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TECNOLOGIA DE LEITE
- O médico veterinário na produção de POA atua na vigilância sanitária, no Ministério da Agricultura e em
empresas com consultório de alimentos.
- Perigo físico: materiais que podem ser visualizados e com potencial de risco. Ex: vidro, pregos, insetos, cabelo etc.
- Perigo biológico: microrganismos (risco de consumo fora da validade). Ex: bactérias, leverduras, protozoários etc
- Perigo químico: relacionados com substâncias químicas no alimento. Ex: agrotóxicos, medicamentos, metais
pesados, desinfetantes etc.
- Animais produtores de leite para consumo humano: boi, búfalo, iaque, ovelha, cabra, camelo, llama /alpaca,
cervídeos (rena, alce), égua.
- do Alimento: refere-se as práticas implementadas para evitar perigos no alimento em si. Execução de medidas de
segurança quanto os perigos DA COMIDA em si
- A industrialização aumenta a segurança do alimento, mas não garante 100%, porque a armazenação em casa
também teria que colocar telha e operar
CARACTERÍSTICAS DO LEITE
- Leite: entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em
condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (RIISPOA, 2017).
- Perante a legislação normativa qualquer leite de origem animal que não seja de vacas, deve ser esclarecido na
nomenclatura, como por exemplo leite de cabra, nunca será escrito apenas leite, sempre precisa ser seguido da
especificação de qual animal é.
- Biológico: leite é o líquido secretado pelas glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos, cuja função natural é a
alimentação de recém-nascidos e filhotes
- Químico: leite é uma mistura complexa e homogênea de um grande número de substâncias das quais algumas
estão em emulsão (gordura e vit. Lipossolúveis), algumas em suspensão (caseína) e outras em dissolução
verdadeira (lactose, vitaminas hidrossolúveis, proteínas do soro)
- Composição: 87,5% de água; 3,9% de gordura; 4,9% de lactose; 3,5% (mínimo) de proteína total (caseína,
albumina, globulina do soro); 0,7% de sais minerais
- Varia de acordo com a raça, idade e período de lactação, intervalo de ordenhas, temperatura, doenças e dieta do
animal.
- O leite normal: aspecto e cor; sabor e odor; isentos de sabores e odores estranhos; neutralizantes da acidez;
reconstituintes da densidade
- Lactose (açúcar): 50% dos sólidos do leite desnatado, encontrado em ambas as formas anoméricas (com taxa de
mutarrotação), responsável por contribuir para o sabor característico do leite.
- A lactose pode participar da reação de Maillard (escurecimento ou mal armazenamento do produto), essa,
sempre corre entre um açúcar (lactose) e uma proteína e gera substancias (melanoidimas) que modificam a cor do
alimento. As melanóidinas só surgem se a lactose reagir com alguma proteína
- Proteínas: importantes para o desenvolvimento de vários produtos, principalmente de queijo. 80% das proteínas
do leite são caseínas e os outros 20% são globulinas.
˗ Ptns solúveis ou do soro: albumina, globulina e enzimas. Formam o whey protein (wp). WPI é mais caro pois
tem as ptns do soro mais puras
˗ Sensíveis ao calor (desnaturação): as ptns do soro do leite é sensível ao calor
- Caseína: se apresentam como grandes micelas, unidas com fosfato de cálcio em um complexo especifico
altamente hidratado (tamanho entre 30 a 300nm, podendo chegar ao dobro)
- As proteínas do soro possuem alta importância econômica, alto valor proteico. Dão origem ao queijo ricota e
outros derivados.
- Lipídeos: estrutura do glóbulo de gordura = pequenos glóbulos esféricos com 0,1 a 22 micras. Constituída por um
interior formado por triacilgliceróis e esteróis. Os lipídeos com menor ponto de fusão localizam-se mais na
superfície do núcleo. Possui uma camada interna: formada por uma camada simples de fosfolipídios que originam-se
da camada citoplasmática do reticulo endoplasmático das células epiteliais. Na camada externa existe uma bicamada
de fosfolipídios.
- Sais minerais: formação dos ossos e dentes. Fosfatos, citratos, carbonatos de sódio, cálcio, potássio, magnésio.
- Enzimas (proteínas com atividade catalítica – reação química):
˗ Lipases: muitas estão associadas as micelas das caseínas, mas podem passar ao soro. Outras estão
associadas ao glóbulo de gordura. São inativadas na pasteurização do leite. Podem produzir sabor amargo
de ranço.
