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RIO DE JANEIRO, RJ
FACULDADE DE PARAÍSO DO NORTE – FAPAN
INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO - IBF
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
MODALIDADE A DISTÂNCIA - EAD
2
2019
INFORMAÇÕES PESSOAIS
RESUMO
A personalidade é a maior força que o ser humano pode ter e aliar esta força à
prática pedagógica é um subterfúgio que Luigi Giussani nos chama a atenção unido
a autonomia e a liberdade que o educando é chamado a ter e exercer. O professor
educador é convocado a também formar-se sobretudo para dar plena potência a
esta caraterística tão marcante, mas, ao mesmo tempo, negligenciada em nosso
corpo docente.
1 INTRODUÇÃO
1
Substância individual de natureza racional
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Luigi Giussani trata do desafio de educar os jovens – desafio este que tem
sido uma hercúlea tarefa há um bom tempo. Nos âmbitos pedagógico,
sociológico, antropológico, tecnológico e até mesmo teológico não faltam
autores para abordar esse desafio. Enfim, educar é um desafio a ser
enfrentado e discutido permanentemente na sociedade.
Este jovem que na fase a adolescência quer testar sua força no mundo como
parte da formação de sua personalidade, pois quando atinge esta etapa de seu
desenvolvimento o indivíduo compreende que é autônomo, que sua força não mais
vem de seus pais ou de quem o validem afetivamente, como na etapa anterior da
infância. É justamente nesta etapa crucial do desenvolvimento da pessoa e da
personalidade que em vez de conceder mais liberdade a ela, dando como
referências boas pessoas também bem desenvolvidas, tanto as escolas quanto as
famílias fazem o oposto, cerceiam, tolhem essa capacidade e essa força que o está
fazendo se desenvolver.
A criança, diferentemente do adolescente, não sofre porque não pode ter tal
coisa, apesar de a aparência externa querer dizer o contrário, a criança nesta fase
necessita de validação através do afeto. Mas temos um problema aqui, pois falamos
que o adolescente necessita de liberdade para ter o seu desenvolvimento e de boas
referências nos adultos, mas e quando esses adultos também não tiveram ainda sua
personalidade bem formada? Que tipo de pessoas saem do contato de nossas salas
de aula? Olhando para nós mesmos percebemos que resta em nós essa
necessidade de validação através do afeto mesmo estando em posição de educador
ou de pai. Por isso é urgente a formação integral do corpo docente em nosso país.
Continua Giussani a dizer que o método de guiar o adolescente ao encontro
pessoal e cada passo mais autônomo com a realidade, ou nos termos de Ortega Y
Gasset, sua circunstância, é cada vez mais aplicado ao passo que este jovem se
torna adulto. Para tal se faz necessário um guia habilitado não necessariamente
através da academia, mas sim através da força da personalidade. É ela quem vai
mover este jovem ao caminho da realidade e da autonomia, pois já nos dizia Goethe
que a maior força humana é a personalidade. Tomando por base a psicologia de
Jung, que é na verdade a psicologia do ego e da autoconsciência, tudo vem à tona
sob esta questão: Como o sujeito se apreende como autoconsciente e como esta
fase se desenvolve desde a mais completa ignorância até a luz da sabedoria através
de arquétipos que mostram sua forma individual e seu destino? Este indivíduo ainda
envolto nas trevas de sua ignorância precisará de alguém que o tome pela mão e
ajude-o a sair deste lugar. O sujeito da ação é o παιδαγωγός, aquele que conduz a
criança pela mão, o pedagogo.
“O equilíbrio do educador revela aqui sua importância definitiva”, assinala
Giussani (2004, p. 72), corroborando com a visão que estamos levantando no
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E Frankl (2018, p.7) também sempre pontuava citando Nietzsche que quem
tem porque viver pode suportar quase qualquer como, aliás esta poderia ser uma
das grandes frases para se meditar nas graduações, visto que a pedagogia pode ser
encarada como uma atividade “semi sacerdotal”. Brandão (2019, p. 20) conta que
numa palestra Adélia Prado contou que uma criança ao ver o mar pela primeira vez,
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disse deslumbrada a pessoa que estava com ela: “Me ajuda a ver o mar!’. E
comovida, pois o fato expressava com simplicidade a capacidade humana de se
maravilhar e o enorme desejo de conhecer. Mostrar, apresentar a tradição nada mais
é que mostrar a realidade e com o poder de síntese desvelar ao aluno toda a criação
que a humanidade já fez, conduzindo-o sem o reprimir.
Giussani alerta que uma educação completamente “autonomista” deixa o
jovem refém de seus gostos, entregue a seus instintos, sem um critério evolutivo,
mas, em contrapartida, o medo leva-o a se tornar cada vez mais incapaz no seu
desenvolvimento pessoal na relação com real, rebelde, ou potencialmente
desequilibrado. É por causa desses dois extremos, um laxismo frente a autonomia
do aluno ou um rigorismo que a personalidade do educador contará como pedra de
toque nessa relação aluno/realidade formação/autonomia/personalidade. Não se
pode perder, aluno e mestre a poesia diante da vida que a mesma Adélia Prado os
diz em seu poema “Paixão”:
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS