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FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.

São Paulo:
Martins Fontes, 1981, 408p.

 Fim do século XVI: semelhança conduzia a exegese e a interpretação de textos;

◦ Convenientia: se tocam na borda e emparelham-se [ex. Corpo e alma];

◦ Aemulatio: correspondência entre coisas dispersas [ex. Reflexo e espelho];

◦ Analogia: sobrepõe as anteriores estabelecendo relações sutis [ex. Erva e terra];

◦ Simpatia: aproxima os mais distantes.

 “Chamemos hermenêutica ao conjunto de conhecimentos e de técnicas que permitem fazer


falar os signos e descobrir seus sentidos; chamemos de semiologia ao conjunto de
conhecimentos e de técnicas que permitem distinguir onde estão os signos, definir o que os
institui como signos, conhecer seus liames e as leis de seu encadeamento: o século XVI
superpôs semiologia e hermenêutica na forma da similitude. Buscar a lei dos signos e
descobrir as coisas que são semelhantes” (p. 45-6);

 Dom Quixote: limite entre similitudes e signos, ele deve provar que é o que pensa no mundo
real. É o primeiro romance moderno, pois existem identidades e diferenças que desdenham
dos signos similitudes, surge o Louco, jogando com o do Mesmo e o do Outro;

 “Quando a história natural se tornou biologia, quando a análise das riquezas se torna
economia, quando sobretudo a reflexão sobre a linguagem se faz filologia e se desvanece
esse discurso clássico onde o ser e a representação encontravam seu lugar-comum, então no
movimento profundo de uma tal mutação arqueológica, o homem aparece com sua posição
ambígua de objeto para um saber e de sujeito que conhece” (p. 328);

 As ciências humanas não receberam por herança um domínio já delineado;

 “[...] as ciências humanas não são uma análise do que o homem é por natureza: são antes
uma análise que se estende entre o que o homem é em sua positividade (ser que vive,
trabalha e fala) e o que permite a esse mesmo ser saber (ou buscar saber) o que é a vida, em
que constitui a essência do trabalho e suas leis e de que modo ele pode falar” (p. 370);

 “[...] pode-se dizer que o domínio das ciências humanas é coberto por três 'ciências', ou
antes, por três regiões epistemológicas, todas subdivididas no interior de si mesmas e todas
entrecruzadas umas com as outras: são definidas pela tríplice relação das ciências humanas
em geral com a biologia, a economia e a biologia” (p. 372) [Psicologia, função e forma –
Sociologia, regras e conflito – Literatura e mitos, significação e sistema];

 “Pela fragmentação do espaço onde se estendia continuamente o saber clássico, pelo


desenrendamento de cada domínio, assim liberado sobre seu próprio devir […] O homem
que aparece no começo do século XIX é 'desistorizado'” (p. 386).

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