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NOME: GUILHERME DIAS

RNMA - NOTURNO
ATIVIDADE 4 DATA:
27/11/2019

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E CRÍTICA AOS


NEGACIONISTAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Basta entrar em um elevador que o tópico vem atona. Comentários do tipo ”eu
nunca vi uma calor desses, muito menos no inverno”, ou então “ você viu aquela
chuva? Parecia um furacão”. A típica conversa de elevador acerca do tempo pode
ser muito mais do que um simples comentário sobre algo fora da normalidade. Na
realidade, fatores como estes, podem estar diretamente associados às mudanças
climáticas. E mesmo com essas evidências pessoais, além das comprovações
científicas, ainda existem pessoas que não creem que as ações antrópicas estão
influenciando o clima.
Segundo o vídeo Mudanças Climáticas do Inpe (2011), antes de se discutir
mudanças climáticas, é necessário se diferenciar efeito estufa de mudanças
climáticas. O efeito estufa é um processo natural. Ele é responsável por regular a
temperatura da Terra por meio dos gases presentes na atmosfera. A ausência
desses gases, chamados de gases do efeito estufa, a temperatura do planeta seria
muito baixa. Ao passo que o excesso desses mesmos gases tornariam o planeta
muito quente.
A elevação da temperatura média do planeta é chamada de aquecimento
global. Este fenômeno causa efeitos que atingem os sistemas da Terra atualmente.
Como exemplo podem ser citados o derretimento das geleiras, elevação do nível do
mar, extinção de espécies, temporais, entre outros desastres naturais
(MUDANÇAS…, 2011). Mudanças climáticas, por sua vez, são os conjuntos desses
fenômenos ocorrendo repetidamente a longo prazo, alterando os climas do planeta
(NOVA…,2018). Ela está relacionada diretamente com as gerações futuras
(MUDANÇAS…, 2011).
Essas definições e seus efeitos sobre o planeta Terra são amplamente
aceitos pela comunidade científica. Entretanto, existem algumas pessoas que se
intitulam cientistas, mas que, assim como os que defendem que a Terra é plana,
defendem teorias que divergentes.
Segundo Costa (2019), estes “pseudocientistas”, como ele os chama, não
acreditam que o modo de vida econômico e de consumo gerado a partir da primeira
revolução industrial não interfere em nada na elevação de temperatura do planeta.
Eles tentam se usar do argumento de que a Terra sempre sofreu elevações de
temperaturas em eras entre glaciações, com atualmente.
Este discurso é perigoso. A população pode facilmente ser persuadida por
este tipo de argumento, uma vez que ele resolve por si só vários problemas
ambientais. É tirado a culpa do ser humano, que vem desmatando e colocando mais
carbono em forma de gás no sistema, e jogando-a para o planeta, que se auto
regularia (NOVA…,2018).
De fato, as pesquisas realizadas estudando a composição química do gelo
pré histórico do ártico e conchas de animais marinhos indicam que a temperatura do
planeta sempre variou ao longo dos 800.000 anos no mínimo. A questão é em toda
essa história a temperatura nunca se elevou tanto e em tão pouco tempo. É
impossível desassociar as ações antrópicas desses processos. Além disso, por
mais que a Terra possua um sistema muito bem integrado, ele só se suporta
quando está em equilíbrio (NOVA…,2018).
Os oceanos, por exemplo. Eles realizam o sequestro de grande parte do gás
carbônico. Mas o excesso dessa substância no sistema interfere na vida marinha
dos corais, levando-os a morte e afetando todo o ecossistema (NOVA…,2018). Já o
ártico, é responsável por reflexão de boa parte da luz solar. Essa reflexão ajuda a
manter a temperatura média do planeta mais amena. Com o derretimento dos pólos,
existe mais luz entrando e pouca saindo, colocando esse sistema, que deveria se
auto regular, em crise (​POR QUE…,2015)​.
O negacionismo, ao defender que as mudanças climáticas não estão
ocorrendo, coloca em cheque as associações existentes entre questões ambientais
como questões sociais e políticas defendida pelos antropólogos
(​AQUECIMENTO…, 2019)​. De acordo com ​Schons (2012), ricos e pobres são
afetados de maneiras diferentes pelas questões ambientais.
Um dos efeitos do aquecimento global é o aumento das secas
(MUDANÇAS…, 2011), principalmente em regiões que possuem características
mais áridas, como o Oriente Médio, ou o Nordeste brasileiro. Nessas regiões, a
dificuldade de se conseguir água se torna um fator que sinaliza a desigualdade.
Enquanto os ricos podem pagar por ela, os pobres sofrem com a sua falta por falta
de recursos financeiros, naturais e políticos (SCHONS, 2012).
A desigualdade se faz visível a partir da análise dos fluxos migratórios das
últimas décadas. A migração pode ser atribuída a fatores como conflitos armados,
seja por religião e problemas ambientais. Enquanto em países pobres da Ásia e do
Oriente médio a emigração é predominante, em países ricos da Europa e Estados
Unidos são demarcados pela entrada de um enorme número de estrangeiros
(​SALOPEK, 2019)​.
Segundo Schons (2012), essa minoria, que na verdade é maioria, ainda têm
suas vozes abafadas. O que se sobressai são os fatores econômicos. Sem a
mudança dos valores que existem hoje na política, não seremos capazes de
resolver nem os problemas ambientais e tão poucos os sociais. Negar o
aquecimento global é abafar as vozes dessa população que tanto resiste às
diferentes formas de opressão.
Quando essa negação chega no campo político, a discurso se torna ainda
mais perigoso. Os tomadores de decisão, como Trump, por exemplo, agirão de
forma a garantir o crescimento econômico a todo o custo, de acordo com os valore
atuais. Um governo que toma medidas anti ambientais, como sair do acordo de
Paris, é colocar o mundo e o meio ambiente nas mãos do setor privado, que se
alimenta da desigualdade (​CARLSON; SHAPIRO, 2017)​.
A conversa de elevador pode parecer algo superficial, mas na realidade pode
ser uma observação daquilo que a ciência observa e comprova: as mudanças
climáticas. Se veremos nossas crianças crescerem, como diz a música Global
Warming (2019), pode ser que sim. A questão é saber em qual mundo eles viverão.
REFERÊNCIAS

