a limpeza com o detergente alcalino;
* Sanitizante: circular diariamente uma solução contendo 25 ppm de Iodo ou 130 ppm de Cloro antes de cada
ordenha e não enxaguar o equipamento com água após a sua utilização. A temperatura deve estar entre 35 e 45°C.
É importante frisar que os pontos básicos para uma boa limpeza do tanque de expansão são: tempo adequado para
cada etapa, temperatura das soluções de limpeza, concentração do detergente e ação física para remoção de resíduos
em locais de difícil acesso.
A forma mais eficiente para o resfriamento rápido do leite é o uso de tanques de expansão.
Estes equipamentos que têm se popularizado entre os produtores, pois apresentam grande
superfície de contato com o leite e possuem um agitador, o que favorece o rápido abaixamento
da temperatura. Desta forma, a utilização de resfriadores de imersão, nos quais os latões são
imersos na água gelada, não oferece a mesma eficiência, pois as trocas de calor são muito
mais lentas. Como não há homogeneização do leite durante o resfriamento, o leite não é
resfriado uniformemente, e assim este resfriamento marginal não inibe o crescimento de
bactéria na parte mais interna do latão.
Para a escolha de um bom tanque de expansão, vale a pena destacar alguns conceitos
básicos antes da aquisição do equipamento. A decisão da compra deve ser feita levando-se
em conta o tamanho adequado para a fazenda e a vida útil do equipamento. Dependendo da
freqüência de coleta de leite na fazenda, recomenda-se que o tanque tenha capacidade igual a
5-6 ordenhas, o que poderia permitir a coleta de leite a cada 48 horas. No entanto, é bom
lembrar que o tanque, assim como outros equipamentos da fazenda, deve ser utilizado na sua
capacidade máxima, de forma a diluir o seu custo fixo.
O tanque de expansão não deve ser desligado durante a noite pois esta prática, além de não
trazer grande economia energia elétrica, resulta em aumento do crescimento bacteriano no
leite e, conseqüentemente menor qualidade final do produto.
No Brasil, a atual legislação sobre produtos de origem animal data de 1952 e vem sendo
alterada constantemente. As últimas portarias sobre qualidade para os leites A e B entraram em
vigor em 1984. As alterações, porém, são lentas, não acompanhando o que está ocorrendo no
país.
Como por exemplo: a) na década de 90, com a criação do Mercosul e a abertura da
economia, ampliou-se a entrada de produtos estrangeiros no mercado brasileiro, alguns de
melhor qualidade, aumentando a competição interna; (b) com a promulgação da lei de defesa do
consumidor em 1991 e o plano Real em 1994, está havendo uma mudança no comportamento
dos consumidores, estimulando-os a serem mais exigentes.
BUSCA - Estas mudanças influenciam as indústrias e os produtores de leite, nesta ordem,
a buscarem alternativas para se adequarem a melhoria da matéria-prima e dos produtos lácteos.
Todavia, As alterações nos sistemas de produção de leite pouco evoluíram, principalmente no
aspecto do manejo higiênico-sanitário.
Com o objetivo de acelerar a melhoria da qualidade do leite e reduzir custos, as indústrias
vêm implantando a colheita de leite a granel, sistema onde o leite resfriado é colhido em um carro
tanque isotérmico. Esta iniciativa é cada vez mais praticada, mas encontra pouco amparo na
legislação.
AÇÕES - Neste artigo serão fornecidos exemplos práticos que ilustram a necessidade de
evolução da legislação sobre leite que venha regulamentar a transição entre modalidades de
armazenamento e transporte de leite e sobre o transporte a granel, prevendo ações que os
produtores e indústrias devem iniciar.
Aos produtores caberá a iniciativa de adquirir um resfriador individual ou comunitário, isto
é, em sociedade com dois ou mais produtores. Às indústrias cabe a responsabilidade de
apresentar projeto junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e orientar produtores e
transportadores na utilização de resfriadores e nas implicações da colheita a granel, bem como
facilitar o financiamento dos resfriadores.
ESTRATOS - Os produtores brasileiros podem ser agrupados em diferentes estratos de
produção. Há aqueles que entregam menos de 10 litros de leite por dia, sem um mínimo de
cuidados higiênicos. Outros são considerados safristas ou produtores eventuais. Existem ainda
aqueles cuja produção individual é expressiva e tecnificada.
Mas estes constituem a minoria, como pode ser comprovado no Diagnóstico da Pecuária
Leiteira em Minas Gerais (1996) coordenado pelo SEBRAE, onde os estratos de produção de
leite foram divididos em produtores até 20 litros de leite por dia (26,3%), 21 a 50 (28,3%), 51 a
100 (21,1%), 101 a 200 (14,8%), 201 a 500 (7,6%) e acima de 500 litros por dia (1,8%).
Um exemplo mais detalhado da diversidade de estratos de produtores encontra-se na
amostra coletada em treze Cooperativas da Zona da Mata de Minas Gerais (Tabela 1).
DINÂMICA - Neste universo é natural que haja produtores que não possuem nenhum
conhecimento sobre a dinâmica do setor ou até mesmo sobre as alterações que ocorrem com o
leite após a ordenha e como diminuir o seu processo de degradação, como ocorre com a adoção
do transporte a granel precedido de resfriamento do leite.
A mudança de transporte do leite de latão para granel exige uma conscientização dos
produtores e dos técnicos, sobre as suas vantagens e desvantagens. Deve-se começar com um
controle mais rigoroso do rebanho em termos de sanidade, reprodução, higiene de ordenha e
principalmente quanto ao resfriamento, pois o leite de um produtor será misturado com o dos
demais antes de chegar à plataforma da indústria.
BRUSCAS - As normas sobre colheita de leite a granel deverão levar em consideração
que mudanças muito bruscas de padrões de qualidade poderão afetar um número expressivo de
produtores quanto ao manejo higiênico-sanitário que praticam atualmente e talvez se mostrem
inviáveis na prática.
Em 1930, quando foi proibida a colheita de leite quente nos Estados Unidos, existiam
cerca de 2 milhões de produtores. Pode-se dizer que a legislação, além do mercado, foi fator que
contribuiu para a redução do número de produtores para 120 mil atualmente (Balde Branco,
Jul/97).
Fato semelhante ocorreu na Inglaterra, na década de 70, quando foi abolido o latão e
aumentou-se a exigência da qualidade. Os produtores se negavam a melhorar seus padrões de
manejo higiênico-sanitário, segundo o responsável pela colheita de leite em uma fábrica da
Nestlé, na Inglaterra.
ADAPTAÇÃ0 - Porém, o Governo estabeleceu um período para adaptação às novas
normas. O fato concreto é que os 77 mil produtores daquela época (1975) foram reduzidos a
quase 40 mil em 1993. Na Argentina, coincidindo com a implantação do sistema de transporte a
granel, o número de produtores teve redução expressiva de 1/3, enquanto o volume de produção
teve alteração da mesma ordem, porém crescente.
No Brasil, o desconhecimento de práticas higiênico-sanitárias na produção pode ser
verificado pelo volume de leite desclassificado ou recebido diariamente com aproveitamento
condicional ou condenação total, na maioria das plataformas. Estes prejuízos afetam tanto os
produtores quanto as indústrias.
NECESSIDADE - Aos produtores pela diferença no valor recebido por litro, e às indústrias
pelo derivado de pior qualidade ou não produzido. Na maioria das vezes os produtores
desconhecem as necessidades da indústria com relação às características da matéria-prima.
Esta atitude leva-os a avaliar se uma iniciativa é importante ou não apenas com base em
informações de momento, como ocorre quando se precisa adotar uma prática preventiva que
exija algum investimento, mas que o resultado prático não está dentro do seu campo de visão.
A questão do transporte assume importância tanto para o produtor, pelo risco de
desclassificação do leite, quanto para a indústria, pela impossibilidade de fabricar derivados mais
rentáveis.
PERDAS - Para o produtor, resultados de pesquisas caracterizando perdas de qualidade
do leite pelos padrões bacteriológicos em função do tempo de transporte, como os da Tabela 2,
não estão disponíveis em revistas mais conhecidas pelos produtores. Entretanto, reforçam a
necessidade de cuidados com o transporte de leite e iniciativas para modernização da legislação.
Deve-se observar que o tempo entre a entrega do leite na fazenda e a recepção na plataforma da
indústria é fator decisivo para a qualidade do leite, quando a temperatura está acima do que é
exigido em diferentes legislações (4ºC).
Porém, se o leite estiver na temperatura adequada na fazenda, mas não for transportado a
granel, o tempo terá ainda peso considerável na qualidade do leite.
CONTROLE - No transporte tradicional em latões, como o aceite do leite só ocorre na
plataforma da indústria, o produtor não tem controle sobre o estado de conservação do leite
durante um período que varia de acordo com condições extra fazenda, como distância até a
plataforma ou condições das estradas.
Com o transporte a granel, o produtor terá o aceite do leite na própria fazenda e o leite
será conservado em temperatura constante até a recepção na unidade de beneficiamento.
O diagnóstico da pecuária leiteira citado anteriormente, realizado com 1 mil produtores
distribuídos em todas as mesorregiões do Estado de Minas Gerais, apresenta de maneira
resumida os principais componentes que interferem no sucesso ou fracasso da produção de leite.