˗ Catalase: catalisa a decomposição de peróxido de hidrogênio (substância tóxica) a oxignênio molecular e
água, relaciona-se com a quantidade de leucócitos e microrganismos presentes no leite.
˗ Fosfatase alcalina: catalisa a hidrólise de fosfatos orgânicos liberando ácido fosfórico álcool. Inativação
compatível com a pasteurização
˗ Lactoperoxidase: funciona como inibidor de bactérias, particularmente Salmonella spp. É um bom indicativo
de correta pasteurização, pois não pode ser destruída pela pasteurização e sua atividade deve permanecer
após pasteurização adequada do leite.
˗ Proteases: origem endógena semelhante à tripsina, encontrada em associação com a caseína. Sua
sobrevivência durante o processamento do leite e na cura dos queijos, é um fator importante para
qualidade e estabilidade do produto.
˗ Lisozimas: agente bactericida natural encontrada no leite humano
- Desnaturação térmica
- Cristalização: grandes cristais de lactose (a partir de 16mm); baixa solubilidade; defeitos tecnológicos como no
sorvete e leite condensado; remoção da água por evaporação e o congelamento; atrasam ou impedem a
cristalização (riboflavina e galactosidade)
- Degradação pelo calor: resulta na formação de compostos ácidos (ácidos céticos. levúlico, fórmico, pirúvico),
hidroximetil furfural, aldeídos, álcoois e redutonas. Lactulose (galactose + frutose): indicadora de aquecimento do
leite
- Fermentação:
˗ Fermentação propiônica: bactérias do gênero Propionibacterium – ácido propiônico, ácido acético, CO2 e
água
˗ Fermentação butírica: ácido butírico e gás (CO2) – Clostridium – odor ruim – perda dos queijos
contaminados
˗ Fermentação alcoólica: Sacharomyces spp. e Candida spp. etanol e CO2 - leites fermentados como o
quefir
- Coalescência: aumento irreversível do tamanho dos glóbulos de gordura, ruptura da membrana; é a fusão de
duas gotas de uma emulsão em única
˗ Processo: submeter o leite a grande pressão e força-lo a passar por uma abertura estreita
CLASSIFICAÇÃO DO LEITE
1 – Refrigeração e transporte
2 – Características sensoriais
3 – Parâmetros físico-químicos
˗ Água: 87%
˗ Teor mínimo de gordura: 3%
˗ Teor mínimo de proteína: 2,9%
˗ Teor mínimo de lactose anidra: 4,3%
˗ Teor mínimo de Sólidos Não Gordurosos: 8,4%
˗ Teor mínimo de Sólidos Totais: 11,4%
˗ Acidez titulável: 0,14 a 0,18 g ac. lático /100 ml
˗ Estabilidade ao alizarol: Róseo-salmão sem coagulação
˗ Densidade relativa (a 15ºC): 1,028 a 1,034g /ml
˗ Índice crioscópico: -0,512 a -0,536ºC
4 – Parâmetros microbiológicos
LEITE TIPO A
- Entende-se por Leite Pasteurizado tipo A o leite classificado quanto ao teor de gordura em integral,
semidesnatado ou desnatado, produzido, beneficiado e envasado em estabelecimento denominado “Granja Leiteira”,
observadas as prescrições contidas no presente Regulamento Técnico.
- Obtido com ordenha mecânica, circuito fechado, em sala de ordenha. Pasteurizado na propriedade.
- Veterinário responsável pelos animais; pelo controle de qualidade; Controle de brucelose e tuberculose obrigatório
LEITE PASTEURIZADO
- Pasteurização Lenta: 63 a 65ºC (30 min) e depois, resfriado.
- Pasteurização Rápida: 72 a 77ºC (15 seg) e depois, resfriado. (mais rápido, maior volume, economia de mão de
obra e energia)
LEITE EM PÓ
- Leite pasteurizado desidratado, ou seja, retira-se a água desse produto.
˗ 3 a 4% de água estável
˗ +5%: cristalização da lactose, odor desagradável, escurecimento e ou redução da solubilidade
˗ Método de atomização, pulverização ou spray dryer
DESIDRATAÇÃO
- Automatizado
- Caro
- Deverá ser acondicionado em embalagem de um único uso, herméticos, adequados para as condições previstas
de armazenamento e que confiram uma proteção apropriada contra a contaminação.
- Recepção -> Filtração -> Clarificação -> Padronização -> Homogeneização -> Pré-aquecimento ->
Concentração -> Desidratação -> Envase
COMPOSTO LÁCTEO
- É o produto em pó resultante da mistura do leite e produtos ou substâncias alimentícias lácteas ou não-lácteas,
ou ambas, adicionando ou não.
