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Eixo(s) Temático(s)
ANÁLISE DO PROCESSO DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA NO
PERÍODO 2007 A 2016
Tópico(s) de Análise
MARCO ZERO: ANTECEDENTES DA POLÍTICA
Tópico(s) de Análise
MARCO ZERO: ANTECEDENTES DA POLÍTICA
Reforma Sanitária e Políticas de Saúde no Brasil: síntese de
antecedentes ao período do estudo
c) Autoritarismo (1964-1984)
Ainda que o sistema que temos hoje distancie-se daquele que foi consagrado na
‘Constituição Cidadã’, sua existência é essencial num País que apresenta enormes
disparidades regionais e sociais (...). Portanto, aos que tentam apresentar o SUS
como modelo falido de atenção à saúde, respondemos com experiências vitoriosas
apresentadas na X Conferência Nacional de Saúde que comprovaram que ‘onde deu
SUS, deu certo’ (...). Nesse sentido, impõe-se a manutenção do princípio do
conteúdo constitucional da seguridade social, incluindo-se solidariamente a saúde,
previdência e assistência social. A reforma da saúde já ocorreu e está na
Constituição Brasileira. Cabe cumpri-la (Em defesa do SUS, 1997:4).
1 Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes e Metas do MS para 2003 – Andamento das Ações. 10 de
julho de 2003.p.16.
a recursos e cobertura do sistema de serviços de saúde, mantiveram a evolução
positiva: a expectativa de vida ao nascer alcançou 72 anos em 2005 (76 anos para
as mulheres e 71,4 anos para os homens), a taxa de mortalidade infantil decresceu
para 22,6 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2004. Neste ano,
97% dos partos eram feitos em hospitais, e alcançava-se uma cobertura de 100%
para a vacina tríplice viral e 95% para a tetravalente.2
Contudo, diante do “mensalão” em 2005, foi realizado do 8o. Simpósio sobre
Política Nacional de Saúde propiciando a retomada do movimento sanitário. Foi
divulgado um manifesto que considerava o processo da RSB como um projeto
civilizatório que "pretende produzir mudanças dos valores prevalentes na sociedade
brasileira, tendo a saúde como eixo de transformação e a solidariedade como valor
estruturante" (CARTA de Brasília, 2005, p.12).
Independentemente do juízo que se possa dispor do primeiro mandato do
Presidente Lula, inclusive na área da saúde, cabe reconhecer o fato de que as
forças políticas e sociais que passaram a ocupar espaços nessa conjuntura
possibilitaram, ainda que no plano discursivo, uma retomada do tema da Reforma
Sanitária na agenda política. A criação do Fórum da Reforma Sanitária Brasileira
possibilitou a realização de um conjunto de reuniões com lideranças e militantes do
movimento sanitário, produzindo textos de natureza técnica e política. Esse processo
de repolitização da saúde encontrou ressonância em pelo menos três iniciativas no
último ano do governo Lula I: a) aprovação pela CIT e pelo Conselho Nacional de
Saúde do Pacto pela Saúde, incluindo o Pacto pela Vida, o Pacto em Defesa do
SUS e o Pacto de Gestão; b) formalização da Política Nacional de Promoção da
Saúde; c) criação da Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde
(CNDSS). Entretanto, o Plano de Governo 2007-2010 divulgado pelo candidato Lula
apresentava as seguintes proposições para a saúde:
2IDB 2006 Brasil. Indicadores e Dados Básicos para a Saúde. Rede Interagencial de Informações
para a Saúde - RIPSA.
Odontológicas do país; Criar o TELESAÚDE [...]; Apoiar estados e
municípios na criação de Centrais de Regulação [...]; Ampliar o Sistema de
Atendimento Móvel de Urgência - SAMU [...]; Dar continuidade à
implantação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica [...].;
Fortalecer e ampliar as ações preventivas das doenças sexualmente
transmissíveis e do HIV [...]; Continuar as ações de modernização e
ampliação da capacidade instalada e da produção dos Laboratórios
Farmacêuticos Oficiais [...]; Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento
tecnológico e industrial sustentável, para a a auto-suficiência na produção
de matéria prima, de hemoderivados, vacinas, medicamentos e
equipamentos [..] 3
Referências
ABRASCO. Pelo direito universal à Saúde. Rio de Janeiro, 1985. 95p. Contribuição
da ABRASCO para os debates da 8ª Conferência Nacional de Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica SUS - 01/1993. Inf. Epid.
SUS, Número Especial: 49-73, julho de 1993.
CONASEMS Sistema Único de Saúde (Constituição Federal - Seção II; Lei Orgânica
da Saúde Nº 8080; Lei 8142; Decreto No. 99.438; Carta de Fortaleza) Publicações
Técnicas, 2, 1990, 28 p.
MENDES, E.V. Uma agenda para a saúde HUCITEC, São Paulo,1996, 300p.
MENDONÇA, A.C.O. et al. Políticas de Saúde do Governo Lula: Avaliação dos
primeiros meses de gestão. Saúde Debate, v.29, n.70, p.109-124, 2005.
PAIM, J.S. Saúde, Política e Reforma Sanitária. Salvador: CEPS-ISC, 2002. 446 p.
PAIM, J.S. O futuro do SUS. Cad. Saúde Pública, 28(4): 612-613, 2012.
PAIM, J.; TRAVASSOS, C.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; MACINKO, J. O sistema de
saúde brasileiro: história, avanços e desafios. The Lancet, Saúde no Brasil maio de
2011, p.11-31.