TREINAMENTO - Nos resultados foi verificado que 73% dos entrevistados não participam
de qualquer tipo de treinamento em agropecuária, sendo que a distribuição destes, 73% por
estrato de produção, mostra que 81% é formada de pequenos (até 50 litros de leite por dia), 64%
de médios (51 a 250) e apenas 35% de grandes produtores, mostrando uma tendência maior de
participar de treinamentos entre os maiores produtores.
Dos entrevistados, somente 250 consideram importante o treinamento dos ordenhadores.
Com relação à saúde dos animais, principalmente quanto a vacinação contra brucelose pelo
efeito que pode causar à saúde do homem, era realizada por 51% dos entrevistados (45% dos
pequenos produtores, 56% dos médios e 80% dos grandes).
VERTENTES - Em um levantamento realizado pela Embrapa - Gado de Leite em 48
propriedades da Zona da Mata e Campo das Vertentes no Estado de Minas Gerais em 1995/96,
com rebanhos de 30 a 60 vacas em lactação, verificou-se que apenas 78% adotam a vacinação
das bezerras contra a brucelose e, deste percentual, 37% nunca realizaram um exame nas vacas
adultas para identificar a presença da enfermidade.
Nessa pesquisa verificou-se que 64,6% não controlam a tuberculose. Em apenas 5
dessas propriedades (10,4%), o transporte do leite para beneficiamento era realizado em tanque
isotérmico. Entretanto, é preciso lembrar que o transporte a granel só é efetivo na melhoria da
qualidade do leite se estiver precedido de resfriamento.
ESFORÇOS - Indústrias e cooperativas têm feito esforços para viabilizar a instalação de
resfriadores nas propriedades com o objetivo de adotar o transporte a granel.
Estes esforços, entretanto, precisam ser acompanhados de palestras técnicas que
venham a ilustrar as vantagens e desvantagens do resfriamento e transporte do leite a granel,
assim como da necessidade de se elaborar uma legislação específica que considere o estado
atual e os objetivos futuros. A Inspeção Federal precisa pesquisar e adequar normas que existem
em outros países, considerando sempre um período de adaptação.
O Ministério da Agricultura inglês publicou um guia de higiene para produtores e
processadores de leite e derivados em 1995, no qual são descritas as condições mínimas
necessárias à obtenção do leite nas fazendas e processamento nas indústrias, com ênfase na
higiene e transporte.
CURTAS - As normas sobre temperatura e transporte são curtas e objetivas. Para o leite
coletado até duas horas após a ordenha o transporte deve ser feito o quanto antes até a indústria.
Para a colheita de leite com mais de duas horas após ordenha, a temperatura precisa estar
abaixo de 8º C, se feita diariamente, e abaixo de 6º C, se feita em dias alternados.
A partir da entrada em vigor das normas daquele Ministério, empresas elaboram contratos
de entrega de leite onde os compromissos de ambas as partes são firmados. Esta realidade de
contratos de entrega de leite entre produtor e indústria ainda faz parte de um futuro para o Brasil,
mas é necessário tê-la em mente como algo que está para chegar e que precisa ser preparado
para o dia da implementação.
TIPOS - Tomando por base dois tipos de contratos, encontram-se as seguintes formas de
garantir qualidade a partir do resfriamento e transporte de leite, na Inglaterra:
Outros itens:
BRASIL - A legislação brasileira sobre o Leite tipo B no Brasil é exigente quanto a higiene
de produção, assistência médico-veterinária e manutenção do estado sanitário do rebanho em
condições adequadas, incluindo o combate aos ecto e endoparasitas, controle das mastites,
brucelose e tuberculose.
Quanto as instalações e equipamentos, cobra condições higiênico-sanitárias adequadas
às exigências do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Os ordenhadores, necessariamente, devem
estar capacitados para a atividade.
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Quanto a transporte, é permitido que seja feito em carro isotérmico, desde que seja
previamente resfriado e agitado antes do embarque. Este carro-tanque deverá ser dotado de
compartimento destinado ao transporte do leite desclassificado.
CÓDIGO - Quando o transporte se processar em latões, exige-se que estes sejam
identificados com o nome ou código que identifique o produtor e pintados com uma faixa verde, à
altura das alças, e os veículos deverão ser providos de toldos para proteção do leite contra os
raios solares e chuvas dentre outros.
O leite quente só será recebido na categoria B se chegar na plataforma até às 9 horas da
manhã. O leite resfriado pode ser recebido até 11 horas, desde que seja da ordenha da manhã.
Entretanto, esta legislação precisa ser complementada com itens mais específicos quanto às
condições de resfriamento, como por exemplo o tempo de resfriamento do leite, e quanto ao
transporte, como o sistema de bombeamento do leite.
PRÁTICOS - Alguns resultados práticos (Tabela 3) mostram que produtores de leit C,
preocupados com a qualidade em termos de higiene, conservação e transporte, estão alcançando
resultados semelhantes aos estabelecidos na legislação de leite do tipo B, ou seja, redutase de
3:30 horas, acidez não inferior a 15ºDornic ou superior a 20ºDornic e ponto crioscópico – 0,55ºC.
Indústrias e cooperativas estão se mobilizando para modernizar seu sistema de colheita
de leite. A colheita a granel tem sido colocada como alternativa para a rápida melhoria da
qualidade. A Tabela 4 mostra outros efeitos benéficos do leite granelizado para a indústria, onde
observa-se que os resultados econômicos e operacionais são expressivos.
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TABELA 2. Contagem média de microorganismos que crescem em temperaturas que
variam de 10 a 45C após a ordenha e entrega do leite na plataforma na Bacia Leiteira de
Viçosa - Minas Gerais – 1985.
Tempo de transporte Número de Mesófilos1 (ufc2/ml)
até a plataforma (min.) Amostras Latão na fazenda Latão na plataforma
30 – 90 12 155.858 440.652
Fonte: FRÖEDER, E. et al. Variação da qualidade microbiológica do leite cru tipo “C” da região de Viçosa.
Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 40, p. 55-68, 1985.
1 microrganismos que crescem a temperaturas que variam de 10 a 45º C.
2 ufc/ml = Unidade formadora de colônia de microorganismos por mililitro.
TABELA 3- Características de qualidade do leite tipo “C” resfriado e coletado a granel na região de Além Paraíba
– MG, fevereiro de 1997.
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MÉDIA 138 5,6 1217,8 15,9 0,542 3:23
MÉDIA
A coleta do leite resfriado a granel iniciou-se em 1939 em grandes fazendas ao redor de Los Angeles, na
Califórnia. Dali, o sistema expandiu-se gradualmente para diversas outras regiões da Califórnia.
A grande mudança do sistema nos Estados Unidos ocorreu no final da década de 50, quando todo o leite
passou a ser coletado a granel. Na Inglaterra a mudança aconteceu no início da década de 70 e na Argentina no final da
década de 80 e início da década de 90.
ROTAS - Nesse sistema, o leite é coletado diretamente na propriedade rural em tanques rodoviários, com três
a quatro compartimentos individuais, num total de cerca de 8 mil litros por caminhão, dependendo das condições das
rodovias e das rotas. O leite precisa estar, logo após a ordenha, com até 10C na primeira hora e até 4C na segunda
hora.
O resfriamento do leite a granel na fazenda torna possível a coleta de grandes quantidades com muito menos
investimento e menos mão de obra, do que quando comparado com a coleta em latões. Do tanque de resfriamento, o
leite é coletado facilmente com uma bomba especial, sendo colocado a granel (conjuntamente com o leite de outros
produtores) no tanque isotérmico rodoviário.
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BACTÉRIAS - Devido ao fato do leite ter sido resfriado imediatamente, quando a quantidade de bactérias
ainda estava baixo (somente com a contaminação inicial), pois não foi dado tempo para que elas se desenvolvessem à
temperatura ambiente, e também ao fato de que o leite está conservado durante o transporte, o leite coletado a granel é
de qualidade muito melhor.
O leite pode, inclusive, ser coletado dia sim dia não, reduzindo ainda mais o custo de transporte do primeiro
percurso.
A coleta a granel permite então, simultaneamente, reduzir o custo de transporte de cerca de 12 % do preço do
leite cru para cerca de 6 %, enquanto que a contagem de microrganismos mesófilos (contagem total) também é reduzida
de mais de 2 milhões por ml para menos de 500 mil por mL.
RAZÕES - Vamos abordar agora outro lado da questão. Até agora só falamos por que devemos mudar para a
coleta a granel. Mas quais são as razões usualmente apresentadas pelos produtores rurais para não passarem para a
coleta a granel ?
Os tanques de expansão tem custo elevado, dependendo do tamanho e da qualidade. Alguns são de qualidade
excelente, enquanto outros apresentam problemas sérios de qualidade.
Podemos citar as reentrâncias por falta de acabamento sanitário, falta de capacidade de remoção de calor pelo
compressor utilizado, diferença de qualidade nos materiais de construção da unidade de coleta a granel, dificuldade para
colocar o leite dentro do tanque, entre muitos outros.
Com alguns cuidados, um tanque de expansão deve durar muito tempo, no mínimo uns dez anos. Alguns irão
durar tanto, mas outros não, por problemas de qualidade.