- Composto Lácteo/Lácteo sem Adição: elaborado exclusivamente com substâncias alimentícias lácteas, ou seja,
deve apresentar 100% de ingredientes lácteos
- Composto Lácteo com Adição: elaborado com substâncias alimentícias não lácteas, o produto final deve
apresentar no mínimo 51% de ingredientes lácteos
PRODUÇÃO DO LEITE
ORDENHA
- A qualidade do leite é decorrente ao manejo de ordenha.
- As vacas são muito sensíveis a rotina, ou seja, é um animal que fica facilmente condicionado. O ideal é
manter os mesmos ordenhadores e horário de ordenha.
- O ordenhador (sua única função deve ser a de ordenhar) deve estar com as mãos lavadas corretamente
(anti-sepsia com água clorada), com roupas e botas limpas, evitando possíveis contaminações.
- Limpeza dos tetos – Pré-dipping: importante medida de controle contra a mastite ambiental
- ORDENHA MANUAL X MECÂNICA: a higiene em ambas é a mesma, a mecânica é mais eficiente e mais rápida
que a manual.
- A sala de ordenha dos animais deve ser limpa, arejada e confortável, bem dimensionada e funcional para o
ordenhador e vacas. O ambiente da vaca leiteira pode estar relacionado com microrganismos causadores de
mastite. A construção de esterqueiras muito próximas ao local de ordenha deve ser evitada, para diminuir o
acumulo de fezes e moscas.
- Linha de ordenha: Deve-se ordenhar os animais sadios primeiro, depois os com mastite subclínica, deixando
os com mastite clínica para o final.
- Após a entrada dos animais na sala, o ordenhador deve lavar os tetos dos animais por 30 segundos com uma
solução a base de iodo (pré-dipping)
- Secagem dos tetos: deve-se secar os tetos com papel descartável, sendo um papel para cada teto, evitando
a contaminação.
- Após a limpeza dos tetos, as teteiras devem ser colocadas no chão, evitando que seu contato caia no chão
- Mecânica: uso de teteiras. As teteiras devem ser colocada logo após a limpeza dos tetos, evitando o contato
dos tetos com o chão. Na retirada das teteiras, as mesmas devem ficar suspensas, não entrando em contato
com o chão.
- Pós-dipping: imersão dos tetos em um antisséptico (iodo com glicerina) após cada ordenha
- É ideal o fornecimento de alimento aos animais após a ordenha, evitando que o animal deite-se, pois os
esfíncter estão abertos, sendo uma porta de entrada para bactérias
- Limpeza do equipamento da ordenha: lavagem e desinfecção. Pré-enxague; lavagem alcalina; lavagem ácida;
desinfecção antes da ordenha.
- Resfriamento do leite: deve ser levado para o tanque de resfriamento o mais rápido possível após a ordenha.
Durante o armazenamento o leite deve ser mantido em temperaturas abaixo de 4 graus e acima de 2 graus,
deve ocorrer no máximo até 3 horas após a ordenha. O tempo transcorrido entre ordenha inicial e
recebimento no estabelecimento que vai beneficia-lo deve ser no máximo de 48 horas, ideal não ser superior
a 24 horas.
- Mastite: inflamação que pode acometer desde qualquer ponto da unidade mamaria, como teto e glândula, até
o úbere todo.
- Causas: por bactéria (+comum); fungos; algas; contaminação contagiosa durante a ordenha; microrganismos
no ambiente; lesão no úbere.
- A mastite compromete a qualidade do leite, a ptn é degrada, teor de gordura e ph são alterados. Impacto
econômico devido a tratamento, perda do animal, etc.
- Clinica: sinais clínicos de fácil visualização do processo inflamatório (alteração na qualidade do leite, úbere
quente ou duro pós ordenha, vaca com dor, sem apetite, com febre).
- Subclínica: n visualiza os sinais, visivelmente o leite ta normal. (testes como teste da caneca preta apontam)
FILTRAGEM
- Logo após a ordenha
- Retenção de resíduos
TIPOS DE REFRIGERAÇÃO
- Imersão: latões imersos em água gelada, como não há homogeneização do leite durante o resfriamento o
leite não é refrigerado uniformemente, dessa forma não inibe o crescimento de bactéria na parte mais interna
do latão.