AQUECIMENTO global. Produção: Fantástico. 2019. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=eUTCyAlrQX0. Acesso em: 24 nov. 2019.

CARLSON, Ann; SHAPIRO, Shirley. Climate change, Trump and populism. ​The
future of the global order colloquium​, [​s. l.]​ , 2017.

COSTA, A. A. A patifaria dos negacionistas climáticos: Carta enviada ao ministro do


Meio Ambiente contém mentiras, erros e distorções da ciência, analisa Alexandre
Araújo Costa. ​Observatório do clima​, 12 mar. 2019. Disponível em:
http://www.observatoriodoclima.eco.br/patifaria-dos-negacionistas-climaticos/.
Acesso em: 24 nov. 2019.

GLOBAL Warming. Intérprete: Gojira. [​S. l.​: ​s. n.​], 2019. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=M98FxQ9u-ow. Acesso em: 24 nov. 2019.

MUDANÇAS Climáticas. Produção: INPEvideoseduc. 2011. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=ssvFqYSlMho. Acesso em: 24 nov. 2019.

NOVA: O Clima e seus Mistérios. Direção: Doug Hamilton. 2018. Disponível em:
https://www.netflix.com/watch/81121177. Acesso em: 24 nov. 2019.

POR QUE o Ártico é o canário na mina de carvão das mudanças climáticas. William
Chapman. 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lrEM3LHvjI0.
Acesso em: 24 nov. 2019.

SALOPEK, Paul. Walking with migrants: Tracing humankind’s journey from Africa,
Paul Salopek is chronicling a story for the ages: the mass migrations in which
millions of people are searching for a better place. ​National Geographic​, p. 40-63,
2013.

SCHONS, Selma Maria. A questão ambiental e a condição da pobreza. ​Rev.


katálysis​, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 70-78, 2012.

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