A diferença de qualidade muitas vezes não é visível, dependendo como eles foram produzidos e se utilizam
material em aço inoxidável na sua estrutura. Os melhores podem custar algumas centenas de reais a mais, mas eles
certamente durarão dez a vinte anos a mais.
O custo por ano de uso útil é muito mais baixo para os equipamentos de boa qualidade. O custo inicial mais
baixo pode significar custo por ano útil mais elevado. O mais barato pode ser o mais caro.
Para a coleta a granel é necessário rodovia que suporte o trânsito de caminhões de 6 toneladas, por exemplo.
Entretanto, este argumento, encarado como financeiro, que pode ser resolvido.
O tanque para coleta a granel é um bom investimento para o produtor rural porque pode ser financiado. Na
verdade, ele pode ser instalado sem nenhum pagamento inicial, e ser pago pelas economias mensais.
Como em todas decisões importantes, diversas considerações devem ser avaliadas antes da decisão de
investimento. O trabalho porém não acaba aí. Além da escolha do equipamento certo, diversos outros fatores devem ser
considerados, incluindo o local de instalação, a capacidade de resfriamento, a periodicidade da coleta, entre outras.
LOCAL - A sala de resfriamento deve ser o mais perto possível da ordenha. Entretanto não pode ter uma porta
saindo do local de ordenha diretamente para a sala de resfriamento.
Portas duplas talvez possam ser utilizadas em um vestíbulo com 1,3 m de comprimento e pelo menos 1,1 m de
largura. A sala de resfriamento deve estar localizada do lado limpo da propriedade, longe de poeira, esterco, e silos. O
escorrimento de água deve ser em direção ao estábulo.
Para facilitar a coleta, a sala com o resfriador deve estar localizada próximo à estrada, que deve sustentar o
trânsito do caminhão em qualquer condição de tempo.
Tem de haver um suprimento permanente de água de boa qualidade e rede de esgoto apropriada. Evite localizar
o resfriador em uma região que necessite do transporte do leite através de locais sujos, incluindo silos e local de
estocagem de insumos.
Não se esqueça de planejar o futuro, ou seja, quais modificações serão feitas e como se poderá evitar gastos
desnecessários devido à essas mudanças. Lembre-se que pequenos investimentos podem evitar muito trabalho, como
por exemplo a largura de portas, inclinação de drenagem, entre outros.
DIÁRIA - O leite será coletado diariamente? A resposta para esta pergunta é muito importante, pois ela irá
determinar o volume do tanque, como também a necessidade de remoção de calor por hora pelo sistema de frio,
determinando a capacidade do compressor.
Se a coleta for diária, o produtor poderá comprar um tanque de resfriamento um pouco maior do que sua
produção diária, prevendo o aumento da produção. O compressor deverá ter capacidade de resfriar o leite até no mínimo
10C na primeira hora e até 4 C na segunda hora.
Observe que uma vez comprado o tanque de resfriamento para coleta diária, não é possível mudá-lo para coleta
em dias alternados, pois o seu volume não seria suficiente para o leite de dois dias.
A coleta dia sim dia não reduz os custos de transporte, e se o leite tiver sido resfriado corretamente, modifica
muito a sua qualidade. Entretanto quando comparamos o tanque da coleta diária com o tanque da coleta em dias
5
alternados verificamos que a diferença básica é o aumento do volume do tanque de aço inoxidável, para comportar o
volume conjunto de dois dias de produção.
Assim, diz-se que o tanque e o sistema de frio é para quatro ordenhas, 2 ordenhas por dois dias. O leite de um
dia é adicionado ao leite do dia anterior, para ser então coletado.
FRIO - O ciclo de transferência de calor é conseguido através da expansão de um gás, tão comprimido que se
torna quente. Após perder calor no condensador, ele se torna líquido. A expansão deste líquido, ao entrar numa região de
baixa pressão, evapora-o, obrigando-o a remover o seu calor de evaporação do meio ambiente, neste caso, o fundo
interno do tanque de aço inoxidável.
Torna-se necessário um compressor elétrico e um condensador, para retornar o gás expandido para a sua
condição inicial no ciclo de compressão. Este ciclo se repete continuamente, retirando calor do fundo do tanque de
expansão, transferindo-o para o ar que passa pelo condensador. É o mesmo processo utilizado na geladeira doméstica.
JUNTO - O compressor pode ficar junto ao tanque, assim como o condensador. O sistema pode ficar todo
montado numa base única. O material de construção desta base é importante, pois a vida útil do equipamento pode estar
limitada à sua resistência ao uso.
Como usa-se diariamente produtos alcalinos, ácidos, e clorados para a sanitização do tanque, todo o material
que entrar em contato com ele deve ser resistente aos produtos químicos, à corrosão, com é o caso do inoxidável, por
exemplo.
Unidades colocadas fora da sala do tanque são úteis quando a área disponível é muito pequena para unidades
compactas. O espaço economizado pode ser utilizado para colocar tanques maiores, ou aumentar o espaço para a área de
limpeza e de trabalho ao redor do tanque.
O evaporador, onde o calor é removido do gás, deve ter ventilação suficiente para permitir a saída do ar quente
para não esquentar a sala de refrigeração. O evaporador deve ser instalado próximo a uma abertura na parede, que
permita a remoção imediata do ar quente para o exterior.
Equipamentos maiores são instalados separados dos tanques, na mesma sala, ou em outra sala contígua.
RESFRIADOR - Existem basicamente dois tipos de tanques de resfriamento. O que funciona sob vácuo e o
que funciona à pressão atmosférica. Quando se usa ordenhadeira mecânica o tanque pode funcionar como em um
sistema único, sendo o leite “sugado” por vácuo diretamente da vaca, através de tubulação, para dentro do tanque de
resfriamento.
Este sistema pode se afetado por dois problemas principais: a gaxeta de vedação em volta da boca do tanque e
a dificuldade de higienizá-lo. Existem excelentes equipamentos no mercado usando este sistema. O tanque aberto, por
outro lado, permite que o leite seja adicionado manualmente, além de ser facilmente higienizado.
CAPACIDADE - Comprar o tanque com a capacidade correta é um fator muito importante do ponto de vista
técnico e financeiro. A maioria dos tanques de segunda mão foram trocados por tanques maiores, indicando que eles
foram comprados com pouca capacidade. Três perguntas principais devem ser respondidas antes de comprar um tanque:
Em termos gerais, para a coleta diária o tanque deveria conter o leite de 3 ordenhas, enquanto para a coleta dia
sim dia não o tanque deveria conter o leite de 5 ordenhas. Se a produção for irregular, o tanque deveria ter capacidade
para a produção máxima. O tanque de resfriamento para a coleta diária tem a mesma capacidade de resfriamento do que
o tanque para a coleta em dias alternados, a única diferença é o seu volume.
Assim, se um tanque de, por exemplo, 2.000 litros tiver sido comprado para coleta em dias alternados, ele não
poderá ser usado para coleta diária de mais de 1.000 litros, pois o seu sistema de frio não será suficiente para resfriar até
10C na primeira hora e 4C na segunda hora.
GELO - Existem dois tipos principais de sistemas de resfriamento: o banco de gelo e a expansão direta. O
tanque de expansão direta usa o gás refrigerante diretamente no fundo do tanque, retornando-o para o compressor.
O compressor é acionado quando se adiciona leite fresco ao tanque, e funciona continuamente até que todo o
leite seja resfriado até a temperatura correta. Devido ao fato dele funcionar por pouco tempo por dia (3 a 6 horas), um
motor e um compressor maior precisam ser usados, quando comparado com o banco de gelo.
O resfriamento é feito somente no fundo do tanque, pois se ocorrer nas paredes laterais, pode haver
congelamento ou condensação de água na parte interna, que cairá no leite.
No caso do banco de gelo, uma reserva de gelo é mantida pelo sistema de frio entre as ordenhas. A expansão
do gás refrigerante remove calor da água, congelando uma parte. A água gelada então é usada para resfriar o leite
através da parede de aço inoxidável do tanque.
Como existe uma circulação de água no banco de gelo e no fundo do tanque, não tem risco de congelar o leite.
Além disso, o motor e o evaporador são menores pois podem trabalhar por 12 a 20 horas por dia. O banco de gelo
também fornece frio emergencial, em caso de falta de eletricidade por pouco tempo.
RÁPIDO - O resfriamento rápido é muito importante para garantir a qualidade do leite. O leite tem de ser
resfriado até 4 C em poucos minutos, para manter sua qualidade máxima.
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Entretanto, o tanque de resfriamento tem de, pelo menos, resfriar todo o leite até 10C na primeira hora e até 4
C na segunda hora após a ordenha. Não se pode admitir resfriamento insuficiente, pois pode compromete a sua
qualidade.
Se demorar para resfriar o leite vai haver seleção de microorganismos psicrotróficos, que se desenvolvem bem
à temperaturas em torno de 10 C, e são produtoras de enzimas proteolíticas extremamente danosas à sua qualidade.
PADRÃO - Alguns fabricantes de tanques de resfriamento podem querer reduzir seus preços usando
compressores e/ou condensadores menores do que o necessário para que ocorra o resfriamento mínimo, requerendo
portanto que haja controle das especificações técnicas mínimas por parte de algum órgão governamental.