-Tanque de expansão: um tanque térmico de aço inoxidável com tampa ou fechado que recebe o leite após a
ordenha, possui uma “pá” agitadora que ajuda a resfriar o leite de forma homogênea
- Placas: troca de calor por um sistema de placas resfriadas onde o leite passa por elas já saindo frio
PASTEURIZAÇÃO
- Tratamento térmico
TIPOS DE PASTEURIZAÇÃO
- Pasteurização Lenta: 63 a 65ºC (30 min) e resfriado a 4ºC. 95% de eficiência de eliminação de
microrganismos
- Pasteurização Rápida (HTST): 72 A 77ºC (15 seg.). 95% de eficiência de eliminação de microrganismos
TRATAMENTO UAT/UHT
- Permite a conservação e o prolongamento da durabilidade do leite em temperatura ambiente
- 142ºC (2 a 4 seg)
- Leite em Pó: desidratação lenta do leite (77ºC para a obtenção da pasta de leite, seguido de pulverização da
pasta a 180ºC)
- A gordura do leite é uma gordura natural e saudável, a diferença entre um leite integral e um desnatado é
de 2% de gordura é muito baixa. Portanto a longo prazo no consumo isso não faz muita diferença.
- Cor: branco-opaca (reflexão da luz pelos glóbulos de gordura, fosfato de cálcio e caseína). A cor pode ser
ligeiramente amarelada devido a carotenoides lipossolúveis
- Sabor: levemente adocicado, dependendo dos teores de açúcar (lactose) e sal (NaCl) presentes.
- Aroma: típico, bastante suave e está relacionado com o teor de ácido cítrico na forma de Citrato.
ANÁLISE DE ACIDEZ
- Aumento de acidez – ácido láctico proveniente da degradação da lactose
- Este pH é conferido pelos constituintes naturalmente presentes no leite como a caseína, fosfatos, albumina,
Citrato e gás carbônico dissolvido (CO2), que tem efeito tamponante.
- Alizarol – teste é feito usando uma solução saturada de alizarina preparada em álcool 72% volume/volume
(v/v) e que pode ser obtida em lojas especializadas. Para realização do teste, são misturados volumes iguais da
solução de alizarol e da amostra de leite. A leitura se da pela observação da coloração da mistura e também
pela observação se houve ou não coagulação ou formação de grumos.
- Dornic – determinação quantitativa da acidez do leite, por meio da neutralização realizando titulação de
determinação volume de leite por uma solução alcalina.
ANÁLISE DE DENSIDADE
- A densidade é a relação entre massa e o volume de uma substância.
- De acordo com a legislação, o leite fresco e de boa qualidade deve apresentar densidade relativa de
1,028g/ml e 1,034g/ml, na temperatura de 15ºC
- Métodos: butirométrico (Geber), análise rápida; ou Soxhelt e Espectrometria IV com Transforma de Furier
(FTIR)
ANÁLISE DE CRIOSCOPIA
- O índice crioscópico é uma propriedade físico-quimica que define a temperatura de congelamento das
substancias. No caso do leite, esta propriedade é usada para identificar a adulteração pela adição de água.
- O índice crioscópico do leite é inferior ao da água pura, que é 0ºC. O leite de composição normal, não
adulterado, possui índice crioscópico entre -0,512ºC e -0,531ºC e a adição de agua faz com que esse índice se
aproxime da temperatura de congelamento da água pura.
ANÁLISE DE AMIDO
- Em adulterações, a adição de amido serve para alterar a densidade do leite diluído, possibilitando a fraude.
- Nesta técnica o amido reage com o iodo livre formando um composto de absorção de coloração azulada
- O método mais usado na indústria é o cálculo que leva em consideração os resultados de densidade (D) e o
teor de gordura (G). Pela formula de Fleishmann.
- A partir dele é possível prever o rendimento na fabricação de derivados lácteos como queijos e outros
- Em média, o EST no leite encontra-se entre 12 a 13%, enquanto que, de acordo com IN 62, o ESD deve ser
no mínimo 8,4%
2 – Transporte
3 – Laticínio
9 – Envase
11 – Comercialização
Derivados lácteos
PRODUÇÃO DE QUEIJOS
- Entende-se por queijo os produtos frescos ou maturados, que se obtém por separação parcial do soro do
leite ou leite reconstituído (integral, parcial, em pó, desnatado, etc) ou de soros lácteos, coagulados pela ação
física do coalho, de enzimas especificas, bactérias especificas isoladas ou combinadas, todos de qualidade apta
para uso alimentar, com ou sem agregação de substancias alimentícias e ou especiarias, condimentos, aditivos
especificamente indicados, substancias aromatizantes e matérias corantes. (RIISPOA,2017)
INGREDIENTES UTILIZADOS
- Coalho: enzima chamada de quimosina, também conhecida como renina, que é utilizada para a coagulação da
proteínas do leite. Antes era obtida do estomago de ruminantes recém-nascidos e hoje é adquirida de forma
sintética.
