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DESCUBRA OS PRINCIPAIS ®
DEFEITOS EM LÁCTEOS E
COMO EVITÁ-LOS
A indústria de produtos lácteos tem mostrado crescente preocupação com a presença de
defeitos nos seus produtos, devido aos prejuízos econômicos causados por essas anomalias.
Os defeitos em lácteos podem ser oriundos de contaminações microbiológicas, podendo
até causar impactos à saúde do consumidor, ou podem ser ainda tecnológicos, que apesar
de não causarem danos a saúde, podem levar à rejeição do produto, consequentemente,
impactar na lucratividade da indústria.
Defeitos em lácteos
Conheça alguns dos principais defeitos em lácteos, suas causas e soluções:
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Figura 1 – Exemplo de coagulação doce em leite UHT.
Essa enzima está presente em leite cru provindo de estocagem sob refrigeração por longos
períodos (mais de dois dias) antes do processamento, devido à presença de microrganismos
psicotróficos (capazes de se multiplicar em temperatura de refrigeração) que são os respon-
sáveis pela produção dessa enzima.
As proteases apresentam temperatura ótima na faixa dos 20 °C, o que viabiliza sua atividade
em leite UHT, que é estocado por longos períodos em temperatura ambiente. Esse defeito
também é influenciado pelo teor de gordura presente no leite UHT, sendo que a velocidade
da proteólise das amostras de leite UHT desnatado é superior àquela de leite integral.
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Para a indústria, é tecnicamente inviável a desativação térmica destas enzimas, uma vez que
as proteases apresentam elevada resistência térmica, mantendo seu potencial
® de degrada-
ção enzimático mesmo após o leite ser submetido ao tratamento UHT. Ou seja, a tempe-
ratura necessária para sua desnaturação provocaria, paralelamente, danos irreparáveis aos
componentes do leite.
O problema maior é que este defeito dificilmente é detectado pelo controle de qualidade
das empresas, uma vez que a ação destas enzimas é lenta e as alterações aparecem geral-
mente depois que o produto já está no comércio.
II. Outros defeitos causados pelas proteases
Alguns outros defeitos em lácteos causados pelas proteases oriundas dos psicotróficos:
a) Queijos: a presença de proteases em leite destinado a fabricação de queijos pode
causar uma queda de rendimento em até 5%. Além disso, durante a maturação de queijos
macios e semiduros, estas proteases podem liberar peptídeos de baixo peso molecular que
causam gosto amargo nestes queijos. No entanto, o efeito das proteases nas características
sensoriais de queijos é menos impactante, uma vez que as proteases são solúveis em água
e acabam sendo eliminadas com o soro;
b) Leite em pó: além de provocar a formação de sabor amargo, as proteases podem
causar uma redução na solubilidade do produto em água;
A legislação vigente no Brasil ainda não regulamenta limites para a contagem dessas bac-
térias. No entanto, fica evidente a necessidade de as indústrias reforçarem suas ações de
controle de qualidade com relação a elas como forma de evitar problemas maiores nos pro-
dutos finais.
E tendo em vista todos os aspectos relacionados à qualidade do leite cru e seu impacto nos
produtos lácteos, podemos afirmar que programas de melhoria na qualidade do leite são
vantajosos para todos os interessados: seja o produtor, que terá mais rendimento e recebe-
rá uma bonificação por isso; seja a indústria, que irá produzir produtos com menos custo e
maior prazo de validade; seja o consumidor, que poderá ter produtos de qualidade e que
não ofereçam riscos à sua saúde.
III. Estufamento precoce em queijos
Este defeito ocorre em queijos produzidos a partir de leite cru (frescos) em que, devido à
presença de microrganismos do grupo coliforme, ocorre a produção de gás carbônico a par-
tir da lactose do leite, causando a formação de grande quantidade de olhaduras irregulares,
defeito característico de queijos “rendados”.
É importante ressaltar que existem diversos tipos de olhaduras em queijos, as quais não
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devem ser confundidas:
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massa, produzindo ácido propiônico, que acaba dando um sabor mais adocicado e olhadu-
ras bem grandes aos queijos desta categoria.
Figura 2 – Na sequência: exemplos de olhaduras irregulares, mecânicas e propiônicas.
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Já esse defeito acontece em queijos de maturação longa e é causado por leite contaminado
por bactérias esporuladas (tais como Clostridium sp).
O estufamento tardio ocorre devido à produção de gás por estas bactérias durante o pe-
ríodo de maturação, onde os esporos encontram ambiente favorável para se desenvolver
(anaeróbicos) e passam da forma esporulada para forma vegetativa.
Figura 3 – Exemplo de estufamento tardio.
Os esporos são microrganismos termorresistentes e por isso são capazes de sobreviver a
•
pasteurização. Algumas ações que podem ser adotadas para evita-los:
proibição de utilização de silagem nas vacas produtoras do leite para processamento
desses queijos, pelo fato da silagem ser fonte de Clostridium sp, que pode contaminar o
ambiente e posteriormente o leite coletado;
DEFEITOS BÔNUS: ®
cristalina.
Solução: adicionar a enzima lactase para hidrolisar a lactose e cessar o aparecimento de
cristais, ou, adicionar mais lactose (em pó) para permitir a formação de cristais pequenos,
agora imperceptíveis.
Mofo superficial em queijos maturados
Causa: contaminação por bolor.
Solução: com bacteriocinas aplicadas na superfície (casca).
O CONHECIMENTO QUE TE DIFERENCIA NO MERCADO
Esses são apenas alguns exemplos dos inúmeros defeitos que podem ocorrer nas indústrias
de laticínios.
E principalmente pelo impacto econômico, o profissional da área que é capaz de evitar es-
ses defeitos ou quando acontecer é capaz de trata-los, se diferencia no mercado de lácteos.
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