Nos EUA existe o padrão 3A, que especifica as condições técnicas mínimas que todos os equipamentos dos
laticínios têm de apresentar, incluindo os tanques de resfriamento. A qualidade do leite resfriado no tanque com
refrigeração insuficiente é péssima, sendo freqüentemente desclassificado, especialmente na coleta em dias alternados.
CUSTO - Diversos fatores podem afetar o custo do resfriamento, incluindo a capacidade do compressor, o
tempo de funcionamento do motor do compressor, o desenho do tanque e o isolamento térmico. Os motores do sistema
de expansão direta são maiores, mas eles funcionam por menos tempo. Por outro lado, eles funcionam muitas vezes
durante o pico de consumo, com eletricidade um pouco mais cara.
Deve-se considerar aqui tanto o investimento inicial, quanto os custos de operação e manutenção dos sistemas
de resfriamento. É importante lembrar que este equipamento, se for de boa qualidade tem a vida útil de 10 a 20 anos.
Uma pequena economia no investimento inicial pode significar gastos maiores por cerca de 200 meses.
ALTURA - O tanque de resfriamento deve ser construído de uma forma que facilite a sua higienização e a
colocação do leite. A altura que o leite é entornado do balde para dentro do tanque não pode ultrapassar 80 cm do piso,
que pode ser conseguido para tanques até cerca de 1.300 litros.
Para tanques maiores é recomendável o uso de bomba e tubulações para o transporte do leite, para permitir a
altura ideal para elevação do balde. A altura do funcionário pode influenciar a altura ideal. Uma diferença de 5 cm na
altura pode significar muito trabalho muscular do funcionário durante toda a vida do resfriador. Tenha certeza de que a
altura do tanque que você está comprando é a ideal. O uso de escadas para elevar o balde não deve ser recomendado.
FACILIDADE - Embora a altura ideal seja essencial para evitar trabalho desnecessário e preservar a
coluna do operador, a facilidade de higienização também é um fator muito importante para a seleção de um tanque
de resfriamento.
As curvas entre as paredes e o fundo devem ser abertas para facilitar o uso de escovas plásticas na hora da
higienização. As soldas devem estar perfeitamente polidas para evitar ranhuras que dificilmente podem ser
higienizadas. A saída do tanque também deve ter acabamento sanitário perfeito.
Um tanque com uma altura que permita trabalhar facilmente, que tenha sido bem projetado, e que tenha
acabamento perfeito pode ser facilmente higienizado em cerca de 15 minutos, sem riscos, com pouco trabalho, e
com os dois pés no chão. A altura da borda é crítica para o controle da higienização interna do tanque, e, inclusive,
para a facilidade de inspeção visual.
Um tanque de resfriamento que é difícil de limpar raramente está realmente limpo.
DURABILIDADE - A vida útil de um tanque de resfriamento vai ser igual à da parte do equipamento que
estragar primeiro. Assim, o tanque de aço inoxidável pode durar 20 anos, mas se a sua base se perder primeiro, a
sua recuperação vai ficar muito cara.
As bases de alguns tanques podem não agüentar o peso do leite por muitos anos, outros podem enferrujar
parte da estrutura, outros podem ainda ter compressor ou motor com vida útil baixa.
Verifica-se ser importante que a experiência com os equipamentos em funcionamento seja compartilhada
entre os usuários, para que haja garantia de vida útil longa para todo o conjunto do sistema de resfriamento.
Apesar de haver muitas empresas produzindo tanques de expansão, elas preferem não comercializá-los
diretamente aos produtores, devido aos custos. Assim a compra conjunta de vários produtores pode conseguir
descontos apreciáveis no investimento individual.
TEMPERATURA - O tanque deve vir equipado com um termômetro digital, que controlará o
funcionamento do compressor, ligando-o ou desligando-o quando a temperatura do leite ultrapassar 4C ou 1C,
respectivamente.
O termômetro é colocado em contato com o aço inoxidável na parte externa do tanque de resfriamento,
num ponto onde sofra menos influência do frio da região de evaporação (afastado da entrada do refrigerante) e do
calor da região da parede do tanque que está acima do nível do leite dentro do tanque.
A temperatura deve ser monitorada constantemente, para que medidas corretivas possam ser tomadas
rapidamente, em caso de dificuldades no resfriamento do leite.
MANUTENÇÃO - Embora os tanques de resfriamento não devem precisar de manutenção se tiverem boa
qualidade, após alguns anos de uso será necessário alguma manutenção, assim como uma geladeira doméstica.
Todas as partes que podem ser desgastadas durante o uso devem ser facilmente acessadas para permitir
substituição fácil, quando necessário. Sempre compre um resfriador que possa ser consertado no seu próprio lugar,
no intervalo entre as ordenhas, sem ter necessidade de transportá-lo.
ASSISTÊNCIA - É importante a assistência técnica. O sistema de resfriamento provavelmente será
instalado por um técnico da fábrica, que garantirá seu funcionamento perfeito. Daí para frente, se necessário, você
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terá que chamar um técnico autorizado pelo fabricante, que provavelmente tem uma firma credenciada de
representação na sua região.
Obtenha informações detalhadas da assistência técnica antes de efetuar a compra. A fábrica mantém um
estoque adequado de peças sobressalentes para entrega rápida, inclusive no futuro ? Quanto tempo será necessário
para consertar um equipamento defeituoso ? O que cobre a garantia ? Qual é o custo do transporte e da mão de obra
técnica ?
GARANTIA - Um contrato de garantia da fábrica tem de fazer parte da compra. Este contrato deve
especificar, em linguagem de fácil compreensão, o que você espera do equipamento, e o que a fábrica fará em caso
de defeitos, ou se o equipamento não fizer o que a fábrica afirma que faz.
Um contrato escrito entre você e a fábrica evita mal entendidos sobre quem faz o que, e esclarece
legalmente alguma dúvida. Ele evidencia a credibilidade da fábrica. Algumas delas podem não querer incluir a
garantia no preço do equipamento, oferecendo-o mais barato.
A garantia a longo prazo traz uma proteção extra para o investimento, sendo portanto um tipo de seguro
patrimonial. A fábrica do equipamento tem de ter credibilidade no mercado, e ter experiência neste ramo da
engenharia mecânica.
FORMATO - Alguns pontos importantes devem ser observados no projeto do tanque. O seu fundo deve
ter inclinação apropriada para que a drenagem de líquidos seja rápida. As junções devem ser relativamente abertas
(mais de 15 cm de diâmetro) para permitir limpeza fácil e eficiente.
O seu formato deve ser firme para não permitir flexibilidade do aço inoxidável e deformação, para garantir
aferição permanente. Uma vez instalado o tanque não pode ser movido.
Os tanques vêm com réguas específicas de aço inoxidável calibrada de fábrica, cuja aferição não pode
mudar. Uma garantia de fábrica da aferição permanente é sua melhor proteção. O registro de saída do leite deve ser
de aço inoxidável e sanitário. Os tanques podem ser quadrados ou redondos.
AGITADOR - Uma agitação lenta porém eficiente é importante, especialmente quando leite estÁ sendo
colocado no tanque. O leite tem de ser resfriado rapidamente até 4 C. A agitação também é importante para
misturar a gordura. Formação de pequenos pedaços de manteiga podem aparecer se o resfriamento for lento e a
agitação for violenta.
O leite deve se mover relativamente rápido para evitar o seu congelamento no fundo do tanque. Existem
tanques maiores com agitador de duas velocidade, para agitação eficiente na hora de coletar amostras para análises.
Um “timer” pode ser usado para ligar e desligar o agitador, a cada 5 minutos por exemplo, depois que o
leite atingiu a temperatura de 4C, para economizar eletricidade. A lubrificação do rolamento do agitador deve ser
selada, para não ser necessário colocar óleo ou graxa. As pás devem ser removíveis para facilitar limpeza.
TAMPA - Larga o suficiente para facilitar os trabalhos de higienização do tanque, a tampa deve ter uma
alça reforçada e, quando necessário, contrapeso para facilitar abertura e fechamento. É claro que a tampa deve ter
um fechamento bem ajustado para evitar contaminação externa (poeira, insetos, etc). Além disso, se a tampa não
assentar precisamente no tanque, vai haver perda de calor e o gasto de eletricidade vai aumentar, da mesma forma
que quando há defeito na borracha de fechamento da porta da geladeira doméstica.
Se a tampa for construída com precisão não tem necessidade de ter borracha de vedação, pois estas são
difíceis de higienizar e de baixa durabilidade.
A tampa aberta não deve permitir o escorrimento de água, quando estiver sendo lavada, para cima de
equipamentos sensíveis, tais como o motor e o evaporador do sistema de resfriamento.
ISOLAMENTO - A parede externa do tanque tem de ser isolada para que não haja perda de calor durante
a estocagem. O leite não pode perder mais de 1C em 12 horas, para que o isolamento seja considerado aceitável.
O isolamento tem de ser impermeável a umidade e ar. Diversos tipos de material isolante térmico podem
ser usados, mas o melhor é a espuma de poliuretano expandida. Um tanque com isolamento deficiente aumenta o
consumo de eletricidade e piora a qualidade do leite.
CONGELAMENTO - O leite não pode congelar dentro do tanque pois surgem problemas, incluindo
coagulação, dificuldade de limpeza, e perdas de volume. Os tanques de expansão direta podem congelar o leite,
enquanto que os tanques de banco de gelo não podem, pois o que entra em contato com a parede interna do tanque é
água gelada e não o gelo.