- Cloreto de cálcio (CaCl2): composto químico formado por cálcio e cloro. Utilizado para repor o cálcio que
ficou indisponível (insolúvel) em consequência da pasteurização do leite.
- Cloreto de sódio (NacCl): é o sal de cozinha, colocado nos queijos para realizar a salga com objetivo de
conservar o produto e melhorar suas caraterísticas sensoriais
- Fermento lácteo: são cepas de bactérias que se adiciona ao leite durante o processo de fabricação. Podem
ser mesofílicas ou termofílicas e tem o objetivo de agregar diferentes caracteriticas ao queijo.
- Ácido lático: utilizado para substituir o fermento lácteo e também para precipitar as proteínas e flocular o
soro.
TIPOS DE QUEIJO
- Queijo fresco: o que está pronto para o consumo logo após sua fabricação
- Queijo maturado: o que sofreu transformações bioquímicas e físicas necessárias às características de cada
tipo de queijo
- Queijo minas frescal: obtido por coagulação enzimática do leite com coalho e ou outras enzimas coagulantes
apropriadas, completamente ou não com ação de bactérias láticas especificas. É considerado um queijo fresco
de massa crua, não maturada ou cozida, e de elevada umidade. Deve obrigatoriamente ser elaborado com leite
pasteurizado e possuir sabor fresco, lácteo e suave.
˗ Cor branca
˗ Odor e sabor levemente ácido
˗ Massa firme ao corte
˗ Pouquíssimas olhaduras ou nenhuma
- Queijo minas padrão: obtido do leite integral ou padronizado, de massa crua, prensado mecanicamente e
devidamente maturado durante 20 dias. Deve apresentar formato cilíndrico, de faces planas e bordos retos.
˗ Cor branco-creme
˗ Odor e sabor próprios, ácidos, agradáveis e não picantes
˗ Consistência semidura, macia de untura manteigosa com crosta fina
˗ Textura com buracos mecânicos
- De acordo com:
→ Vão ocorrer mudanças significativas que, a partir de uma matéria prima relativamente homogênea, obtem-
se produtos muito diferenciados em suas formas, propriedades reológicas e sensorial.
- Queijos muito duros: umidade inferior a 25%; maturados por bactérias (ex: parmesão, romano, etc.)
- Queijos duros: umidade de 25 a 36%; com buracos ou olhaduras, maturados por bactérias (ex: emmenthal,
gruyere); sem buracos, maturados por bactérias (ex: cantal, cheddar, manchego, catellano, mohon, edam,
gouda etc)
- Queijos semimoles: umidade de 36 a 40%; maturados por bactérias (ex: galego, manchego, st. Paulin,
lancashire etc); maturados por bactérias e leveduras específicas (ex: limburger, bel pasese, munster);
maturados por mofos internos (azuis) (ex: roquefort, gorgonzola, danablu etc)
- Queijos moles: umidade superior a 40%; maturados por mofos superficiais (ex: camembert, brie etc.); não-
maturados (ex: mozzarela, cottage, petit suisse etc)
- A gordura apresentada no queijo tem influência no sabor, é responsável pela maciez, contribui para
coloração amarelada e é fonte de calorias. O excesso e a falta de gordura contribuem de maneira significativa
na qualidade do produto final. Além disso, paladar humano tende a coisas mais gordurosas, portanto os queijos
mais gordos são mais gostosos.
- Coalho ou renina (enzima), o extrato procedente do abomaso de bezerros lactantes cujo princípio ativo é a
quimosina, e que contém apenas quantidades de pepsina.
- Os coalhos atuais costumam conter quantidades variáveis de pepsina (10-60% - média de 35%)
- Atualmente utilizam-se também enzimas elaboradas por diversos fungos, principalmente Mucor mihei, M.
pusillus e Endothia parasítica
REQUEIJÃO
- Entende-se por requeijão o produto obtido a partir da fusão da massa coalhada, cozida ou não, dessorada e
lavada, obtida por coagulação do ácida e ou enzimática do leite, opcionalmente adicionada de creme de leite e
ou manteiga, e ou gordura anidra de leite, e ou butter oil..
- O produto poderá estar adicionado de condimentos especiarias e ou outras substancias alimentícias.