Caso haja congelamento muito grande isso pode até parar o agitador, queimando o motor, além de perda de
todo o leite que não poderá ser coletado. No caso de tanques de expansão deve-se usar um termômetro (termopar)
encostado no aço inoxidável da parede interna do tanque, regulado para desligar o motor do compressor quando
atingir uma determinada temperatura, como na geladeira doméstica.
PEDRA - Pedra do leite aparece devido à deposição de um resíduo sólido, de origem mineral e orgânica.
Origina-se quando o leite causa um precipitado devido à uma instabilidade causada por calor, acidez, metabolismos
de bactérias, e concentração por evaporação.
Se resíduos de leite no tanque não forem imediatamente lavados, após a coleta por exemplo, a água do leite
tenderá a evaporar (até secar) aumentando a concentração de sólidos, causando pedra de leite. Gotículas de leite
espirradas na parte seca da parede do tanque também causam pedra de leite.
Um grande problema da pedra do leite é que ela protege as bactérias que aderem no resíduo, podendo
formar filmes (resíduos) que funcionam como paredes de isolamento.
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Algumas destas bactérias se desenvolvem a baixa temperatura (psicrotróficas), principalmente se o
resfriamento for lento, produzindo enzimas proteolíticas que prejudicam seriamente a qualidade do leite. O
resultado é cheiro ruim no leite, leite que coagula facilmente, e aumento do tempo de resfriamento no tanque (a
pedra de leite dificulta a transferência de calor), piorando ainda mais o problema.
A pedra do leite é evitada através de higienização perfeita, necessitando de um detergente ácido para sua
remoção. Uma solução de ácido nítrico 1 % poderá ser usado com sucesso, sendo recomendável o uso desta solução
ácida pelo menos uma vez por semana. Nunca use palha de aço para remover resíduos de um tanque de aço
inoxidável, pois aumenta a sua corrosão, além de apresentar o risco de apresentar resíduos metálicos.
QUALIDADE - O investimento inicial a ser feito na hora da compra do sistema de frio deve ser bem
avaliado, especialmente quanto à sua qualidade. Neste trabalho já abordamos diversos fatores importantes que
podem afetar o custo/benefício.
Sistema de má qualidade apresenta metais que oxidam, não resfria o leite rapidamente, ou que obriga o
operador a levantar o balde cheio de leite até altura excessiva, prejudicam o fator custo/benefício.
DECISÃO - No primeiro caso o custo por ano de trabalho é maior no equipamento de custo menor, ou seja
ele acaba sendo mais caro. O custo de revenda de equipamento de boa qualidade também é maior, influenciando a
decisão de investimento. Um custo um pouco maior pode comprar 5 a 10 anos a mais de serviço do equipamento.
No segundo caso, levantar todo dia, o ano inteiro, baldes com 10 a 15 kg de leite, fatalmente vai causar
problemas de coluna no operário, além de aumentar muito seu esforço. Uma das vantagens da coleta a granel é
reduzir o trabalho físico. A questão da altura de levantamento do balde pode ser facilmente resolvida com uma
simples modificação no projeto de construção do equipamento.
Os equipamentos de melhor qualidade, apesar serem mais caros, custam menos por ano de serviço, têm
menos manutenção, usam menos mão de obra, facilitam a higienização, e tem valor patrimonial mais elevado.
Alguém já disse: “A dor da baixa qualidade é sentida depois do esquecimento do prazer do preço baixo”.
As vantagens do sistema
PRIMEIRA
Leite de melhor qualidade
Todos sabem da importância da alta qualidade do leite cru. Os produtores são mais bem pagos, os laticínios
têm muito menos problemas e os consumidores consomem mais produtos de boa qualidade do que os de qualidade
inferior.
O leite da vaca é estéril, ou seja, não tem nenhuma bactéria. Entretanto, logo na saída da teta, ele é
naturalmente contaminado por bactérias que ali podem estar presentes.
SEGREDO - O leite é um excelente meio para desenvolvimento de microorganismos; logo esta
contaminação inicial pode se multiplicar rapidamente, se as condições permitirem. O segredo da melhoria da
qualidade do leite é a refrigeração imediata.
O tempo de geração de uma bactéria pode ser definido como o tempo necessário para que ela se reproduza,
ou seja, dobre de número: uma vira duas.
Esse tempo pode ser de cerca de 20 minutos à temperatura de 37 C. Supondo que a contaminação inicial
seja de 1 mil bactérias por ml, observaríamos a influência na quantidade de bactérias em função do tempo conforme
o Quadro 1.
POPULAÇÃO - O Quadro mostra que as bactérias podem atingir mais de 1 milhão por ml, quando o leite
ordenhado às 6 horas, e transportado em latões à temperatura ambiente, é resfriado na plataforma de recepção às 11
horas, ou seja, mais de quatro horas depois.
Por outro lado, o leite resfriado a 4C apresenta pouco aumento na população bacteriana, pois o tempo
teórico necessário para que a contagem dobre de número é de 8 horas.
O leite com contaminação inicial de 1 mil bactérias por ml é ordenhado de vacas com boa saúde, obtido em
boas condições de higiene. Se as vacas estiverem com mastite, e se não houver higiene na ordenha, a contagem de
bactérias ordenhado pode ser muito maior, além de apresentarem aumento muito grande no número de células
somáticas.
SOMÁTICAS - O número de células somáticas em breve passará a ser um índice importante na
classificação da qualidade do leite. O problema é não deixar contaminá-lo na ordenha, enquanto, ao mesmo tempo,
estamos querendo mantê-lo resfriado para não permitir que as bactérias se multipliquem, prejudicando a sua
qualidade.
Os latões são difíceis de higienizar e incapazes de resfriar o leite rapidamente, da forma necessária para
manter a qualidade, em tanques de imersão de latões. As bactérias sempre se multiplicam a temperatura ambiente,
especialmente em clima tropical. Experimente remover a tampa de um latão vazio e cheirar o seu interior. O cheiro
é horrível.
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CHEIRO - Por outro lado, os tanques de leite a granel são fáceis de higienizar, não têm reentrâncias, e
mantém o leite resfriado. O cheiro do leite cru no tanque de expansão mostra a diferença da qualidade.
Atualmente o leite cru tipo C, coletado em latões, dentro do tanque isotérmico da indústria, tem cerca de 5
milhões de bactérias por mL, o que evidencia o total descontrole do desenvolvimento de microorganismos.
Mesmo se a contaminação inicial do leite for baixa (boa saúde da vaca, boa higiene, etc), o leite mantido à
temperatura ambiente por várias horas faz com que a quantidade de bactérias seja excessivamente elevada ao chegar
na plataforma de recepção, para então ser resfriado.
Já o leite C resfriado na própria fazenda, mesmo em condições atuais de ordenha, mas resfriado
imediatamente, apresenta população de bactérias muito inferior, podendo facilmente ser menor do que 500 mil por
mL, quando chegar a granel na fábrica.
SEGUNDA
A eficiência é muito importante na competitividade ferrenha do mercado atual de leite. A tendência é aumentar
o número de litros coletado por quilômetro rodado, aumentar o número de litros por homem-hora de trabalho, reduzir
custos, e simultaneamente, melhorar a qualidade.
Enquanto que, por exemplo, para a coleta de 20 mil litros de leite por dia em latões seriam necessários 14
caminhões de carrocerias, com 14 motoristas e 14 ajudantes, com uma única viagem diária, na coleta a granel seriam
necessários somente 2 caminhões, e dois motoristas, com 3 coletas diárias. É uma economia enorme no investimento e
nas despesas mensais.
Quando consideramos o retorno do investimento em função das economias geradas verificamos que ele ocorre
em cerca de 2 a 3 anos, o que justifica a sua recomendação, pois a depreciação dos tanques de expansão é de 10 anos.
Haverá também eliminação da reposição dos latões, correspondente a todo o período de vida útil do tanque de
expansão, que é de cerca de 15 anos se for de boa qualidade.
Uma outra vantagem seria o fato do fazendeiro assumir a profissionalização da produção de leite. Seus
investimentos no setor (melhoramento genético, controle de doenças, alimentação apropriada, manejo animal, etc),
seriam recompensados por maior volume de produção de leite de melhor qualidade, com fornecimento garantido.
O leite de pior qualidade, entregue à temperatura ambiente horas após a ordenha, deverá desaparecer nos
próximos anos no Brasil.
TERCEIRA
Todos os fazendeiros sabem que uma fração do leite é perdida nos latões e no seu manuseio na plataforma de
recepção. A perda de gordura é ainda mais expressiva do que a do leite. Pode haver um "aumento" de 0,1 a 0,2 % no
teor de gordura do leite coletado a granel. As perdas são reduzidas ao mínimo na coleta a granel.
As perdas por acidificação também serão reduzidas, ou mesmo abolidas, além da redução da desclassificação
de leite tipo B, devido à elevada carga bacteriana ou pequeno TRAM (tempo de redução do azul de metileno).
Podemos então considerar que o leite coletado a granel tem um preço melhor, maior teor de gordura, custos
mais baixos e volume maior de venda. O quanto cada produtor poderá ganhar com a coleta a granel é impossível
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estimar, exceto para o próprio produtor. Os ganhos serão, mais ou menos, o que já apresentamos, mas sabemos que na
produção de leite sempre existe espaço para diferenças individuais.
Incentivos para aumento da eficiência são necessários para acelerar as mudanças necessárias a curto prazo,
para colocar leite de melhor qualidade no mercado e por um custo de produção mais baixo.
Especificações do abrigo
- A caixa de drenagem da água deve ser de fácil acesso e ter cerca de 15 cm de diâmetro;
- Os cantos da parede com o piso não devem ter ângulos vivos, para evitar acúmulos de material e facilitar a
higienização;
- A massa utilizada nas paredes não deve formar estruturas ásperas e nem rachaduras;
- A quantidade de água utilizada para fazer a massa não deve ser excessiva, pois causa poros após secar;
- O piso deve ser forte para sustentar o peso do tanque cheio de leite, sem deformação. Isto é importante porque o tanque
é aferido na sua instalação, em função do nível do piso;
- Devido à umidade excessiva na sala do tanque, deve ser usado material elétrico resistente à corrosão;
- É recomendável que as peças do sistema de resfriamento sejam de aço inoxidável, e não somente a parede interna e a
tampa do tanque;
- O sistema elétrico deve ser projetado para suportar todos os equipamentos que consomem eletricidade, incluindo o
motor do compressor, o motor do agitador, as lâmpadas, aquecedor de água, exaustores, etc;
- A temperatura da água quente deve ser de cerca de 80 C, e volume mínimo de cerca de 100 litros;
- O aquecimento feito com chama de gás pode ficar mais barato do que o aquecimento elétrico, mas deve ser bem
instalado para evitar problemas;
- A ventilação interna é importante, devendo ter a renovação de cerca de 500 pés cúbicos de ar por HP instalado, sendo
fornecido pelo ventilador do condensador, se as janelas e portas estiverem abertas.
- Para equipamentos com motores maiores, ou com insuficiência de renovação de ar no interior do abrigo, torna-se
necessário uma abertura especial para a alimentação e exaustão do quente ar após o condensador;
- Se a temperatura no interior da sala for excessiva, por exemplo 40 C no verão, torna-se necessário orientar o ar quente
na saída do condensador diretamente para o exterior da sala, para evitar aumento maior na temperatura ambiente.
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- O uso de uma sala de dois níveis pode economizar o levantamento de muitas e muitas toneladas de leite por ano. O
leite chega por uma porta da sala de ordenha, em baldes, no nível do estábulo e o leite é entornado na entrada do tanque
de resfriamento que está instalado num nível mais baixo. Não há necessidade de levantar o balde de leite, nem de subir
ou descer escadas.
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Não se admite nenhum tipo de aditivo ou coadjuvante.
CONTAMINANTES
Os contaminantes orgânicos e inorgânicos e os resíduos biológicos não devem estar presentes
em quantidades superiores aos limites estabelecidos pela legislação epsecífica.
HIGIENE
7.1. As práticas de higiene para o tratamento e transporte do produto estarão de acordo com o
estabelecido no Código Internacional Recomendado de Práticas, Princípios Gerais de Higiene
dos Alimentos (CAC/VOL. A 1985).
Comentário
O pré-aquecimento (termização) tem sido aplicado em alguns países como uma forma de
melhorar o leite, principalmente o que vai ser submetido à esterilização, devido à ação deste
tratamento sobre psicrotróficos e suas enzimas. Poderá ser feito nos postos de resfriamento
que vem tornando-se em sua maioria obsoletos com a coleta de leite a granel.
M.C.M.
7.2. Tratamento e Transporte
7.2.1. Tratamento
O leite destinado à comercialização como leite a granel de uso industrial em estabelecimentos
processadores de produtos lácteos habilitados deverá ser submetido aos seguintes
tratamentos:
7.2.1.1. Resfriamento e manutenção a uma temperatura não superior a 5ºC.
7.2.1.2. Higienização por métodos mecânicos adequados.
Poderá, disso, ser submetido aos seguintes tratamentos, isolados ou combinados:
7.2.1.3. Termização (pré-aquecimento): tratamento térmico que não inativa a fosfatase alcalina.
7.2.1.4. Pasteurização: Tratamento térmico que assegura a inativação da fosfatase alcalina
(AOAC 1990, 15º Ed. 979.13).
7.2.1.5. Estandardização (padronização) do conteúdo da matéria gorda.
No caso do item 7.2.1.5. o conteúdo estabelecido na tabela 1.
7.2.2. Transporte
O leite fluido a granel deve ser transportado em tanques isotérmicos, a uma temperatura não
superior a 6oC. A temperatura mais alta do leite não deve ser superior a 8ºC.
7.3. Critérios Macroscópicos e Microscópicos
7.3.1. Critérios Macroscópicos
O leite a granel deve estar isento de qualquer tipo de impurezas ou elementos estranhos.
7.3.2. Critérios Microscópicos
O leite não deve conter resíduos de colostro, sangue ou pus.
Comentário
Não foram determinados padrões microbiológicos para regulamentar a comercialização desta
matéria prima. Os tratamentos térmicos sugeridos para conservação podem permitir o controle
dos microorganismos presentes; caso contrário, o produto pode vir a veicular alta taxa de
microorganismos psicrotróficos que terão conseqüência direta na qualidade dos produtos
finais.
M.C.M.
ROTULAGEM
Deverá ser obedecida a legislação específica.
MÉTODOS DE ANÁLISES
Os métodos de análises recomendados são os indicados em 4.2.2.
COLHEITA DE AMOSTRAS
Análises do leite
1. Teste do álcool
Tem como finalidade estimar a estabilidade térmica das proteínas do leite, por meio de
uma reação com uma solução alcoólica. A graduação alcoólica empregada é proporcional ao
rigor requerido no teste. Para leite a ser pasteurizado utiliza-se álcool etílico 68 oGL (GAY-
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LUSSAC) e para leite UHT, que recebe um tratamento térmico mais elevado, utiliza-se álcool
etílico 74oGL. A ocorrência de coagulação se dá devido a elevada acidez ou desbalanceamento
salino, quando se promove desestabilização das micelas pelo álcool, que age da mesma forma
que o aquecimento do leite, ou seja, desidratando as proteínas.
Materiais e reagentes
- Álcool etílico
- Tubo de ensaio
- Pipetas de 2 ml graduada
- Suporte para tubo de ensaio
Técnica
- Juntar no tubo de ensaio 2 ml de leite com 2 ml de álcool
- Misturar e observar
Resultado
- Coagulado: leite sem resistência térmica ou ácido
- Coagulação fina: leite com pequena resistência térmica
- Sem coagulação: leite normal
Materiais e reagentes
- Solução de alizarol
- Tubo de ensaio
- Pipetas de 2 ml graduada
- Suporte para tubo de ensaio
- Pistola de Salut
Técnica
- Juntar no tubo de ensaio 2 ml de leite com 2 ml de alizarol
- Misturar e observar
Resultado
- Coloração violeta: suspeita de fraudes com alcalinos ou água
- Coloração salmão (tijolo): leite normal
- Coloração amarela com coagulação: leite ácido
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A fosfatase alcalina é uma enzima encontrada no leite cru e seus derivados. A fosfatase é
usada para se definir a eficiência da pasteurização, recontaminação e condições higiênicas
durante o processamento industrial.
A fosfatase é destruída pela pasteurização. Sua presença no leite pasteurizado significa
contaminação com leite cru ou pasteurização inadequada. O teste da fosfatase é o melhor meio
de controle da pasteurização de leite de consumo permitindo, com segurança e rapidez, verificar
se o leite está pasteurizado. O teste negativo garante a inexistência de microrganismos
patogênicos (febre tifóide, tuberculose, febre Q, enteroxinas estafilocócicas) no leite
pasteurizado, apesar de estarem presentes no leite cru.
Vidraria
- Tubos de ensaio
- Pipeta graduada de 1 ml
- Pipeta graduada de 5 ml
Equipamento e Utensílio
- Banho-maria, regulado para 37-40oC
- Suporte para tubo de ensaio
Reagentes:
.Tabletes comprimido de Indo-phax ( 1 tablete + 5 ml de álcool metílico )
.Tabletes comprimido de Phox-phax ( 1 tablete + 50 ml de água destilada )
Técnica
- Colocar em um tubo de ensaio, 5 ml de PHOSPHAX (novo) e 0,5 ml de leite
- Misturar e deixar em banho-maria 37-40oC por 20 minutos
- Retirar do banho-maria e acrescentar 6-8 gotas de INDOPHAX
- Misturar e aguardar 5 minutos o resultado.
Resultado
- Coloração azul: leite cru ou mal pasteurizado
- Coloração cinza: leite pasteurizado ou super aquecido.
Peroxidase
O tratamento térmico do leite é muito importante sob o ponto de vista de controle de
qualidade. A peroxidase, do mesmo modo que a catalase e fosfatase, permite avaliar a
intensidade do tratamento térmico aplicado ao leite. Das três enzimas, a peroxidase é a mais
termoresistente. De acordo com o artigo 548 do R.I.S.P.O.A., o teste da peroxidase deve ser
positivo para o leite pasteurizado. O resultado negativo indica que o leite foi superaquecido ou
fervido.