GENERALIDADES
- : tipo de queijo que se originou no Brasil, sendo processado e aceito em todo território nacional.
- Pequenas variações no processo: são permitidas a esse produto para que se adaptem a algumas
características tecnológicas típicas da região ou da unidade processadora onde está sendo fabricado.
- : contudo, deve-se resguardar as suas características sensoriais básicas (cor branca e textura)
- Sal fundente (ingrediente aditivo): é um emulsificante e estabilizante a base de polifosfato de sódio, ácido
cítrico, Citrato de sódio e ortofosfato de sódio. Possui a capacidade de transformar a massa firme em uma
massa na forma de pasta sob a ação do calor.
2 – Coagulação do leite
3 – Aquecimento e dessoragem
IOGURTE
- Iogurte é o produto de um leite fermentado*(in natura, pasteurizado, esterilizado, UHT, reconstituído,
concentrado, em pó), sem soro de leite ou substâncias alimentícias como gordura vegetal e etc. A
fermentação do iogurte é realizada com cultivos protosimbióticos específicos, aos quais se podem
acompanhar, de forma complementar, outras bactérias ácido-lácticas que, por usa atividade, contribuem para a
determinação das características do produto final.
- Sempre vai ter a presença desses dois cultivos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e
Lactobacillus delbrueckii subsp. Bulgaricus.
- Streptococcus salivarius thermophilus: cocos de cadeia curta; Gram (+) homofermentativo e anaeróbico;
Temperatura de crescimento entre 37-45ºC; Pouco acidificante; Requer aminoácidos para seu crescimento
- Lactobacillus delbrueckii Bulgaricus.: bastonetes de cadeia longa; Gram (+) homofermentativo e anaeróbico
facultativo; Temperatura de crescimento entre 40-50ºC (TO: 42ºC); Acidifica fortemente
Na fermentação a fonte de energia mais utilizada é a lactose, ela é transformada em ácido lácteo, só que a
bactéria não quer esse ácido, a produção de ácido lácteo na verdade é uma consequência e ele se acumula
no leite dando aquele sabor característico da bebida láctea fermentada (streptococcus thermophilus). Além da
lactose, esses microrganismos começam a quebrar as proteínas do leite, pequenos peptídeos + aminoácidos
(o lactobacillus bulgaricus quebra a caseína). São então utilizados pelo streptococcus thermophilus, liberando
ácido fórmico e co2, que vai ajudar o lactobacillus bulgaricus, ou seja, esses dois microrganismo realizam juntos
uma protocooperação, dando uma característica de sabor mais especifica para esse produto final.
- A única forma de diferenciar o iogurte e a bebida láctea é apenas lendo o rótulo, visualmente eles são muito
similares. Normalmente é mais denso, enquanto a bebida láctea é mais liquida
LEITE FERMENTADO
- Produtos lácteos ou produtos lácteos compostos
- Homofermentação: A lactose entra na bactéria e vai sendo quebrada por várias enzimas, dependendo da
bactéria sendo degradada em lactato e pirovato. Pirovato participa de algumas rotas metabólicas alternativas
que vao gerar a produção de outros compostos (diacetyl e acetaldehyde – responsáveis pelo sabor e aroma
característico da bebida láctea)
- Depois de adicionar o microrganismo deve-se imediatamente colocar esse leite nos potes pq a fermentação
deve acontecer na embalagem final, pois o transporte para ou recipiente causaria a quebra dos coágulos do
iogurte.
IOGURTE BATIDO
- Fermentação dentro do tanque e depois é batido
IOGURTE LÍQUIDO
- Fermentação em tanques e é comercializado em embalagens plásticas, tipo garrafa ou tipo “longa vida”
- Pode ter adição de frutas, sucos e polpas.
- Apresenta atributos sensoriais diferentes do iogurte batido. Menor viscosidade e textura mais fluída.
CLASSIFICAÇÃO DO IOGURTE
- Existem variações nos tipos de iogurte em função do seu teor de gordura
- No entanto, as indústrias buscam uma padronização para esse alimento a fim de atender a legislação por
meio do “Regulamento técnico de identidade do iogurte”
2 – Standarlização /Padronização:
3 – Adição de ingredientes:
˗ Açúcar ou adoçantes (12 a 15%) – a sacarose ou a glicose podem ser adicionados em conjunto com a
adição de frutas.