Técnica
- Em um tubo de ensaio, colocar 10 ml de leite a 40oC
- Colocar, aproximadamente 10 a 15 gotas de uma solução de guaiacol a 2%
- Adicionar de 5 a 6 gotas de H2O2 (peridrol) ativo.
15
Resultado
- Ocorre a formação de um anel marrom, pouco abaixo da superfície do leite se o leite foi
pasteurizado e não superaquecido;
- Em caso de teste negativo , todo o leite permanecerá branco.
RESUMO
Enzimas Leite cru ou Leite pasteurizado Leite
mal pasteurizado corretamente superaquecido
Fosfatase + - -
Peroxidase + + -
4. ACIDEZ do leite
1
Para avaliação da acidez utiliza-se NaOH 0,1, ou 0,1111N = N , este último já
9
levando em consideração o peso equivalente do Ác. lático que é 90.
Material:
pipeta volumétrica de 10 ml
acidímetro de Dornic
copos de bequer ou erlenmeyer
Reagentes:
Solução Dornic ( Hidróxido de sódio a N/9)
Solução indicadora de fenolftaleína ( solução alcoólica a 1 % )
Técnica:
Pipetar para copo de bequer, 10 ml de leite, acrescentar 3 a 5 gotas do indicador e titular no
acidímetro até viragem, contra solução Dornic. Anotar o volume gasto, sabendo que cada 0,1 ml
corresponde a 1º D (leitura direta).
Considera-se normal o leite que estiver com acidez entre 15º e 18º D.
16
Fundamento: Digerir as proteínas pelo ácido sulfúrico de densidade conhecida, com auxílio do
álcool amílico para impedir a formação de espuma(diminuir a tensão superficial) para facilitar a
separação da gordura que sobrenada por ser de menor densidade.
Material
- Ácido sulfúrico comercial (H2SO4) que deve ser límpido, incolor, livre de gordura e com
densidade entre 1,820 e 1,825 a 15oC ou 1,815 0,003 a 20oC, o que corresponde a uma
concentração de 90 - 91% (p/p). Utilizar tampas de vidro ou de borracha nos recipientes com
H2SO4. O ácido mais concentrado pode ser diluído com adição de certa quantidade de água que
pode ser calculada com o Quadrado de Pearson.. O ácido deve ser sempre jogado sobre a água
(não o inverso),pois é muito ávido pela água, produzindo reação exotérmica violenta. O ácido
tem a função de dissolver as proteínas que se encontram ligadas à gordura, devido a liberação de
calor proveniente da reação.
Técnica
- Transferir para o butirômetro obedecendo a seguinte ordem:
10 ml de ácido sulfúrico para leite
11 ml de leite cuidadosamente para não queimar
1 ml de álcool amílico
- Fechar o butirômetro com rolha de borracha
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- Agitar o conteúdo do butirômetro até a dissolução do coágulo, para então invertê-lo, e, virá-lo
de cabeça para baixo visando misturar o conteúdo da haste com o resto do butirômetro.
- Centrifugar logo após a mistura, dispondo os butirômetros diametralmente opostos. A
centrifuga deve girar a 1200-1300 rpm por 3 a 5 minutos.
- O banho-maria deve ser utilizado para manter a temperatura dos butirômetros a 65 2oC.
Antes do colocar no banho-maria, deve-se ajustar a interface que separa a colona de gordura do
meio ácido para facilitar a leitura. O tempo de permanência no banho é de, pelo menos, 5
minutos. A água deve cobrir, completamente, a coluna de gordura.
A expressão do resultado, obtido na coluna de gordura, quando se toma 11 ml de leite e
dado em g/100 ml da amostra (p/v).
Densidade do leite
- Termolactodensímetro
O termolactodensímetro é de uso freqüente nos laticínios e consiste de uma haste longa e
delgada conectada ao corpo que se alarga formando uma câmara de ar. Esta câmara faz o
instrumento flutuar. A parte posterior do corpo termina em um bulbo contendo mercúrio ou
chumbo que mantém o instrumento na posição vertical. É importante conhecer a temperatura do
leite durante a leitura. A escala é dividida em 25 partes iguais, de 15 a 40, própria para o leite in
natura. Cada graduação é conhecida como grau lactométrico. O termolactodensímetro contém,
internamente, um termômetro que estende do bulbo até a extremidade superior da haste onde se
localiza a escala graduada em graus Celcius.
Técnica
- Transferir para uma proveta, evitando a formação de espuma, 500 ml de leite;
- Introduzir cuidadosamente o termolactodensímetro; e
- Quando estiver estabilizado, ler a temperatura e a densidade.
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TABELA de Correção da densidade do leite em função de sua temperatura
Temperatura, oC
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
20 19.1 19.2 19.3 19.4 19.5 19.6 19.8 20.0 20.1 20.3 20.5 20.7 20.9 21.1 21.3 21.5 21.7 21.9 26.1 22.3 22.5
21 20.1 20.2 20.3 20.4 20.5 20.6 20.8 21.0 21.1 21.4 21.6 21.8 22.0 22.2 22.4 22.6 22.8 23.0 23.2 23.4 23.6
22 21.1 21.2 21.3 21.4 21.5 21.6 21.8 22.0 22.2 22.4 22.6 22.8 23.0 23.2 23.4 23.6 23.8 24.1 24.3 24.5 24.7
D 23 22.1 22.2 22.3 22.4 22.5 22.6 22.8 23.0 23.2 23.4 23.6 23.8 24.0 24.2 24.4 24.6 24.8 25.1 25.3 25.5 25.7
E 24 23.1 23.2 23.2 23.4 23.5 23.6 23.8 24.0 24.2 24.4 24.6 24.8 25.0 25.2 25.4 25.6 25.8 26.1 26.3 26.5 26.7
N 25 24.0 24.1 24.2 24.3 24.5 24.6 24.8 25.0 25.2 25.4 25.6 25.8 26.0 26.2 26.4 26.6 26.8 27.1 27.3 27.5 27.7
S 26 25.0 25.1 25.2 25.3 25.5 25.6 25.8 26.0 26.2 26.4 26.6 26.9 27.1 27.3 27.5 27.7 27.9 28.2 28.4 29.6 28.9
I 27 26.0 26.1 26.2 26.3 26.5 26.6 26.8 27.0 27.2 27.4 27.6 27.9 28.2 28.4 28.6 28.8 29.0 29.3 29.5 29.7 30.0
D 28 26.9 27.0 27.1 27.2 27.4 27.6 27.8 28.0 28.2 28.4 28.6 28.9 29.2 29.4 29.6 29.9 30.1 30.4 30.6 30.8 31.1
A 29 27.8 27.9 28.1 28.2 28.4 28.6 28.8 29.0 29.2 29.4 29.6 29.9 30.2 30.4 30.6 30.9 31.2 31.5 31.7 31.9 32.2
D 30 28.7 28.8 29.0 29.2 29.4 29.6 29.8 30.0 30.2 30.4 30.6 30.9 31.2 31.4 31.6 31.9 32.2 32.5 32.7 33.0 33.3
E 31 29.7 29.8 30.0 30.2 30.4 30.6 30.8 31.0 31.2 31.4 31.7 32.0 32.3 32.5 32.7 33.0 33.3 33.6 33.8 34.1 34.4
32 30.6 30.8 31.0 31.2 31.4 31.6 31.8 32.0 32.2 32.4 32.7 33.0 33.3 33.6 33.8 34.1 34.4 34.7 34.9 35.2 35.5
33 31.6 31.8 32.0 32.2 32.4 32.6 32.8 33.0 33.2 33.4 33.7 34.0 34.3 34.6 34.9 35.2 35.5 35.8 36.0 36.3 36.6
34 32.5 32.7 32.9 33.1 33.3 33.5 33.8 34.0 34.2 34.4 34.7 35.0 35.3 35.6 35.9 36.2 36.5 36.8 37.1 37.4 37.7
35 33.4 33.6 33.8 34.0 34.2 34.4 34.7 35.0 35.2 35.4 35.7 36.0 36.3 36.6 36.9 37.2 37.5 37.8 38.1 38.4 38.7
20
8. EXTRATO SECO TOTAL (EST)
Denomina-se matéria seca ou extrato seco, o conjunto de todos os componentes do leite,
com exceção da água. O extrato seco do leite é indispensável para se julgar a integridade do
leite. Admite-se em um leite normal um mínimo de 11,5% de EST e 8,5% de Extrato Seco
Desengordurado (ESD).
Técnica: Fazer coincidir a densidade com a gordura, obtidos anteriormente. Ler onde a seta
indicar.
Material:
.Crioscópio eletrônico
.Pipetas de 5 ml
Reagentes:
.Solução padrão -0,422ºH ou 0,000ºH (depende do tipo de aparelho)
.Solução padrão -0,621ºH
Técnica:
CLORETOS :
Reagentes:
.Solução de nitrato de prata 0,1 N
.Solução de cromato de potássio 5 %
Técnica:
1
Em tubo de ensaio, colocar 10 ml de leite. Adicionar 10 gotas de cromato de potássio,
agitar e colocar 4,5 ml de nitrato de prata. Agitar.