˗ Estabilizantes e espessantes – aumentar a viscosidade do produto final e auxiliar na prevenção da
separação do soro
˗ Adição de espessantes e estabilizantes (deve-se verificar na legislação quais são permitidos e em que
quantidades)
˗ Agar – agar, pectina, carragena: 0,1 a 0,5%
4 – Homogeneização:
˗ Quebra dos glóbulos de gordura: diminui o risco de sinérese (aguinha que sola do iogurte); aumenta a
firmeza do produto final; melhora as qualidades sensoriais
˗ Promove a disposição homogênea dos constituintes da mistura-base de iogurte
˗ Aumenta a viscosidade e estabilidade
˗ Qualidade sensorial do produto
6 – Resfriamento:
7 – Adição de Fermento:
˗ Tanques de fermentação
˗ Tempo de fermentação é de 4hrs, mas deve-se avaliar o pH a todo tempo.
˗ Acidez, a consistência e o sabor caraterísticos
˗ Culturas devem estar em equilíbrio
˗ Fermento próprio: Lactobacillus delbrueckii bulgaricus e Streptococcus thermophilus (cresce mt rápido
– crescimento exponencial: criando acidez oq é favorável ao bulgaricus) – desenvolvimento em
simbiose
˗ Multiplicação do Streptococcus: início da fermentação lática, diminuindo o pH até 5,5
˗ Condições ideias para o desenvolvimento do Lactobacillus bulgaricus
˗ Produção de ácido lático, acetaldeído e diacetil = produção do aroma
˗ Acidez desejada: resfriamento do produto
8 – Resfriamento:
˗ Deve-se frear a atividade do iniciador e suas enzimas para evitar que a fermentação prossiga
˗ Evitar o aumento da acidez
˗ Deve ser feito em 2 etapas: 1ª meia hora – iogurte deve chegar a 18-20ºC; 2ª meia hora -10ºC
9 – Quebra do gel:
10 – Embalagem e estocagem
Ovos
TECNOLOGIA DOS OVOS
- COMPOSIÇÃO DOS OVOS:
- Ovo inteiro: 73% de água; 12,5% de proteínas; 12% de lipídeos; 0,5% de carboidratos; 0,06% de cálcio;
0,003% de ferro; 0,05% de magnésio; 0,22% de fósforo; 0,14% de potássio; 0,13% de sódio; 0,45% de
colesterol
- Gema: 50,93% de água; 16,06% de proteínas; 31,7% de lipídeos; 13% de carboidratos; 0,13% de cálcio;
0,086% de ferro; 0,13% de magnésio; 0,59% de fósforo; 0,11% de potássio; 0,07% de sódio; 97% de colesterol
- Clara: 85,61% de água; 12,7% de proteínas; 0,25% de lipídeos; 1,0% de carboidratos; 0,01% de cálcio; 0,0001%
de ferro; 0,01% de magnésio; 0,1% de fósforo; 0,16% de potássio; 0,16% de sódio; sem colesterol
- Por muito tempo se considerava seguro consumir ovo com o colesterol aumentado, no entanto se você já
tiver com predisposição a desenvolver colesterol alto e consumir muito ovo, ele vai influenciar diretamente ao
aumento do colesterol. Mesmo assim, o ovo possui gorduras boas.
- Muitas pessoas passaram a consumir ovos de galinhas de vida livre, por pena das galinhas que são criadas
confinadas. No entanto, essa opção costuma ter o valor mais alto. Essa mudança se dá pela influencia da
internet e propagação de conhecimento.
- O ovário é composto por vários folículos, que vão sofrer a ação de um hormônio (FSH) atuando no
desenvolvimento folicular produzindo androgênio, estrogênio e progesterona. Conforme o FSH vai
promovendo o desenvolvimento folicular, ocorre o amadurecimento, reduzindo os níveis de androgênio e
estrogênio e aumentando a progesterona. Esse aumento de concentração de progesterona resulta na onda
de LH que leva à ovulação, que é a liberação da gema. Isso ocorre na região avascularizada que é na linha de
sutura ou estigma.
2ª FASE: OVIDUTO
- Adiciona nutrientes ao ovo
- Membranas e casca
- O oviduto das aves é dividido em 5 regiões: infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina
- Infundíbulo: captura a gema, em animais doentes a gema ode cair na cavidade abdominal gerando um
processo inflamatório. Gema liberada, processo ocorre em 15 minutos. Sofre a adição da primeira camada
calazífera (camada densa interna da clara)
- Magno: ovo em formação permanecendo por 3 horas, cerca de 50% da clara vai ser formada (albúmen),
além disso temos a formação de calazas. (proteínas mucinas retorcidas).