Interpretação:
Coloração amarela: POSITIVO
Coloração alaranjada: NEGATIVO
Sensibilidade da prova: 0,2 g/l ( UFMG - Dra Mirian )
AÇÚCARES:
Reagentes:
.Ácido clorídrico P.A. ou
.Reagente “R” ( Resorcina a 20 % )
.Reagente “S” ( Ácido clorídrico D: 1,18 )
Interpretação:
com ácido clorídrico: . Coloração levemente ambar = NEGATIVO
. Coloração ambar escuro = POSITIVO
AMILÁCEOS:
Reagentes:
.Solução de lugol ou iodo
Técnica: Em tubo de ensaio colocar 10 ml de leite. Aquecer em B.M. fervente até ebulição por 5
minutos. Resfriar em água corrente e adicionar 5 gotas de lugol. Agitar levemente.
Interpretação:
Coloração alaranjada: NEGATIVO
Coloração azulada ou arroxeado: POSITIVO
URINA:
Reagentes:
Reagente “U” = . 2 ml de ácido sulfúrico a 50 % +
. 1 ml de ácido clorídrico P.A.. +
. 3 ml de álcool absoluto
Interpretação:
Sem alteração da solução: NEGATIVO
Coloração roxa: POSITIVO
2
10. CONSERVANTES DO LEITE
Conceito: São substâncias químicas ou biológicas que adicionadas ao leite tem como função
conservá-lo por um período superior ao normal e que prejudicam a saúde do consumidor.
Reagentes:
.Ácido rosólico a 2 % em álcool etílico neutralizado
.Álcool etílico neutralizado
Interpretação:
Coloração vermelho: POSITIVO
Coloração alaranjado (do indicador): NEGATIVO
Reagentes:
.Reagente AEC = 110 ml de álcool etílico +
70 ml dse éter etílico +
10 ml de acetona
Técnica:
Colocar em tubo de ensaio 2 ml de leite. Adicionar 2 ml de solução de AEC e agitar.
Interpretação:
Formação de grumos: NEGATIVO
Soluçõ homogênea fluida: POSITIVO
OBS: Sempre que suspeitarmos de amostra positiva devemos fazer também uma prova de
Alizarol. Se esta apresentar coloração lilás ou roxa, confirma-se o fato. Realizar uma prova de
acidez com Solução Dornic para indicar a mesma.
Técnica: Colocar em tubo de ensaio 5 ml de leite. Adicionar pelas paredes algumas gotas do
reagente e observar as estrias formadas no contato.
Interpretação:
Estrias amarelo-esverdeadas na área de contato: NEGATIVO
Estrias castanhas na área de contato: POSITIVO
CLORO E HIPOCLORITOS
Reagentes:
.Solução de Iodeto de potássio a 10 %
.Solução de amido a 1 %
3
Técnica: Em tubo de ensaio colocar 5 ml de leite. Adicionar 0,5 ml de iodeto de potássio e
agitar. Observar a coloração do meio.
Interpretação:
Inalterado: NEGATIVO
Coloração amarela: POSITIVO , que se confirma adicionando 1 ml de solução de amido.
Deverá desenvolver coloração azulada.
Sensibilidade da prova: 2 ppm
FORMOL :
Reagentes:
.Solução de cloreto f’érrico a 2 %
.Solução de ácido sulfúrico a 50 %
Interpretação:
Coloração rosa claro: NEGATIVO
Coloração lilas a roxo: POSITIVO
Interpretação:
Sem alteração: NEGATIVO
Desaparecimento da cor rosa: POSITIVO
Álcool ou alizarol
Teste realizado para avaliar a resistência térmica do leite. É geralmente utilizado na
plataforma de recepção de laticínios e no sistema de coleta a granel; é realizado na
fazenda, antes de se coletar o leite. Este teste consiste na adição de partes iguais de
leite e álcool. Se houver coagulação da proteína do leite (caseína) outras análises
devem ser realizadas para determinar a utilização ou recusa do leite.
Acidez
Determina a porcentagem de ácido lático no leite. O leite possui acidez
natural que varia de 14 a 16° Dornic e com o desenvolvimento bacteriano, a
lactose é transformada em ácido lático. O crescimento excessivo de
bactérias pode elevar a cidez a níveis elevados (< 18° D) impedindo a
recepção e processamento do leite.
4
Gordura
Determina o teor de gordura no leite, pode ser realizado através de métodos
químicos ou eletrônicos (espectrofotômetro).
Densidade
Avalia a relação entre os sólidos e o solvente no leite, utilizado juntamente con os
teste de gordura para determinalr o teor de sólidos do leite.
Lactofiltração
Determina o grau de sujidades
* CBT: contagem Bacteriana Total - o leite é colocado em placas de incubação por 48 horas a 32 ºC. As colônias de
bactérias são contadas e expressas na forma de unidades formadoras de colônia (UFC). Este parâmetro indica o
número total de bactérias que utilizam oxigênio, sendo ideal abaixo de 5.000 e desejável abaixo de 10.000. A
principal causa para alto SPC é limpeza inadequada do equipamento de ordenha (veja o quadro).
* CIP: Contagem com incubação preliminar - o leite é mantido a 13ºC por 18 horas antes de ser incubado,
simulando um resfriamento deficiente do leite e estimulando o crescimento de bactérias que crescem a baixas
temperaturas. O CIP geralmente acusa valores mais altos que a CBT, sendo preocupante quando este valor é 3 a 4
vezes maior do que o CBT, devendo ficar abaixo de 100.000 ufc/ml. Altos valores também estão principalmente
associados à má limpeza do equipamento de ordenha, embora sistema de frio ineficaz também possa causar este
5
problema.
* CTLP: contagem total do leite pasteurizado - estima o número de bactérias que sobrevivem à pasteurização. As
amostras de leite são aquecidas para simular a pasteurização a 62,8ºC por 30 minutos. Contagem acima de 200 é
considerada elevada. Alta CTLP está geralmente associada à má limpeza crônica do equipamento de ordenha e
vacas consistentemente sujas. Bombas vazando, vedações antigas ou mal feitas, insufladores e outros itens de
borracha desgastados são também possíveis causas.
* CC: contagem de coliformes - relacionada a bactérias associadas à contaminação do ambiente, notadamente com
esterco. Contagem acima de 50 indica má higiene. Vacas sujas ou a queda de teteiras sobre esterco durante a
ordenha são possíveis causas.
Ricota
Ricota de vaca 51 20 23 2.1 - 0.2 0.1
Ricota de ovelha 39 36 13 1.6 - - -
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COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACA (1)
Água Protídios Glicídios Hidratos Cálcio Vitamina Vitamina Vitamina Vitamina Ácido Ácido Vitamina Biotina Vitamina Vitamina
de A D B1 B2 pantotê nicotínico B6 B12 C (2)
carbono (retinol) (tiamina) (riboflav.) n.
% % % % % m g/100g m g/100g m g/100g m g/100g mg/100 m g/100g m m m g/100g m g/100g
g g/100g g/100g
INTEGRAL
Cru 87,6 3,3 3,6 4,7 0,12 50 2 45 150 350 100 25 1,5 0,30 2,0
Pasteurizado 87,6 3,3 3,6 4,7 0,12 50 2 42 150 350 100 25 1,5 0,30 1,8
Esterilizado 87,6 3,3 3,6 4,7 0,12 50 2 30 150 350 100 25 1,5 traços 1,0
UHT 87,6 3,3 3,6 4,7 0,12 50 2 42 150 350 100 25 1,5 0,24 1,8
Evaaporfado I 68,5 8,4 9,2 12,0 0,30 125 5 67 375 875 250 63 3,4 <0,10 2,0
(3)
Evaaporfado II 73,0 7,0 8,0 10,0 0,26 105 4 57 315 735 210 53 2,8 <0,10 1,7
(3)
Condensaado I 25,0 8,4 9,2 55,4 0,30 125 5 103 375 875 250 63 3,4 0,53 4,3
(3)
Condensaado I I 29,0 7,3 8,0 53,9 0,27 110 4 90 330 775 220 55 3,0 0,47 3,8
(3)
Em pó (spray 3,0 25,0 27,5 37,5 0,91 383 15 310 1150 2700 760 190 10,0 1,60 13,0
dried)
Desnatado
Cru 90,8 3,4 0,1 4,9 0,12 1 0 47 145 360 103 26 1,5 0,30 2,0
Evaporado 80,0 7,4 0,2 10,7 0,26 3 0 61 315 780 225 57 2,9 <0,10 1,7
Condensado 29,0 9,6 0,3 58,8 0,34 4 0 120 410 1000 290 73 3,8 0,60 4,8
Em pó 3,0 36,0 1,0 50,5 1,26 13 1 450 1530 3800 1100 275 14,0 2,20 17,0
(1) Para simplificar, os valores para o leite cru foram arredondados e os demais assumiram ter sido dele derivado.
(2) O teor de vitamina C depende da quantidade originalmente presente no leite cru: 2mg corresponde ao leite à saída do úbere.
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(3) São fornecidos 2 valores para o leite integral e vaporado e para o leite integral condensado representando 2 diferentes graus de concentração
existente no mercado internacional.
Fonte: Imitation Milk and Imitation Milk Products; FAO; Roma, 1974; 10p. citando Kon, S.K.., 1972, Milk and Milk Products in Human Nutrition, Second
Edition, FAO Nutritional Studies Nº 27.
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