- Istmo: ovo em formação permanece por 1 hora e meia, onde a clara sofre adição de proteínas do albúmen e
formação das membranas da casca.
- Útero ou glândula da casca: ovo em formação permanece por 20 horas, completando a formação da clara,
da casca e da cutícula (fina camada que vai recobrir externamente a casca do ovo)
- Vagina: passagem do ovo já pronto, sofrendo ovulação até a postura (25 horas), depois ocorre uma nova
ovulação (30 min). Formação da câmara de ar/espaço aéreo.
˗ Quanto mais velho for o ovo, mais alta será a altura da câmara de ar
ESTRUTURA DO OVO
- Gema
- Clara
- Membrana externa
- Membrana interna
- Membrana vitelina: dá o formato oval redondinho à gema, além disso, conforme ele for envelhecendo vai
perdendo o formato redondo da gema.
- Blastodico: onde o material cromossômico da gema é armazenado, sendo subdesenvolvido nos ovos
comercializados para consumo.
- Calaza
- Casca
˗ Lavagem a seco ou com água (não pode ser por imersão, feita por aspersão em água clorada)
˗ Teor máximo de cloro: 50 ppm
˗ Temperatura da água: 35-45ºC
˗ 4 horas de trabalho
˗ Circulação de ar quente: 30-35ºC
5 – Acondicionamento
6 – Identificação
7 – Depósito
CATEGORIA A:
I I I – gema visível à Ovoscopia, somente sob a forma de sombra, com contorno aparente, movendo-se
ligeiramente em caso de rotação do ovo, mas regressando à posição central;
I V – clara límpida e translúcida, consistente, sem manchas ou turvação e com as calazas intactas;
CATEGORIA B:
I I – ovos que apresentem pequenas manchas sanguíneas e pouco numerosas na clara e na gema;
- Produto rotulado
ESTABELECIMENTOS
- Granja avícola: produção -> ovoscopia -> classificação -> acondicionamento -> rotulagem -> armazenagem -
> expedição
- Unidade de beneficiamento de ovos e derivados: produção: produção -> recebe -> ovoscopia ->
classificação -> acondicionamento -> rotulagem -> armazenagem -> expedição.
- Ovos desidratados (gema de ovo pasteurizada desidratada; ovo em pó; ovo integral pasteurizado e
desidratado)
- Produtos: mantém as mesmas propriedades naturais do ovo; pode ser feita mecanicamente ou
manualmente
˗ Clara - liquida
˗ Gema - liquida
˗ Mistura de ovos: mistura de gema e claro sem respeitar as proporções naturais dos ovos - em pó ou
líquida
˗ Ovo integral: ovo sem a casca com as proporção natural de gema e clara
- Esses produtos surgiram a fim de reduzir os riscos microbiológicos a saúde, como no caso da presença de
salmonela, uma vez que as aves são reservatórios naturais dessa bactéria, além disso não se pode descartar a
possibilidade das aves estarem com a doença ativa. Sendo assim, o risco de adquirir alguma doença é muito
alto. Visto que os ovos são pasteurizados o risco de infecção é muito baixo, esse tratamento térmico também
aumenta a durabilidade do ovo.
- Fluxograma pode variar pois alguns produtos são fermentados e outros não
3 – Ovoscopia
4 – Quebra de ovos: temperatura controlada (16°C); automatizado ou manual; temperatura elevada rompe a
membrana da gema; temperatura baixa dificulta a separação da clara e da gema; ar precisa ser controlado
para não funcionar como vetor de contaminação
6 – Fermentação:
7 - Pasteurização: mesmo processo para qualquer produto; controle do tempo e temperatura de extrema
importância, se não for respeitado o produto precisa ser descartado.
˗ Sistema de placas
˗ 72 horas após a quebra dos ovos (desde que esses ovos estejam estocado em T:2-5°C)
˗ Gema pura: 60°C (6,2min) - 61°C (3,5 min)
˗ Ovo integral: 60°C (3,5 min)
˗ Clara: 56,7°C (3,5 min) - 55,5°C
- Ovos líquidos
˗ Resfriamento: tanques de estocagem (2-5ºC)
˗ Embalagem
˗ Estocagem
- Ovos desidratados
˗ Aquecimento a 60°C
˗ Torre de atomização: ar quente (121-232°C)
˗ Resfriamento:40°C
˗ Peneiragem
˗ Embalagem
˗ Estocagem
˗ Gema ou ovo integral: 6 meses
˗ Clara: 12 meses
˗ Sempre mantido em temperatura ambiente, caso seja refrigerado ele fica todo grudado